4.3 Problematiza¸c˜ ao
4.3.7 Negligˆ encia
Outro problema que as instala¸c˜oes est˜ao sujeitas s˜ao as manuten¸c˜oes realizadas por outras empresas no qual n˜ao possui zelo pelas instala¸c˜oes alheias. Na foto a seguir, uma manuten¸c˜ao na rede el´etrica pˆos em risco toda a infraestrutura instalada em conjunto, j´a que todos os elementos foram desprendidos do poste e n˜ao foram colocados, pondo em risco os sistemas que est˜ao apresentados.
Figura 4.26: Infraestrutura de cabeamento a´erea debilitada. [Elabora¸c˜ao dos autores]
Cap´ıtulo 5
Miniaturiza¸c˜ao
O mercado de telecomunica¸c˜oes cresceu muito com a privatiza¸c˜ao e com a explo- s˜ao do uso Banda Larga e servi¸cos m´oveis. Dessa forma diversas empresas come¸caram a fornecer servi¸cos e, consequentemente, iniciou-se a uma concorrˆencia por clientes espe- cialmente nos grandes centros urbanos, o que acabou ocasionando uma aglomera¸c˜ao de cabos ´opticos nas infraestruturas.
Como visto, estas redes s˜ao majoritariamente a´ereas, dado que a infraestrutura subterrˆanea se encontra congestionada e uma nova implementa¸c˜ao nesse modelo de dutos convencionais se torna custosa e dif´ıcil. Esta condi¸c˜ao determinou a desordem no que tem-se de infraestrutura nos dias atuais.
Uma das solu¸c˜oes para tal problema ´e a utiliza¸c˜ao de cabos instalados por tec- nologia de sopro em microdutos especiais, chamados de microcabos ´opticos. O objetivo principal ´e trabalhar com um cabo com dimens˜oes reduzidas, alta capacidade mecˆanica, desempenho e facilidade de instala¸c˜ao pelo m´etodo de sopramento.
Os microcabos foram desenvolvidos no in´ıcio dos anos 2000 na Europa por neces- sidade, pois a maioria dos cabos de fibra foram instalados no subsolo e com o aumento da demanda por largura de banda e requisitos cada vez mais exigentes, o espa¸co livre para no- vas implementa¸c˜oes foi se esgotando. As estruturas j´a existentes com dutos tradicionais, e em grande n´umero, despertou a necessidade de cabos menores, com uma maior contagem de fibras, que poderiam ser instalados de maneira f´acil e com um custo atrativo sem que fosse necess´aria uma grande interrup¸c˜ao na rede para substitui¸c˜ao do cabo existente.
Da mesma maneira, o problema acabou atravessando o oceano atlˆantico, j´a que entre 2007 e 2015 a ATT observou um crescimento de 100.000% de aumento no tr´afego
de sua rede principal devido ao uso de smartphones e ao consumo de v´ıdeo. A Verizon foi afetada da mesma maneira por´em interrompeu o lan¸camento de novas fibras ´opticas devido ao custo. Esses dois exemplos mostram que acompanhar as demandas pode ser extremamente caro at´e para empresas experientes e protagonistas no mercado.
Dessa forma, sem maiores investimentos em novas rotas, o congestionamento apre- sentado pode ser tornar um problema. Felizmente, ao se trocar os tradicionais cabos e dutos pela solu¸c˜ao miniaturizada, as operadoras podem atender mais facilmente suas demandas em curto prazo aliados `a um m´etodo de implementa¸c˜ao r´apido, econˆomico, escal´avel e flex´ıvel. [72]
5.1
Microvalas
A microvala ´e, justamente, uma pequena vala para instala¸c˜ao de microcabos ou microduto que visa proporcionar uma implementa¸c˜ao r´apida, menos onerosa e sem muito danos a localidade da instala¸c˜ao como no M´etodo Destrutivo (MD) tradicional. ´E feita realizando um t´ecnica que consiste em abrir valas de at´e 25mm de largura e at´e 400mm de profundidade, utilizando discos diamantados para o corte nas superf´ıcies desejadas. No fundo dessa microvala o microcabo ou o microduto ´e instalado. Esta vala ent˜ao ´e preenchida com areia ou argamassa e no caso do ambiente ser urbano, coberto com asfalto frio compactado.
Figura 5.1: Confec¸c˜ao de uma microvala em estrada. [69]
Frequentemente a microvala ´e feita na jun¸c˜ao entre a sarjeta (local de escoamento das ´aguas pluviais nas ruas) e o pavimento.
Figura 5.2: Local preferencial para abertura de microvalas. [70]
Al´em das vantagens em rela¸c˜ao aos problemas mostrados, sua principal utiliza¸c˜ao ´e para instala¸c˜ao de microcabos e microdutos em locais onde o fluxo de ve´ıculos e de pedestres sejam um fator impeditivo ou dificultador para o uso do M´etodo Destrutivo (MD) tradicional. [73] [74] [75]
Figura 5.3: Espessura de uma microvala. [71]
5.2
Microdutos
Seguindo a tendˆencia de miniaturiza¸c˜ao de todo o processo, uma parte importante afetada s˜ao os dutos que ser˜ao instalados no interior das microvalas. Os microdutos que tratam-se de dutos com menores dimens˜oes que possuem uma fun¸c˜ao importante na prote¸c˜ao dos microcabos, os quais tiveram suas prote¸c˜oes mecˆanicas reduzidas devido `a sua redu¸c˜ao. A mat´eria prima utilizada para a fabrica¸c˜ao dos microdutos de aplica¸c˜ao externa ´e o PEAD virgem. [74]
Figura 5.4: Comparativo duto x microduto. [74]
Figura 5.5: Comparativo duto x microduto.[74]
Conforme seja definido o ambiente em que os microdutos ser˜ao instalados, dife- rentes graus de severidade podem ser requisitados. Sendo assim, os microdutos podem ser fornecidos de duas maneiras diferentes, sendo: singular e agrupados. Os microdutos agrupados podem apresentar forma¸c˜oes construtivas segundo a recomenda¸c˜oes. [76] [77] [74]
5.2.1
Tipos de microdutos
Os diferentes tipos de microdutos e diferentes disposi¸c˜oes dos mesmos podem ter diversos objetivos. Os mais comuns s˜ao a melhor adequa¸c˜ao e aproveitamento do espa¸co f´ısico onde esses microdutos passar˜ao e, tamb´em, o tipo da aplica¸c˜ao da rede ´optica em si.
Figura 5.6: Microdutos fornecidos pela empresa Nexus. [86]
Forma¸c˜ao retangular
Os microdutos agrupados em linha, com microdutos singulares de mesmo diˆametro externo nominal, podendo formar uma, duas ou trˆes colunas conforme esquem´atico a seguir:
Figura 5.7: Microdutos agrupados com forma¸c˜ao retangular. [76]
´
E poss´ıvel que a configura¸c˜ao seja alterada em comum acordo entre prestadora de servi¸cos e clientes, no entanto a configura¸c˜ao vista ´e tida como o recomendado.
Forma¸c˜ao circular ou poligonal
Nessa configura¸c˜ao os microdutos s˜ao agrupados de forma circular ou poligonal com conjunto de microdutos singulares de mesmo diˆametro externo nominal ou diferentes, de forma a capacidade desejada dos microdutos.
Figura 5.8: Microdutos agrupados com forma¸c˜ao circular/poligonal. [76]
Forma¸c˜ao perfil chato
Nessa configura¸c˜ao s˜ao agrupados em linha, com microdutos de mesmo diˆametro externo nominal, de forma a atender diferentes capacidades de microdutos. A superf´ıcie interna dos microdutos pode ser lisa ou ranhurada e n˜ao pode ser corrugada por´em n˜ao deve em hip´otese alguma apresentar trincas, fissuras, rebarbas, impurezas ou qualquer tipo de dano. [76] [77]
Figura 5.9: Microdutos agrupados com forma¸c˜ao perfil chato. [76]
5.2.2
Identifica¸c˜ao
A identifica¸c˜ao dos microdutos existe e ´e realizada atrav´es de um esquema de cores, listras ou an´eis e no caso de microdutos agrupados em forma¸c˜ao circular ou poligonal, com microduto no centro ou at´e uma camada de microdutos tamb´em podem ser identificadas e caso o elemento central seja um microduto este ser´a o de contagem maior, conforme ABNT NBR 16644. [77]
Tabela 5.1: Identifica¸c˜ao de microdutos agrupados
Microduto C´odigo de cores Piloto Direcional
2 Amarelo Amarelo
3 Branco Branco ou neutro
4 Azul Branco ou neutro
5 Vermelho Branco ou neutro
6 Violeta Branco ou neutro
7 Marrom Branco ou neutro
8 Rosa Branco ou neutro
9 Preto Branco ou neutro
10 Cinza Branco ou neutro
11 Laranja Branco ou neutro
12 Agua marinha´ Branco ou neutro
13 Verde + 1 listra pret -
14 Amarelo + 1 listra preta - 15 Branco + 1 listra preta -
16 Azul + 1 listra preta -
17 Vermelho + 1 listra preta - 18 Violeta + 1 listra preta - 19 Marrom + 1 listra preta -
20 Rosa + 1 listra preta -
21 Preto + 1 listra branca -
22 Cinza + 1 listra preta -
23 Laranja + 1 listra preta - 24 Agua marinha + 1 listra´
preta
-
25 Verde + 2 listras pretas -
[77] [74]
Microduto singular
Microdutos singulares devem ser identificados ao longo de seu comprimento em intervalos de 1 metro, de forma indel´evel e vis´ıvel, em cor contrastante ao microduto. A identifica¸c˜ao deve conter no m´ınimo as seguintes informa¸c˜oes:
- Nome do Fabricante;
- Nome do Produto (DE/DI);
- C´odigo de Produ¸c˜ao de modo a permitir rastreabilidade `a sua produ¸c˜ao (lote e mˆes e ano de fabrica¸c˜ao);
- Indica¸c˜ao m´etrica sequencial; - Press˜ao m´axima de instala¸c˜ao; e
- A sigla “PE” (microdutos para aplica¸c˜ao externa). [77] [74]
Microdutos agrupados
- Identifica¸c˜ao do microduto agrupado Microdutos agrupados devem ser identifi- cados ao longo de seu comprimento em intervalos de 1 metro, de forma indel´evel e vis´ıvel em cor contrastante ao microduto. A identifica¸c˜ao deve conter no m´ınimo as seguintes informa¸c˜oes:
- Nome do Fabricante;
- Nome do Produto (DE/DI);
- C´odigo de Produ¸c˜ao de modo a permitir rastreabilidade `a sua produ¸c˜ao (lote, mˆes e ano de fabrica¸c˜ao);
- Indica¸c˜ao m´etrica sequencial; - Press˜ao m´axima de instala¸c˜ao; e
- A sigla “PE” (microdutos para aplica¸c˜ao externa).
Marca¸c˜oes extras podem ser feitas a pedido do comprador. [77] [74]
5.2.3
Dimens˜oes
Outra recomenda¸c˜ao importante ´e em rela¸c˜ao ao diˆametro do microduto. Eles de- vem atender `as dimens˜oes pr´e-estabelecidas segundo a tabela a seguir:
Tabela 5.2: Dimens˜oes e tolerˆancia (mm)
Dimens˜ao Diˆametro Externo Diˆametro interno Espessura de DE/DI de tolerˆancia (±) m´edio m´ınimo dim parede e
18/14 18 0,1 13,6 2 ±0, 15 16/14 16 0,1 13,7 1 ±0, 1 16/13 16 0,1 12,7 1,5 ±0, 1 16/12 16 0,1 11,5 2,12 ±0, 1 14/10 14 0,1 9,7 2 ±0, 1 12,7/10 12,7 0,1 9,8 1,35 ±0, 05 12/10 12 0,1 9,8 1 ±0, 05 10/8 10 0,1 7,8 1 ±0, 05 10/6 10 0,1 5,7 2 ±0, 1 8,5/6 8,5 0,1 5,8 1,25 ±0, 05 8/6 8 0,1 5,8 1 ±0, 05 7/5,5 7 0,07 5,3 0,75 ±0, 05 7/3,5 7 0,07 3,3 1,75 ±0, 05 5/3,5 5 0,07 3,3 0,75 ±0, 05 3/2,1 3 0,05 1,95 0,45 ±0, 05 3/1,4 3 0,05 1,25 0,8 ±0, 05 [77] [74]
5.2.4
Ovaliza¸c˜ao
A ovaliza¸c˜ao de microdutos singulares deve ser de no m´aximo 5% do diˆametro externo nominal (DE) e deve ser determinada a uma distˆancia de 1 metro da extremidade da bobina. [77] [74]