Escola de Engenharia
Curso de Gradua¸
c˜
ao em Engenharia de
Telecomunica¸
c˜
oes
Pedro Ivo Alves Soares de Souza
Victor Monteiro Martins Ferreira
Miniaturiza¸c˜
ao: uma alternativa para a infraestrutura
das redes ´
opticas
Niter´
oi – RJ
Dezembro / 2018
Pedro Ivo Alves Soares de Souza Victor Monteiro Martins Ferreira
Miniaturiza¸c˜ao: uma alternativa para a infraestrutura das redes ´opticas
Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Curso de Gradua¸c˜ao em Engenharia de Teleco-munica¸c˜oes da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do Grau de Engenheiro de Telecomunica¸c˜oes.
Orientador: Prof. Ren´e Pestre Filho
Niter´oi – RJ Dezembro / 2018
.
Pedro Ivo Alves Soares de Souza Victor Monteiro Martins Ferreira
Miniaturiza¸c˜ao: uma alternativa para a infraestrutura das redes ´opticas
Aprovada em 07 de Dezembro de 2018.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Ren´e Pestre Filho - Orientador Universidade Federal Fluminense - UFF
Prof. Fernando Antˆonio Santos Beiriz Universidade Federal Fluminense - UFF
Prof. Pedro Vladimir Gonzalez Castellanos Universidade Federal Fluminense - UFF
Niter´oi – RJ Dezembro / 2018
Resumo
A infraestrutura de telecomunica¸c˜oes dos grandes centros urbanos sofreu, nos ´ ulti-mos anos, uma grande expans˜ao. No momento em que novas tecnologias foram emergindo e, consequentemente, a demanda por banda aumentou, as prestadoras de servi¸co de tele-comunica¸c˜oes foram for¸cadas a expandir a capacidade de suas redes para atender novos interesses de seus clientes.
Com isso, as mais formas de implementa¸c˜ao e infraestruturas tradicionais tornaram-se mais dif´ıceis. O meio a´ereo, com o compartilhamento de postes, gerou um alt´ıssimo n´umero de cabos instalados. Onde muitas vezes, tornam-se grandes emaranhados quando implementados de forma equivocada, aliado a uma manuten¸c˜ao falha.
J´a na forma subterrˆanea, os dutos antigos, que perduram at´e hoje, se encontram totalmente congestionados com pouca possibilidade de expans˜ao. A implanta¸c˜ao de novos, ou a substitui¸c˜ao dos atuais, nos centros urbanos, geram um grande transtorno, dado locais de grande consumo tecnol´ogico com alta densidade demogr´afica.
Sendo assim, uma nova tecnologia surge como alternativa para suprir essa neces-sidade. O principal alicerce ´e a miniaturiza¸c˜ao dos componentes. Diminui-se a dimens˜ao do cabo ´optico, tornando seu diˆametro menor que um cabo tradicional, tendo a mesma capacidade, conhecido como microcabo ´optico. Dessa forma, a infraestrutura subterrˆanea, para acomodar esses microcabos, se d´a em forma de microdutos inseridos em microvalas, que s˜ao ranhuras feitas no ch˜ao com comprimento de v˜ao e profundidade em menor escala.
Palavras chave: Comunica¸c˜ao ´optica, redes ´opticas passivas, redes de acesso, FTTx, FTTH, infraestrutura, miniaturiza¸c˜ao, microcabo,microduto e microvalas.
Abstract
The telecommunications infrastructure of the major urban centers has undergone a great expansion in recent years. As new technologies showed up and, as a result, demand for bandwidth increased, telecommunications service providers were forced to increase the capacity of their networks to serve new interests of their customers.
As a result, the traditional forms of implementation and infrastructures have be-come more difficult. The air space, with the sharing of poles, generated a very high number of cables installed. Where they often become big tangles when implemented in the wrong way, plus the failed maintenance.
Already in the underground form, the old ducts, that remain until today, are totally congested with less possibility of expansion. The implantation of new ones, or the substitution of the present ones, in the urban centers, generate a great disorder, given places of great technological consumption with high demographic density.
Therefore, a new technology emerges as an alternative to meet this need. The main foundation is the miniaturization of components. The size of the optical cable is reduced, making its diameter smaller than a traditional cable, having the same capacity, known as optical microcable. In this way, the underground infrastructure to accommodate these microcables is in the form of microducts inserted into micro trenching, which are grooves made in the floor with length of span and depth on a smaller scale.
Keywords: Optical communication, Passive optical networks (PON), Access Networks, FFTx, FTTH, miniaturization, optical microcable, microducts and micro trenching.
Agradecimentos Pedro
Agrade¸co aos meus pais, Catarina e Renato, que, durante todo o curso de gradu-a¸c˜ao, se sacrificaram para me apoiar, ajudar e fornecer as melhores condi¸c˜oes poss´ıveis para que eu me dedicasse inteiramente ao mesmo. Tamb´em, por todas as palavras de for¸ca em momentos de desanimo, por toda paciˆencia, amor e carinho dado a mim. Sem esse suporte nada disso seria poss´ıvel.
A minha namorada, Soraya, por escolher dividir essa jornada ao meu lado, por todos os momentos de ajuda, conselhos, conversas e apego que me fazem evoluir.
Aos amigos, por toda ajuda e companheirismo durante todo o curso.
A toda fam´ılia SmartTel Jr, que reviveu, em mim, o apre¸co a minha forma¸c˜ao como Engenheiro de Telecomunica¸c˜oes.
A fam´ılia UFF Rugby por ter me proporcionado representar minha universidade esportivamente e por aflorar em mim um sentimento de persentimento a mesma.
Aos professores, que se dedicam, se esfor¸cam e se sacrificam dando o melhor de si em prol de n´os, alunos.
A todos que, de certa forma, me ajudaram ou torceram por mim. E, por ´ultimo, e n˜ao menos importante, a Deus.
Agradecimentos Victor
Agrade¸co primeiramente a Deus, por ter me dado sa´ude, sabedoria e for¸ca, por ser essencial em minha vida e meu guia.
A minha m˜ae, que ´e o maior exemplo de ser humano que j´a conheci, pelas ora¸c˜oes, conselhos e tantas madrugadas de conversa. Por ter me mostrado que objetivo e dedica¸c˜ao deveria ser o combust´ıvel para alcan¸car o que eu quisesse, que muito batalhou por mim e ´e quem sempre me fez acreditar nos momentos em que nem eu acreditava.
Ao meu pai, que sempre confiou no meu potencial e nunca negou uma palavra de incentivo.
Aos meus tios, primos e todos familiares que sempre torceram pelo meu sucesso. Aos meus amigos que transbordaram apoio e cumplicidade al´em de perdoarem tantas ausˆencias em fun¸c˜ao disso.
Ao meu padrinho Fernando (in memoriam) e `a minha av´o Nadir (in memoriam) que me ensinaram muito da vida e participaram disso tudo e onde quer que estejam est˜ao festejando essa conquista.
E todos que de forma direta ou indireta em algum momento participaram desse percurso, sem vocˆes seria imposs´ıvel.
Lista de Siglas
ABNT Agˆencia Brasileira de Normas T´ecnicas
ADSL Asynchronous Digital Subscriber Line
ANATEL Agˆencia Nacional de Telecomunica¸c˜oes
ANEEL Agˆencia Nacional de Energia El´etrica
AON Rede ´Optica Ativa
APON ATM Passive Optical Network
ARPA Advanced Research Projects Agency
ATM Asynchronous Transfer Mode
BBN Bolt Beranek Newmann
BPON Broadband Passive Optical Network
CAPEX Capital Expenditure
CERN Centre Eorop´een por la Recherche Nucl´eaire
CSNET Computer Science Network
DBA Largura de Banda Dinˆamica
DIO Distribuidor Interno ´Optico
DSL Digital Subscriber Line
EPON Ethernet Passive Optical Network viii
FTTB Fiber to the Building
FTTC Fiber to the Curb
FTTH Fiber to the Home
FTTx Fiber to the X
GPON Gigabit Passive Optical Network
HFC Hybrid Fiber Coax
HFC Hybrid Fiver Copper
HTML HyperText Markup Language
IBM International Bussiness Machines
IEEE Institute of Electricaland Eletronics Engineers
IGPM Ind´ıce Geral de Pre¸co de Mercado
ILD Injection Laser Diode
IP Internet Protocol
ISDN Integrated Service Digital Network
ITU International Telecommunication Union
LAN Local Area Network
LED Light Emiting Diode
MAN Metropolitan Area Network
MILNET Military Network
MIT Instituto de Tecnologia de Massachusetts
NBR Norma Brasileira
NEC National Electrical Code
ODN Optical Distribution Network
OLT Terminal de linha ´Optica
ONT Terminal de Rede ´Optica
ONU Unidade de Rede ´Optica
OPEX Operational Expenditure
PCM Pulse Code Modulation
PEAD Polietileno de alta densidade
PON Rede ´Optica Passiva
POS Passive Optical Splitter
PVC Policloreto de Vinil
SRI Stanford Research Institute
TDM Time-division multiplexing
UCLA Universidade da California campus de Los Angeles
UCSB Universidade da California campus de Santa B´arbara
USA United States of America
UV Ultravioleta
VDSL Very-high-bit-rate Digital Subscriber Line
WAN Wide Area Network
WWW World Wide Web
Lista de Figuras
2.1 Ilustra¸c˜ao do circuito de transmiss˜ao de um Tel´egrafo. . . 4
2.2 Esquem´atico da comunica¸c˜ao entre dois terminais telefˆonicos. . . 4
2.3 Linhas de Transmiss˜ao Telefˆonicas 1888. [3] . . . 5
2.4 Operadora telefonista em uma Central de Comuta¸c˜ao Manual. [4] . . . 5
2.5 Comutador Eletromecˆanico. [5] . . . 6
2.6 Central Telefˆonica Digital. [6] . . . 6
2.7 Ilustra¸c˜ao de topologia de redes telefˆonicas. . . 7
2.8 Arpanet em 1969. [11] . . . 8
2.9 Crescimento do n´umero de usu´arios na internet. [12] . . . 10
2.10 Redes de telecomunica¸c˜oes. [52] . . . 12
2.11 Composi¸c˜ao da fibra ´optica. [22] . . . 13
2.12 Modo de propaga¸c˜ao nas fibras ´opticas. [16] . . . 15
2.13 Largura espectral do Led e do Laser. [17] . . . 17
2.14 Exemplo de diagrama de blocos do receptor. [17] . . . 18
3.1 Categorias dos cabos ´opticos. [Elaborado pelos autores] . . . 20
3.2 Compara¸c˜ao cabo ´optico tipo tight e tipo loose. [29] . . . 21
3.3 Sec¸c˜ao transversal cabo tipo loose. [28] . . . 23
3.4 Cabo Loose Tube. [29] . . . 24
3.5 Cabo Groove. [24] . . . 24
3.6 Cabo Ribbon. [30] . . . 25
3.7 Sec¸c˜ao transvers˜ao estrutura tipo Tight. [28] . . . 26
3.8 Cabo Brerakout. [31] . . . 27
3.9 Cabo Distribution. [31] . . . 27
3.10 Cabos: cord˜ao ´optico e Pigtail. [32] [33] . . . 28
3.11 Cabo Drop. [28] . . . 28
3.12 Cabo blindado e OPGW. [34] [35] . . . 29
3.13 Cabo submarino. [19] . . . 29
3.14 Cabo h´ıbrido (HFC). [36] . . . 30
3.15 OLT SmartAX S´erie MA5600T HUAWEI. [38] . . . 31
3.16 ONU S´erie SmartAX EA5821 HUAWEI. [37] . . . 32
3.17 Esquem´atico de uma PON. [28] . . . 33
3.18 Redes FTTx. [52] . . . 37
4.1 Diferentes infraestruturas de redes. [19] . . . 39
4.2 Cabo ´optico com sustenta¸c˜ao por espinamento. [28] . . . 40
4.3 M´aquina de espinar. [47] . . . 41
4.4 Fixa¸c˜ao por ancoragem. [39] . . . 42
4.5 Al¸ca preformada. [39] . . . 43
4.6 Fixa¸c˜ao por suspens˜ao. [39] . . . 44
4.7 Coexistˆencia com a rede el´etrica. [48] . . . 45
4.8 Reserva t´ecnica. [49] . . . 46
4.9 Caixa de emenda ´optica. [Elaborado pelos autores] [39] . . . 46
4.10 Plaqueta de identifica¸c˜ao. [48] . . . 47
4.11 Intala¸c˜ao subterrˆanea - m´etodo destrutivo. [53] . . . 49
4.12 Intala¸c˜ao subterrˆanea - m´etodo destrutivo. [54] . . . 49
4.13 Acomoda¸c˜ao do duto em solo normal. [58] . . . 51
4.14 Acomoda¸c˜ao do duto em solo pedregoso/misto. [58] . . . 51
4.15 Acomoda¸c˜ao do duto em solo rochoso. [58] . . . 52
4.16 Acomoda¸c˜ao do duto em solo pantanoso. [58] . . . 52
4.17 Intala¸c˜ao subterrˆanea - m´etodo n˜ao destrutivo. [55] . . . 54
4.18 Perfuradeira atriz. [56] . . . 54
4.19 Furo piloto e alargamento/passagem. [57] . . . 55
4.20 Polui¸c˜ao visual ocasionada pelos fios. [61] . . . 58
4.21 Poste derrubado por forte chuva. [64] . . . 59
4.22 Cabos recuperado de furto. [65] . . . 60
4.23 Caixa de emenda subterrˆanea congestionada. [66] . . . 61
4.24 Poste congestionado. [67] . . . 61
4.26 Infraestrutura de cabeamento a´erea debilitada. [Elabora¸c˜ao dos autores] . . 63
5.1 Confec¸c˜ao de uma microvala em estrada. [69] . . . 65
5.2 Local preferencial para abertura de microvalas. [70] . . . 66
5.3 Espessura de uma microvala. [71] . . . 66
5.4 Comparativo duto x microduto. [74] . . . 67
5.5 Comparativo duto x microduto.[74] . . . 67
5.6 Microdutos fornecidos pela empresa Nexus. [86] . . . 68
5.7 Microdutos agrupados com forma¸c˜ao retangular. [76] . . . 68
5.8 Microdutos agrupados com forma¸c˜ao circular/poligonal. [76] . . . 69
5.9 Microdutos agrupados com forma¸c˜ao perfil chato. [76] . . . 69
5.10 Curvatura do microduto. . . 73
5.11 Miniaturiza¸c˜ao do cabo ´optico - vista transversal. [78] . . . 75
5.12 Miniaturiza¸c˜ao do cabo ´optico - vista de perspectiva. [78] . . . 76
5.13 Compara¸c˜ao dos diˆametros entre Microcabos e cabos ´opticos convencionais. [77] . . . 76
5.14 Compara¸c˜ao dos pesos entre Microcabos e cabos ´opticos convencionais. [77] 77 5.15 Custos de implementa¸c˜ao - Cabo tradicional x Microcabo. [72] . . . 82
6.1 Microtubos alinhados com cabo ´optico contido previamente. [50] . . . 83
6.2 Instala¸c˜ao sobreposta. [50] . . . 84
6.3 Instala¸c˜ao diretamente enterrada. [50] . . . 84
6.4 Instala¸c˜ao a´erea. . . 85
6.5 Instala¸c˜ao dos microdutos. [84] . . . 87
6.6 Sopramento do cabo ´optico. [84] . . . 87
Lista de Tabelas
2.1 Comparativo fibras multimodo x monomodo . . . 15
3.1 Aplica¸c˜oes e caracter´ısticas dos principais cabos ´opticos. . . 30
3.2 Cracter´ısticas e padr˜oes de cada PON . . . 35
4.1 Distˆancia m´ınima entre condutores da rede el´etrica e os cabos ´opticos. . . . 44
4.2 Pre¸co de compartilhamento de infraestrutura de cabeamento a´erea por ano 57 5.1 Identifica¸c˜ao de microdutos agrupados . . . 69
5.2 Dimens˜oes e tolerˆancia (mm) . . . 71
5.3 Impacto nos microdutos . . . 74
5.4 Compress˜ao em microdutos . . . 74
Sum´
ario
Resumo iv
Abstract v
Agradecimentos vi
Agradecimentos vii
Lista de Siglas viii
Lista de Figuras xiii
Lista de Tabelas xiv
1 Introdu¸c˜ao 1
1.1 Objetivo . . . 1
1.2 Relevˆancia . . . 2
2 Referencial Te´orico 3 2.1 Evolu¸c˜ao das Telecomunica¸c˜oes . . . 3
2.2 Tipos de redes de telecomunica¸c˜oes . . . 10
2.3 Elementos da comunica¸c˜ao ´optica . . . 12
2.3.1 Fibra ´optica . . . 12
2.3.2 Transmissores ´opticos . . . 16
2.3.3 Receptor ´optico . . . 17
3 Redes ´opticas passivas 19 3.1 Componentes . . . 20
3.1.1 Cabos ´opticos . . . 20
3.1.2 Terminal de linha ´optica . . . 30
3.1.3 Terminais de rede ´optica . . . 31
3.1.4 Divisores ´opticos passivos . . . 32
3.2 Padr˜oes . . . 33 3.2.1 APON . . . 33 3.2.2 BPON . . . 34 3.2.3 EPON . . . 34 3.2.4 GPON . . . 34 3.3 FTTx . . . 35 3.3.1 FTTN . . . 35 3.3.2 FTTC . . . 36 3.3.3 FTTB . . . 36 3.3.4 FTTH . . . 36 4 Infraestruturas de instala¸c˜ao 38 4.1 Instala¸c˜ao a´erea . . . 39
4.1.1 Cabos n˜ao auto-sustentados . . . 40
4.1.2 Cabos auto-sustentados . . . 42
4.1.3 Fixa¸c˜ao nos postes . . . 42
4.1.4 Coexistˆencia com a rede el´etrica . . . 44
4.1.5 Reservas t´ecnicas . . . 45
4.1.6 Caixas de emenda ´optica . . . 46
4.1.7 Identifica¸c˜ao . . . 46
4.2 Instala¸c˜ao subterrˆanea . . . 47
4.2.1 M´etodo destrutivo . . . 48
4.2.2 M´etodo n˜ao destrutivo . . . 53
4.3 Problematiza¸c˜ao . . . 55
4.3.1 DDP e TPU . . . 55
4.3.2 Poluic˜ao visual . . . 58
4.3.3 Intemp´eres e Sinistros . . . 58
4.3.4 Roubos e Furtos . . . 59
4.3.5 Congestionamento da infraestrutura . . . 60
4.3.7 Negligˆencia . . . 62 5 Miniaturiza¸c˜ao 64 5.1 Microvalas . . . 65 5.2 Microdutos . . . 66 5.2.1 Tipos de microdutos . . . 67 5.2.2 Identifica¸c˜ao . . . 69 5.2.3 Dimens˜oes . . . 71 5.2.4 Ovaliza¸c˜ao . . . 72
5.2.5 Estabilidade dimensional longitudenal . . . 72
5.2.6 Resistˆencia `a tra¸c˜ao . . . 72
5.2.7 Curvatura . . . 73 5.2.8 Dobramento repetitivo . . . 73 5.2.9 Impacto . . . 73 5.2.10 Compress˜ao . . . 74 5.2.11 Press˜ao interna . . . 74 5.2.12 Coeficiente de atrito . . . 75 5.3 Microcabos . . . 75 5.3.1 Compara¸c˜ao . . . 75 5.3.2 Caracter´ısticas f´ısicas . . . 77 5.3.3 Vantagens . . . 80 6 Instala¸c˜oes 83 6.1 Sobreposta . . . 83 6.2 Diretamente enterrada . . . 84 6.3 A´erea . . . 85 6.4 Por sopramento . . . 85 6.5 Comparativo . . . 88
6.5.1 M´etodo tradicional ou destrutivo . . . 88
6.5.2 M´etodo por sopramento . . . 90
6.5.3 Caso . . . 91
Cap´ıtulo 1
Introdu¸
c˜
ao
1.1
Objetivo
Um dos grandes desafios atuais, das empresas que fornecem servi¸cos de Telecomu-nica¸c˜oes, ´e a parte de conseguir uma infraestrutura compat´ıvel para uma instala¸c˜ao e/ou expans˜ao de suas redes. Nesta miss˜ao, ´e mais que comum se deparar com situa¸c˜oes que tornam cada vez mais dif´ıceis tal processo. A principal situa¸c˜ao se refere `as instala¸c˜oes onde s˜ao observadas um congestionamento descabido da infraestrutura.
Nas infraestruturas a´ereas, localizadas corriqueiramente nos postes, observa-se uma estrutura mal utilizada, mal compartilhada acarretando em diversos problemas.
J´a nas infraestruturas terrestres ou subterrˆaneas, as galerias seriam os locais ideais, onde seriam aproveitados para, n˜ao s´o servi¸cos de telecomunica¸c˜oes, mas para toda uma infraestrutura urbana, como: cabos telefˆonicos, dutos de ´agua, canaliza¸c˜ao de esgoto, cabos el´etricos, drenagem, g´as, entre outros servi¸cos.
Por´em, a realidade se mostra bem diferente, onde as poucas galerias existentes s˜ao mal projetadas ou n˜ao usadas. Estes problemas ocorrem nas mais variadas regi˜oes do pa´ıs, por´em se torna muito mais cr´ıtico nas grandes ´areas metropolitanas, devido `a alta necessidade de servi¸cos dessa natureza aliado com uma elevada densidade demogr´afica.
Esse trabalho tem o objetivo de apresentar uma solu¸c˜ao alternativa, bastante di-fundida no exterior, que ´e o uso de microdutos em microvalas pelo m´etodo de sopramento, onde ser˜ao apresentando: hist´orico, metodologia de instala¸c˜ao e manuten¸c˜ao, comparativo com os m´etodos mais convencionais, custos e perspectivas para o futuro.
1.2
Relevˆ
ancia
As exigˆencias por larguras de banda, cada vez maiores, tˆem estimulado de forma exponencial novas modalidades de infraestrutura suportadas por fibra ´optica. Essa neces-sidade de aumento deve-se, sobretudo, ao surgimento de servi¸cos e aplica¸c˜oes que utilizam a Internet e est˜ao cada vez mais presentes no cotidiano da popula¸c˜ao.
Sendo assim, apesar da tecnologia utilizada j´a ser a fibra ´optica em parte do sis-tema, o desafio ´e aumentar o limiar de at´e onde a fibra alcan¸ca, sendo o cen´ario ideal a inser¸c˜ao da fibra at´e o cliente de fato. No entanto, no que diz respeito `a arquitetura, que hoje se apresenta para a popula¸c˜ao, vem de encontro `as necessidades atuais e futuras de uma rede de acesso com um alto desempenho. Os cabos ´opticos usados atualmente podem apresentar constru¸c˜oes diferentes e podem assim possuir instala¸c˜oes atrav´es de dutos sub-terrˆaneos ou instala¸c˜ao em posteamento, espinados em cordoalha ou autossustent´aveis, por exemplo.
A relevˆancia do trabalho se destaca por trazer uma solu¸c˜ao que atenda exatamente a demanda de taxas elevadas em conjunto com o aumento da profundidade da fibra ´optica em rela¸c˜ao ao cliente, trata-se da aplica¸c˜ao de microvalas, microdutos e microfibras.
A solu¸c˜ao ´e interessante pela versatilidade, devido a possibilidade de trabalhar em conjunto com as tradicionais infraestruturas existentes ou como uma solu¸c˜ao ´unica, al´em de conseguir criar uma rede r´apida, f´acil, com baixo custo e com a capacidade de ampliar-se sem grandes investimento e mudan¸cas na infraestrutura instalada.
Cap´ıtulo 2
Referencial Te´
orico
2.1
Evolu¸
c˜
ao das Telecomunica¸
c˜
oes
As comunica¸c˜oes a distˆancia s˜ao uma parte importante na hist´oria da humanidade. Desde muito tempo, na tentativa na obten¸c˜ao de sucesso neste quesito, foram desenvol-vidos in´umeros sistemas e meios de telecomunica¸c˜oes, como por exemplo: as mensagens via sinal de fuma¸ca e o uso de pombos correios.
O primeiro sistema de comunica¸c˜ao a distˆancia, que utilizou a luz como fonte na transmiss˜ao da informa¸c˜ao, foi criado em 1792 pelo francˆes Claude Chappe. Consistia em uma transmiss˜ao mecˆanica de longas distˆancias com sinaliza¸c˜ao homogr´afica entre torres, nomeadas de sem´aforos, distantes umas das outras de 6 a 16 km. Esse m´etodo de comunica¸c˜ao ficou popular na Europa e permitia que uma mensagem enviada da cidade de S˜ao Petersburgo, destinada a cidade de Londres, demorasse apenas um dia. [1]
Na d´ecada de 1830, foi instaurada a era das telecomunica¸c˜oes el´etricas com a inven-¸c˜ao do tel´egrafo e do c´odigo Morse, que utilizava pontos e tra¸cos para representar letras e n´umeros. Os mesmos permitiram a utiliza¸c˜ao de linhas de transmiss˜ao que chegavam, aproximadamente, a 1000 km de distˆancia. Um operador manuseava uma chave mecˆanica que, quando fechada, transmitia o sinal el´etrico ao longo da linha de transmiss˜ao que, no terminal de destino, gerava um campo magn´etico em um eletro´ım˜a, movimentando assim uma pe¸ca com tinta marcando uma fita de papel, conforme observado na figura a seguir. [2]
Figura 2.1: Ilustra¸c˜ao do circuito de transmiss˜ao de um Tel´egrafo.
[Elaborado pelos autores]
Em 1876, era inventado o telefone. Proporcionando, com o uso do microfone de carv˜ao, que realiza a convers˜ao de energia ac´ustica em energia el´etrica, a transmiss˜ao de sinais de voz. Inicialmente os telefones eram utilizados e comercializados aos pares, ou seja, o usu´ario obtinha dois aparelhos telefˆonicos com a devida linha de transmiss˜ao entre os mesmos. Isso permitia a comunica¸c˜ao apenas entre os dois terminais, exatamente como nas comunica¸c˜oes via tel´egrafo, conforme observado na figura a seguir. [2]
Figura 2.2: Esquem´atico da comunica¸c˜ao entre dois terminais telefˆonicos.
[Elaborado pelos autores]
Se fosse de vontade do usu´ario se comunicar pelo telefone com mais de um terminal, era preciso que o mesmo adquirisse outro par de terminais telefˆonicos. Com populariza¸c˜ao do uso de telefone, nos grandes centros urbanos, essa dinˆamica foi se tornando invi´avel pela grande demanda de linhas de transmiss˜ao, conforme observado na figura a seguir.
Figura 2.3: Linhas de Transmiss˜ao Telefˆonicas 1888. [3]
Com a limita¸c˜ao de infraestrutura urbana, foi necess´ario a concep¸c˜ao de uma nova forma de conectar os usu´arios de telefonia. A solu¸c˜ao proposta foi a cria¸c˜ao de centrais telefˆonicas, onde todos os terminais eram conectados `a mesma, proporcionando a inter-liga¸c˜ao entre os demais terminais telefˆonicos e diminuindo a necessidade de linhas de transmiss˜ao para apenas um par por usu´ario.
As centrais telefˆonicas tinham a fun¸c˜ao realizar a comuta¸c˜ao dos circuitos entre um terminal telefˆonico e outro, de acordo com quem o usu´ario desejava se comunicar. Primei-ramente a comuta¸c˜ao foi realizada manualmente por operadores, nomeados telefonistas, conforme observado na figura a seguir.
Figura 2.4: Operadora telefonista em uma Central de Comuta¸c˜ao Manual. [4]
No entanto, o processo de comuta¸c˜ao manual tinha como desvantagem a demora na conex˜ao, pois dependia da habilidade do operador telefonista e, tamb´em, a inconveni-ˆencia do operador ter acesso, como ouvinte, a conversa dos usu´arios, perdendo-se assim a privacidade da comunica¸c˜ao.
Com o objetivo de solucionar esses problemas, surgiu, em 1891, a primeira central telefˆonica de comuta¸c˜ao autom´atica, constitu´ıda por dois elementos b´asicos: 1) um meca-nismo instalado no telefone do assinante, que gerava pulsos que representam os d´ıgitos de zero a nove, o que permitia `a central determinar o telefone para o qual se pretendia ligar, e 2) um comutador eletromecˆanico existente na central. O comutador tinha um bra¸co rotativo, que se movia em um arco semicircular com dez contatos, cada um ligado a uma linha ou a outro comutador, sendo o bra¸co controlado pelos impulsos de corrente enviados pelo aparelho do assinante, conforme observado na figura a seguir. Com essa dinˆamica, era poss´ıvel a conex˜ao de terminais telefˆonicos sem a necessidade dos operadores, ou seja, com o usu´ario comandando a comuta¸c˜ao dos mesmos. [5]
Figura 2.5: Comutador Eletromecˆanico. [5]
Este tipo de central telefˆonica foi de aplica¸c˜ao generalizada at´e a d´ecada de 1970. A partir de ent˜ao surgiram sistemas de comuta¸c˜ao eletrˆonicos e, nos anos de 1980, centrais totalmente digitais, em que os computadores substitu´ıram os mecanismos eletromecˆanicos.
As centrais telefˆonicas foram respons´aveis pela cria¸c˜ao das primeiras redes de comu-nica¸c˜ao infraestruturadas, as redes telefˆonicas. Com isso foi desenvolvido uma topologia hier´arquica de centrais telefˆonicas que ligavam regi˜oes, cidades, estados e pa´ıses, conforme observado na figura a seguir. [13]
Figura 2.7: Ilustra¸c˜ao de topologia de redes telefˆonicas.
[Elaborado pelos autores]
Em 1937, o cientista Alec Reeves desenvolveu um processo de convers˜ao de sinal anal´ogico de voz em sinal digital, o Pulse Code Modulation (PCM), com intuito de resolver o problema da forte presen¸ca de ru´ıdos na transmiss˜ao dos mesmos. Essa tecnologia substitu´ıa o processo da transmiss˜ao anal´ogica por uma convers˜ao do som em bits, esses bits eram transmitidos e, uma vez chegados ao seu destino, eram novamente convertidos para o sinal de voz. [7]
Com o crescimento do desenvolvimento computacional e dos processamentos auto-m´aticos de dados, criou-se uma demanda grande da transmiss˜ao de dados. Na d´ecada de 1960 surgiram os primeiros sistemas online ou de teleprocessamento, tendo a empresa In-ternational Bussiness Machines (IBM) como pioneira no assunto com o desenvolvimento de softwares e hardwares implementadores de conex˜oes seriais. [7]
Diante da corrida tecnol´ogica durante a Guerra Fria, o governo americano criou a Advanced Research Projects Agency (ARPA), este ´org˜ao foi respons´avel por financiar in´umeros projetos de desenvolvimento tecnol´ogicos. Entre os projetos, havia a constru-¸c˜ao de um sistema de comunica¸c˜ao militar que fosse menos suscet´ıvel a interrup¸c˜ao do funcionamento devido a a¸c˜oes inimigas. A ideia era criar uma rede de comunica¸c˜ao de dados que continuasse funcionando mesmo que algumas de suas unidades fossem
danifi-cadas. A contra-exemplo das redes telefˆonicas, que trabalhavam em topologia hier´arquica e tendo uma de suas centrais de comuta¸c˜ao atingida, isolariam as regi˜oes que essa central interligava impossibilitando a comunica¸c˜ao entre as mesmas. [8]
O desenvolvimento do sistema envolveu diversos centros de pesquisa universit´arios, como UCLA (Universidade da California campus de Los Angeles) e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e empresas privadas especializadas em alta tecnologia de computa¸c˜ao, como a BBN (Bolt Beranek & Newmann). Foi batizada de Arpanet, sendo primeiramente implementada em 1969, conforme observado na figura a seguir. [7]
Figura 2.8: Arpanet em 1969. [11]
O grande diferencial do sistema Arpanet, em rela¸c˜ao ao sistema telefˆonico, ´e o tipo de comunica¸c˜ao, tanto o tipo de informa¸c˜ao quando o tipo de comuta¸c˜ao usados. Como visto anteriormente, as redes telefˆonicas fazem a transmiss˜ao de voz e trabalham com a comuta¸c˜ao de circuitos, ou seja, antes das mensagens serem trocadas ´e necess´ario estabelecer uma conex˜ao de um canal f´ısico entre os terminais, nesse tipo de comunica¸c˜ao h´a a garantia da taxa de transmiss˜ao e que a informa¸c˜ao chegar´a na mesma ordem no receptor. J´a a Arpanet usava a comuta¸c˜ao de pacotes, que ´e uma t´ecnica que divide os dados em pequenos grupos – intitulados de pacotes – e que transmitem a informa¸c˜ao sem o estabelecimento de conex˜ao pr´evia entre o transmissor e o receptor. [13] [7]
No pacote existe a informa¸c˜ao do endere¸co de destino onde os elementos da rede leem essa informa¸c˜ao e o encaminhem em dire¸c˜ao ao mesmo. O caminho que os pacotes seguem podem ser diferentes e, os mesmos, podem chegar ao destino fora da ordem de transmiss˜ao. Essa dinˆamica permite que a topologia da rede seja distribu´ıda fazendo com que a rede de comunica¸c˜ao seja menos vulner´avel a falha de um dos elementos do sistema e, tendo uma eventual falha, o pacote ´e encaminhado em para outro caminho at´e chegar
ao destino, n˜ao interrompendo a comunica¸c˜ao. [13]
Entre 1973 e 1978, uma equipe de pesquisadores encabe¸cada por Vinton Cerf do Stanford Research Institute (SRI) e Robert Kahn da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) - o termo Defense foi adcionado posteriormente a sigla ARPA - desen-volveram, respectivamente, o Transmission Control Protocol (TCP) e o Internet Protocol (IP), protocolos que permitiram a interoperacionalidade e interconex˜ao de redes diversas de computadores. Este protocolo denominou-se TCP/IP. [9]
No in´ıcio dos anos de 1980, a Arpanet foi dividida em duas, com uma dessas divi-s˜oes sendo nomeada de Military Network (MILNET). A MILNET era voltada totalmente para uso militar e a Arpanet continuou servindo o prop´osito da interconex˜ao dos centros de pesquisa. O Departamento de Defesa coordenava, controlava e financiava o desenvol-vimento em ambas as redes.
A National Science Foundation (NSF), criada em 1975, construiu uma rede pr´opria, denominada Computer Science Network (CSNET) tendo seu objetivo conectar laborat´ o-rios de Inform´atica dos USA. Em 1990, o Departamento de Defesa dos USA dissolveu a Arpanet, a qual foi incorporada pela rede da NSF, rebatizada de National Science Foundation Network (NSFNET) que se popularizou, em todo o mundo, com o nome de Internet.[10]
Para o uso civil, comercializa¸c˜ao e populariza¸c˜ao da internet, o desenvolvimento do World Wide Web (WWW), do HyperText Markup Language (HTML) e dos Browsers – navegadores – foram primordiais, permitindo a consulta de informa¸c˜ao em forma de hi-pertextos. A Internet transformou-se em uma rede mundial p´ublica em que qual qualquer pessoa ou computador podia fazer parte. [8]
A Arpanet e, logo depois, a internet impulsionaram a alavancagem do investimento na ´area computacional, tanto no desenvolvimento de tecnologias, quanto no surgimento de empresas prestadoras de servi¸co de comunica¸c˜oes de redes. Sua expans˜ao foi vertiginosa e, rapidamente, mudou o modo de comunica¸c˜ao entre pessoas e nos neg´ocios, diminuindo as distˆancias e concebendo o termo “mundo globalizado”. [9]
Outro fator importante para a comercializa¸c˜ao e populariza¸c˜ao da internet foi o desenvolvimento da fibra ´optica e da comunica¸c˜ao ´optica em si. Como vamos observar ao longo deste trabalho, a comunica¸c˜ao ´optica, pela sua capacidade de alta taxa de trans-miss˜ao, propiciou o suporte ao aumento de usu´arios e, consequentemente, ao aumento do
tr´afego de dados da rede, conforme observado na figura a seguir.
Figura 2.9: Crescimento do n´umero de usu´arios na internet. [12]
2.2
Tipos de redes de telecomunica¸
c˜
oes
As redes de telecomunica¸c˜oes s˜ao representadas por uma estrutura hier´arquica com quatro n´ıveis: redes de longa distˆancias (WAN - Wide Area Network ou Back-bone Networks), redes metropolitanas (MAN - Metropolitan Area Network ou Backhaul Networks), redes de acesso (Access Networks) e redes locais (LAN - Local Area Network ). A aplica¸c˜ao da comunica¸c˜ao ´optica se d´a em todos os n´ıveis hier´arquicos das redes de telecomunica¸c˜oes.
Redes de longa distˆancia (WAN)
As redes WAN tˆem dimens˜oes geogr´aficas imensur´aveis, podendo interligar conti-nentes, pa´ıses e regi˜oes extensas utilizando os mais diversos tipos de enlaces. Essas redes podem apresentar uma por¸c˜ao nacional e uma por¸c˜ao internacional, onde a conex˜ao entre pa´ıses e continentes ´e feita atrav´es de cabos de fibras ´opticas submersos ou como sat´elites. O principal exemplo desta rede ´e a internet, que interliga computadores do mundo inteiro. As redes WAN tˆem sua principal aplica¸c˜ao o transporte de informa¸c˜ao intenso, por
isso apresentam grande capacidade de tr´afego e permitem que uma combina¸c˜ao diversifi-cada de tr´afego seja transportada por uma ´unica infraestrutura.
A fibra ´optica vem sendo bastante utilizada como meio de transmiss˜ao das redes de longa distˆancia de grandes operadoras de servi¸cos de telecomunica¸c˜oes, principalmente devido a sua maior capacidade de transmiss˜ao. [15]
Redes metropolitanas (MAN)
As redes MAN s˜ao as infraestruturas de conex˜ao entre pontos agregadores das redes de acesso e pontos de presen¸ca das redes de longa distˆancia. Este tipo de rede ´e caracterizada por ter um alcance que abrange cidades e regi˜oes metropolitanas.
Uma rede MAN geralmente atua como uma rede de alta velocidade para permitir o compartilhamento de recursos regionais e, tamb´em, frequentemente usados para fornecer uma conex˜ao compartilhada com outras redes usando um link para uma WAN. [15]
Redes de acesso
As redes de acesso, tamb´em conhecidas como redes de ´ultima milha, compreendem em redes que interligam os provedores de servi¸cos de telecomunica¸c˜oes - como internet, tv a cabo e telefonia - com seus clientes, que podem ser pessoas f´ısicas ou companhias. [15]
Redes locais (LAN)
Uma rede LAN corresponde a uma rede geralmente composta por computadores conectados entre si, atrav´es de dispositivos como: placas de redes, switch, hub, entre outros. Uma rede local ´e utilizada com frequˆencia para conectar computadores em rede, servidores, dispositivos eletrˆonicos diversos possibilitando o compartilhamento de recursos e a troca de informa¸c˜oes. Sua limita¸c˜ao geogr´afica faz com que as LAN’s sejam utilizadas em casas, escrit´orios, escolas, empresas, entre outros meios locais. [15]
Figura 2.10: Redes de telecomunica¸c˜oes. [52]
2.3
Elementos da comunica¸
c˜
ao ´
optica
Neste t´opico, iremos abordar a fundamenta¸c˜ao te´orica de um sistema de comuni-ca¸c˜ao ´optica infraestruturado, descrevendo os elementos b´asicos de uma rede ´optica e os tipos de redes ´opticas.
Sistemas de comunica¸c˜ao que utilizam fibra ´optica s˜ao constitu´ıdos por elementos b´asicos como transmissor – com fonte de luz e circuito de modula¸c˜ao – um cabo ´optico, e um receptor – com fotodetector e circuito associado de amplifica¸c˜ao e regenera¸c˜ao do sinal. [18]
2.3.1
Fibra ´
optica
A fibra ´optica ´e constitu´ıda por um filamento composto de material diel´etrico, normalmente s´ılica - vidro com impurezas - ou mesmo pl´astico, com a capacidade de transmitir luz confinada em seu interior. Com dimens˜oes sempre compar´aveis `as de um fio de cabelo, apresenta imunidade a interferˆencias eletromagn´eticas.
Estruturalmente, sua anatomia b´asica ´e composta por uma regi˜ao central chamada de n´ucleo - por onde a potˆencia luminosa ´e transmitida -, em seguida a casca - possuindo um ´ındice de refra¸c˜ao inferior ao n´ucleo -, o que faz com que a luz transmitida pelo n´ucleo seja refletida pelas suas paredes, conforme observado na figura a seguir. Essa configura¸c˜ao faz com o que a luz transmitida seja propagada confinada no n´ucleo atrav´es
de um fenˆomeno conhecido como reflex˜ao total possibilitando a condu¸c˜ao da luz por longas distˆancias, com ´ındice de perda muito pequeno. [18]
Figura 2.11: Composi¸c˜ao da fibra ´optica. [22]
As fibras s˜ao fios condutores de luz que possibilitam que os pulsos luminosos sejam codificados e, sendo assim, seja estabelecida uma comunica¸c˜ao entre as extremidades da fibra. Para transmitir os feixes, essa luz ´e introduzida por um emissor e detectada por um fotodetector. [18]
Importante salientar que a fibra ´otica pode receber diversos revestimentos externos extras com o objetivo de aumentar a prote¸c˜ao mecˆanica. A presen¸ca de uma ou mais fibras revestidas ´e nomeada de cabo ´otico.
Para determinar o tipo ideal de fibra a ser usado, deve-se primeiramente conhecer as caracter´ısticas de transmiss˜ao e a sua aplica¸c˜ao. Feito isso, pode-se escolher entre tipos de material, ´ındices de refra¸c˜ao e etc.
Onde o ´ındice de refra¸c˜ao ´e parte principal no que diz respeito a capacidade de transmiss˜ao, j´a o material escolhido determina n´ıveis de atenua¸c˜ao e frequˆencias de ope-ra¸c˜ao. As caracter´ısticas mecˆanicas atuam frente ao material escolhido, sua fabrica¸c˜ao, seus revestimentos, entre outros.
Agrupando-se todo esse conjunto de informa¸c˜oes, temos dois principais tipos de fibra monomodo e multimodo, onde a multimodo ainda se divide em 2 subcategorias: ´ındice degrau e ´ındice gradual. No qual todos os tipos, apesar de suas particularidades,
atendem aos mesmos servi¸cos.
Devido as dimens˜oes dos fios de fibra ´optica ´e poss´ıvel inserir uma grande quanti-dade em um ´unico cabo, sendo essa uma grande vantagem perante as outras tecnologias de redes infraestruturadas. Al´em disso as fibras ´opticas necessitam de um n´umero muito me-nor de equipamentos ao longo do circuito, como repetidores, pelo fato da meme-nor atenua¸c˜ao da mesma. [24]
Fibra ´optica multimodo
A fibra multimodo ´e o tipo de fibra em que diversos feixes de luz se propagam simultaneamente com diferentes ˆangulos de incidˆencia atrav´es de caminhos diferentes no interior, devido ao diˆametro de seu n´ucleo que ´e de 50 a 62,5 µm. O que determina a fibra multimodo ser ´ındice degrau ou ´ındice gradual ´e a rela¸c˜ao entre ´ındice de refra¸c˜ao entre casca e n´ucleo. [25]
Fibra ´optica multimodo de ´ındice degrau
A fibra ´otica de ´ındice degrau ou Step Index possui um ´ındice de refra¸c˜ao do n´ucleo constante e ligeiramente superior ao ´ındice de refra¸c˜ao da casca. S˜ao fibras mais simples pois possuem um ´unico material em seu n´ucleo, n˜ao influenciando na angula¸c˜ao do feixe luminoso na casca.
Suas dimens˜oes trazem consigo uma facilidade na fabrica¸c˜ao e opera¸c˜ao, no entanto, sua capacidade de transmiss˜ao se torna menor devido sua atenua¸c˜ao consider´avel, sendo aplicadas constantemente em pequenas distˆancias. Outra particularidade ´e em rela¸c˜ao ao custo pois sua caracter´ıstica f´ısica permite o uso de fontes luminosas menos precisas, e pouca precis˜ao no uso de conectores, acoplamento de fontes, fus˜oes [23]
Fibra ´optica multimodo de ´ındice gradual
A constitui¸c˜ao do n´ucleo da Fibra ´Optica Multimodo de ´Indice Gradual (em inglˆes Grated Index ) ´e projetada para prover uma melhor propaga¸c˜ao dos Feixes de Luz inci-dentes na Fibra ´Optica. Em seu processo de fabrica¸c˜ao, materiais (vidro) com diferentes ´ındices de refra¸c˜ao s˜ao utilizados com o objetivo de otimizar o tempo de propaga¸c˜ao no interior do nucelo. O n´ucleo tem um ´ındice de refra¸c˜ao gradual – crescente de seu eixo central para a sua borda – que proporciona um menor ˆangulo de incidˆencia do feixe de luz na interse¸c˜ao entre o n´ucleo e a casca. Com isso a reflex˜ao da luz e, consequentemente, a manuten¸c˜ao da potˆencia luminosa dentro do n´ucleo da fibra ´e melhor em rela¸c˜ao a fibra de ´ındice degrau, com menor dispers˜ao de pulso e maior capacidade de transmiss˜ao. [23]
Fibra ´optica monomodo
As fibras ´opticas monomodo possuem dimens˜oes de n´ucleo bem menores em rela¸c˜ao `
luz que trafega no interior do mesmo – o que ocasiona em um ´unico modo de propaga¸c˜ao, ou seja, os raios de luz percorrem o interior da fibra por um s´o caminho. Isso permite uma menor dispers˜ao do sinal durante a propaga¸c˜ao ao longo da fibra, apresentando atenua¸c˜ao mais baixa, o que acarreta na possibilidade de uma distˆancia maior sem o uso de repetidores de sinal, largura de banda bastante larga, ocasionando uma maior taxa de transmiss˜ao usada. [14]
As fibras monomodo tem de desvantagens uma fabrica¸c˜ao mais complexa e dif´ıcil manuseio (instala¸c˜ao, emendas) - devido `as dimens˜oes de seu n´ucleo serem reduzidas -, isto tornando mais dif´ıcil o seu alinhamento, com custo muito superior quando compara-das com as fibras do tipo multimodo e, tamb´em, dos materiais usados como conectores, componentes eletrˆonicos etc. [15]
Figura 2.12: Modo de propaga¸c˜ao nas fibras ´opticas. [16]
Tabela 2.1: Comparativo fibras multimodo x monomodo
Multimodo Monomodo
N´ucleo 50 a 200µm 8 at´e 10µm
Casca 125 a 400µm 125 a 240µm
Comprimento de onda 850 a 1300nm 1310 a 1650nm
Atenua¸c˜ao (dB/km) 4,0 (850nm) e 2,0 (1300nm) 0,4 (1310nm) e 0,3 (1.550nm) Transmissores e receptores simples e de menor custo complexo e de maior custo
Aplica¸c˜ao principal curtas distancias longas distancias
2.3.2
Transmissores ´
opticos
As fibras ´opticas jamais teriam ganhado for¸ca no mercado das telecomunica¸c˜oes, sendo disseminadas em larga escala, se n˜ao houvesse um desenvolvimento em paralelo das fontes luminosas e dos receptores luminosos que permitissem a utiliza¸c˜ao adequada das mesmas. [17]
Para sistemas de comunica¸c˜ao por fibra ´optica, temos dois dispositivos, dentre os mais usados, que merecem destaque na aplica¸c˜ao da transmiss˜ao por fibra ´optica: o Light Emition Diode (LED) e o Injection Laser Diode (ILD), ambos semicondutores modulados diretamente pela varia¸c˜ao da corrente de entrada sendo respons´aveis por fazer a convers˜ao dos sinais el´etricos em sinais de luminosos. [14]
LED
O LED ´e uma das fontes de luz mais comuns para os sistemas de comunica¸c˜ao ´
optica pelo fato de emitirem luz vis´ıvel, pr´oxima de infravermelho. Com comprimentos de onda mais usados entre 820 e 850 nm. Em temperatura ambiente, a largura de banda t´ıpica de 3dB com 40 nm, aproximadamente, e s˜ao aplicados com taxas de transferˆencia menores, entre 100 a 200 Mbits/s. [21]
Os LEDs fazem a convers˜ao dos sinais el´etricos em sinais ´opticos atrav´es do processo de fotogera¸c˜ao por recombina¸c˜ao espontˆanea. Os LEDs s˜ao menos custosos e mais simples em rela¸c˜ao ao Diodo Laser e s˜ao usados em sistemas de menor capacidade de transmiss˜ao, principalmente na primeira e segunda janelas ´opticas. Os LEDs tˆem desvantagens em rela¸c˜ao ao Diodo Laser, como: espectro de luz mais largo tendo uma emiss˜ao incoerente - largura espectral acima de 50 nm -,limita¸c˜oes na velocidade de modula¸c˜ao e ineficiˆencia no acoplamento da luz. [22]
Diodo LASER
Os Diodos Lasers s˜ao melhores indicados para sistemas de longas distˆancias, pois acoplam maiores potˆencias luminosas nas fibras ´opticas. Os Diodos Lasers realizam a convers˜ao de sinais el´etricos coerentes, espectro estreito altamente monocrom´atico e muito direcional. Sua ´unica desvantagem em rela¸c˜ao aos LEDs ´e o seu custo mais elevado. [17] Os Diodos Lasers s˜ao mais fr´ageis e com uma vida ´util menor comparada aos LEDs. ´
de transmiss˜ao de 10Gb/s e frequˆencia de modula¸c˜ao de 25 GHz. O Diodo Laser tem uma dependˆencia com a temperatura que, com sua varia¸c˜ao, sua corrente de limiar pode aumentar. [25]
A diferen¸ca entre o LED e o Diodo Laser ´e que no LED as recombina¸c˜oes s˜ao espontˆaneas e no Diodo Laser as mesmas s˜ao estimuladas. Uma das t´ecnicas mais utiliza-das para a estimula¸c˜ao no diodo laser ´e o uso de dois espelhos paralelos gerando, assim, uma interferˆencia construtiva entre as ondas que ocorre de forma sucessiva at´e que uma potˆencia aceit´avel seja atingida e o laser atravesse um dos espelhos. [17]
Figura 2.13: Largura espectral do Led e do Laser. [17]
2.3.3
Receptor ´
optico
Os receptores ´opticos - fotodetectores - tem a responsabilidade de converter os sinais ´opticos transmitidos pelas fibras ´opticas em sinais de energia el´etrica. Os receptores ´
opticos devem ser sens´ıveis aos menores n´ıveis de potˆencia luminosa do sinal poss´ıvel, ou seja, conseguir converter, em sinal el´etrico, a menor varia¸c˜ao de potˆencia luminosa vinda da fibra ´optica e converter com o m´ınimo de erros de ru´ıdos poss´ıveis. [17]
A eficiˆencia do receptor poder ser mensurada na rela¸c˜ao sinal ru´ıdo do sinal re-cebido, sensibilidade, BER (Bit Error Rate), varia¸c˜ao da potˆencia. A potˆencia luminosa no recebida pelo receptor ´optico pode chegar em potˆencia baix´ıssimas, na ordem dos na-nowatts, ocasionando `a amplifica¸c˜ao do sinal recebido necess´aria. Tendo isto em vista a capacidade de amplifica¸c˜ao do sinal recebido perante o receptor, sem a gera¸c˜ao de novos ru´ıdos e amplifica¸c˜ao de ru´ıdos existentes ´e um fator primordial para a funcionalidade do mesmo. [17]
Figura 2.14: Exemplo de diagrama de blocos do receptor. [17]
Cap´ıtulo 3
Redes ´
opticas passivas
As redes ´opticas s˜ao aplic´aveis em qualquer um dos n´ıveis de redes de telecomuni-ca¸c˜oes, como destacado anteriormente. Podem ser classificadas em varias categorias como: arquitetura ponto-a-ponto e a ponto-multiponto, e se, ao logo do sistema, h´a componen-tes alimentados eletricamente ou n˜ao. Essa ´ultima classifica¸c˜ao, da denomina¸c˜ao de Rede
´
Optica Ativa (AON) - se os n´os remotos da rede forem alimentados eletricamente como os switchs - ou Rede ´Optica Passiva (PON) - se os n´os remotos da rede s˜ao elementos n˜ao alimentados eletricamente como os spliters. [20]
As PONs, em rela¸c˜ao as AONs, apresentam facilidade de instala¸c˜ao e atualiza¸c˜ao, baixo custo de opera¸c˜ao e manuten¸c˜ao, confiabilidade, imunidade eletromagn´etica e cabos mais leves e compactos. Com isso, seu uso nas redes ´opticas de acesso ´e muito mais disseminado entre os provedores de servi¸cos de telecomunica¸c˜oes.[20]
Devido o objetivo do presente trabalho – que ´e o estudo das infraestruturas das redes ´opticas passivas –, focaremos na aplica¸c˜ao da comunica¸c˜ao ´optica nas redes de acesso - onde as PONs s˜ao massivamente utilizadas. Essa abordagem visa chegar em uma compara¸c˜ao do or¸camento de implementa¸c˜ao (CAPEX) e manuten¸c˜ao (OPEX) dessas redes ´opticas com diferentes tipos de infraestrutura, como mencionado anteriormente, principalmente a infraestrutura a´erea, uma das mais usadas nas cidades do estado do Rio, com a alternativa crescente do uso de microvalas e microcabos ´opticos.
Uma rede PON ´e aplicada principalmente como uma solu¸c˜ao de acesso `a ´ultima milha (Last-Mile), conectando os usu´arios e entregando altas taxas de transmiss˜ao para banda larga. A tecnologia das redes PONs possuem baixo custo e tem a capacidade de prover servi¸cos de dados, v´ıdeo e voz utilizando uma ´unica fibra ´optica. [46]
3.1
Componentes
3.1.1
Cabos ´
opticos
Um cabo ´optico ´e constitu´ıdo por m´ultiplas fibras ´opticas revestidas com algum material que a proporcione certa resistˆencia mecˆanica e prote¸c˜ao contra intemp´eries. S˜ao estruturas com encapsulamento que tem como fun¸c˜ao b´asica proteger e facilitar o manuseio das fibras. [19]
Nas redes de telecomunica¸c˜oes, os cabos ´opticos devem apresentar resistˆencia me-cˆanica satisfat´oria para que danos `as fibras no interior do cabo sejam evitados durante o procedimento de instala¸c˜ao e manuten¸c˜ao. Tamb´em devem prover um ´ındice de rigidez necess´aria onde curvaturas sejam suportadas sem que danifique as fibras ou atenuem o si-nal atrav´es da dispers˜ao por curvatura. Analisando-se o caso de um ambiente mais hostil, no caso de um cabo a´ereo que opere em condi¸c˜oes de temperaturas extremas ou ainda os cabos subterrˆaneos que est˜ao sujeitos `a penetra¸c˜ao de ´agua e outros solventes, os cabos devem se manter ´ıntegros protegendo as fibras.
As fibras ´opticas por possu´ırem uma alt´ıssima capacidade de transmiss˜ao, muito superior `a qualquer cabo met´alico ou sistema sem fio, se tornaram base para o cresci-mento de novas redes de comunica¸c˜ao, principalmente devido `a sua durabilidade e por n˜ao sofrerem interferˆencias que afetam os demais meios de transmiss˜ao. Os cabos s˜ao categorizados de acordo com o ambiente que ser´a instalado, pelo tipo de acomoda¸c˜ao e pela sua fun¸c˜ao, conforme observado na figura a seguir. [28]
A constru¸c˜ao dos cabos ´opticos acontece em v´arias etapas, utilizando-se diversos elementos, aplicando-se capas protetoras, enchimentos, encordoamentos. Tudo sendo exe-cutado sob o aux´ılio de equipamentos de n´ıvel industrial, efetuando-se a amarra¸c˜ao das fibras em torno de elementos de apoio e tra¸c˜ao.
No intuito de garantir a durabilidade de um cabo ´optico, ´e necess´ario n˜ao submeter as fibras a tens˜oes mecˆanicas excessivas que ultrapassem as que foram especificadas pelo fabricante. Com esse objetivo, durante o processo de fabrica¸c˜ao s˜ao utilizados elementos tensores e tubos que absorvem tais tens˜oes no cabo. Tais elementos s˜ao de suma impor-tˆancia durante sua constru¸c˜ao, pois al´em de assegurar a estabilidade do cabo, permitem uma f´acil identifica¸c˜ao das fibras no seu interior. [28]
Durante a fabrica¸c˜ao do cabo, fibra ´optica, ´e submetida a um processo onde ´e totalmente revestida por uma camada de prote¸c˜ao, onde as especifica¸c˜oes t´ecnicas dessa camada s˜ao definidas de acordo com o tipo de sistema ou instala¸c˜ao que ser´a feita. Os cabos, apesar de possu´ırem tais diferen¸cas, seguem o mesmo protocolo que garante uma transmiss˜ao sem perdas de suas caracter´ısticas, levando-se em considera¸c˜ao a prote¸c˜ao f´ısica durante e ap´os a instala¸c˜ao ser finalizada e uma durabilidade que acompanhe a vida ´
util do sistema onde est´a implementada. [19]
Nas aplica¸c˜oes no meio externo podemos categorizar os cabos ´opticos em dois modelos principais, com dois diferentes meios de preenchimento interno: os cabos de estrutura solta (cabo tipo Loose) e os de estrutura compacta (cabo tipo Tight ). [28] [29]
Figura 3.2: Compara¸c˜ao cabo ´optico tipo tight e tipo loose. [29]
Conforme a figura acima, podemos observar que os cabos para fins de aplica¸c˜ao externa obedecem a seguinte anatomia, resumidamente, de seu interior para seu exterior:
cabo, servindo de elemento tensor durante fabrica¸c˜ao/instala¸c˜ao.
- Tubos de Prote¸c˜ao: sobre o elemento central, as fibras ´opticas s˜ao alocadas dentro dos chamados tubos de prote¸c˜ao e os elementos de enchimento (caso seja necess´ario). Sobre essa estrutura, pode ou n˜ao ser aplicada um isolamento contra a umidade que pode ser constitu´ıda de geleia de petr´oleo OU polietileno.
- Elemento de Preenchimento: sob o conjunto formado anteriormente, preenche-se com geleia sint´eticas para evitar a entrada de umidade no cabo, eliminando-se qualquer espa¸co vazio.
- Revestimento: ap´os todos os processos anteriores ´e feito o revestimento, parte final que ´e feito com um material pl´astico aplicado por extrus˜ao (normalmente PVC).
- Prote¸c˜ao Adicional: caso exista a necessidade, pode-se incluir um elemento de refor¸co para esfor¸cos mecˆanicos, como exemplo pode-se citar: armadura convencional de duas fitas de a¸co aplicadas em sentido helicoidal, ou de uma s´o fita de a¸co no sentido lon-gitudinal e corrugada (utilizados em cabos que ser˜ao diretamente enterrados), ou ainda um tensor exterior (met´alico ou n˜ao), caso seja destinado `a instala¸c˜ao a´erea. [28]
Estrutura tipo loose
Os cabos desta categoria apresentam as fibras acondicionadas no interior de tubos pl´asticos (mais comumente conhecidos como tubos loose, tubos de transporte ou tubetes) com diˆametro interno muito maior que o diˆametro da fibra utilizada (entre 1mm e 3mm), e que proporciona a primeira prote¸c˜ao `as fibras ´opticas, isolando-as assim das tens˜oes que podem vir a afetar o cabo ´optico.
No interior do tubo acrescenta-se um material para preenchimento, na maioria dos casos ´e utilizado um tipo de gel sint´etico ou silicone, que acarreta em uma maior prote¸c˜ao contra varia¸c˜oes de temperatura, prote¸c˜ao extra contra contato com a ´agua e choques mecˆanicos.
Uma outra importante possibilidade desta categoria ´e o “cabo seco”, que funciona de maneira similar ao dito anteriormente, no entanto, ao inv´es de ser preenchido com o gel sint´etico, utiliza-se um composto com caracter´ısticas chamadas hidro expans´ıveis. Esse composto previne a umidade que surge no contato de ´agua com o cabo.
seu material de preenchimento, batiza-se como “unidade b´asica”. Al´em da unidade b´asica, tamb´em ´e introduzido um elemento de tra¸c˜ao constitu´ıdo de um pol´ımero sint´etico de grande resistˆencia que d´a sustenta¸c˜ao e rigidez ao conjunto para depois receberem um revestimento final. [15] [19] [28]
Figura 3.3: Sec¸c˜ao transversal cabo tipo loose. [28]
A estrutura Loose ´e interessante para cabos que s˜ao submetidos a elevadas tens˜oes durante o processo de instala¸c˜ao ou em opera¸c˜ao, como em redes a´ereas e submarinas em longas distˆancias, apresentando como caracter´ısticas:
- maior resistˆencia contra varia¸c˜oes de temperaturas: Com varia¸c˜oes da tempera-tura, o cabo tem por natureza o ato de expandir ou retrair, por´em com as fibras “soltas” dentro dos tubos de transporte n˜ao h´a esfor¸co sobre elas.
- maior prote¸c˜ao contra a umidade: A ´agua, em contato com a fibra, pode pro-vocar, ao longo do tempo, microfissuras. O gel de preenchimento acaba dificultando a penetra¸c˜ao da ´agua em um poss´ıvel rompimento do tubo.
A aplica¸c˜ao dos cabos com estruturas tipo loose ´e indicada em ambientes externos, por proteger as fibras de grandes varia¸c˜oes de temperatura e umidade, tendo em vista tal cen´ario o modelo torna-se o mais adequado para sistemas de telecomunica¸c˜oes.
N˜ao recomendado para ambientes internos, pela dificuldade de manuseio, devido ao seu volume f´ısico e por alguns modelos possu´ırem o gel de preenchimento derivados de petr´oleo, que ´e propagante a chamas. [28]
Os cabos que utilizam a estrutura tipo loose mais difundidos nas aplica¸c˜oes de redes ´opticas s˜ao:
1) Cabo Loose Tube: s˜ao cabos, com medida de diˆametro pequena, com tubos de transporte s˜ao preenchidos com 2 a 12 fibras no seu interior. Apresentam como vantagem um menor custo em cabos de baixa contagem. [28]
Figura 3.4: Cabo Loose Tube. [29]
2) Cabo Core Tube: os tubos de transporte tˆem diˆametro maior, podendo receber alta contagem de fibras (acima de 12). Apresenta como vantagem menor custo por fibra, tem maior facilidade na decapagem e menor diˆametro externo do cabo. [28]
3) Cabo Groove: tem n´ucleo ranhurado, em formato de estrela, para a acomoda¸c˜ao das fibras e dar dar resistˆencia mecˆanica ao conjunto. Esse tipo de interior permite um n´umero muito maior de fibras por cabo. [24]
Figura 3.5: Cabo Groove. [24]
4) Cabo Ribbon: neste cabo, as fibras s˜ao dispostas em fitas agrupadas em conjunto de 12, dentro de um tubo central de preenchimento. Como vantagem temos o custo por fibra, maior facilidade na decapagem, menor diˆametro externo do cabo e facilidade de identifica¸c˜ao devido `a disposi¸c˜ao das fibras. [29]
Figura 3.6: Cabo Ribbon. [30]
Estrutura tipo Tight
Nessa modalidade de cabo, o acrilato ´e o revestimento prim´ario, com o uso mais frequente, tal material apresenta uma resistˆencia `a flex˜ao das fibras. A estrutura ainda apresenta um revestimento secund´ario, em pl´astico ou poli´ester, que ´e aplicado direta-mente na fibra. Ao contr´ario da estrutura tipo loose, as fibras est˜ao em contato direta-mente com a estrutura do cabo e submetidas diretadireta-mente `as tens˜oes mecˆanicas aplicadas. [28]
O modo compacto (tight ) se apresenta com dimens˜ao menor, 0,9mm, 2mm e 3mm de espessura, permitindo a constru¸c˜ao de cabos multi-fibras com um n´umero maior e com maior resistˆencia a for¸cas de esmagamento. Algumas das aplica¸c˜oes para tal tipo de cabo podem ser citadas como:
- aplica¸c˜oes interedif´ıcios (subterrˆaneo);
- sistema de cabeamento prim´ario interno (entre pisos); - distribui¸c˜ao secund´aria, utilizando-se calhas e canaletas; - instala¸c˜ao em dutos congestionados; e
Figura 3.7: Sec¸c˜ao transvers˜ao estrutura tipo Tight. [28]
A estrutura tipo tight foi uma das primeiras a serem utilizadas nas redes de tele-comunica¸c˜oes. Nos dias atuais, seu uso ´e frequentemente empregado em aplica¸c˜oes como redes internas em curtas distˆancias e onde se faz necess´aria alta conectoriza¸c˜ao. Possuindo como caracter´ısticas:
- Flexibilidade: o revestimento adicional tem fun¸c˜ao de proteger a fibra contra microdobras que podem ocorrer na passagem de infraestruturas apertadas ou com muitas curvas. Apresenta um menor raio de curvatura nos cabos com n´umero baixo de fibras em seu interior.
- Manuseio: facilita o manuseio no lan¸camento e instala¸c˜ao de conectores dentro de distribuidores ´opticos e na montagem dos cord˜oes de manobras.
Sua aplica¸c˜ao ´e indicada, principalmente, em ambientes internos onde a passagem dos cabos exige maior prote¸c˜ao em rela¸c˜ao `as microdobras. N˜ao ´e indicado para instala¸c˜oes externas pois devido `as condi¸c˜oes muito longas e severas de exposi¸c˜ao a intemp´eries se torna mais fr´agil do que o tipo loose se tratando a varia¸c˜oes de temperatura e tra¸c˜ao externa.
Os cabos que utilizam a estrutura tipo tight mais difundidos nas aplica¸c˜oes de redes ´opticas s˜ao:
1) Cabo Breakout : neste cabo, cada fibra possui seu pr´oprio elemento de tra¸c˜ao e capa externa, sendo agrupadas e cobertas por uma outra capa externa secund´aria. A principal vantagem desse tipo de cabo ´e permitir a instala¸c˜ao de conectores, sem aux´ılio de caixas de termina¸c˜ao, garantindo a prote¸c˜ao das fibras e possibilitando manobras com
as mesmas. Durante o uso desse tipo de fibra elimina-se o uso de bastidores e cord˜oes ´
opticos pois este tipo de cabo pode realizar conex˜ao direta com os elementos ativos da rede. [27] [31]
Figura 3.8: Cabo Brerakout. [31]
2) Cabo Distribution: este cabo possui v´arias fibras individuais com apenas um ´
unico membro de resistˆencia de aramida em torno de todas as fibras. Essa categoria de cabo possui um revestimento prim´ario (acrilato) e um revestimento secund´ario (PVC) com elementos de tra¸c˜ao (fios de kevlar), formando uma estrutura que ´e, novamente, revestida (PVC) com material retardante a chamas, resistˆencia `a raios ultravioletas e fungos. Tal configura¸c˜ao possui diversas vantagens, como: diˆametro externo reduzido, alta flexibilidade, permite a termina¸c˜ao dos conectores diretamente na fibra. Recomenda-se Recomenda-sempre terminar esRecomenda-se tipo de cabo em algum tipo de bastidor ´optico, e a partir dos bastidores utilizar cord˜oes ´opticos para interligar com equipamentos ativos. [27] [31]
Figura 3.9: Cabo Distribution. [31]
3) cord˜ao ´optico: trata-se de cabos de fibra ´optica pr´e conectorizado em suas extremidades, para uso interno. O comprimento pode variar entre 1 a 20 metros. Sua principal fun¸c˜ao ´e a de interligar dispositivos ´opticos, pain´eis e equipamentos de testes, acess´orios de termina¸c˜ao dos cabos, tais como os Distribuidores Internos ´Opticos (DIO’s) e termina¸c˜oes ´opticas. [28]
4) Cabo Pigtail : ´e um cabo monofibra que possui o conector em apenas uma de suas extremidades. ´E usado para fazer a ponte entre os cabos ´opticos que n˜ao conectorizados (aplicando a emenda ´optica) com os cord˜oes ´opticos. [28]
Figura 3.10: Cabos: cord˜ao ´optico e Pigtail. [32] [33]
Outras estruturas de cabos ´opticos relevantes
1) Cabo de baixo atrito (Drop Low Friction): popularizado pela nomenclatura de ”cabo drop”, ´e constitu´ıdo por fibras ´opticas monomodo com uma baixa sensibilidade a curvatura e pode ser utilizado tanto em ambientes externos quanto em ambientes internos. Possui um elemento de sustenta¸c˜ao destac´avel. ´E revestido externamente em um material termopl´astico que tem como caracter´ısticas principais: n˜ao propagar chamas e prote¸c˜ao do cabo contra os raios UV. Esse tipo de cabo possui uma constru¸c˜ao bastante compacta, com tamanho reduzido e o formato que permite baixo atrito durante a instala¸c˜ao. Indicado para FTTx. [28]
Figura 3.11: Cabo Drop. [28]
2) Cabo blindado (Armored ): ´e um cabo que apresenta uma prote¸c˜ao met´alica adicional com um tubo corrugado. Sua principal vantagem ´e garantir uma melhor prote¸c˜ao para ambientes agressivos e de roedores, podendo assim ser enterrado diretamente no solo. [28]
3) Cabo Optical Ground Wire (OPGW): consiste em um cabo de transmiss˜ao de energia el´etrica contendo em seu interior uma unidade central com as fibras em uma estrutura loose que garante tens˜ao axial zero nas fibras de opera¸c˜ao. As vantagens desse cabo s˜ao: a diminui¸c˜ao dos custos de instala¸c˜ao devido um ´unico cabo realizar as duas fun¸c˜oes (transmiss˜ao de energia el´etrica e transmiss˜ao de dados) necessitando ent˜ao de apenas uma ´unica instala¸c˜ao. Dessa maneira, ele funciona em sistemas de alta capacidade, para instala¸c˜oes em linhas de transmiss˜ao de energia el´etrica. [28]
Figura 3.12: Cabo blindado e OPGW. [34] [35]
4) Cabos Submarinos: s˜ao usados em rios, lagos e oceanos. Seus requisitos de fabrica¸c˜ao s˜ao bem mais rigorosos, comparados aos cabos subterrˆaneos, devido as altas press˜oes exercidas pela ´agua. Os usados em rios e lagos, recebem v´arias camadas de prote¸c˜ao, com o objetivo de bloquear o contato com a ´agua e possuem um ou mais revestimentos interiores de polietileno e uma pesada armadura externa. Os fabricados para instala¸c˜ao em oceanos, possuem mais camadas de blindagem e fios de cobre para fornecer energia el´etrica a amplificadores ´opticos ou regeneradores submersos. [19]
Figura 3.13: Cabo submarino. [19]
5) Cabos h´ıbridos (Hybrid fiber copper - HFC ): os HFCs possuem condutores me-t´alicos associados `as fibras ´opticas. Normalmente, s˜ao utilizados em trechos de m´edias
e longas distˆancias, em instala¸c˜oes internas de redes e TV a cabo. Os cabos h´ıbridos possuem como desvantagem a dificuldade da instala¸c˜ao em ambientes internos e manu-ten¸c˜ao demorada no caso de um rompimento. Oferecem problemas para administra¸c˜ao do cabeamento em sistemas estruturados e apresentam um consider´avel n´ıvel de atenua¸c˜ao em grandes distˆancias. [19] [28]
Figura 3.14: Cabo h´ıbrido (HFC). [36]
Tabela 3.1: Aplica¸c˜oes e caracter´ısticas dos principais cabos ´opticos.
Tipo de cabo
Aplica¸c˜
ao
Caracter´ıstica
Tight buffer
Rede de acesso e redes
inter-nas
Montagem de cord˜
oes ´
opti-cos
Distribution
Rede de acesso e redes
inter-nas
Concentra¸c˜
ao de fibras em
pequeno volume
Breakout
Rede de acesso e redes
inter-nas
Robustez e f´
acil manuseio
em ambienres internos
Loose tube
Rede externa (alimenta¸c˜
ao
e distribui¸c˜
ao)
Seco ou com gel, aplica¸c˜
oes
gerais em rede externa
Armored
Rede externa (alimenta¸c˜
ao
e distribui¸c˜
ao)
Prote¸c˜
ao contra roedores e
outros danos mecˆ
anicos
Ribbon
Rede externa (alimenta¸c˜
ao
e distribui¸c˜
ao)
Alta contagem de fibras em
pequeno volume
[27]
3.1.2
Terminal de linha ´
optica
Os terminais de linha ´optica (OLT) s˜ao equipamentos respons´aveis pelo forneci-mento da interface ao n´ucleo da rede de telecomunica¸c˜oes com um sistema de roteamento
e gerenciamento. Suportam distˆancias de transmiss˜ao de at´e 20km, ficam, geralmente, lo-calizados na central de equipamentos dos provedores de servi¸cos e tem as seguintes fun¸c˜oes:
- convers˜ao dos sinais de ´optico para el´etrico e vice-versa;
- controle de transmiss˜ao bidirecional, multiplexa¸c˜ao e demultiplexa¸c˜ao; - conex˜ao cruzada de sinais e servi¸cos;
- fun¸c˜oes de opera¸c˜ao, administra¸c˜ao, manuten¸c˜ao; e - convers˜ao de interfaces na rede passiva.
No downstream – dire¸c˜ao ao usu´ario –, o OLT transmite o sinal ´optico, em forma de broadcast, ou seja, todos os usu´arios recebem todos os dados transmitidos pela OLT. A OLT tem capacidade de fornecer servi¸cos de voz, dados e v´ıdeo. No upstream – dire¸c˜ao do usu´ario para o OLT –, o mesmo faz o gerenciamento e distribui v´arios tipos de tr´afego de voz e dados dos usu´arios da rede. [28] [23]
Figura 3.15: OLT SmartAX S´erie MA5600T HUAWEI. [38]
3.1.3
Terminais de rede ´
optica
Os terminais de redes ´opticas – unidade de rede ´optica (ONU) e o terminal de rede ´
optica (ONT) – s˜ao elementos ativos e que tˆem a fun¸c˜ao de adequar o sinal proveniente do OLT para o devido uso dos dispositivos, tais como telefones IP, computadores, TV entre outros. Eles concentram o tr´afego do sinal broadcast, recebido do OLT, gerenciando o encaminhamento das mensagens devidamente para cada um dos usu´arios que a eles est˜ao
atrelados, sendo respons´aveis tamb´em por:
- Convers˜ao dos sinais de ´optico para el´etrico e vice-versa; e
- Controle de transmiss˜ao bidirecional, multiplexa¸c˜ao e demultiplexa¸c˜ao. [28]
ONT
A ONT ´e instalada, geralmente, em ambiente interno, diretamente nas dependˆ en-cias do usu´ario. Com isso, visa proporcionar uma conex˜ao ´optica dedicada ao usu´ario permitindo a aloca¸c˜ao de uma banda dinˆamica, ou seja, transmitindo em pequenos espa-¸cos de tempo - que s˜ao controlados pela OLT - tendo uma intensa utiliza¸c˜ao da banda alocada. Esses equipamentos fazem a interface com os equipamentos do usu´ario podendo ter - as ONTs mais recentes - entradas Ethernet, entradas para telefonia, Wi-Fi, sa´ıda de v´ıdeo etc. [28] [46]
ONU
Uma ONU tem a mesma funcionalidade da ONT, por´em ´e instalado em ambiente externo ao usu´ario, geralmente em arm´arios de telecomunica¸c˜oes em espa¸co p´ublico, com alimenta¸c˜ao el´etrica autˆonoma e prote¸c˜ao contra chuva e vandalismo. A ONU se co-necta com o usu´ario, geralmente, por meio de cabos de pares de fios tran¸cados (x Digital Subscriber Line - xDSL) ou cabos coaxiais, podendo, tamb´em, ser via r´adio enlace. [46] [23]
Figura 3.16: ONU S´erie SmartAX EA5821 HUAWEI. [37]
3.1.4
Divisores ´
opticos passivos
Um divisor ´optico passivo (Passive Optical Splitter – POS), ou simplesmente spli-ter, ´e, geralmente, usado na Optical Distribution Network (ODN) e instalado dentro das caixas de emenda. Compreende em um divisor, bidirecional, onde o sinal de luz - no
sentido de downstream - ´e distribu´ıdo entre as fibras ´opticas conectadas no mesmo permi-tindo o fracionamento da potˆencia luminosa ao longo do sistema. J´a no sinal de upstream o sinal ´e combinado e transmitido pela rede ´optica de volta ao OLT.
´
E um componente passivo, ou seja, n˜ao necessita de alimenta¸c˜ao el´etrica para seu funcionamento. Os spliters podem ser balanceados ou desbalanceados, ou seja, podem dividir a potˆencia luminosa de uniformemente ou n˜ao, de acordo com a topologia da rede e da localiza¸c˜ao geogr´afica dos usu´arios. [28] [46] [23]
Figura 3.17: Esquem´atico de uma PON. [28]
3.2
Padr˜
oes
Os primeiros padr˜oes de comunica¸c˜ao das redes PONs – desenvolvidos at´e a d´ecada de 1990 – usavam a multiplexa¸c˜ao por divis˜ao no tempo (TDM) mas, para os servi¸cos de telefonia e de Integrated Service Digital Network (ISDN), as taxas de transmiss˜ao n˜ao atendiam a demanda de forma suficiente, devido a demanda do transporte de dados.
3.2.1
APON
Na d´ecada de 1990 foi desenvolvido o ATM Passive Optical Network, baseado no protocolo Asynchronous Transfer Mode (ATM), para uma integra¸c˜ao sistemas Digital SubscriberLine (DSL/xDSL).
O atendimento final ao usu´ario pelas Redes xDSL, limita a banda dispon´ıvel a ele pelo distˆancia em que o mesmo se encontra em rela¸c˜ao ao arm´ario de telecomunica¸c˜oes e