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4.4 PROPOSTAS MERCADOLÓGICAS

4.4.2 No âmbito das agências de viagens nacionais

A agência de viagens ganhou o seu espaço a partir do momento em que as viagens se democratizaram. As origens das viagens são amplamente encontradas em algumas passagens de livros antigos e literatura em geral, porém muitos são aqueles que buscam as raízes longínquas deste fenômeno, através da bíblia. Pelo aspecto de curiosidade, referem- se à passagem em que Moisés enviou alguns de seus homens à terra de Canaã em busca de informações com relação às condições (agrícolas, demográficas, topográficas, etc.) daquele país. A ilustração desta passagem existe com dois homens trazendo nos ombros cachos de uvas. No idioma hebraico, esta ação corresponde a palavra tur, que significa a ação de viajar para conhecer.

Ao longo da história da humanidade encontram-se vários livros sobre viagens realizadas pelos motivos os mais diversos: para descanso, por motivos religiosos (peregrinações), por motivos comerciais (Marco Pólo, Cristóvão Colombo). Todavia, a idéia moderna de viagem começa a tomar consistência em meados do século XIX, com o inglês Thomas Cook, que organizou um congresso antialcoólico na sua Inglaterra natal.

Neste evento, 570 pessoas utilizaram o trem como meio de transporte. Este fato é que dá origem ao surgimento do mundo das viagens e, em conseqüência, de milhares de agências de viagens. Thomas Cook foi o pioneiro ao criar a primeira agência de viagens do mundo, a Thomas Cook and Son, inicialmente na Inglaterra, e que, se espalhou pelo mundo. As atribuições das agências foram desde o início delineadas. Cook publicou, em 1845, o primeiro itinerário e, em 1846, realizou a primeira excursão acompanhada de um guia. Em 1850, passou a vender os bilhetes da Great Eastern Railway e incorporou hotéis em pacotes completos. As agências cresceram e modernizaram-se e, atualmente, existem cerca de 30 mil, espalhadas em todo o mundo. A importância de tal empreendimento pode ser medida ao analisar-se o volume de vendas do produto turístico. Estima-se que do total das viagens realizadas no mundo, entre 50% e 75% são efetivadas através dos agentes de viagens.

As agências de viagens foram surgindo historicamente paralelas ao progresso dos meios de transporte, bem como dos meios de comunicação. O surgimento e a expansão das agências de viagens também estão relacionados ao terreno ganho pelo lazer. A partir da revolução industrial, cada país, individualmente, foi conquistando o seu tempo de lazer. Foi fixada a jornada de trabalho, as férias anuais e outros benefícios - deste modo, o lazer passa a integrar a vida de um número crescente de pessoas. Mas como tirar proveito deste lazer? Como se hospedar, locomover-se? As agências de viagens surgem para responder a tais questões e fica patente a necessidade premente do uso dos meios de transporte, da hotelaria e das comunicações, para que uma agência possa justificar a sua existência, como meio facilitador das viagens.

Pode-se então chegar a uma definição de agência de viagens, de acordo com Castelli (1984, p. 168): “A agência de viagem é uma empresa comercial com a finalidade de realizar viagens. É uma empresa prestadora de serviços, cujo objetivo é o de informar, organizar e tomar todas as medidas necessárias, em nome de uma ou mais pessoas, que desejam viajar.” O Dicionário Turístico Internacional da Academia Internacional do

Turismo diz, a este respeito, que as agências de viagens são empresas comerciais que têm por finalidade:

“ - proporcionar todas as prestações de serviços relativos aos transportes, hotelaria e manifestações turísticas de todos os tipos;

- organizar, a um preço determinado, viagens individuais ou coletivas, quer seja através de um programa estabelecido pela agência ou à escolha do cliente”.

O Decreto nº 84.934 substitui o termo AGÊNCIA DE VIAGENS, constante no Decreto nº 73.845, de 14-03-74, pelo de AGÊNCIAS DE TURISMO; as Agências de Turismo classificam-se em duas categorias:

a) Agências de Viagens e Turismo; b) Agências de Viagens.

(...) esta denominação, introduzida pelo Decreto nº 84.934, corresponde ao conceito adotado anteriormente de OPERADORAS TURÍSTICAS. Segundo o referido Decreto, é privativo das Agências de Viagens e Turismo a operação de viagens e excursões, individuais ou coletivas, compreendendo a organização, contratação e execução de programas, roteiros e itinerários quando relativas a excursões do Brasil para o exterior. O caso de excursões rodoviárias, realizadas em maior parte no território nacional e apenas complementadas em países limítrofes, não é privativo das Agências de Viagens e Turismo. (CASTELLI, 1984, p.169).

No Brasil, as agências de turismo configuravam-se com um elevado número de empresas, cerca de 13.611 agências de viagem e turismo e 1.406 agências de viagem, conforme dados da Embratur, em 1998. Com o recadastramento dessas empresas em 1999, o seu número caiu para cerca de 7 mil, com tendência a se reduzir ainda mais.

Embora a legislação brasileira defina as duas categorias de agência de turismo como operadoras uma delas com limitação de operação internacional, a maioria das agências de turismo no Brasil é, na verdade, vendedora e não operadora como a priori poder-se-ia pensar. Há um reduzido percentual de operadoras turísticas, em torno de 1,2% do total, concentrado no eixo Rio-São Paulo. (Rejowski, In Ansarah, 2001).

A exemplo do que ocorre com as operadoras nacionais, as principais agências de viagens do Brasil concentram-se no eixo Rio-São Paulo, que respondem, respectivamente, pelo primeiro e segundo mais importante centro emissor de turistas nacionais. O Praia Brava Hotel, ao elaborar um tarifário diferenciado, com tarifas competitivas para estas agências, terá a oportunidade de inserir-se em um nicho de mercado extremamente

competitivo, que não envia passageiros em grandes quantidades em todos os momentos, mas que não tem como característica principal “vender” o seu produto (no caso o hotel) o ano inteiro.