• Nenhum resultado encontrado

RENDA VARIÁVEL R$ TOTAL R$ PORCENTAGEM % (por banco) BANCO DO BRASIL 45 916 884,37 0,00 45 916 884,37 30,28 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 19 769 609,88 4 876 992,94 24 646 602,82 16,25 BANCO SANTANDER 18 649 319,55 3 165 881,64 21 815 201,19 14,39 BNP PARIBAS 1 162 218,10 0,00 1 162 218,10 0,77 ITAÚ UNIBANCO 0,00 1 053 527,23 1 053 527,23 0,69 BANCO BRADESCO 25 988 756,52 2 180 683,14 28 169 439,66 18,58 HSBC BANK BRASIL 9 487 444,32 1 135 398,93 10 622 843,25 7,01 LEGG MASON DIVIDEND YILD 0,00 1 510 079,95 1 510 079,95 0,99 PATRIA INVESTIMENTOS 0,00 412 432,96 412 432,96 0,27 GERAÇÃO FUTURO 0,00 916 489,91 916 489,91 0,61 CRUZEIRO DO SUL 91 088,66 0,00 91 088,66 0,06 BMG CRÉDITO CONSIGNADO 3 602 740,88 0,00 3 602 740,88 2,38 SUL AMÉRICA INVESTIMENTOS 8 579 232,18 0,00 8 579 232,18 5,66 BANCO BTG PACTUAL 0,00 3 125 629,21 3 125 629,21 2,06 TOTAL (bancos) 133 247 294,46 18 377 115,91 PORCENTAGEM TOTAL 87, 87% 12,12 % 100% IMÓVEIS 18 693 000,00 12,33% PATRIMÔNIO TOTAL 151 624 410, 39

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Demonstrativo das aplicações e

investimentos dos recursos (DAIR) do MPS (2014).

O gráfico seguinte ilustra a distribuição do patrimônio do IPRED e a carteira de investimentos é um pouco mais diversificada que dos outros institutos pesquisados como demonstramos a seguir:

Gráfico 5 - Recursos do IPRED por Instituição Financeira-

Fonte: Elaboração própria (dados de pesquisa a partir do MPS e DAIR).

O Gráfico 5 aponta que o Banco do Brasil continua como a instituição que mais recebe investimentos, mas o Banco Bradesco aparece como o segundo que agrega maior valor do IPRED, aproximadamente 19% e em terceiro lugar a Caixa Econômica Federal com 16%. Isto se diferencia do panorama nacional demonstrado por Pinheiro (2014) através do Gráfico 2 em que o autor apresenta o Banco do Brasil como maior receptor de investimentos dos RPPS municipais seguido pela Caixa Econômica Federal e posteriormente pelo Banco Bradesco.

Dessa forma, concluímos que há diferenças entre os valores alocados em cada banco já que as decisões de investimentos são particulares de cada instituto, definidas em suas respectivas políticas de investimentos e outro fator é que os montantes são muito diferentes de cada instituto, o que diversifica a carteira de investimento. No entanto, o aspecto nacional indica que 96% dos recursos dos Regimes Próprios de Previdência Social estão no segmento de renda fixa, sendo que, desse total, 38% estão aplicados em

títulos do Tesouro Nacional (PINHEIRO, 2014). O mesmo foi verificado nos RPPS municipais pesquisados conforme com os índices nacionais.

O cenário econômico em que estão inscritos os RPPS demonstra que estes se tornaram alvo de bancos e gestores de recursos desde 2011, quando o setor recebeu diversas mudanças em suas aplicações que só podiam ser realizadas em títulos públicos federais. Dessa maneira, o patrimônio nacional dos RPPS cresceu 400% desde 2004, somando R$ 156 bilhões em 2011, sendo que cerca de R$ 54 bilhões estavam investidos no mercado financeiro. Estes “aquecimentos” do setor fizeram aumentar também a oferta de produtos para os gestores dos RPPS, visto que, antes de 2011, se restringia a fundos de ações. Com estas mudanças, Caixa Econômica Federal estruturou um fundo de investimento em participações em empresas - FIP (ROSA, 2012a). Outra diversificação, apontada por Marques & Mota (2012), é a possibilidade dos RPPS investirem em fundos criados em 2011 que incluem crédito consignado - modalidade de empréstimo para pessoas físicas com desconto direto na folha de pagamento. Citamos apenas duas modalidades novas, mas o mercado de investimentos para o setor possui muitos outros produtos.

Os Gráficos 2, 3, 4 e 5 demonstraram que o Banco do Brasil é a instituição financeira que mais agrega recursos dos RPPS. Para Marques & Mota (2012), os RPPS são os fundos de pensão municipais e estaduais, já fizemos esta distinção anteriormente através da análise das legislações. Assim, os autores enfatizam o crescimento do Banco do Brasil no segmento dos RPPS quando em 2010 fechou sua carteira de investimentos com R$ 12,2 bilhões em recursos aplicados em fundos exclusivos para RPPS. Entretanto em 2011 houve um crescimento de 40% no setor de RPPS, fechando o ano com R$ 17,1 bilhões.

Com o aumento da quantidade de investimentos dos RPPS houve outros bancos que receberam mais clientes oriundos deste setor como o HSBC que criou uma área específica para o setor, fechando o ano de 2011 com um patrimônio de R$ 1,1 bilhão de provenientes dos RPPS. Apenas para ilustrar o crescimento anunciado, em 2004 havia apenas R$ 19 bilhões para ser investido contra R$ 55 bilhões no ano de 2011 (MARQUES & MOTA, 2012).

Na visão de Rosa (2012a), diante do desafio de alcançar a meta atuarial os RPPS começaram a investir em produtos estruturados que oferecem maior rentabilidade, como fundos imobiliários, de participação em empresas e de crédito privado. Essa mudança no

perfil dos investimentos ocorre pensando que os RPPS são mais conservadores que os fundos de pensão. Além disso, boa parte do patrimônio total dos fundos está em ativos imobilizados, como imóveis, e parcela disso poderia ser destinada para o mercado financeiro, de acordo com Gustavo Melo, diretor executivo da RiskOffice (ROSA, 2012b). Para o diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público, Otoni Gonçalves Guimarães foram realizadas mudanças importantes, principalmente com a publicação da Resolução 3922/ 2010 a qual determina que os RPPS podem investir até 15% do patrimônio em fundos de direito creditório abertos e 5% em fundos fechados e os fundos imobiliários e de participação em empresas (FIP), o limite é de 5% do patrimônio. Para Otoni Gonçalves Guimarães é necessário aumentar estes limites, mas primeiramente deve ser criado níveis de governança para os institutos para depois o Conselho Monetário Nacional (CMN) para aumentar estes limites.

A gestão dos recursos dos RPPS pelos Institutos de Previdência de Santo André (IPSA), São Bernardo do Campo (SBCPrev) e Diadema (IPRED) possuem uma gestão diferenciada se compararmos com outras cidades - interior de São Paulo - conforme apresentamos neste capítulo. Os gestores possuem especialização universitária e experiência de pelo menos 10 anos em assuntos previdenciários o que fortalece a gestão dos regimes. Outra questão notável é que os conselhos dos Institutos são diversificados e os membros são ativos e participativos nas decisões tanto financeiras quanto administrativas, sobretudo os sindicatos municipais, visto que estes já acumulam importante história de lutas contra o poder executivo por outras demandas. No plano financeiro diante da dificuldade dos gestores e conselhos conseguirem realizar investimentos seguros e rentáveis para obter o equilíbrio financeiro e atuarial, contratam empresas de consultorias consolidadas no mercado financeiro para ajudarem os conselhos deliberativos a tomar decisões que terão dupla função: conseguir as metas financeiras e beneficiar aos trabalhadores para que futuramente recebam seus salários, aposentadorias e os familiares tenham direito às pensões.