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Normas do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul

5.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

5.1.4 Normas do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul

De acordo com o disposto no artigo 59 da LRF, além de suas atribuições constitucionais, os Tribunais de Contas passaram a fiscalizar, também, o cumprimento das normas estabelecidas nessa Lei:

Art. 59 - O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;

IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites; V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;

VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

O TCE-RS tem sob sua jurisdição 496 municípios sendo que a grande maioria tem menos de 50.000 habitantes. Destacam-se, a seguir, alguns regramentos do TCE-RS que devem ser observados pelas entidades e órgãos da esfera municipal, com ênfase àquelas relacionadas à apuração dos resultados primário e nominal e à observância de metas fiscais.

5.1.4.1 Elenco de Contas Padrão

Importa, inicialmente referir que, visando uniformizar e sistematizar o registro contábil dos atos e fatos relacionados com os recursos do tesouro municipal sob a responsabilidade dos órgãos da Administração Direta e Indireta, de forma a proporcionar maior flexibilidade ao gerenciamento e consolidação dos dados e atender às necessidades de informação em todos os níveis da Administração, dos órgãos de controle e de toda a sociedade, o Tribunal de Contas do Estado do RS, iniciou, em 2001, a padronização da estrutura e codificação do elenco de contas.

O elenco de contas padrão instituído pelo TCE-RS, atualmente regulamentado pela Resolução n. 766, de 2007, é de utilização obrigatória pelas entidades municipais regidas pela Lei n. 4.320, de 1964, sujeitas à fiscalização

desse órgão. Apresenta a mesma estrutura do plano de contas da Administração Federal, estabelecido pelo Ministério da Fazenda por meio da STN, o qual é operacionalizado pelo Sistema SIAFI, responsável pelo registro contábil de todas as entidades da esfera federal.

Além da estrutura, a codificação utilizada no elenco de contas padrão do TCE-RS (até o 7° nível) também procura observar os códigos estabelecidos no plano de contas federal, sendo que alguns desdobramentos foram criados pelo próprio Tribunal para atender, especificamente, o registro de operações contábeis de seus jurisdicionados.

Aliada aos avanços tecnológicos, a padronização do elenco de contas possibilitou, aos jurisdicionados do TCE-RS na esfera municipal, a geração automática dos demonstrativos que integram a prestação de contas de gestão fiscal e dos demonstrativos de aplicação em educação e saúde, diminuindo o retrabalho.

5.1.4.2 Fiscalização do Cumprimento das Normas da LRF

Os procedimentos adotados pelo TCE-RS para fiscalização, no âmbito municipal, do que trata a LRF, estão disciplinados na Resolução n. 765, de 10 de outubro de 2006. No artigo 4º estão expressas as situações que serão consideradas no exame das contas de gestão fiscal dos Prefeitos Municipais e dos Presidentes das Câmaras de Vereadores, destacando-se:

Art. 4º - [...]

I - no âmbito do Executivo Municipal: [...]

c) o atingimento das metas bimestrais de arrecadação e dos resultados primário e nominal;

[...]

g) a publicação e a divulgação dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária – RREO –, dos Relatórios de Gestão Fiscal – RGF [...];

[...]

j) a realização de audiências públicas, nos termos preconizados no § 4º do art. 9º da Lei Federal Complementar n. 101, de 2000; [...]

Como se observa, a Corte de Contas do RS verificará, entre outras situações, o alcance das metas de resultado primário e nominal previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a publicação e divulgação dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária (RREO) - integrado, entre outros, pelos Demonstrativos do Resultado Nominal e Primário – além da realização das audiências públicas, em que o Poder Executivo Municipal deverá demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre.

No artigo 5º da Resolução n. 765, de 2006, estão relacionadas as ocorrências que poderão ensejar, aos Chefes dos Poderes Municipais, a emissão de “Parecer pelo não-atendimento às normas da Lei Complementar n. 101, de 2000”, entre elas:

Art. 5º - [...]

VIII - a falta de publicação e divulgação dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária (RREO) [...] no jornal local ou no Diário Oficial do Município, no mural e via Internet: [...];

[...]

XIII - a não-realização das audiências públicas [...], bem como a falta de avaliação do cumprimento das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias; [...]

Portanto, além de verificar se as publicações do RREO e as audiências públicas foram realizadas, o TCE-RS dá ênfase a esses tópicos, alertando que a sua não observância poderá acarretar a emissão de parecer pelo não-atendimento às normas da LRF, fato que pode influir, negativamente, na apreciação das contas anuais desses administradores.

Destaca-se, novamente, que tanto o RREO quanto às metas fiscais previstas na LDO envolvem a apuração dos resultados primário e nominal.

A Instrução Normativa do TCE-RS n. 20, de 22 de dezembro de 200612, regulamenta a Resolução n. 765, de 2005, e, entre outras disposições, apresenta, em seus Anexos I e II, a metodologia de apuração dos demonstrativos que irão compor a prestação de contas de gestão fiscal dos Chefes dos Poderes Municipais, segundo entendimentos vigentes na Corte de Contas do RS,. Os demonstrativos a serem elaborados e encaminhados pelo Poder Executivo Municipal constam no Anexo I:

Modelo 1: Demonstrativo da Receita Corrente Líquida; Modelo 2: Demonstrativo da Despesa com Pessoal; Modelo 3: Demonstrativo das Disponibilidades de Caixa; Modelo 4: Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida;

Modelo 5: Demonstrativo das Garantias e Contragarantias de Valores; Modelo 6: Demonstrativo das Operações de Crédito;

Modelo 7: Demonstrativo dos Restos a Pagar; e Modelo 9: Demonstrativo dos Limites.

Apesar de diversas exigências relacionadas à apuração do resultado primário e nominal constantes na Resolução n. 765, de 2006, a Instrução Normativa n. 20, de 2006, nada refere sobre esses demonstrativos.

Dessa forma, entende-se que, para fins de apuração desses indicadores, podem ser utilizadas as metodologias de apuração do resultado nominal e do resultado primário contidas no Manual Técnico de Demonstrativos Fiscais, tendo por base o plano de contas padrão instituído pelo TCE-RS e, subsidiariamente, a Instrução Normativa n. 20, de 200.

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