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2 DESENVOLVIMENTISMO E O SONHO DA ENGRENAGEM: O FUTURO NAS MÃOS DO DESENVOLVIMENTO

2.1 NOS RASTROS DA PALAVRA

A palavra desenvolvimentismo não carrega nada muito complexo em sua formação - é simplesmente o acréscimo do sufixo -ismo a desenvolvimento. Por si só, porém, essa operação indica a criação de um objeto fixo, passível de conceitualização que engloba algo mais geral (um movimento, uma escola, etc.), e, ao mesmo tempo, um sistema minimamente coeso de preceitos, como acontece com marxismo, liberalismo, estruturalismo, entre outros termos similares. Ou seja, em sua morfologia, desenvolvimentismo já indica a consciência de um fenômeno com várias nuances, mas que, paralelamente, apresenta uma coesão significativa, um conjunto de ideias interligadas e um certo processo de formação no tempo e no espaço.

Uma grande questão que atormenta os estudiosos parece ser definir quando o fenômeno desenvolvimentismo surgiu, quais seus precedentes, e que processos o levaram a ser um dos grandes palcos da vida política brasileira durante o século. Nesse quesito, dois períodos-chave aparecem como fortes pilares: o primeiro governo Vargas (1930-1945) e o governo de JK

(1956-1961). O final da Segunda Guerra Mundial também conta como um marco importantíssimo e mais geral para a febre do desenvolvimento em todo o mundo, e que talvez nos ajude a entender as diferenças latentes entre os dois governos. Antes disso, porém, procurar encontrar quando o conceito de desenvolvimentismo em si surgiu jogará uma grande luz em toda a questão - e tudo leva a crer que a palavra só foi criada na década de 1950, justamente durante a administração juscelinista.

Dentre alguns periódicos pesquisados6, pertencentes à imprensa de grande circulação, a primeira ocorrência do termo é de 10 de setembro de 1958, no Tribuna da Imprensa, jornal carioca dirigido pelo barulhento Carlos Lacerda, político conservador e opositor de JK. O texto em questão, inclusive, é dele próprio, e diz que “O 'desenvolvimentismo' tem esse aspecto criminoso, além de suas habituais ingenuidades e tautologias. Ele despreza o café. Considera, em teoria, ultrapassado o ciclo do café” (Tribuna da Imprensa, 10 de setembro de 1958, p. 1). O artigo continua acusando o governo de escamotear as políticas agrícolas de aumento de produtividade - entre elas, as do café - em prol da indústria.

Com esse texto, Lacerda demonstra um jeito usual de trabalhar com desenvolvimentismo nestes jornais, pintando-o como algo falso e enganador, longe do que seria o verdadeiro desenvolvimento. O uso das aspas é recorrente, como forma de demonstrar que o conceito não carrega legitimidade alguma, como na citação seguinte: "O 'desenvolvimentismo', baseado nas metas faraônicas e na inflação desordenada, leva o país à estatização e à miséria" (Correio da Manhã, 11 de julho de 1959, p. 6). Ele sempre está carregado do aspecto ilusório: "[Brasília é] Meta-símbolo da integração nacional. Imagem típica de um desenvolvimentismo que desenvolve, inclusive, a penúria das multidões esmagadas debaixo da sobrecarga da inflação” (Diario de Pernambuco, 24 de abril de 1960, p. 4). O saldo que sobrou dessa pressa, como resume Alceu de Amoroso Lima, era bastante negativo: "O chamado 'desenvolvimentismo', que foi a causa imediata e principal da atual crise em que se debate a democracia social, foi o espírito de uma industrialização descompensada” (Folha de S. Paulo, 4 de novembro de 1962, p. 2). O fato de o termo ter sido mais utilizado pelos críticos fez com que muitos poucos se autointitulassem desenvolvimentistas durante este período, o que certamente foi um fator que restringiu o uso dessa palavra nos círculos que lhe seriam favoráveis7.

6 Foram pesquisados, entre 1930 e 1969: Diario de Pernambuco, Jornal do Brasil (RJ), Correio da Manhã (RJ),

Última Hora (RJ), Tribuna da Imprensa (RJ), Folha de São Paulo, Correio Braziliense (DF), Jornal do Commercio (AM), Diário do Paraná e Diário de Notícias (RS). Todos estão disponíveis, em formato digital, na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, com exceção da Folha de S. Paulo, que disponibiliza o acervo em seu próprio site.

À época da declaração de Amoroso Lima, porém, talvez fosse cedo demais para dizer que o desenvolvimentismo havia acabado; mas, curiosamente, existia a impressão de que já era uma experiência passada. E isso porque o conceito já nasceu com uma delimitação temporal bastante específica. O quadro abaixo demonstra a ocorrência, durante doze anos, do termo nos diferentes jornais8.

Quadro 1 - Número de ocorrências do termo “desenvolvimentismo” em cada jornal, por ano

58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 Correio da Manhã (RJ) - 19 41 31 7 4 3 2 10 10 5 2 Diario de Pernambuco - - 13 12 12 13 16 21 10 11 12 6 Jornal do Brasil (RJ) 4 - 9 12 29 6 13 7 4 13 4 3 Tribuna da Imprensa (RJ) 3 10 62 20 2 2 6 4 5 5 3 1 Última Hora (RJ) 1 2 12 10 2 1 4 9 - - - - Jornal do Commercio (AM) - - 1 1 - - - - 1 - - - Diário do Paraná - 1 1 2 2 4 1 1 1 1 2 1 Correio Braziliense (DF) - - 5 13 3 7 4 3 1 2 3 2 Diário de Notícias (RS) - - 1 - 1 2 2 2 4 2 - 1 Folha de São Paulo - 1 2 - 5 1 1 - - - 2 3

Fonte: Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional/ Arquivo Folha de São Paulo

8 Nas ocasiões em que desenvolvimentismo apareceu mais de uma vez num mesmo texto, foi contado apenas como

Algumas primeiras impressões saltam aos olhos. O jornal Última Hora, de viés nacionalista e favorável a JK, é um dos que menos se utiliza do termo, demonstrando que seu significado pejorativo se fazia prevalecer. Por outro lado, o Jornal do Brasil, crítico a Kubitschek durante seu governo, mas que depois passou a apoiá-lo, tem como momento-pico de ocorrências justamente o ano em que adotou uma opinião mais reformista e próxima ao ex- presidente, como demonstra o seguinte editorial: “Nada, nenhuma pregação revolucionária da esquerda, nenhum alarma [sic] golpista da direita, nem mesmo alguma eventual pregação virtuosa do centro arrancará ao que se chamou desenvolvimentismo a prioridade absoluta na escala de valores que organiza, hoje, a vontade histórica deste povo” (Jornal do Brasil, 30 de maio de 1962, p. 6). O periódico, porém, configura-se como exceção dentre os estudados.

Ademais, vê-se que desenvolvimentismo não era de uso tão geral assim, já que sua ocorrência concentra-se em alguns jornais mais do que outros, e isso se explica por tais serem, geralmente, os que mais buscavam se colocar dentro do jogo político nacional - exemplo do Correio da Manhã, Diario de Pernambuco e Tribuna da Imprensa. Além disso, também observa- se uma certa concentração temporal: comumente usada entre os anos de 1959 e 1962, a palavra passa a aparecer menos nos seguintes.

Essa concentração revela um aspecto interessante da questão. No caso da Tribuna da Imprensa, por exemplo, chama a atenção o número recorde de 62 ocorrências durante o ano de 1960 - mesmo ano do pico de ocorrências no Correio da Manhã (41). Também é o primeiro e único ano em que todos os jornais apresentam ao menos uma aparição da palavra. Ora, não era para menos: este foi o ano da eleição presidencial, que acabou sagrando Jânio Quadros vencedor. Seu discurso de “passar uma vassoura” na corrupção caiu como uma luva para a oposição organizada, que associava o desenvolvimentismo com uma forma trapaceira de governar. A disputa política também se configurava numa disputa pela mídia, na medida que ter ou influenciar um jornal era tremendamente importante num pleito daquela envergadura. Uma análise dos textos em que o conceito aparece demonstra, justamente, uma campanha com o objetivo de deslegitimar o governo de JK e, assim, causar sua derrota política naquela eleição através de seu candidato, o general Henrique Lott, o que levou o presidente a uma certa batalha cotidiana com os jornais: segundo Furtado, Kubitschek havia-o confidenciado um certo rancor com a imprensa, especialmente o Correio da Manhã, dizendo que “perdia metade de seu tempo respondendo” ao referido jornal (FURTADO, 1989, p. 70). Iniciou-se, pois, um processo de estigmatização do governo juscelinista como uma desordem generalizada, a fim de vender Jânio como alguém capaz de estabelecer a “ordem” no país. À essa altura, desenvolvimentismo passou a servir como uma espécie de monumento, uma palavra que, por si só, referenciava e resumia

todas as críticas já feitas a Juscelino quase desde o início de seu governo, focadas na espiral inflacionária e construção da nova capital. Passado o furor eleitoreiro e com a vitória da oposição, o desenvolvimentismo, para essas vozes, parecia superado - e com ele, todo estilo de “mau governo” que corroía o Brasil: "Por isso nossa vida política é um baile de máscaras, dirigido por um maitre de plaisir, cuja ideologia é o desenvolvimentismo. É um horror e uma vergonha” (Correio da Manhã, 9 de setembro de 1959, p. 6).

Não foram os jornais que criaram o termo, mas com certeza foram eles os responsáveis por popularizá-lo além de círculos políticos e acadêmicos, a partir desse viés negativo. Nesse sentido, percebe-se que o conceito estava muito pouco atrelado a teorias e estudos econômicos mais elaborados, ou mesmo à ciência econômica em si, como passou a ser entendido mais recentemente. Bem pelo contrário: desenvolvimentismo, nessas interpretações, estava mais próximo de algo “acientífico”, ou seja, de algo irracional, sem fundamentos organizados e beirando a irresponsabilidade e o amadorismo, o que se mostrava materialmente pela alta inflação e pelo déficit público. Também aproximava-se de outro uso do sufixo -ismo: o de indicar uma doença ou anomalia. Vozes mais conservadoras também igualavam o conceito a outros em circulação na época, como o fez Lacerda

Esta afirmação dos direitos da pessoa e, sobretudo do espírito da pessoa humana perante as forças que, em nome do tecnicismo, em nome do desenvolvimentismo, em nome do socialismo, em nome, em suma, de uma dessas modas ideológicas que periodicamente afligem a sociedade, se procurou impor em nosso, como em outros países (Tribuna da Imprensa, 15 de outubro de 1958, p. 4)

A associação de desenvolvimentismo com outras vertentes de esquerda era uma tática infalível para o lado mais conservador da questão, pois, colocando-os no mesmo conjunto, poderiam aplicar os velhos argumentos antimarxistas, fazendo pequenas modificações aqui e acolá para, assim, deslegitimar o planejamento industrializador como um todo. Mesmo com algumas similaridades, porém, desenvolvimentismo e marxismo estavam longe de ser a mesma coisa, e a disputa entre essas duas correntes também foi conturbada (ver Capítulo 2). Ora, algumas vozes de esquerda não deixaram de criticar o que achavam ser um instrumento de manipulação das grandes massas: Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas em Pernambuco, citava o desenvolvimentismo como um aspecto de “um dos governos mais entreguistas da história” (Diario de Pernambuco, 11 de maio de 1962, p. 5). Outros ainda preferiam ressaltar o aspecto ilusório e distorcido deste fenômeno, como se ele fosse algo sem ligação com o “verdadeiro” desenvolvimento

O programa de metas também era um tipo de planejamento. Mas, esquecendo aspectos fundamentais, deu ênfase exagerada aos problemas econômicos e abandonou os demais. Os resultados são patentes. Houve uma autêntica distorção do desenvolvimento, que é o desenvolvimentismo (Jornal do Brasil, 24 de agosto de 1961, 2º Caderno, p. 2)

José Costa Porto, diretor do Diario de Pernambuco, também declarou: “Ou este desenvolvimentismo se volta às suas fontes puras - o homem - reunindo-se todas as forças honestas do Estado para pôr um paradeiro a este quadro sombrio, ou então não passará de uma farsa, de uma mistificação, de um logro” (Diario de Pernambuco, 29 de julho de 1960, 2º Caderno, p. 2). Foi no Diario que cunhou-se a expressão “desenvolvimentismo às caneladas”, para denotar o que seria um projeto de desenvolvimento sem cunho crítico ou planejamento certeiro, sendo executado desordenadamente. A interpretação usual seria de que o desenvolvimentismo de JK seria uma versão falsa do desenvolvimento ou, para aqueles um pouco mais moderados, uma vertente defeituosa de um desenvolvimentismo legítimo ainda a ser posto em prática - nesse ponto, desenvolvimentismo e desenvolvimento parecem inseparáveis, como se este fosse o processo, e aquele a alavanca necessária para pô-lo em funcionamento. Ambas essas interpretações ficaram em certo empate técnico, entre os opositores de Juscelino, no pós-1964, como demonstram afirmações “contraditórias” de Castello Branco, que, ao mesmo tempo que falava em “pôr em prática um novo desenvolvimentismo”, não inflacionário (idem, 13 de fevereiro de 1965, p. 8), também execrava a experiência juscelinista, definindo-a da seguinte maneira

Verifiquei ser mais fácil e mais sedutora a teoria do desenvolvimentismo do que a prática do desenvolvimento, porque a primeira promete obras sem o senso de prioridade, deformando as instituições e deixando de lado os investimentos que não são espetaculares, mas que são absolutamente indispensáveis à continuidade do processo de crescimento (Correio da Manhã, 15 de março de 1967, p. 11)

Essa aparente contradição demonstra, na verdade, o uso político do termo e a tensão entre a propaganda anti-Juscelino e o apelo pela volta do desenvolvimento acelerado e do otimismo presentes nos primeiros anos de seu governo. A partir de certo ponto, a meta era clara: o governo “revolucionário”, que se legitimou com um discurso de “sanar” a economia e retomar o crescimento, deveria ter sucesso em criar um “desenvolvimentismo realista”, como clamava o Diario (Diario de Pernambuco, 16 de maio de 1965, 2º Caderno, p. 5). É de se perguntar se o golpe militar, entre outras coisas, também não foi o resultado de uma disputa pelo controle do

processo desenvolvimentista, mesmo que adotasse um discurso contrário a esta prática - definir isso, porém, está além do escopo deste trabalho, embora as evidências indiquem uma resposta positiva.

É fato que a destruição da imagem de Juscelino - alçado ao posto de alvo político favorito da ditadura - e de outras figuras deveria ser concomitante à volta do desenvolvimentismo, mesmo que, nessa versão renovada, fosse tido como “verdadeiro”, diferente do “falso” posto em prática por ele. A tarefa não era fácil. Mesmo finalizando sua administração com altos índices de inflação e déficit no Tesouro, além de várias críticas em torno da construção de Brasília, o ex-presidente continuava sendo um nome forte e capaz de angariar enorme apoio popular. Em pesquisa feita pelo Jornal do Brasil/Marplan, ainda em 1962, JK aparecia com 42% da preferência dos paulistas num provável pleito presidencial, contra 26% de Jânio Quadros e 16% de João Goulart. O apoio figurava-se maior entre os mais jovens e da classe média (Jornal do Brasil, 1 de julho de 1962, p. 4-5). Também aparecia à frente no Rio de Janeiro, com 32% de preferência (idem, 24 de junho de 1962, p. 23). No Rio Grande do Sul, seu nome estava atrás dos de Jango e Brizola, mas ainda à frente de outros, como Magalhães Pinto (idem, 29 de julho de 1962, p. 5).

Após o golpe de abril de 1964, quando as eleições do ano seguinte ainda estavam agendadas, Kubitschek também aparecia como favorito ao pleito, passando a adotar o discurso das reformas como suporte do desenvolvimentismo (“reformas com paz e desenvolvimento”), denotando uma aliança mais à esquerda dentro de seus quadros. Como sabemos, porém, JK teve seus direitos políticos cassados ainda em 1964, em meio a um jogo político que procurou incriminá-lo por supostos esquemas de corrupção durante seu governo (sem provas contundentes); além disso, posteriormente, as eleições acabaram sendo canceladas - os militares tomaram o poder para si, fecharam ainda mais os círculos políticos e colocaram para frente seu próprio projeto de desenvolvimento, mais autoritário e aberto ao mercado estrangeiro. Até lá, JK sempre apareceu como a sombra desenvolvimentista à qual “naturalmente” se deveria referir ao se discutir os rumos econômicos do país e tirar lições do passado.

Em resumo, pois, podemos definir a ocorrência de desenvolvimentismo, baseado nesta pesquisa, em três períodos distintos, de acordo com tendências majoritárias9 de consciência temporal: um primeiro, de 1958 a 1960, trata do termo no presente, como algo que ainda ocorre por meio da administração juscelinista, sendo urgente sua extirpação do cotidiano brasileiro, o que explica a numerosa ocorrência e o tom grave nas páginas dos periódicos, principalmente

9 Com isso, quero dizer que os períodos aqui distinguidos não denotam que todos os textos neles contidos

em meio à eleição presidencial; um segundo, entre 1961 e 1964, onde há, num primeiro momento, um tratamento do termo no passado, principalmente após a posse de Jânio Quadros: "Derrubando a programação insensível do desenvolvimentismo, substituindo-o por uma série de medidas práticas, de cunho nitidamente regional, o sr. Jânio Quadros deu uma nova dimensão ao processo de desenvolvimento econômico: o toque humano.” (Correio da Manhã, 3 de março de 1961, p. 6). Essa ideia - que, no fundo, era ainda uma esperança - de superação do desenvolvimentismo e do peso político de Kubitschek, entra em declínio após a renúncia de Jânio, fazendo com que passe a haver um certo jogo equilibrado entre passado-presente, como se os anos de JK ainda reverberassem suas consequências em âmbito nacional, independente da ação de quem estivesse no poder - ou seja, como se o passado esticasse seus tentáculos até o presente de maneira sorrateira.

Por fim, um terceiro período, após 1964, que localiza-se numa consciência temporal passado-futuro: ao mesmo tempo que há a condenação do antigo desenvolvimentismo juscelinista, como forma de deslegitimar sua figura e tirá-lo das disputas políticas pós-golpe, começa a haver a reivindicação de um novo projeto desenvolvimentista, tido como “verdadeiro”, em referência implícita, mas não menos clara, ao “falso” do ex-presidente. De um jeito ou de outro, nos três períodos, Juscelino foi a figura central à qual o termo ficou referenciado.

Tudo isso parece apontar que as origens do desenvolvimentismo estão em JK, e não em Getúlio Vargas, como analisaram a maioria dos estudiosos anteriormente citados. Contudo, afirmar isso seria ingenuidade. O que se deve fazer é colocar as duas experiências na balança, a fim de poder discernir o que cada um trouxe de inovador e revigorador para todo o movimento, e como ambas fizeram com que o uso desse termo passasse a significar um jeito específico de administração econômica estatal, inédito na história brasileira até então.