• Nenhum resultado encontrado

Dois dias depois fomos ao Chocolate Cafe. Escolhi uma barra de cereais de sete camadas e você pediu um milk-shake de chocolate.

Estávamos tendo um encontro. Caramba.

ESTAVAMOS. TENDO. UM. ENCONTRO.

Eu tinha certeza que minhas emoções estavam aparentes a todos, como um aviso de neon aceso a noite.

Você deveria saber. Mas eu também conseguia sentir o seu nervosismo. Eu vi o modo como você se atrapalhou com o papel do canudo, em como você engoliu enquanto abria a porta para mim, no modo como seus dedos escorregaram na primeira vez que pegou as notas em sua carteira para pagar.

Andamos até o Abingdon Square Park que estava próximo, aquele pequeno pedaço triangular de parque no alto do Village que é como um oásis em Manhattan, envolvido acolhedoramente em seus próprios muros de árvores e flores. Sentamos num banco no parque e você estava com seu milk-shake nas mãos.

—É tão bom. Parece um chocolate quente gelado.

—Você disse, de volta ao seu lado tranquilo e confiante que eu adorava tanto quanto o seu lado nervoso. —Quer

experimentar?

—Sim. —Falei, e tomei um gole, usando o mesmo canudo. Meus lábios tinham tocado onde os seus também tocaram. Eu olhei o canudo, e vi a marca que meu brilho labial deixou nele. —Marcas de batom.

—Eu gosto. —Você disse.

Minha pele arrepiou. Eu estava tão consciente da sua proximidade. —Das minhas marcas de batom?

—Seus lábios. —Você respondeu, seus olhos azuis mais escuros do que eu jamais tinha visto antes. Cheios de calor. Não havia mais nervosismo. Apenas pura sensualidade. Desejo sem pudor. Vibrei por dentro, arrepios quentes correndo pelas minhas veias. As perguntas terminaram. Estávamos ambos no mesmo lugar, na mesma zona, e com a mesma necessidade.

—Posso te beijar? —Você perguntou, e minha pele se arrepiou da cabeça aos pés.

—Sim.

Nossos lábios mal roçaram, mas foi elétrico. Foi fogo e relâmpago, e o céu se abrindo. Nessa insinuação de beijo, nos tornamos “nós”, mesmo quando nós dois nos seguramos, conscientes de que muito em breve nos arruinaria. Mas ambos sabíamos, no tocar suave de nossos lábios, nas mãos nos braços, mãos no cabelo,

mãos tão ansiosas para tocar, que não haveria como voltar atrás.

Com cada respiração, eu senti o entusiasmo pelo perigo, de lapidar um diamante bruto, de fugir sem ser pega, de esconder algo selvagem, travesso e maravilhoso.

Eu estava no topo do mundo.

Quando você se afastou, aquele olhar atordoado nos seus olhos me disse que você estava tonto também.

Eu memorizei aquele olhar, e a sensação do nosso beijo.

Era o tipo de beijo que apagava todos os anteriores, que apagava os que estavam por vir, que se tornaria a referência de beijo a que todos seriam comparados daqui por diante.

—Uau. —Você disse num murmúrio.

Então paramos de nos beijar e fizemos o que viemos fazer. Escalamos o elenco para a remontagem, escolhendo os três atores principais. Estávamos satisfeitos com a seleção, e com nossa habilidade de atuar como diretores de elenco.

Ignorei o fato de que o musical não tinha um final feliz.

Eu e você teremos um final feliz, não teremos?

Vamos reescrever Chess.

CAPÍTULO 17 Kennedy

Preciso de velocidade. Preciso de perigo.

Coloco meu capacete e saio voando da calçada para a rua.

Ouço uma voz chamar meu nome. Viro a cabeça momentaneamente, mas tudo que vejo é um clarão de cor laranja brilhante antes de voltar minha atenção novamente para o tráfego que preciso percorrer na Central Park West e Columbus Circle.

Logo pego a Seventh Avenue dentro do tráfego do final de tarde, entrando nele, voando para o centro da cidade, disparando por entre carros, caminhões e veículos de entrega. Continuo pedalando e me espremendo por entre pequenos espaços até a Broadway cortar a Seventh Avenue. Com cada quarteirão, a memória da conversa da minha mãe com o pai da Amanda vai ficando em uma trilha atrás de mim.

Uma porta de carro abre e eu voo. Desvio para o lado, pedalo ao lado de um taxi enquanto vou em frente, meu foco reduzido apenas para a rua à minha frente e meu papel nela. O táxi freia no sinal vermelho, mas eu atravesso enquanto os carros da Thirty-Ninth Street buzinam para mim. Sou mais rápida do que eles e passo voando. Depois passo pela Chelsea, e voo cruzando as ruas em ângulos malucos na Village. Tem uma ambulância agora, vindo na minha direção, entrando na St. Vincent enquanto eu passo por trás dela, quase prendendo minha perna no para-choque.

Quando chego em Tribeca, parte de trás da minha camiseta está grudada em mim e meus pulmões ardem, mas não parei nenhuma vez, em nenhum semáforo, ou para um pedestre ou carro.

Então, viro na Seventh para a Church Street e meus pulmões protestam. Tento recuperar um pouco de fôlego. Um minuto depois estou passando pelo Federal Reserve Bank e em seguida a orla de Manhattan fica maior e vejo árvores emergindo mais perto e o Battery Park está a apenas um quarteirão. Impulsiono mais o meu corpo, minha cabeça baixa, meus olhos fixos apenas no prêmio.

Quase lá.

Segundos depois, eu paro, minha respiração saindo com dificuldade quando tiro meu capacete.

Consegui meu melhor tempo de todos. Dezesseis minutos.

Pequenas vitórias, a Caroline diria.

Meu telefone toca.

—Alô? —Respondo sem nem olhar.

—Não me diga que vou ter que visitá-la novamente no hospital como aquela vez que você quebrou seu pé num skate no trânsito.

A voz dele envia uma carga pelo corpo, me iluminando. Ele não me telefonava há quatro meses. Apenas mandávamos mensagens. Ele me conhece. Ele sabe que eu precisava mais do que uma mensagem de texto hoje. Ele me conhece melhor do que ninguém. —Estou sã e salva em Battery Park. —Digo, amando que ele esteja preocupado.

—Você guia como um piloto kamikaze. —Ele diz em um aviso cuidadoso.

—Eu sei.

Então há uma pausa. O ar entre nós estala como sempre, como se tivesse sua própria energia ou frequência. Um de nós vai se ceder. Um de nós vai vacilar.

—Volte. —Ele diz, com tanta saudade na voz.

—Eu não quero estar aí nesse momento. —Eu digo, passando as mãos pelo meu cabelo.

—Volte mais tarde então.

—Eu não quero estar aí mais tarde.

—Em algum outro lugar? —Ele pergunta, e há esperança no modo como ele fala. Eu não consigo evitar em concordar. Eu também sinto. Eu também quero. Eu quero a esperança, felicidade e a fuga que sempre senti com o Noah Hayes, o único homem que já amei.

—Qualquer outro lugar. —Eu digo, e enquanto falo, uma leveza me atinge. Estou pronta para deixar de ficar longe dele.

—Te vejo no nosso lugar em três horas.

Nosso lugar.

Estou animada, estou iluminada, uma doce volta ao passado que se tornou presente novamente. É tudo tão familiar e seguro à sua própria maneira. As memórias voltam, batendo na parede, espreitando em esquinas, esperando ser vistas. Eu cedo a elas, aperto o play e vejo o filme dos meus momentos favoritos dos seis meses em que eu estava no meu caso secreto com o parceiro de negócios da minha mãe, seu agente, seu melhor amigo.

Como a vez que fomos ao jogo dos Yankees no final do último verão.

Ele estava na nossa casa uma tarde, e tirou dois ingressos, mostrando-os como um mágico mostra uma carta. Naturalmente, ele deu prioridade a minha mãe. Mas ela recusou. —Eu detesto assistir esportes em que minha filha não está jogando. Por que não leva a Kennedy?

Como se a ideia tivesse sido dela.

Como se não tivéssemos planejado assim.

No dia do jogo, eu fui à loja da Mac ali perto e pedi para a artista maquiadora se ela podia pintar um logo dos New York Yankees, azul e branco, na minha bochecha. Então fui para casa, vesti uns shorts jeans, uma camiseta azul e um chinelo e disse tchau para minha mãe.

—Tome um táxi para voltar, querida. —Ela disse, colocando uma nota de cem dólares na minha mão. —O Hayes vai te encontrar um.

—Sim, mãe. —Eu disse, e sorri para mim mesma ao sair de casa como se estivesse indo para a estação de metrô mais próxima e planejando encontrá-lo no estádio. Em vez disso, andei um quarteirão até o carro de luxo que ele alugou e estava esperando. Ele abriu a porta pelo lado de dentro e eu entrei, fechando com um click. Todas as pessoas passando depois do trabalho ou começando suas corridas noturnas no parque, estavam do outro lado do vidro.

—Oi. —Falei, com um sorriso conspiratório.

—Oi. —Seus olhos brilharam.

Deslizei os dedos pelos assentos de couro. —Carro legal.

—Você gosta de mim pelo meu carro?

—Oh, exatamente. Sim, exatamente isso.

—Diga. —Ele brincou. —Diga que você gosta de mim pelo meu carro.

—Nunca!

—Vamos. Só um pouquinho? —Ele disse, me atiçando, mas eu sabia que ele queria a garantia do porque eu gostava dele, e não era pelo carro, porque eu não me importava se ele tinha um carro de

luxo ou não. Eu gostava dele por ele, e não pelos benefícios de seu emprego, nem pelo fato de ser um agente jovem e sexy. Eu era provavelmente a única pessoa com quem ele interagia regulamente, exceto talvez pelo seu amigo Matthew, que não tinha tempo. Ou melhor, era o meu tempo que ele queria, que era um tempo sem restrições. Eu gostava dele por ele, simples, descomplicado e nada mais.

—Eu te acompanharia a pé até o Yankee Stadium. —Eu disse, colocando minha mão em sua coxa.

—Está bem, vamos parar agora.

—Tudo bem, talvez nem tanto. —Eu disse, e então passei os dedos pela bainha de seu shorts caqui. —Você está usando shorts.

—Você já me viu de shorts antes. Quando corro de manhã.

—Apenas estou acostumada com você em suas calças e camisas perfeitas.

—Então passe mais tempo comigo nos fins de semana ou à noite e você verá o que mais eu visto, ele disse, levantando uma sobrancelha como uma sugestão.

—Algum dia.

—Algum dia em breve? —Sua voz aumentou um pouquinho.

—Sim. —Sussurrei, fazendo a promessa que fiz para ele de novo e de novo. Que algum dia ficaríamos juntos de verdade. Ele tinha vinte cinco anos, e eu tinha completado dezessete no início do verão. Haveria tempo para o juntos de verdade. Pela estrada, não muito longe, depois que eu estivesse na faculdade.

Ele suspirou profundamente, um suspiro de alívio, como se eu tivesse dado o presente que ele sempre quis. Eu era o presente, ele me queria, tudo de mim. Ele passou o polegar no meu queixo.

—Como vou colocar as mãos em sua bochecha e te beijar sem

estragar o seu escudo dos Yankees?

—Você ia lamber minha bochecha?

—Não, garota engraçada. —Ele disse, e colocou a mão na minha bochecha. —Eu apenas gosto de tocar seu rosto, ok?

—Por que você não tenta e vê se consegue não bagunçar?

Passamos o resto do caminho nos beijando no carro, nosso pequeno mundo privado, indiferentes para o resto da cidade. Eu não tinha interesse em parar, nem ele. Mal parávamos para respirar.

Não tínhamos o suficiente um do outro. Não parávamos de nos beijar, nossos lábios necessitando se encontrar de novo e de novo.

Suas mãos estavam nos meus cabelos, segurando meu rosto, seus dedos traçando meu pescoço.

Quando chegamos meus lábios estavam inchados, mas o meu escudo estava perfeito.

Assistimos ao jogo, torcemos e batemos palmas, gritamos os nomes dos jogadores quando eles rebateram, e ele me envolveu em um grande abraço, aqueles braços fortes ao redor, quando o shotstop20 bateu um home run21 na sétima entrada, eu transformei o abraço em um beijo no meio do Yankee Stadium. Um beijo intenso, molhado e cheio de paixão e fogo, e desejo por mais. Estávamos num mar de estranhos felizes e o fato de que estávamos mentindo para minha mãe não importava para nenhum deles. Ninguém nos conhecia. Ninguém podia nos conhecer. Eu não morava em uma cidade pequena. Eu morava numa cidade gigante. Uma cidade que podia te engolir ou te fazer nadar nela. Eu estava nadando nela, a água era boa e a corrente estava me levando. New York era minha cúmplice. New York fez meu caso com Noah Hayes não só possível como fácil.

20 No beisebol, o interbases, ou shortstop, é o jogador que ocupa a posição entre a segunda e terceira bases

21 É uma rebatida na qual o rebatedor é capaz de circular todas as bases, terminando na casa base e anotando uma corrida.

Ele me levou para casa depois do jogo e entrou.

—Sã e salva, como prometi. —Ele disse para minha mãe.

—Você é um querido. —Ela disse. —Agora me conte tudo, me conte tudo sobre o jogo, Espere. Não me conte do jogo. Eu não ligo para baseball. Me conte uma história. Me conte algo interessante sobre os fãs.

Eu deixei que ele falasse e fui para a cozinha pegar uma Coca diet. Eu abri e me encostei no balcão, ouvindo-o contar histórias para ela. Ele me olhava algumas vezes, e cada vez que ele fazia isso, eu pensava em como afinal era eu que tinha um segredo, era eu que sabia algo que minha mãe não sabia, e eu ia deixar isso como estava para todo o sempre e então mais um pouco. Pela primeira vez na vida, eu tinha a vantagem sobre ela.

E agora eu posso novamente. Agora eu posso com esse segredo. Com o fato que ele é o Noah para mim. Que eu sou a única que tem permissão de usar seu primeiro nome. Eu rodo pela cidade, indo para o nosso lugar, a tarde virando noite.

Eu tranco minha bicicleta perto da entrada do Madison Square Park. Ele já está lá, sentado em um banco, fones nos ouvidos, as mangas de sua camisa laranja enroladas. Ele sorri todo o tempo enquanto eu caminho e sento ao lado dele. Eu tiro os fones dos seus ouvidos e coloco nos meus.

Ele está ouvindo músicas de shows da Broadway, desta vez

“Old man river” do Show Boat. Eu sorrio para a música, e reviro os olhos. —Você e suas músicas de shows.

—Eu e minhas músicas de shows. —Ele diz e eu tiro os fones e os coloco gentilmente sobre sua coxa, as pontas dos meus dedos tocando o tecido de suas calças.

Ele olha para baixo e então coloca suas mãos nas ripas do banco. Movo minha mão para perto da dele, e agora nossas mãos

estão tão próximas que me sinto completamente quente, como se uma barra de chocolate amargo estivesse derretendo por todo o meu corpo. Em algum lugar distante, um carro canta os pneus quando para no sinal. Poderia estar acontecendo em Plutão.

—Kennedy. —Ele diz, e então balança a cabeça, mas não tira os olhos de mim. Seus olhos, aqueles olhos azul-escuros são como um raio que me atrai e que não consigo abandonar.

Aproximo minha mão, meus dedos quase tocando nos dele.

O espaço entre nós está carregado, cheio de energia, desesperados por contato.

—Diga as palavras. —Eu digo, e pressiono a ponta dos meus dedos levemente contra os seus. Eu assisto enquanto ele abre as mãos, abrindo espaço para mim. Deslizo meus dedos entre os seus, carne com carne finalmente. O toque da sua pele é ao mesmo tempo um alívio e uma emoção. Ele fecha sua mão em volta da minha e segura firme.

—Eu sinto tanto a sua falta. —Ele diz, olhando para mim como ele fez no carro a caminho do jogo dos Yankees, como ele fez no café, como ele sempre disse que faria.

Eu estou feliz. Eu estou com esperança. Não estou mais em guerra comigo mesma. Eu pertenço a ele.

—Eu também. —Digo, segurando seus dedos intensamente enquanto a conexão do momento se encaixa rapidamente. Em um borrão, eu me movo. Monto nele. Subo em seu colo, afastando suas mãos e entrelaçando meus dedos nos seus cabelos. Ele exala com força e seu peito se enrijece. Ele segura meus quadris, aproximando-os, mas não muito perto, mantendo um fio de distância entre nós, como ele sempre fez. Nos encaramos. Os meses desaparecem e eu caio novamente. Para dentro de seus olhos azuis. Para seu toque.

Em seus braços.

Aqui em Manhattan, em um banco no parque, com uma noite de primavera chegando atrás de nós, estamos prontos para colidir um no outro. E entrar em órbita novamente.

Seus lábios esmagam os meus, e é um frenesi de beijos, um caos de lábios, línguas e dentes. Uma confusão de suspiros e gemidos, de respirações e nomes. Eu aperto suas coxas mais forte com as minhas, pressionando contra ele, peito com peito, corpo a corpo, tudo alinhado. Tudo se encaixa, especialmente ele comigo, e eu com ele. Ele é a peça do quebra cabeça que se encaixa no meu coração, preenchendo toda a tristeza e pontos vazios dentro de mim.

Ele me puxa para mais perto e eu me movo para ele, querendo acabar com qualquer espaço restante entre nós. Eu apago os segundos finais com mais beijos, profundos, mais quentes e mais carentes.

Não sei por quanto tempo nos beijamos. Tudo o que sei é que é tempo suficiente para o beijo ameaçar ir longe demais, e é por isso que ele finalmente se afasta, gentilmente, mas firmemente, me empurrando para longe.

Eu pego a dica. Eu não estou pronta para ir mais longe. Eu desço de cima dele, mas fico o mais perto possível, com braços em volta dele, minha cabeça deitada em seu ombro. Ele acaricia meu cabelo, e sussurra meu nome no meu ouvido. Os sons dos sussurros percorrem minha pele, disparando outra rodada de arrepios.

—Kennedy, você me estragou para qualquer outra.

Não consigo deixar de sorrir. Eu nunca tive nenhum poder.

Eu nunca quis ter um poder como esse. Mas eu tenho porque vem da única coisa que possuímos e que ninguém pode tocar.

Ergo a cabeça e olho para ele. —Eu estou arruinada há muito tempo. —Eu digo, passando as mãos em seus cabelos macios, e

puxando-o de volta para mim para outro beijo, dizendo a ele com meus lábios que ele é meu, que eu sou sua dona, e o modo como me beija de volta é a confirmação que eu precisava que ele quer que só eu seja sua dona. O ar quente toca suavemente a pele nua dos meus braços e enquanto chega um som de um carro que freia em algum lugar na rua movimentada. Os sons de New York não nos param, nem quando somos pegos em nosso hobby favorito, beijos intensos que deixam a cabeça entre nuvens.

Algum tempo depois, não sei quando, nos levantamos para ir embora.

—Tenho algo para você. —Ele diz.

—O que é? —Pergunto, mas ele já está desabotoando sua camisa, revelando uma camiseta branca por baixo. A camiseta o veste como num sonho, esticada em seu peito forte, mostrando os músculos dos seus braços. Meu coração salta no peito. Ele é lindo.

Ele é meu.

Ele me dá a camisa laranja e eu pressiono contra o nariz, inalando ele, inalando nosso segredo. Então depois de outro beijo ardente que é uma promessa de mais dez mil que estão por vir, eu destranco minha bicicleta e volto para casa, para meu quarto, onde tranco a porta e visto sua roupa, adormecendo com sua camisa laranja, me sentindo segura mais uma vez.

CAPÍTULO 18 Kennedy

Depois do nosso primeiro encontro no Chocolate Café, fomos ao Frick, um de meus museus favoritos na cidade. Ele comprou as entradas e andamos nas galerias em uma tarde calma de verão, quando já não havia multidão.

Eu me inclinei e falei quase em um sussurro. —Eu acho que este museu é perfeito. Quer saber por quê?

—Me diga por que você acha que esse museu é perfeito.

—Me diga por que você acha que esse museu é perfeito.

Documentos relacionados