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NOVA DIVISÃO REGIONAL EM REGIÕES INTERMEDIÁRIAS E IMEDIATAS

USADAS NOS TRABALHOS Avaliação do

4 ANÁLISE DO CONTEXTO GEOGRÁFICO DE INSERÇÃO DA UNIPAMPA

4.2 NOVA DIVISÃO REGIONAL EM REGIÕES INTERMEDIÁRIAS E IMEDIATAS

Em 2017, o IBGE apresentou uma nova forma de análise de mesorregiões e microrregiões, em substituição à desenvolvida na década de 1980, a divisão regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias. A definição dessa nova perspectiva de análise espacial teve por objetivos criar novos recortes territoriais para análise estatísticas e subsidiar o planejamento e gestão de políticas públicas em nível federal e estadual (IBGE, 2017).

As regiões geográficas intermediárias correspondem a uma escala intermediária entre as UF e as regiões geográficas imediatas. São equivalentes às mesorregiões na classificação anterior do território brasileiro (IBGE, 2017). Já as regiões geográficas imediatas têm na rede urbana o seu principal elemento de referência, atendendo às populações próximas em compras, empregos, serviços de saúde e educação, serviços públicos, dentre outros. As regiões geográficas imediatas equivalem às microrregiões da classificação anterior do território brasileiro (IBGE, 2017).

Na Figura 5 está demonstrada a nova configuração do estado do RS em regiões intermediárias e imediatas, conforme a publicação do IBGE de 2017.

Figura 5 – Regiões geográficas do estado do RS

Fonte: Divisão Regional do Brasil - IBGE, 2017.

A nova forma de divisão regional proposta pelo IBGE agrega novos componentes de organização de fluxos sociais e econômicos do território, atualizando sua configuração e fornecendo novos elementos de análise do desenvolvimento.

O Quadro 7 apresenta uma comparação entre as cidades com campus da UNIPAMPA e as cidades selecionadas como UC, com base na nova divisão regional do IBGE de 2017, para fins de acompanhamento dessa nova hierarquia regional.

Quadro 7 – Classificação das cidades do grupo UNIPAMPA e unidades de comparação, conforme a nova divisão regional do IBGE de 2017

Cidades com

UNIPAMPA Cidade imediata

Cidade intermediária

Unidades

comparação Cidade imediata

Cidade intermediária

Alegrete Uruguaiana Uruguaiana Santo Ângelo Santo Ângelo Ijuí

Bagé Bagé Pelotas Santa Cruz do

Sul

Santa Cruz do Sul

Santa Cruz do Sul e Lajeado Caçapava do Sul São Gabriel -

Caçapava do Sul Santa Maria Rio Pardo

Santa Cruz do Sul

Santa Cruz do Sul e Lajeado

Dom Pedrito Bagé Pelotas São Lourenço

do Sul Pelotas Pelotas

Itaqui São Borja Uruguaiana Rosário do Sul Santana do

Livramento Uruguaiana

Jaguarão Pelotas Pelotas Quaraí Santana do

Livramento Uruguaiana Santana do Livramento Santana do Livramento Uruguaiana Cachoeira do

Sul Cachoeira do Sul Santa Maria São Gabriel São Gabriel -

Caçapava do Sul Santa Maria Santiago Santiago Santa Maria

São Borja São Borja Uruguaiana Santa Rosa Santa Rosa Ijuí

Uruguaiana Uruguaiana Uruguaiana Erechim Erechim Passo Fundo

Fonte: autor, 2018 - com base na nova divisão regional do Brasil em cidades intermediárias e imediatas (2017).

O trabalho do IBGE na definição das regiões geográficas intermediárias e imediatas baseou-se em trabalhos anteriores, de estudos regionais como: as Regiões de Influência das Cidades (REGIC) de 2007; a Divisão Urbano-Regional de 2013; a Gestão do Território de 2014; a Logística dos Transportes do Brasil de 2014; e os Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil de 2016 (IBGE, 2017).

As classificações territoriais em mesorregiões e microrregiões (IBGE, 1990) dispõem de dados e informações estatísticas e tem orientado a criação e implantação de políticas

públicas, como a PNDR. Os trabalhos mais recentes do IBGE, como a nova divisão regional e suas bases, possibilitam análises atualizadas sobre território, uma vez identificam as cidades polo e reconfiguram o espaço geográfico, conforme as relações de centralidade.

O conhecimento dessas duas perspectivas torna-se então necessário e complementar, pois a divisão em mesorregiões e microrregiões ajuda na compreensão das ações públicas adotadas e nos disponibiliza dados e informações desagregados ao nível microrregional e municipal, enquanto a divisão regional em regiões intermediárias e imediatas acrescenta novos elementos à análise do contexto socioeconômico, reconfigurando o espaço geográfico brasileiro, fornecendo subsídios para compreensão da evolução dos indicadores socioeconômicos.

Em uma análise preliminar é possível, por exemplo, verificarmos as alterações na configuração espacial a partir da reconfiguração de 2017 do IBGE, que define cidades com campus da UNIPAMPA como cidades imediatas ou intermediárias, que funcionam como polos atrativos de consumo, empregos, estudos, etc.

4.3 DIVISÃO REGIONAL EM COREDES E REGIÕES FUNCIONAIS DE

PLANEJAMENTO

Em nível estadual, o Rio Grande do Sul (RS) possui várias divisões geográficas para fins de planejamento socioeconômico, como a divisão em regiões atribuídas a conselhos de desenvolvimento (COREDE) e a divisão em Regiões Funcionais de Planejamento (RFP).

Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES) do RS foram criados pela lei nº 10.283 de 17 de outubro de 1994, e servem como um fórum de discussão para a promoção de políticas e ações que visam o desenvolvimento regional, dividindo o estado em 28 regiões, conforme se observa na Figura 6 (ATLAS SOCIEONÔMICO DO RS, 2018).

Figura 6 – Mapa da divisão do RS em COREDES

Fonte: Atlas socioeconômico do RS, 2018.

Na divisão territorial em COREDES, a implantação da UNIPAMPA abrange seis cidades das treze do COREDE Fronteira Oeste; três cidades das sete do COREDE Campanha; e uma cidade das vinte e duas do COREDE Sul.

A divisão do estado em Regiões Funcionais de Planejamento (RFP) agrupou os COREDES com base em uma análise multicriterial, realizada com vários aspectos econômicos e sociais das regiões, em um estudo sobre Desenvolvimento Regional e Logístico de Transporte, realizado a partir de 2006, e denominado Rumos 2015. De lá para cá, as RFP foram utilizadas em diversos momentos, como forma a definir as ações e políticas do estado para fomentar o desenvolvimento regional.

As RFP dividem o território em nove regiões, conforme a Figura 7, e orientam as ações do Plano Plurianual (PPA) do RS, disponível nos Cadernos de Regionalização do PPA 2016-2019 (GOVERNO DO RS, 2018).

Figura 7 – Regiões de Funcionais de Planejamento do RS

Fonte: cadernos de regionalização do governo do estado do RS PPA 2016-2019.

Dentre as regiões de planejamento, a região 6 engloba os COREDES Fronteira Oeste e Campanha, onde estão localizados os campi da UNIPAMPA, não esquecendo o campi de Jaguarão que integra a região de planejamento 5.

Esses recortes espaciais são importantes para análise das interações e fluxos existentes inter e intrarregionais, sob o ponto de vista do estado do RS, de forma entender a dinâmica do desenvolvimento não circunscrita apenas ao nível de município, mas de microrregião, mesorregião, região dos COREDES, região de planejamento, etc.

As diferentes escalas são importantes no contexto desta pesquisa por disponibilizarem dados estatísticos e embasarem a formulação de políticas regionais como a PNDR em nível nacional, os COREDES e RFP em nível estadual. Dentre essas escalas, o recorte microrregional do IBGE (1990), utilizado para a classificação da tipologia sub-regional da PNDR I (2005) e da PNDR II (2018), disponibiliza estatísticas em nível de microrregião e de municípios nos dois níveis, possibilitando avaliar o crescimento regional com indicadores desta pesquisa, como PIB, empregos e consumidores de energia elétrica.