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Apesar do histórico relacionamento econômico entre os dois países, a Alemanha é considerada um dos mais importantes parceiros do Brasil e está investindo principalmente no setor industrial automobilístico brasileiro, onde se observa ainda muito dinamismo. Grandes montadoras alemãs realizaram investimentos no Brasil, citando a Volkswagen, empresa de carros da Alemanha que, teve um crescimento de 18,4% nas vendas do primeiro semestre de 2008 em

relação ao mesmo período do ano passado. Até o ano de 2011, o setor industrial automobilístico da Alemanha, deverá investir 20 bilhões de dólares no Brasil, isso porque jamais houve uma ação conjunta por parte dos dois países. Segundo um estudo da Price Waterhouse (2008), o Brasil deverá ter um crescimento estável em torno de 10% ao ano pelo menos até em 2013 e chegaria à marca de 5,1 milhões de veículos.

Segundo o vice-presidente Adilson Primo da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) (2008), os brasileiros terão o apoio de empresas alemãs para organizar o Mundial de 2014. Investimentos em infra-estrutura podem atingir 40 bilhões de euros. Isto vem acontecendo porque a Alemanha teve uma grande experiência em realizar a Copa do Mundo de 2006 no próprio país. Neste sentindo o auxílio e investimento da Alemanha em Hotéis, aeroportos, metrôs e segurança são áreas prioritárias no Brasil e estão entre os aspectos que apresentam maior carência de investimentos. A maior parte desse investimento virá de empresas privadas, tanto brasileiras como estrangeiras, incluindo as alemãs.

Por outro lado, a Alemanha se destaca como um ótimo pólo de atração de investimentos para o Brasil, através da sua ótima localização geográfica, no centro da Europa, excelente infra-estrutura, tecnologia da informação avançada, segurança de investimento, clareza e desburocratização em relação às leis, mão-de-obra qualificada dentre outros.

Existe um programa na Alemanha chamado “Invest Germany” que incentiva companhias estrangeiras a se estabelecerem na Alemanha, com o objetivo de aumentar sua participação em todo o mercado europeu. Este programa apresenta vantagens de negócios e os requisitos necessários para se investir naquele país.

Este projeto se propõe a auxiliar o empresário a ter proximidade com seus clientes, conhecer as propostas e suas condições, até mesmo os dados das cidades onde pretende se localizar, tais como os custos de abastecimento de água e de eletricidade, por exemplo. A vantagem deste programa para empresas brasileiras, é o de focar mais os produtos brasileiros, tais como do setor mecânico, químico, têxtil, calçados, serviços entre outros com a sua própria marca no mercado alemão e europeu.

Percebeu-se que os governos do Brasil e da Alemanha por meio do apoio de setores privados estão cada vez mais estabelecendo iniciativas para preencher as

lacunas existentes em algumas áreas que ainda não foram exploradas no intercâmbio privado e comercial.

Ainda segundo o site Noticenter (2008), no intercâmbio privado, o Estado de Santa Catarina quer aumentar os intercâmbios culturais e acadêmicos com o Estado da Bavária na Alemanha. As negociações de cooperação entre ambos os estados iniciaram em 2000, com a visita de uma comitiva bávara ao estado catarinense. Entre os projetos dsenvovidos, destacam-se a parceria entre a Câmera de Artes e Oficio de Munique e a Fundação Empreender no nordeste catarinense.

Já no intercâmbio comercial, empresas do estado alemão atuam em SC, nas cidades de Pomerode, Blumenau, Guaramirim, Corupá, Itajaí, Apíuna e Videira. O investimento do estado catarinense na região bávara está representado pela Fundição Tupy, de Joinville, e com uma sede de negócios em Munique, além de participar de empresas em projetos de cooperação econômica, financiados pelos ministérios de Economia, Infra-estrutura, Tecnologia e Transportes do Estado da Bavária.

Outro ponto que também merece destaque é o grande potencial na área de biotecnologia, na qual a Alemanha desenvolve projetos paralelos. É importante procurar ao máximo o intercâmbio de pesquisa e desenvolvimento nesta área. Isto vem acontecendo, porque, o Brasil possui uma área enorme para desenvolver a matéria-prima da biotecnologia, como por exemplo, a cana de açúcar para a produção de biocombustível.

O turismo brasileiro é outro setor que precisa ser desenvolvido, já que ainda é pouco explorado nos últimos anos.

Como pode-se observar o mercado brasileiro tem um grande potencial em diversos setores, que pode e deve ser ainda muito explorado. Resta agora um comprometimento por parte dos governos para que se possa cada vez mais aumentar o intercâmbio comercial entre ambos e firmar ainda mais essa parceria que já existe há décadas.

As perspectivas são grandes em torno da parceria, não apenas pelos motivos que podem incentivar a entrada de investimentos alemães no Brasil, mas também pela existência no Brasil de estrutura empresarial que está cada vez mais moderna e capaz de desenvolver projetos com parceiros estrangeiros, além de vantagens comparativas em termos de mão-de-obra e disponibilidade de recursos naturais.

Porém, é preciso, que o governo brasileiro melhore a infra-estrutra de transporte rodoviário, aéreo e ferroviário, reduza a burocracia do comércio exterior brasileiro, tanto em nível nacional como internacional, invista na segurança do país, para que essa parceria de investimentos possa contribuir ainda mais para a intensificação da presença alemã no Brasil.

Esta parceria poderá contribuir ainda para a modernização da economia brasileira, com o auxílio de recursos, tecnologia e experiência, criando assim, no que diz respeito ao aspecto puramente comercial, condições para aumentar as exportações brasileiras não apenas para a Alemanha, mas também para outros países onde o elemento tecnológico tenha valor decisivo.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As relações bilaterais são de extrema importância na aproximação entre Estados, nas diversas áreas existentes como a cultural, econômica e tecnológica, o que para o Brasil não seria diferente. Sendo o Brasil um Estado que necessita de resultados positivos para o seu comércio, a Alemanha apresenta-se como uma grande fonte de capacitação de recursos. Para tanto é necessário que o Brasil realize reformas estruturais para dar maior competitividade aos seus produtos, diversificando também a sua pauta de exportação não somente para a Alemanha, como também para outros Estados.

Percebeu-se que o Brasil dedica uma especial atenção à Alemanha, como um dos mais importantes parceiros comerciais dentro da União Européia, e o Brasil por sua vez também é um dos parceiros econômicos mais importantes na América Latina para a Alemanha.

Apesar de atualmente ser pequena a participação brasileira no mercado alemão, entende-se que é necessária uma maior concentração de esforços para os produtos com potencialidade para o mercado alemão, já que se acredita que o incremento das relações bilaterais do Brasil com a Alemanha possa ser importante para o crescimento e o desenvolvimento do Estados. Porém, o aumento e a divulgação das exportações brasileiras depende do governo brasileiro e da capacidade produtiva das empresas, que pretendam exportar para a Alemanha, podendo torná-los assim mais competitivos no mercado alemão.

As exportações brasileiras para a Alemanha ocupam o quinto lugar entre os principais países de destino das vendas brasileiras, e aumentar ainda mais as exportações para Alemanha é um grande desafio, já que na maioria das vezes as exportações brasileiras são realizadas por poucas empresas de grande porte e baseados em commodities que ocorrem à base de preço no mercado mundial.

Como a Alemanha caracteriza-se por ser um Estado que importa e exporta produtos de alto valor agregado, percebeu-se que possui uma política incentivadora de exportação e que o mercado alemão é bastante aberto para os produtos internacionais, haja vista que é o Estado que mais exporta e um dos que mais importa no mundo. Neste sentido, percebeu-se a oportunidade do Brasil em

direcionar esforços desenvolvendo ações com o objetivo de incrementar as exportações para aquele país.

Com um maior volume de exportação, acredita-se que o Brasil terá diversos benefícios, mas é necessário lembrar da importância dos esforços conjuntos das iniciativas públicas e privadas para a divulgação dos produtos brasileiros no mercado alemão. Para isso será necessário que o governo brasileiro trabalhe de forma que identifique os produtos com potencial de exportação, avance na melhoria dos fatores de competitividade, reduza o “Custo Brasil” e com isso aumente sua atividade exportadora para a Alemanha.

Pode-se finalizar este trabalho, de que os acordos existentes e os que estão surgindo entre os dois Estados nas áreas comercial, de investimentos, financeira, científica, tecnológica e cultural, poderão contribuir ainda mais para a modernização da economia brasileira e ao mesmo tempo fortalecer o comércio exterior brasileiro, tornando assim a Alemanha, um parceiro comercial cada vez mais forte.

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Anibal Josef Metzdorf

Orientador de conteúdo Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho

Responsável pelo Estágio Profª. Natalí Nascimeto

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