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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANIBAL JOSEF METZDORF. Monografia AS RELAÇÕES COMERCIAIS DE BRASIL E ALEMANHA NO PERÍODO

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANIBAL JOSEF METZDORF

Monografia

AS RELAÇÕES COMERCIAIS DE BRASIL E

ALEMANHA NO PERÍODO 2000-2007

ITAJAÍ

2008

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AS RELAÇÕES COMERCIAIS DE BRASIL E

ALEMANHA NO PERÍODO 2000-2007

Monografia desenvolvida para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão, da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho

ITAJAÍ

2008

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A Deus por proporcionar-me a concluir mais uma etapa da minha vida. Aos meus pais, irmão e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Ao professor MSc. Luiz Carlos Coelho pelo incentivo e grande conhecimento que tornou a sua orientação uma valiosa colaboração para a elaboração deste trabalho. Ao Coordenador do curso de Comércio Exterior professor MSc. Manoel Antônio dos Santos, pela valiosa amizade, pela paciência e pela incansável disposição em colaborar e ajudar a todos. A todos os professores da UNIVALI do Curso de Comércio Exterior, que foram tão importantes na minha vida acadêmica eno desenvolvimento desta monografia. A todos os amigos e colegas de turma pelos momentos agradáveis vividos e pelo grande elo de amizade formado.

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“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro”. (Albert Einstein)

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a) Nome do estagiário Anibal Josef Metzdorf

b) Área de estágio Economia Internacional

c) Orientador de conteúdo Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho

e) Responsável pelo Estágio Profª. Natalí Nascimento

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Este trabalho teve o objetivo de estudar as relações comerciais entre Brasil e Alemanha no período 2000 - 2007, apresentando assim os aspectos gerais e os principais acordos bilaterais de Brasil e Alemanha, destacando-se também as exportações e importações entre os dois países no período de 2000 - 2007, como as perspectivas para um incremento das relações comerciais entre os dois países. Quanto à metodologia deste trabalho monográfico, deu-se através do método qualitativo, permitindo assim uma forma a construção de uma visão mais profunda sobre o tema. Já quanto ao seu meio, utilizou-se a bibliográfica e quanto aos seus objetivos, essa Monografia caracteriza-se por ser descritiva, onde os fatos são observados e interpretados de maneira geral. Atualmente as relações comerciais internacionais são de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social de cada país, também para o Brasil e a Alemanha. O governo brasileiro identifica a Alemanha como um país de grande potencial, que pode oferecer maiores chances de comércio externo com o Brasil, já que a relação comercial com aquele país contribuiu positivamente para o superávit de balança comercial no período de 2000 a 2007 e na diversificação da pauta do Comércio Exterior brasileira. Percebeu-se que o aperfeiçoamento das relações comerciais com a Alemanha neste período demonstrou grandes possibilidades de expansão. Cabe aos produtores nacionais e ao governo brasileiro a responsabilidade, da formação de parcerias que insiram o país como um dos principais parceiros econômicos da Alemanha na América Latina. Para que o Brasil possa participar mais ativamente e de maneira mais significativa do comércio bilateral com a Alemanha, o governo deverá incentivar e promover as exportações para o mercado alemão, buscando assim um aperfeiçoamento de suas políticas comerciais, ousando em investidas externas e promoções de novos produtos que ainda não fazem parte da pauta de exportação para a Alemanha. Porém, é preciso, que o governo brasileiro melhore a infra-estrutra de transporte nacional, reduza a burocracia do comércio exterior brasileiro, invista na segurança do Estado, para que essa parceria de investimentos e cooperação empresarial possa contribuir ainda mais para a intensificação da presença alemã no Brasil. Os acordos existentes e os que estão surgindo entre os dois países nas áreas comerciais, poderão e deverão contribuir ainda mais para a modernização da economia brasileira e ao mesmo tempo fortalecer o comércio exterior brasileiro, tornando assim a Alemanha um dos seus principais parceiros comerciais para o futuro.

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Tabela 1 – Principais países compradores do Brasil em 2007 38 Tabela 2 – Principais países fornecedores ao Brasil em 2007 39 Tabela 3 – Principais produtos exportados pelo Brasil em2007 39 Tabela 4 – Principais produtos importados pelo Brasil em 2007 40 Tabela 5 – Intercâmbio comercial brasileiro – 2000/2007 41 Tabela 6 – Principais blocos importadores da Alemanha em 2007 42 Tabela 7 – Principais produtos exportados pela Alemanha em 2007 42 Tabela 8 – Principais blocos exportadores da Alemanha em 2007 43 Tabela 9 – Principais produtos importados pela Alemanha em 2007 44 Tabela 10 – Intercâmbio comercial do Brasil com a Alemanha entre 2000 e 2007 46 Tabela 11 – Exportações brasileiras para a Alemanha entre 2000 e 2007 46 Tabela 12 – Importações brasileiras da Alemanha entre 2000 e 2007 47

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LISTA DE SIGLAS

ABDID - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base ALCA – Área de Livre Comércio das Américas

APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático

BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento

BMZ – Bundesministerium für wirtschaftliche Zusammenarbeit und Entwicklung CAMEX – Câmera de Comércio Exterior

CARICON – Comunidade do Caribe e Mercado Comum CEI – Comunidade dos Estados Independentes

DB – Deutsche Bahn

DESTATIS – Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha DW – Deutsche Welle

EUA - Estados Unidos da América FMI – Fundo Monetário Internacional

GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICE – Intercity Express

MDIC – Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MRE – Ministerio das Relações Exteriores

NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte OIC – Organização Internacional do Comércio

OMC – Organização Mundial do Comércio PEI – Política Externa Independente PIB – Produto Interno Bruto

RFA – República Federal Alemã

SADC – Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento SC - Santa Catarina

TNP – Tratado de Não-Proliferação UE – União Européia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...9

1.1 Objetivo geral ...10

1.2 Objetivos específicos...10

1.3 Justificativa ...10

1.4 Abordagem geral do problema ...11

1.5 Questões específicas ...11

1.6 Pressupostos...12

2 METODOLOGIA ...13

2.1 Tipo de pesquisa ...13

2.2 Área de abrangência ...13

2.3 Coleta e tratamento dos dados...14

2.4 Apresentação e análise dos dados...14

3 COMÉRCIO INTERNACIONAL ...15

3.1 A evolução do Comércio Internacional ...15

3.2 Globalização...17

3.3 Competitividade...19

3.4 Formação dos Blocos Econômicos ...21

3.5 Órgãos Reguladores do Comércio Internacional...23

4 ASPECTOS GERAIS DO BRASIL E DA ALEMANHA ...25

4.1 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos do Brasil ...25

4.2 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos da Alemanha ...29

4.3 O surgimento de uma parceira ...33

5 MERCADO BRASILEIRO E ALEMÃO ...37

5.1 Mercado Brasileiro...37

5.2 Mercado Alemão ...41

6 COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-ALEMANHA...44

6.1 Intercâmbio Comercial com a Alemanha ...44

6.2 Principais acordos existentes entre Brasil e Alemanha ...47

6.3 Novas possibilidades da Relação Comercial entre Brasil e Alemanha...53

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...57

REFERÊNCIAS...59

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1 INTRODUÇÃO

O comércio vem se desenvolvendo com a história da humanidade. Na antiguidade, os povos desenvolviam um comércio de subsistência, para alcançar as suas necessidades de abastecimento de alimentos, ou artigos de luxo para o uso das classes mais privilegiadas. Esse tipo de comércio prevaleceu até a Idade Média, quando a partir do século XVI houve uma expansão comercial, surgindo poderosas nações-estado, fundamentadas nas práticas mercantilistas.

Com o passar do tempo, as relações comerciais foram se desenvolvendo cada vez mais e deixando de atender as necessidades básicas da sociedade, passando assim a atender as necessidades de conforto e satisfação dos povos. Essa prática tornou o comércio internacional algo de extrema importância para os países.

As mudanças que foram acontecendo ao longo da história do comércio internacional, geraram uma integração e complementação entre os países. Para aumentar essa integração, os países criaram acordos bilaterais, com o objetivo de facilitar e desenvolver a comercialização entre os dois Estados acordados.

A partir do início da década de 90, o governo brasileiro passou a ter uma maior preocupação no sentido de incrementar suas relações comerciais internacionais. Com o objetivo não só de conseguir uma Balança Comercial mais favorável, como também estabelecer um maior intercâmbio social e cultural, o Brasil firmou novos acordos e antigos tratados foram revisados.

Atualmente dentre os países que o Brasil mantém relações comerciais, a Alemanha vem se destacando por ser um dos principais importadores de produtos brasileiros, além de ser também um país que tem demonstrando grande interesse no desenvolvimento de parcerias em vários setores com o Brasil.

Neste sentido, este trabalho de monografia tem o objetivo de apresentar as relações comerciais entre o Brasil e Alemanha no período de 2000-2007, destacando os principais acordos entre os dois Estados.

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1.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é apresentar as relações comerciais entre Brasil e Alemanha no período de 2000-2007.

1.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos pretende-se:

• Apresentar os principais aspectos geográficos, econômicos, culturais e sociais de Brasil e Alemanha

• Identificar os principais acordos bilaterais entre Brasil e Alemanha

• Destacar as exportações e importações entre os dois países no período de 2000 – 2007

1.3 Justificativa

As relações internacionais assumiram um papel muito importante no novo cenário internacional nos últimos anos, mostrando assim a crescente necessidade de avançar no comércio com outros países, ou de participar de blocos econômicos regionais, com o objetivo de fazer parte da nova ordem econômica mundial.

Este trabalho monográfico aborda os principais acordos existentes entre o Brasil e a Alemanha, e as possibilidades de aumentar este comércio bilateral visando buscar uma economia mais favorável e estável para o Brasil.

Os resultados deste estudo poderão servir de subsídios para empresas e demais pessoas que desejam adquirir maiores conhecimentos sobre as relações comerciais de Brasil e Alemanha no período de 2000 - 2007.

Para a UNIVALI e outros acadêmicos será um material de apoio e consulta sobre a importância das relações comerciais entre Brasil-Alemanha.

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Para o acadêmico será um conhecimento mais específico sobre o assunto, tendo em vista que o mesmo pretende atuar na área de comércio exterior com foco nas relações de Brasil e Alemanha.

1.4 Abordagem geral do problema

A dificuldade em produzir tudo aquilo que necessita e o interesse em exportar o excedente do que produz é o que leva os países a se lançarem no mercado internacional. Um dos grandes desafios do governo brasileiro para alcançar ainda mais o comércio internacional foi procurar novos parceiros comerciais e estabelecer mais acordos bilaterais. Além disso, o governo brasileiro tem tentado manter e incrementar as relações já existentes com os demais países.

Mesmo diminuindo os investimentos externos nos últimos anos, a Alemanha é um dos principais parceiros econômicos para o Brasil. Através deste trabalho demonstra-se a importância comercial da Alemanha para o Brasil, destacando os principais acordos comerciais entre os dois países.

Este trabalho foca a relação comercial entre Brasil e Alemanha no período de 2000 até 2007, além de verificar quais são os produtos e setores que se destacam para o Brasil e Alemanha no mesmo período.

1.5 Questões específicas

• Quais as vantagens de um país manter acordos bilaterais?

• Qual é a importância da relação comercial com a Alemanha para o Brasil?

• De que forma as relações comerciais existentes podem influenciar nos fatores econômicos e sociais dos dois Estados e trazer vantagens para o Brasil?

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1.6 Pressupostos

a) Os acordos bilaterais são de fundamental importância para cada Estado. Estes acordos servem como instrumento para aumentar o intercâmbio comercial e acessível às economias diferentes, facilitar assim o livre comércio entre eles, superar as barreiras tradicionais como idioma, legislação, moeda, subsídios, entre outros, transforma assim esses países em parceiros comerciais.

b) A Alemanha é dos maiores parceiros econômicos do Brasil e um dos investidores no mercado brasileiro. Esta parceira representa desenvolvimento e aumento da economia brasileira. Nos últimos anos o comércio entre Brasil e Alemanha vem se apresentando positivamente com crescimentos. A Alemanha é uma ótima fonte de captação de recursos para o Brasil, sendo assim de extrema importância de sua contribuição tecnológica, científica, social e econômica para o país.

c) Entender que as relações comerciais existentes são o instrumento que aproxima as duas economias diferentes, podem interferir de forma positiva na balança comercial brasileira, pois a Alemanha é um dos mais importantes importadores dos produtos brasileiros.

Além disso, outros setores podem ser beneficiados não só com os acordos já existentes, mas também outras que ainda podem ser desenvolvidos pelos governos dos dois Estados. Sabe-se que o Brasil é um país em desenvolvimento, que precisa de tecnologia, necessita ainda melhorar o nível educacional de sua população, bem como tem que se adequar às leis ambientais internacionais.

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2 METODOLOGIA

A metodologia que foi utilizada neste trabalho de monografia está apresentada neste capítulo, mostrando o tipo de pesquisa, área de abrangência, coleta e tratamento de dados, apresentação e análise dos mesmos.

2.1 Tipo de pesquisa

Para a elaboração do presente projeto de monografia, que visa o estudo das relações comerciais Brasil-Alemana, foi utilizado o método qualitativo, além de ser uma investigação do tipo bibliográfica. Para Oliveira (1997, p.117):

As pesquisas que se utilizam a abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Quanto aos seus objetivos, este trabalho caracterizou-se por ser descritivo, onde conforme Andrade (1995, p.15), “nesse tipo de pesquisa, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados, e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles”. Sendo assim todos os dados coletados estão expostos de forma neutra sem a interferência do pesquisador.

2.2 Área de abrangência

Este trabalho monográfico foi desenvolvido na área de Economia Internacional, mais precisamente na área de Relações Comerciais entre Estados.

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2.3 Coleta e tratamento dos dados

A coleta dos dados para elaboração deste trabalho se deu através de instrumentos bibliográficos como livros, revistas, periódicos e artigos retirados da internet.

2.4 Apresentação e análise dos dados

Os resultados obtidos foram apresentados, estudados e interpretados na forma de textos explicativos, tabelas, gráficos e ilustrações permitindo ao leitor uma melhor compreensão do assunto exposto.

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3 COMÉRCIO INTERNACIONAL

Este capítulo desta monografia trata da revisão bibliográfica que fundamenta teóricamente esse estudo e para tanto se apresentam alguns temas como a evolução do comércio internacional, a globalização, a abertura comercial brasileira, a competitividade, formação dos blocos econômicos e os órgãos reguladores do comércio internacional.

3.1 A evolução do Comércio Internacional

Pode-se dizer que o primeiro ato de comércio ocorreu na antiguidade, quando o homem trocou um produto por outro. Presença constante na vida cotidiana, o comércio impulsiona o progresso, a cultura, as artes, a tecnologia e a imaginação das pessoas, e com o passar dos anos foi se intensificando e superando os limites, passando a ser entre cidades, regiões e Estados.

As nações desde cedo foram descobrindo, de que as vantagens de trocar suas mercadorias, nada mais é do que o intercâmbio comercial entre os países, sendo representado basicamente pelas importações e exportações.

Segundo o autor Guidolin (1991, p.29) pode-se afirmar que:

[...] durante, e ao longo da história mundial, os registros históricos, que os homens de negócios, as classes intelectuais, os estadistas, o clero, as organizações militares, procuravam estudar e entender as grandes mutações que ocorriam em diferentes períodos e áreas. Muitos estudiosos passaram então a trazer a público suas teorias e explicações para todas essas mutações.

Já no início do século XVI, enquanto o comércio internacional estava crescendo e os comerciantes se destacavam cada vez mais na sociedade, a necessidade de reconstrução econômica fez com que os Estados europeus desenvolvessem novos eixos de exportações e importações, além de melhorar os já existentes. A guerra havia revelado a intensidade da interdependência mundial, e da mesma consciência, foi responsável pela criação da Organização das Nações

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Unidas (ONU). Já durante o ano de 1500, devido à expansão do comércio e da economia, houve o surgimento de uma nova classe social a capitalista, onde se originou a doutrina e a prática mercantilista. Assim, com o passar do tempo novas técnicas foram surgindo e a partir daí observou-se que o comércio internacional foi se desenvolvendo juntamente com o progresso econômico mundial, chegando aos dias atuais.

O autor Ratti (1994) afirma que “cada país deveria especializar-se na produção daqueles artigos que pudesse produzir de maneira vantajosa, trocando, posteriormente, o excedente dessa produção por artigos produzidos por outros países”.

O comércio internacional é visto como a principal fonte de divisas para um país, e tem o objetivo em trazer uma balança comercial favorável, ou seja, exportar mais bens e servicos do que se importa, através das fronteiras nacionais e internacionais. Namaioria dos Estados, ele concebe uma grande parcela do Produto Interno Bruto (PIB), e está presente em grande parte da história da humanidade, mas a sua importância econômica, social e política se tornaram crescente nos últimos séculos.

Segundo (Maia, 2000, p. 26):

[...] o comércio internacional é uma disciplina da teoria econômica, que, juntamente com o estudo do sistema financeiro internacional, forma a disciplina da economia internacional. A troca, nos dias atuais, ultrapassou as fronteiras, tornando-se o Comércio Internacional. O economista Venicius Dias de Oliveira define Comércio Internacional como uma via de duas mãos. Isso porque as vendas são representadas pelas exportações e as compras pelas importações.

Com a oportunidade de vender bens e serviços no exterior, muitos países conseguiram desenvolver suas economias em função da demanda externa, produzindo para a exportação. Dessa forma geravam oportunidades de emprego que acabam contribuindo para o incremento da renda nacional. Os Estados que permitem que mercadorias de outros países sejam vendidas em seu mercado interno têm condições de exigir “reciprocidade” dos seus parceiros comerciais, gerando assim uma nova parceria que irá trazer benefícios tanto para o país cedente, quanto para o Estado que está se introduzindo no novo mercado.

Atualmente vive-se diante de um mundo onde as interdependências das nações e a complementaridade das economias são cada vez mais essenciais para a

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sua sobrevivência. O comércio está sendo cada vez mais encarado como um instrumento estratégico para o desenvolvimento dos Estados, uma vez que elas não mais comerciam somente para atender suas necessidades primárias e secundárias, mas também vislumbram maiores lucros e aperfeiçoamento de suas economias. Com isso visam um crescimento cada vez maior para suas economias, bem como o desenvolvimento sócio-cultural de sua população.

3.2 Globalização

Pode-se afirmar que a globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política, com a elevação dos meios de transporte e o diálogo entre os Estados do mundo no final do século XX e início do século XXI.

Segundo Maia (2003, p. 75):

O objetivo da globalização seria beneficiar o consumidor que usufruiria de produtos mais baratos. Entretanto, as classes trabalhadoras vêem com pessimismo a globalização porque, concentrando-se na produção em grandes conglomerados, a tendência é eliminar a pequena empresa que é a grande criadora de empregos.

A palavra globalização, em sentido restrito, significa internacionalização, integração e uniformização de idéias, valores e atitudes, mas em sentido amplo é a integração de todo o mundo onde o homem vive.

Globalização significa experiência cotidiana da ação sem fronteiras nas dimensões da economia, da informação, da ecologia, da tecnologia, dos conflitos transculturais e da sociedade civil, e também o acolhimento de algo a um só tempo familiar que não se traduz em um conceito, que é de difícil compreensão, mas que transforma o cotidiano com violência inegável e obriga a todos a se acomodarem à sua presença e a fornecer respostas. (BECK, 1999).

Os efeitos da globalização ficam mais evidentes na esfera econômica que podem ser observados com a interligação das bolsas de valores de todo o mundo, a adoção de uma moeda única por blocos de países e a eliminação de barreiras comerciais. Além disso, grandes quantias de dinheiro podem ser movimentadas em

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segundos de um Estado para o outro com pequenas instruções em sistemas monetários e oscilações em uma bolsa de valores no oriente podem ter seu efeito percebido imediatamente no ocidente.

Na opinião de Alcoforado (1997, p. 16):

“As novas tecnologias propiciam, não apenas uma grande expansão do comércio mundial, mas também uma maior integração entre os povos. As telecomunicações associadas à informática contribuíram decisivamente neste sentido.”

Os avanços tecnológicos, portanto, contribuem para a globalização não só da economia, mas também de culturas e dos conhecimentos, o que acaba proporcionando, às pessoas em qualquer parte do mundo, diversos tipos de informações a cada minuto.

Com a eficiência e a agilidade que ocorreram as inovações tecnológicas, a maioria da população mundial adotou esses fatores como ferramentas para realizar negócios e para se comunicar a distância. Atualmente, essas tecnologias estão tão difundidas e enraizadas que é impossível seguir por um caminho diferente deste.

Para Strenger (1998, p. 232):

“Países que até há pouco estavam atrelados a tecnologias primitivas, mas empenhados em formular, implementar e executar políticas tecnológicas independentes, foram obrigadas a abortar ou a reverter suas experiências nesse sentido.”

Para avançar ainda mais o seu comércio, o Brasil deveria proporcionar maiores benefícios e incentivos aos produtores internos para que dessa forma possam conquistar assim um mercado maior no nível internacional. Outra estratégia para promover as exportações, são os incentivos creditícios oferecidos pelo governo federal, que pode financiar a produção destinada à exportação.

Um dos principais objetivos da criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em 1991, foi de unir os países do Cone Sul em um bloco econômico, para viabilizar o comércio exterior entre seus países membros, com redução de tarifas entre os produtos comercializados. Esta foi uma das maneiras que a América do Sul encontrou para defender-se e poder competir com outros blocos econômicos que vêm surgindo nesse mundo globalizado.

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Essas alianças tornam o Brasil cada vez mais integrado e graças à abertura comercial os produtos brasileiros alcançam um melhor nível de competitividade e maior aceitação nos mercados globalizados.

3.3 Competitividade

Atualmente a competitividade da indústria e dos serviços tornou-se uma das preocupações principais, porque está intrinsecamente associada à capacidade de preservar, gerar ou reduzir postos de trabalho. As transformações no desempenho das empresas aceleraram-se nos primeiros anos da década de 90, quando foram sucessivamente quebrados recordes de crescimento da produtividade, de adoção de novas normas de procedimento como cortes de emprego. A vantagem competitiva é originária das diferenças nas estruturas econômicas, valores, culturas e processos industriais de cada Estado.

A vantagem da competitividade pode ser definida segundo Barney e Hesterly (2007) quando uma empresa cria mais valor econômico do que suas rivais, e valor econômico é a diferença entre os benefícios percebidos pelo consumidor associados à compra de produtos ou serviços ganhos por uma empresa e o custo para produzir e vender esses produtos ou serviços.

Percebe-se atualmente, que as nações podem e devem especializar-se nas indústrias e segmentos em que suas empresas são mais produtivas e passar a importar os produtos menos desenvolvidos em seu mercado interno, gerando assim uma forma de aumento na produtividade da economia, que de acordo com Rabechini Jr.; Carvalho (2003 apud CARVALHO; LAURINDO, 2007, p.59), a competitividade é:

[...] o conjunto de esforços que será capaz de levar a organização a construir uma vantagem competitiva sustentável é vital no contexto estratégico. Nenhum país poderá ser competitivo em todos os setores, uma vez que todos os recursos humanos, naturais e tecnológicos são sempre limitados.

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Atualmente a indústria conserva grande potencial de competitividade internacional, mas sua integração com o resto do mundo ainda é reduzida devido ao tímido nível de investimentos no país, muitas vezes ligado à fragilidade econômica e política.

O primeiro sinal da importância do tema vem do simples fato de que nesses Estados, essa informação é freqüentemente atualizada, como um dos indicadores importantes do desenvolvimento da sociedade. Os investimentos em ciência e tecnologia realizados no Brasil, pelo contrário, foram recentemente divulgados e levantados oficialmente.

Na atual conjuntura econômica, percebe-se que a prosperidade econômica de um país está intimamente ligada com sua capacidade competitiva e produtiva em todas as áreas possíveis, sendo importante a atuação de vários fatores para se conseguir o sucesso de um país, tanto internamente como externamente.

[...] o comércio internacional e o investimento estrangeiro, proporcionam tanto a oportunidade de elevar o nível da produtividade nacional como ameaçam seu aumento, e, até mesmo, sua manutenção. O comércio internacional permite ao país aumentar sua produtividade, eliminando a necessidade de produzir todos os bens e serviços dentro do próprio país. (PORTER, 1993, p.7).

A tendência das empresas é de personalizar cada vez mais os seus produtos, dirigindo-os para segmentos específicos do mercado, requerendo assim uma comunicação mais aberta com o cliente, utilizando conceitos e linguagem que o cliente conhece. Ou seja, ela tem que ser direta e ajustada ao seu público-alvo. A responsabilidade social na preservação do meio ambiente, e os próprios efeitos do consumo de seus produtos na saúde de seus clientes, também são fatores que revelam a competitividade e, sem dúvida, terão peso nas decisões do empresário.

Pode-se destacar que existe a necessidade de uma reforma tributária, pois a excessiva tributação no Brasil é um grande entrave para o comércio internacional brasileiro. Além disso, as altas taxas de juros, que de certa forma acabam entravando a economia e criando dificuldades fiscais, e a burocratização do sistema. Além disso, é a infra-estrutura de transporte, que necessita ainda de uma reforma de sua malha rodoviária, a introdução de novos modais de transporte como ferrovias, vias fluviais entre outros, que de certa forma contribuiriam para redução dos custos

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dos produtos. Outro fator é que no Brasil o acesso à tecnologia ainda é muito precária, se comparada aos Estados desenvolvidos.

3.4 Formação dos Blocos Econômicos

A formação dos blocos tem se revelado um forte elemento da globalização, na medida em que soma esforços de Estados em blocos que potencializam o seu poder econômico e político. É tendência do mundo moderno unir várias nações em grupos ou blocos. O capitalismo está num estágio que pede a evolução do comércio internacional. É um processo impossível de se realizar dentro dos estritos limites de um país ou de uma pequena região.

Uma das características na formação dos blocos econômicos é a redução ou a eliminação das alíquotas de importação, objetivando a criação de zonas de livre comércio. Esses blocos aumentam a interdependência das economias dos países membros.

Para Carbaugh (2004, p. 290):

Integração econômica é um processo de eliminação de restrições ao comércio, aos pagamentos e à mobilidade de fatores internacionais. A integração econômica resulta, desse modo, da união de duas ou mais economias nacionais por meio de um acordo comercial regional.

Os blocos econômicos podem ser vistos como associações de países, em modo geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem todas as relações comerciais privilegiadas e atuam de forma conjunta no mercado internacional.

O primeiro e mais bem sucedido bloco econômico surgiu na Europa, com a criação, em 1957, da Comunidade Econômica Européia, hoje a União Européia (UE). Porém a tendência de regionalização da economia só foi fortalecida nos anos 90 com o fim da bipolaridade entre os dois grandes blocos da Guerra Fria, liderados por Estados Unidos da América (EUA) e União Soviética, que estimularam a formação de blocos independentes de livre-comércio, um dos processos de globalização. Atualmente, os blocos mais importantes são: o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), a UE, a Cooperação Econômica da Ásia e

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do Pacífico (APEC) e, em menor grau o Pacto Andino, a Comunidade do Caribe e Mercado Comum (Caricom), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e a Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

O Brasil está inserido no MERCOSUL, que é o seu mais importante projeto de política externa até os dias atuais, juntamente com a Argentina, Paraguai e Uruguai que, em 1991, através do Tratado de Assunção, estabeleceram um acordo com objetivos comuns de desenvolverem-se economicamente e serem parceiros para o desenvolvimento regional da América do Sul.

Atualmente o Brasil vem estudando sua entrada em um novo acordo comercial, a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), que é um projeto dos EUA, que se insere no movimento de reafirmação da hegemonia norte-americana à escala mundial, desencadeado na década de 80. Suas origens remontam ao ano de 1990, quando o então presidente George Bush lançou a “Iniciativa para as Américas”, durante a Reunião de Cúpula das Américas em Miami, em dezembro de 1994, reuindo 34 países das Américas, exceto Cuba, uma proposta de liberalização do comércio hemisférico e de eliminação das restrições para os investimentos das mega-empresas norte-americanas, que criaria um espaço privilegiado de ampliação das fronteiras econômicas dos EUA. Sua população ficaria com aproximadamente 800 milhões de habitantes e com o PIB superior a US$ 13 trilhões.

A ALCA é também uma iniciativa que procura consolidar uma zona monetária para o dólar e contrabalançar o impacto da formação de outros grandes blocos regionais na Europa e na Ásia.

Atualmente, os EUA vêm preferindo celebrar acordos bilaterais de comércio com os países da América Latina, estratégia que permite a essa grande potência exercer maior poder de pressão.

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3.5 Órgãos Reguladores do Comércio Internacional

Com o final da 2ª Guerra Mundial (1946), diversos países decidiram regular as relações econômicas internacionais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, e por entenderem que os problemas econômicos influenciavam diretamente nas relações entre os governos. Objetivando regular os aspectos financeiros e monetários, criaram o Banco Mundial (BIRD) e Fundo Monetário Internacional (FMI), e no âmbito comercial, foi negociada a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), que seria como uma agência especializada das Nações Unidas.

Essa primeira rodada de negociações resultou em 45.000 concessões e o conjunto de normas e concessões tarifárias que passou a ser conhecido por Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), que se transformou em um órgão internacional para diversas rodadas de negociações sobre o comércio e a funcionar como coordenador e supervisor do comércio internacional.

Os fundadores, junto de outros Estados, formaram um grupo que elaborou o

projeto da criação da OIC, tendo os EUA como um dos países mais atuantes no convencimento da idéia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais. As negociações que começaram em novembro de 1947, se estendendo até março de 1948, aconteceu na cidade de Havana, em Cuba, e acabou sendo encerrada com a assinatura da Carta de Havana. Nesta carta constava a criação da

OIC. O projeto da criação da OIC era ambicioso, visto que além de constituir disciplinas para o comércio de bens, continha normas sobre emprego, práticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e serviços.

Mesmo os EUA tendo sido o Estado mais atuante nas negociações, algumas questões políticas internas levaram o país a divulgar, em 1950, o não encaminhamento do projeto ao Congresso para sua assinatura. Não tendo mais os EUA como atuante, a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) fracassou. Assim, o GATT, um acordo que visava regular provisoriamente as relações comerciais internacionais, foi o instrumento que realmente regulamentou as relações comerciais por mais de quatro décadas.

Somente em 1º de janeiro de 1995, é que a OMC substituiu e absorveu o GATT, que formalmente era apenas um acordo multilateral e não uma organização.

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Em 1995, o GATT foi transformado na Organização Mundial do Comércio (OMC). A OMC abraça as principais normas do GATT, mas seu papel foi ampliado para incluir um mecanismo previsto para aperfeiçoar o processo do GATT voltado à resolução da disputa comerciais entre as nações-membros. (CARBAUGH, 2004, P. 206)

Os membros da OMC se reúnem a cada dois anos, pelo menos, desde sua criação suas decisões são negociadas por seus representantes, sendo a reunião ministerial a única instância em que podem ser implementadas novas regras sobre quaisquer das áreas cobertas pela OMC ou sobre novas áreas, desde que exista uma decisão consensual.

Atualmente a OMC adquiriu grandes responsabilidades visando consolidar sua função de administração dos acordos multilaterais. Sua criação teve como objetivo acabar com as guerras comerciais e diminuir as desigualdades entre os países, bem como também evitar que os países utilizem de forma abusiva das exceções previstas para momentos de crises, ou seja, a organização existe para regular e fiscalizar se todos os países estão agindo dentro das normas do Acordo Geral.

Para Thorstensen (1999), são alguns dos objetivos do Acordo que constitui a OMC: Assegurar o pleno emprego e o crescente volume de receitas reais e demanda efetiva; O aumento do padrão de vida; Expandir a produção e o comércio de bens e de serviços.

Sendo assim, pode-se definir como a principal função da OMC a facilitação da execução, a administração e o funcionamento dos diversos acordos multilaterais sobre o comércio, bem como os acordos plurilaterais. A OMC dá preferência à liberalização das políticas comerciais e do multilateralismo como princípios gerais da ordem no comércio internacional. Os seus resultados refletem nos compromissos possíveis de serem alcançados pelos seus membros, onde cada um vai buscar a maximização de seus interesses.

Atualmente os acordos bilaterais vem desempenhando um importante papel nas relações comerciais entre os Estados. O comércio Sul-Sul passou a ser uma realidade muito importante nos dias atuais para o Brasil, isso porque a integração dos países vem se desenvolvendo cada dia mais e a competitividade dos produtos nacionais estão ganhando mais espaço nestes Estados.

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4 ASPECTOS GERAIS DO BRASIL E DA ALEMANHA

O presente capítulo apresenta os aspectos gerais do Brasil e da Alemanha, demonstrando também o surgimento e o desenvolvimento das relações comerciais entre os dois países.

4.1 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos do

Brasil

O território brasileiro estende-se por uma área de 8.547.403 km2 a leste da América do Sul, sendo assim, o quinto no mundo em extensão territorial, superado somente pela Rússia, Canadá, China e EUA. O Brasil tem as suas fronteiras:

• ao norte com os Estados da Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela;

• a noroeste com a República da Colômbia;

a oeste com a República do Peru e a República da Bolívia;

• a sudoeste com a República do Paraguai e República Argentina;

• e ao sul com a República Oriental do Uruguai.

Apenas o Equador e o Chile não têm fronteiras com o Brasil. As costas leste, sudeste e nordeste do país são banhadas pelo oceano Atlântico.

O nome oficial do país é República Federativa do Brasil, com a capital Brasília no Destrito Federal e possui ainda 26 Estados e é governado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A população brasileira foi constituída através da miscigenação de europeus, africanos e indígenas. Os europeus chegaram ao país como colonizadores e a partir do século XIX como imigrantes. Os povos africanos negros foram trazidos da África como escravos a partir da metade do século XIV. Os indígenas eram nativos do Brasil quando da colonização. Desde o início do povoamento, a presença de poucas

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mulheres brancas entre os colonizadores favoreceu a miscigenação, que resultou em vários tipos de mestiços.

O Estado Brasileiro tem sua forma de governo a República, e o regime político o democrático, que vigora na República Federativa do Brasil. A União é composta por três poderes, o Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si.

Seu sistema de governo é Presidencialista. O chefe de Governo é o Presidente da República, que tem o mandato presidencial de quatro anos.

Figura 1 – Mapa do Brasil

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De acordo com dados de 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira totaliza 183.987.291 habitantes em 2007, com densidade demográfica média de 21,53 habitantes por km2 .

A maioria da população brasileira é cristã, sendo a sua maior parte católica. A principal religião do Brasil é o católico romano. O Protestantismo é o segundo maior segmento religioso do Brasil com, aproximadamente, 26,2 milhões de pessoas. Segundo o último Censo do IBGE, em 2000, 7,4% da população total, consideram-se ateus, agnósticos, ou declaram acreditar em um Deus consideram-sem estarem filiados a nenhuma religião específica.

O Brasil possui uma das maiores economias da América Latina com setores bem desenvolvidos na área da agricultura, indústria, comércio e serviços. Na agricultura, a produção de café, soja, arroz, carne, cana-de-açúcar, cítricos e cacau que se desenvolveu com maior importância. As produções de têxteis, calçados, produtos químicos, cimento, ferro, aço, aviões, motores e veículos, carrocerias de ônibus, máquinas, implementos agrícolas e equipamentos, foram os que se destacaram no parque industrial e que o governo brasileiro vem dando diversos incentivos às empresas, embora muitas ainda possuam sérias dificuldades ao abrirem suas portas. A produção industrial brasileira teve uma expansão nas 14 regiões pesquisadas pelo IBGE (2008), em dezembro de 2007 para janeiro de 2008. Nesta pesquisa os índices regionais mostraram um perfil geral de crescimento, que atingiu praticamente todos as regiões. No indicador acumulado para janeiro-dezembro de 2007, houve um crescimento em todos as regiões pesquisados, liderado pelas as indústrias de Minas Gerais com 9,0%, Espírito Santo com 8,1%, Paraná com 7,9%, Rio Grande do Sul com 7,7% e São Paulo com 6,9%, todos com taxas acima da média nacional 6,0%.

Entre as atividades, os resultados de maior relevância sobre a média global da indústria foram de automóveis com 15,2% e máquinas e equipamentos com 17,7%. Também tiveram destaque positivos nos resultados as máquinas, aparelhos e materiais elétricos com 14,0%; outros produtos químicos com 5,7%; metalurgia básica com 6,8%; indústria extrativa com 5,8% e alimentos com 2,5%.

Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) (2008), o país possui pouco mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas. Destes, somente cerca de 10% são pavimentados, numtotal de aproximadamente 172.897

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quilômetros, sendo 57.211 km de estradas federais (33%), 94.753 km de estradas estaduais (55%) e 20.914 km de estradas municipais (12%).

Com um total de 58% do transporte realizado no Brasil, o Transporte Rodoviário foi o modal com maior utilização nas cargas transportadas em 2007.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT, 2008), o sistema ferroviário brasileiro totaliza 29.706 quilômetros, concentrando-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, em parte do Centro-Oeste e Norte do Brasil. Foram concedidos em torno de 28.840 quilômetros das malhas. Em 2007, o setor ferroviário participou com um percentual de 25%, do total da carga transportada no Brasil.

Segundo o site da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuário (INFRAERO, 2008) que afirma, nos quais são administrados por ela, 67 aeroportos, 80 unidades de apoioà navegação aérea e 32 terminais de logística de carga. Estes aeroportos concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo do Brasil, o que equivale um aumento de 8,24% entre 2006 e 2007. Só no ano de 2007, foram movimentadas 1,3 milhão de toneladas de cargas domésticas, de importação e exportação. O primeiro em arrecadação é o do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, logo a frente dos terminais dos Aeroportos de Viracopos/Campinas(SP), Galeão/Rio de Janeiro(RJ) e Manaus(AM). O transporte Aéreo foi responsável por um total de apenas 0,4% das cargas transportadas em 2007 no país.

Segundo a IBGE (2008), a economia brasileira cresceu em 2007, 5,4%. É a maior taxa de expansão constatada desde 2004, quando o país obteve um crescimento de 5,7%. No último trimestre de 2007, o PIB registrou um crescimento de 1,6% frente ao trimestre anterior, e 6,2% em relação ao último trimestre de 2006. Em valores, o PIB brasileiro totalizou R$ 2,558 trilhões em 2007. Já o PIB per capita cresceu 4,0% em relação a 2006, chegando a R$ 13.515,00. O desempenho do PIB em 2007 extrapolou as expectativas dos analistas de mercado que esperavam, em média, um crescimento de 5,1% no terceiro trimestre e de 5,4% no quarto trimestre. Em 2006, o PIB apresentou uma expansão de 3,8%. O investimento, medido pela taxa de formação bruta de capital fixo, aumentou 13,4% no ano passado, na comparação com 2006. Este indicador é o maior desde o início da série histórica, iniciada incremento de 16% na comparação como último trimestre de 2006.

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4.2 Aspectos geográficos, culturais, sociais, e econômicos da

Alemanha

Com uma superfície de aproximadamente 357.000 km², a República Federal da Alemanha está situada na parte central da Europa e tem sua fronteira:

ao norte com a Reino da Dinamarca;

a oeste com a República Francesa, Luxemburgo, os Países Baixos, e o Reino da Bélgica;

• ao sul com Confederação Suíça e a República da Áustria;

• e ao leste com República Tcheca e a República da Polônia.

Em função da sua localização, o país tornou-se uma espécie de ligação entre os países da Europa central e oriental. As principais cidades alemãs são Berlim (capital), Hamburgo, Munique, Colônia, Frankfurt e Essen. A Alemanha se subdivide em cinco grandes regiões geográficas, a planície setentrional, as montanhas centrais, a região das chapadas do sudoeste, a região pré-alpina e os Alpes da Baviera. As serras da região central separam o norte do sul do país, sendo que o vale do Reno e a baixada de Hessen servem como linha natural de escoamento do tráfego entre o norte e o sul (REICHART, 2000).

O rio mais importante é o Reno com eixo de transporte da Alemanha no sentido norte-sul. Os principais rios da Alemanha são: Reno, Elba, Danúbio, Meno, Weser, dentre outros.

A navegação interna possui uma rede eficiente de hidrovias. O maior porto fluvial do mundo fica na cidade alemã de Duisburg. A principal hidrovia do mundo é o rio Reno; nele são transportados dois terços das cargas hidroviárias interiores da Alemanha.

A marinha mercante alemã é considerada uma das mais modernas e seguras do mundo. Os grandes portos marítimos alemães, tidos como portos rápidos são os de Hamburg, Wilhelmshaven, Bremen/Bremerhaven, Rostock e Lübeck.

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Segundo Reichert (2000):

“A Alemanha está situado numa zona de ventos temperados do oeste, que fica entre o Oceano Atlântico e o clima continental do leste. Grandes variações de temperatura não são muito freqüentes. Em todas as estações do ano há precipitações. No inverno, a temperatura média varia entre 1,5 graus centígrados positivo na planície e seis graus negativos nas montanhas. A temperatura média no mês de julho é de dezoito graus centígrados nos vales protegidos do sul. Exceções formam o vale superior do Reno, com seu clima muito ameno e a Alta Baviera, com a regular aparição do vento quente que sopra do sul, chamado “Föhn”, e a montanha do Harz, que tem um clima peculiar, com ventos ásperos, verões frescos e invernos de muita neve”.

Com aproximadamente 82,4 milhões de habitantes a Alemanha é o país mais populoso da UE, tendo atraído, milhões de imigrantes, nas últimas décadas. A integração da UE e do Ocidente, a separação do Bloco Oriental e a imigração de países asiáticos e africanos levaram ao aumento do número de estrangeiros na Alemanha (REICHART, 2000).

Com uma densidade demográfica de 230 habitantes por quilômetro quadrado, a população está distribuída de maneira heterogênea.

A maioria das pessoas vive em pequenas cidades e vilarejos. O envelhecimento médio da população é uma questão bastante preocupante nos dias atuais.

A língua oficial do país é a alemã, mas é rico em dialetos, que apresentam enormes diferenças entre si, mostrando assim na maioria da população, o lugar de origem das pessoas.

Quanto à religião, há um equilíbrio entre o protestante e o católico, quais são as principais.

A população alemã está distribuída em dezesseis Estados, chamados Bundesländer. Esses Estados são: Baden-Württemberg, Bayern (Baviera), Berlin (Berlim), Brandenburg (Brandenburgo), Bremen, Hamburg (Hamburgo), Hessen, Mecklenburg-Vorpommern (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental), Niedersachsen (Baixa-Saxônia), Nordrhein-Westfalen (Renânia do Norte-Vestefália), Rheinland-Pfalz (Renânia-Palatinado), Sachsen (Saxônia), Sachsen-Anhalt (Saxônia-Anhalt), Schleswig-Holstein, Thüringen (Turíngia).

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Figura 2 – Mapa da Alemanha

Fonte: http://www.francatur.com.br/sub/alemanha/img/mapa_alemanha.jpg

A Alemanha conta com um sistema de transportes muito desenvolvido. A maior parte do movimento de transportes é realizado por auto-estradas. A extensa malha de rodovias com pistas duplas cumpre um papel especial. A rede de estradas entre cidades mede aproximadamente 231.000 km de extensão; mais de 12.000 km são auto-estradas de mão dupla.

Quase todas as grandes cidades alemãs estão ligadas à rede de alta velocidade da Ferrovia, Deutsche Bahn (DB), que permite aos recém-desenvolvidos trens como o Intercity Express (ICE) velocidades de até 300 km/h. Outras linhas de alta velocidade com ligações intereuropéias estão previstas. Há vagões especiais para transporte de caminhões carregados e o uso de conteineres é um elo de ligação importante do transporte. Está sendo planejada a ampliação deste tipo de transporte de carga.

Quase todas as grandes cidades também possuem seus aeroportos. O maior aeroporto é o de Frankfurt am Main, que é também um dos mais importantes da Europa. As seguintes cidades da Alemanha têm aeroportos internacionais: Berlim,

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Bremen, Düsseldorf, Frankfurt/Main, Hamburgo, Hannover, Colônia-Bonn, Munique, Nürnberg, Saarbrücken, Stuttgart e Halle/Leipzig. Além destes, há toda uma série de aeroportos de importância regional.

O Parlamento Federal é a representação do povo da Alemanha. Os deputados, são eleitos pelos cidadões alemãs por um período de quatro anos em escrutínio universal e por voto direto, livre, igual e secreto. Uma dissolução antecipada só é possível excepcionalmente e depende do presidente federal. As tarefas mais importantes são a legislação, a eleição de chanceler federal e o controle do governo.

O autor Reichart (2000, p. 154) afirma que:

O Conselho Federal, a representação dos dezesseis estados federados, tem parte das competências legislativa e administrativa da Federação. O conselho federal é formado por membros dos governos estaduais ou seus representantes. De acordo com o número da sua população, os Bundesländer têm três, cinco ou seis votos. Mais da metade de todas as leis necessita da aprovação do Bundesrat, isto é, não podem ser repassadas sem ou contra a vontade do Bundesrat.

A Alemanha é um Estado federativo democrático-parlamentar, com forte posição do Bundeskanzler “Chefe de Governo”. Os 16 estados federados “Bundesländer” têm uma posição importante na estruturado estado e participam dos trabalhos legislativos no nível federal.

O Presidente, como Chefe de Estado, representa a República Federal da Alemanha perante o direito internacional, mas não exerce influência política decisiva nos assuntos correntes.

A economia alemã passou a última década absorvendo os altos custos da reunificação, custos estes que refletiram de forma negativa no desempenho econômico do país como, por exemplo, nas taxas de desemprego e de crescimento do PIB. Mesmo após a concretização da unidade alemã, a necessidade de adaptações estrutural se manteve: ainda hoje, questões como custos de mão-de-obra, desemprego, encargos sociais, impostos sobre as empresas, entre outras, são preocupações constantes do Governo.

Segundo o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) (2008), sediado em Wiesbaden, o PIB alcançou, em 2007, o valor de R$ 2.4238 bilhão, registrando um cresimento real, em relação ao ano anterior, de apenas 2,5%, refletindo as dificuldades encontradas em função do desaquecimento das economias

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norte-americana e japonesa. O ano de 2007 havia registrado um cresimento real do PIB de 2,9 % em relação ao ano de 2006.

4.3 O surgimento de uma parceira

As relações Brasil e Alemanha existem há aproximadamente 200 anos e são desenvolvidas nos mais diversos setores: econômico, cultural, científico, tecnológico, ambiental, dentre outros.

“A experiência, a disciplina e a sabedoria do imigrante germânico foram talvez os maiores fatores que contribuíram, no período da nossa colonização, para criar no País uma base cultural, desde os primórdios de nossos tempos brasileiros. Todas as atividades artísticas e cientificas que a Europa cultivava já muitos anos antes de 1824, quando nos chegavam os primeiros colonos alemães para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, foram os principais e decesivos meios que levaram os brasileiros e depois os descendentes dos europeus, a amar a cultura e a desenvolve-la posteriomente”. (LAUS, p.11)

Pode-se dizer que um dos primeiros contatos travados entre estes dois países refere-se às relações culturais, que vêm se desenvolvendo cada vez mais e tiveram seu início logo após o descobrimento do Brasil, quando as relações entre a Alemanha e a América Latina começaram. Graças à posição proeminente ocupada pela Alemanha nas artes gráficas, a maioria dos relatórios e descrições da América era originalmente impressa nas editoras alemãs ou em suas sucursais na Espanha.

Quanto ao aspecto econômico, a Política Externa Independente (PEI) teve como principal objetivo transformar o Brasil em uma super potência, mas teve seu fim em março de 1964 pelo governo Castello Branco, o qual adotou uma postura alinhada aos interesses dos EUA, encarnou exatamente o “caminho americano” e passou a ser um fiel pilar dos objetivos dos EUA na América Latina. Desde o período pós-guerra, a participação de capital advindo da Alemanha era de 20% do total de investimentos estrangeiros, perdendo apenas para o norte americano (44%), Suíça, França e Grã-Bretanha. Em 1964, das 10 maiores empresas da República Federativa da Alemanha (RFA), oito já atuavam no Brasil, entre elas as montadoras

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da Volkswagen e da Mercedes-Benz e das 100 maiores empresas, 45 já atuavam em sociedade com empresas brasileiras.

Um dos primeiros instrumentos oficiais das relações entre Brasil e Alemanha foi o compromisso teuto-brasileiro, é um brasileiro que tenha ascendentes germânicos, qual foi assinado em 30 de novembro de 1963 para a melhoria da cooperação econômica entre os dois Estados. Após este compromisso, vários instrumentos foram surgindo em áreas diversas.

Além desse compromisso, houve a cooperação científica e tecnológica, criando-se o Acordo Geral de Cooperação, assinado em 09 de junho de 1969. Esta foi a principal intenção da visita de Magalhães Pinto à Alemanha, demonstrando assim a vontade política dos dois países dando especial ênfase na origem dos setores de oceanografia, energia nuclear, aeroespacial e processamento de dados.

Segundo Lohbauer (2000), pode-se afirmar que, no governo Médici (1969-1974), a RFA ganha maior importância no desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Brasil e nem mesmo o seqüestro do embaixador alemão no Rio de Janeiro prejudicou uma maior aproximação. No começo dos anos 70, dois terços dos investimentos alemães na América do Sul vieram para o Brasil. O país recebeu o dobro de investimentos de capital privado alemão que foi investido nos países asiáticos em desenvolvimento. O Acordo sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear acrescentou um amplo e denso segmento industrial e acabou levando à formação de uma joint-ventures, a qual cobria a fabricação de componentes e de instalações de reatores nucleares e o ciclo do combustível nuclear. Analisando com profundidade o volume previsto dos recursos, tal parceria representava uma intensa parceria em tecnologia entre um país desenvolvido e um outro em desenvolvimento. Cerca de 70 contratos entre empresas brasileiras e alemãs foram fechados, todos relacionados com o acordo nuclear. A partir deste, o comércio entre Brasil e RFA aumentou de forma significante, assim os investimentos diretos da RFA no Brasil dobraram em 1977 em relação ao ano de 1973.

O autor Lohbauer (2000) destaca também que, no período de 1979-1980, durante o governo Figueiredo, a RFA aumentou em 44% os investimentos no Brasil e das 100 maiores empresas alemãs, 44 possuíam significativos investimentos em terras brasileiras.

Com a posse de Helmut Kohl, a “aliança especial” e a busca de maior autonomia por parte do Brasil frente aos EUA chegam ao fim. O novo chanceler

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alemão deixa clara a intenção de aprofundar e ampliar as relações da RFA com os EUA.

Ainda segundo Lohbauer (2000), as relações Brasil e Alemanha sofrem um certo distanciamento durante a década de 80, mais conhecida como ”década perdida” devido à crise econômica brasileira. A participação do capital alemão no Brasil cai de forma drástica. Enquanto nos períodos de 1975-1980 e 1981-1985 os investimentos alemães alcançaram uma média de 15%, no período 1986-1990 diminuiu para 8,6%.

A partir de 1988, em função da alta sensibilidade, da opinião pública interna pelo tema, o Governo da Alemanha começou a dedicar atenção para os problemas ambientais de dimensão global. Estas preocupações estavam voltadas para o desmatamento na Amazônia, sendo que a partir daquele ano, novos recursos no âmbito da cooperação financeira passaram a ser exclusivamente alocados para projetos de preservação do meio ambiente.

Um dos projetos ecológicos recebeu prioridade máxima, foi o chamado projeto ”Programa Piloto para a Preservação das Florestas Tropicais Brasileiras”, idealizado na Cúpula Econômica do Grupo dos Sete em 1990 Houston. Grande parte dos investimentos alemães estava voltada para Amazônia, restando uma pequena parte para a Mata Atlântica. Além da preservação ambiental, o autor Lohbauer (2000) afirma que a cooperação financeira com a Alemanha passou a privilegiar outros setores como o do aumento da competitividade de pequenas e médias empresas e projetos da infra-estrutura básica.

A partir da década de 90, mostrou-se que as relações do Brasil e da Alemanha estavam bem diferentes, já que o Brasil se democratizou e a Alemanha se unificou. Depois das eleições de 1989, a política externa brasileira passou a reagir ao processo de globalização. O Brasil desiste da opção nuclear-militar e adere ao regime do Tratado de Não-Proliferação (TNP).

Já no que diz respeito à cooperação financeira, atualmente existem convênios especiais entre instituições de ambos os países, que estão previstos no Acordo Geral, e definem os diversos setores de cooperação e realização conjunta de projetos de desenvolvimento, intercâmbio de informações, cientificas e técnicas existentes tanto no Brasil como na Alemanha. No âmbito da ciência e tecnologia, ocorreu uma expansão significativa da cooperação no setor de ecologia e meio ambiente, centrada em projetos destinados a solucionar a questão do

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aproveitamento racional e conservação dos recursos naturais disponíveis nas regiões de florestas tropicais brasileiras.

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5 MERCADO BRASILEIRO E ALEMÃO

O presente capítulo apresenta o mercado do Brasil e da Alemanha, indicando seus principais parceiros econômicos e os principais produtos exportados pelo Brasil e os produtos importados e exportados pela Alemanha.

5.1 Mercado Brasileiro

A Alemanha pode ser vista como um importante parceiro comercial do Brasil, tendo em vista que ocupa a quinta posição entre os principais mercados de destino dos produtos brasileiros, só perdendo para os EUA, Argentina, China e Holanda.

Na tabela n˚ 01, pode se observar os dez principais compradores do Brasil no ano de 2007.

Tabela 01 – Principais países compradores do Brasil em 2007

US$ F.O.B. Part. %

TOTAL DA ÁREA 73.213.865.632 100

TOTAL DOS PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO 59.511.920.954 81,29 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 11.986.677.504 16,37

ARGENTINA 6.310.817.961 8,62 CHINA 4.914.947.125 6,71 HOLANDA 3.644.953.956 4,98 ALEMANHA 3.323.386.785 4,54 ITALIA 2.177.872.894 2,97 JAPAO 2.070.476.808 2,83 CHILE 1.972.285.569 2,69 MEXICO 1.971.920.749 2,69 BELGICA 1.834.608.349 2,51 Fonte: MDIC (2008)

Dentre os principais países compradores do Brasil, os EUA deteve participação de 16,37%, do total que o Brasil exportou em 2007. A Argentina e China detiveram juntas 15,33%. Já a Holanda e Alemanha com 9,52%, Japão, Itália, Chile, México e Belgica foram responsáveis por 13,69%. Isso demonstra uma dependência

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do Brasil em relação aos EUA, sendo necessário incrementar suas relações comerciais com os demais países.

Como o Brasil não é um país auto-suficiente para produzir produtos com alto valor agregado, uma boa parte dos produtos que necessita precisa ser importada, para isso ele conta com alguns países fornecedores de produtos.

Tabela 02 – Principais paises fornecedores ao Brasil em 2007

Fornecedores US$ F.O.B. Part. %

TOTAL DA ÁREA 52.637.225.129 100

TOTAL DOS PRINCIPAIS PAÍSES 45.240.603.291 85,95 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 8.561.425.673 16,26

CHINA 5.210.764.605 9,90 ARGENTINA 4.694.067.647 8,92 ALEMANHA 3.867.235.826 7,35 JAPAO 2.083.081.652 3,96 NIGERIA 1.942.892.565 3,69 CHILE 1.638.292.232 3,11 FRANCA 1.609.232.974 3,06 ITALIA 1.504.289.998 2,86 TAIWAN 967.784.666 1,84 Fonte: MDIC (2008)

Na tabela n˚ 02 pode-se observar que os cincos primeiros países detém juntos 41,22% das importações brasileiras. Os EUA pode ser observado também como o principal tendo sido responsável por cerca de 16,26%, de tudo o que o Brasil importou em 2007. Já a China e Argentina apareceram juntos com 18,82%. A Alemanha com 7,35% teve com os produtos de alto valor agregado uma grande importância nas importações brasileiras. Os países Japão, Nigéria, Chile, França, Itália e Taiwan juntos somaram 18,52% no fornecimento de produtos para o Brasil.

Quanto aos principais produtos exportados pelo Brasil no ano de 2007, destacam-se os de baixo valor agregado o que demonstra por parte do Brasil, dependência tecnológica, conforme observado na tabela a seguir:

Tabela 03 – Principais produtos exportados pelo Brasil em 2007

DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %

TOTAL DA ÁREA 73.213.865.632 100

TOTAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS 48.835.738.685 66,7 OLEOS BRUTOS DE PETROLEO 3.489.280.688 4,77 OUTROS GRAOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS 3.393.057.668 4,63

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Tabela 03 – Principais produtos exportados pelo Brasil em 2007 (Continuação)

DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %

MINERIOS DE FERRO NAO AGLOMERADOS E SEUS CONC 3.135.860.825 4,28 MINERIOS DE FERRO AGLOMERADOS E SEUS CONCENTR 1.671.069.433 2,28 CAFE NAO TORRADO, NAO DESCAFEINADO, EM GRAO 1.597.908.723 2,18 OUTROS AVIOES/VEICULOS AEREOS, PESO> 15000 KG 1.407.580.860 1,92 PASTA QUIM. MADEIRA DE N/CONIF. A SODA/SULFATO 1.373.581.350 1,88 CARNES DESOSSADAS DE BOVINO, CONGELADAS 1.370.160.649 1,87 BAGACOS E OUTS.RESIDUOS SOLIDOS,DA EXTR.DO OL 1.331.127.658 1,82 PEDACOS E MIUDEZAS, COMEST. DE GALOS/GALINHAS 1.269.128.619 1,73 Fonte: MDIC (2008)

Dentre os principais produtos exportados pelo Brasil destacam-se, óleos brutos de petróleo, grãos de soja mesmo triturados, minérios de ferro não aglomerados e minérios de ferro aglomerados com um total de 15,96%; já café não torrado, em grão; outros aviões/veiculos aéreos, peso>15000 kg; pasta química para madeira; carnes desossadas de bovino, congeladas; bagaços e outros resíduos sólidos e pedaços e miudezas comest. de galos/galinhas, detém juntos 11,40%, das exportações.

Tabela 04 – Principais produtos importados pelo Brasil em 2007

DESCRIÇÃO US$ F.O.B Part. %

TOTAL DA ÁREA 52.637.225.129 100

TOTAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS 23.872.332.887 45,35 OLEOS BRUTOS DE PETROLEO 4.854.281.457 9,22 NAFTAS PARA PETROQUíMICA 923.622.412 1,75 "GASOLEO" (OLEO DIESEL) 905.012.674 1,72 AUTOMOVEIS C/MOTOR EXPLOSAO, 1500<CM3<=3000 726.989.259 1,38 CATODOS DE COBRE REFINADO/SEUS ELEMENTOS 722.695.838 1,37 TRIGO (EXC. TRIGO DURO OU PARA SEMEADURA), E TRIGO 721.704.075 1,37 GAS NATURAL NO ESTADO GASOSO 646.535.438 1,23 OUTRAS PARTES PARA AVIOES OU HELICOPTEROS 596.448.402 1,13 OUTROS CLORETOS DE POTASSIO 568.841.940 1,08 DISPOSITIVOS DE CRISTAIS LIQUIDOS (LCD) 502.650.092 0,95 Fonte: MDIC (2008)

Já dentre os principais produtos importados pelo Brasil destacam-se, produtos de alto valor agregado como óleos brutos de petróleo, naftas para petroquímica, gasoleo (óleo diesel) e automóveis com motor explosao com um total de 14,07%; e produtos de baixo valor agregado como, catodos de cobre refinado/seus elementos; trigo; gás natural no estado gasoso; outras partes para aviões ou helicópteros;

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outros cloretos de potássio e dispositivos de cristais liquidos (LCD) detém juntos 7,13%, das importações.

Ao observar na tabela nº 05, o intercâmbio comercial do Brasil, percebe-se que em 2000, a corrente do comércio gerou um saldo negativo para o Brasil de US$ -731.743. Já a partir de 2001 começou-se a observar um pequeno aumento das exportações brasileiras, chegando a 2006 com um saldo positiva de US$ 46.456.629, o maior saldo desde o ano 2000.

Tabela 05 - Intercâmbio comercial brasileiro - 2000/2007

Ano Exportação Var. % Importação Var. % Saldo US$ FOB (A) US$ FOB (B) (A-B) 2000 55.118.919.865 14,8 55.850.663.138 13,28 -731.743.273 2001 58.286.593.021 5,75 55.601.758.416 -0,45 2.684.834.605 2002 60.438.653.035 3,69 47.242.654.199 -15,03 13.195.998.836 2003 73.203.222.075 21,12 48.325.566.630 2,29 24.877.655.445 2004 96.677.498.766 32,07 62.835.615.629 30,03 33.841.883.137 2005 118.529.184.899 22,6 73.600.375.672 17,13 44.928.809.227 2006 137.807.469.531 16,26 91.350.840.805 24,12 46.456.628.726 2007 160.649.072.830 16,58 120.620.877.724 32,04 40.028.195.106 TOTAL 760.710.614.022 132,87 555.428.352.213 103,41 205.282.261.809 Fonte: MDIC (2008)

A tabela nº 05 demonstra ainda a evolução das importações brasileiras, compreendidas entre os anos de 2000 a 2007. Percebe-se que em 2000 as importações ultrapassaram as exportações. Somente em 2001 é que o Brasil começou a apresentar uma retomada no crescimento das exportações. Embora o aumento nas exportações tenha sido insignificante, o intercâmbio comercial brasileiro foi se intensificando através dos anos, chegando em 2007 com um saldo positivo em seu balanço comercial de US$ 40.027.080.

Enquanto as exportações brasileiras no período 2000 a 2007 cresceram aproximadamente 191% as importações cresceram algo em torno de 116%.

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