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Em julho de 2018 a GOL recebeu o primeiro Boeing 737 MAX 8 no total a empresa possui 135 pedidos sendo 105 pedidos da versão MAX 8 e 30 do modelo MAX 10. A aeronave possui um maior alcance e uma considerável redução no consumo de combustível o que permite a companhia abrir novos destinos pela América como Miami e Orlando a partir de Brasília e Fortaleza, assim como saídas de São Paulo para Quito e Lima e Cancún no México.

6.2.1 Desempenho Operacional

O Boeing 737 MAX é uma das aeronaves mais modernas do mundo, equipado com tecnologia de ponta. Oferece uma autonomia bem maior de voo, cerca de 3500nm ou 6.500 Brasil e os Estados Unidos. Além disso, também oferece uma redução de aproximadamente 15% no consumo de combustível e na emissão de gases poluentes.

6.2.2 Cabine

A cabine não é muito diferente das aeronaves mais jovens da frota da GOL. Ao avião tem um corredor e fileiras com seis assentos, no formato 3 x 3. Isso desaponta algumas pessoas que têm a expectativa de voar para os Estados Unidos em aviões de grande porte. Mas a GOL já informou que não tem intenção de adquirir esse tipo de aeronave. Seu modelo de atuação é parecido com o da Copa Airlines nesse aspecto, já que a companhia aérea panamenha também opera rotas de médio e longo curso com aeronaves Boeing 737.

Figura 7 - Primeiro 737 MAX da GOL PR-XMA

Foto: Vinholes (2018)

6.2.3 Os Problemas e a Vantagem do Leasing

Após dois acidentes envolvendo o modelo Boeing 737 Max a GOL decide retirar o avião de operação em 11 de março de 2019 um dia após o segundo acidente com mortes do modelo que ocorreu com o 737 MAX da Etiophian Airlines e matou 157 pessoas. Desde então operadores do mundo todo e agências reguladoras decidem suspender os voos do 737 MAX até as soluções dos problemas encontrados durante a investigação sejam sanados, problemas esses identificados no AOA e MCAS da Aeronave.

A Boeing já trabalha desde março de 2019 para solucionar os respectivos problemas nos sistemas do Boeing 737 MAX e revisar seu programa de treinamento.

Para isso já foram desenvolvidas novas camadas de proteção na aeronave que estão sendo analisadas e observadas junto à FAA.

As camadas adicionais de proteção incluem: O sistema de controle de voo agora compara as entradas dos dois sensores AOA. Se os sensores discordarem em 5,5 graus ou mais com as abas retraídas, o MCAS não será ativado. Um indicador no visor da cabine de comando alertará os pilotos. Se o MCAS for ativado em condições não normais, ele fornecerá apenas uma entrada para cada evento AOA elevado. Não há condições de falha conhecidas ou previstas em que o MCAS fornecerá várias entradas. O MCAS nunca pode comandar mais entrada do estabilizador do que pode ser neutralizado pela tripulação de voo que está puxando a coluna. Os pilotos continuarão sempre com a capacidade de substituir o MCAS e controlar manualmente o avião.

Para o treinamento de pilotos no Boeing 737, os pilotos devem completar 21 ou mais dias de treinamento acadêmico e de simulador, ministrado por instrutores. O treinamento das diferenças entre o NG e o MAX inclui treinamento baseado em computador (CBT) e revisão do manual. A Boeing criou um CBT atualizado para acompanhar a atualização do software. Uma vez aprovado, estará acessível a todos os pilotos do 737 MAX. Este curso foi desenvolvido para fornecer aos pilotos com type rating do Boeing 737 uma compreensão aprimorada dos sistemas do 737 MAX Speed Trim, incluindo a função MCAS, procedimentos da tripulação associados e alterações de software relacionadas. Os pilotos também deverão revisar: Boletim do Manual de Operações da Tripulação de Voo, Lista de verificação não normal de falha de ajuste de velocidade atualizada e o QRH Manual de referência rápida revisado.

Uma situação desta totalmente imprevisível mostra como o setor de aviação civil é um setor a parte quando falamos de imprevisibilidade, por isso os operadores de uma forma geral buscam o leasing nas aeronaves pois além de tornarem-se custos fixos, o valor mensal por exemplo pago aos proprietários podem ser menores que de um financiamento para compra. O leasing facilita as operações financeiras das companhias aéreas, pois, evita-se grande emprego de capital para compra de aeronaves além da possibilidade de manter suas despesas previsíveis em seu fluxo de caixa.

Outra vantagem do leasing é a renegociação das aeronaves de acordo com a oferta e demanda da companhia, de 2015 até hoje a GOL realizou uma forte negociação com suas novas aeronaves e renegociou ou devolveu aeronaves com preço de leasing mais altos, isso explica porque muitas vezes observamos aeronaves mais novas sendo devolvidas antes do que outras bem mais antigas, assim as aeronaves em condições práticas não existe um prazo

determinado de validade das mesmas, mas após um determinado número de ciclos da aeronave os custos com manutenção tornam-se inviável sua operação além de novos motores e tecnologias que chegam ao mercado diminuindo consumo de combustível entre outros sistemas.

Outro fenômeno de imprevisibilidade que assistimos no mercado Brasileiro e a gestão da GOL foi ágil para não perder mercado é o caso do fim das operações da Avianca Brasil que chegou junto com a parada das aeronaves 737 MAX, o forte aumento na demanda pela perda de um player unido com o a parada brusca das aeronaves 737 MAX necessitou uma tomada de decisão rápida e certeira para que a companhia não ficasse de fora e tomasse parte desta fatia de mercado deixado pela Avianca Brasil, por isso foi negociado em caráter temporário aeronaves da indiana JET Airways (Aeroflap, 2019), que também interrompeu suas operações. Esse é um exemplo de como o leasing é importante pois rapidamente operadores no mundo todo conseguem utilizar aeronaves que necessitem na sua frota no menor tempo possível, algo que seria impossível caso fosse aeronaves compradas.

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