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III. Revisão da Literatura

3.3. A Tomada de Decisão no Contexto da Arbitragem

3.3.3. O Árbitro

3.3.3.1. Definição

Para Weinberg e Richardson (1990), depois dos atletas e dos treinadores, os árbitros são a terceira dimensão das competições desportivas, definem os árbitros, como elementos que desempenham uma das tarefas mais difíceis do desporto. Para estes autores, os árbitros têm sob a sua responsabilidade quatro funções essenciais: assegurar que o jogo decorre de acordo com as regras estabelecidas; interferir o menos possível, evitando ser o foco de atenção; estabelecer um ambiente positivo a todos os intervenientes da competição desportiva e mostrar preocupação com os atletas.

Tubio (2003), salienta que a tarefa do árbitro é altamente complexa, uma vez que é exercitada de uma forma geral em décimas de segundo, e muitas vezes realizada sobre pressão.

Para Lima (1988), ser árbitro é ser um técnico desportivo devidamente capacitado no domínio da aplicação das regras e dos regulamentos específicos do jogo/competição, habilitado para realizar uma interpretação criteriosa e coerente dessas regras e regulamentos, é, em suma, um dirigente desportivo que atua diretamente no terreno competitivo.

De acordo com Mariovoet (1998), ser árbitro no mundo do desporto implica, para além de um conhecimento das regras, da responsabilidade que excede o momento do jogo saber lidar com as relações que se estabelecem no seu desenvolvimento.

3.3.3.2. Características do Árbitro

Segundo Oliveira (2010), a forma como o árbitro atua e se diferencia, no seio da sua modalidade, resulta fundamentalmente da personalidade que vai mostrando no percurso das suas prestações e na maneira como resolve os casos da arbitragem em competições de diferente nível e importância.

Lima (1988), considera que para se ser um bom árbitro é essencial ter uma boa aparência; transmitir confiança e serenidade nas suas intervenções; ser soberbo e modesto, não querendo ser o centro das atenções; ter firmeza e coragem nas suas decisões, atuando com coerência e consistência em todos os seus julgamentos.

Segundo Weinberg e Richardson (1990), um árbitro deve possuir as seguintes características: consistência, sendo firme nas suas decisões e mantendo um nível semelhante em todas as intervenções; a empatia, relacionando-se de forma cordial com os intervenientes no jogo; ser decidido, no sentido de ser rápido e confiante; calma, sobretudo em momentos de contestação; honestidade; conhecimento das leis; autoconfiança e capacidade de desfrutar da atividade mantendo-se motivado.

Na opinião de Bunn (1989), um bom árbitro deverá possuir um tempo de reação muito curto; mostrar confiança nas suas ações; ser calmo e controlar as emoções, de forma a manter o equilíbrio na competição; ser consistente na forma de julgar as situações; ter uma boa capacidade de julgamento; ter a capacidade de formar equipa com os restantes elementos e conhecer muito bem as regras da modalidade em que está inserido.

Para Garcia (2003), as competências desejadas para um árbitro são as seguintes: ser mais rápido na hora de reconhecer os padrões de jogo; ser melhor na hora de antecipar as jogadas e as ações dos jogadores; realizar observações visuais muito mais efetivas, o que implica níveis mais elevados de concentração; realizar tomadas de decisão corretas e eficazes; predizer com maior exatidão o desenvolvimento do jogo; ter uma maior perceção da sua própria competência, conhecendo as suas tarefas e os seus limites; possuir inteligência de jogo; dispor de autoconfiança nas suas ações, demonstrando segurança e confiança em si mesmo; nas suas tomadas de decisão, deve apresentar uma relação de imparcialidade entre si e as equipas, nomeadamente ao nível da honestidade; ser imparcial e objetivo.

De acordo com Henriques (2008), as competências motoras, psicológicas, sociais, técnicas e as preferências pessoais, conferem um estilo individual do árbitro, contudo, as mais importantes relacionam-se com a tomada de decisão, sendo elas:

● A Consistência, desejando-se que as decisões sejam as mesmas perante circunstâncias

semelhantes, devendo o árbitro aplicar as regras de igual modo para ambos os oponentes. As primeiras fontes de consistência são um julgamento e interpretação apropriados. Para alcançar esta característica, são necessárias algumas qualidades fundamentais: demonstrar uma boa técnica; saber as regras e interpretá-las; dominar o posicionamento básico; as técnicas específicas de arbitragem; dominar as capacidades físicas e mentais, pois a arbitragem consistente requer um estado mental estável;

● A Convicção, as decisões do árbitro devem ocorrer simultaneamente com a ação

observada ou o mais próximo possível desse momento. Por vezes, o árbitro pode necessitar de fazer uma ligeira pausa, compreender a situação que acabou de observar. A ação clara e decisiva é imperativa;

das regras e dos regulamentos. O árbitro deve repetidamente praticar a arbitragem para desenvolver uma boa capacidade de julgamento. Os momentos em que os árbitros fizeram bons julgamentos normalmente estavam focados no jogo, abstraíram-se de distrações e não estavam preocupados com intervenções anteriores ou reções subsequentes.

O árbitro de futebol é a figura central que toma todas as decisões relativas ao jogo, é um gestor da atividade desportiva. Decide se as condições materiais estão aptas para a realização da competição (relvado, as redes, as balizas); decide se o jogo acontece ou é adiado mediante as condições climatéricas; gere todos os comportamentos dos intervenientes (jogadores, treinadores, dirigentes), podendo mesmo expulsar jogadores do campo, treinadores do banco. O árbitro faz com que as regras sejam aplicadas e cumpridas durante todo o jogo, sendo uma peça fundamental, que gere todas as situações e comportamentos inerentes ao jogo de futebol.

3.4. A Importância dos Estilos de Tomada de Decisão para a Gestão