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O concurso no Brasil – Folha de S Paulo (2005-2013)

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

3.2. O concurso no Brasil – Folha de S Paulo (2005-2013)

O Prêmio Empreendedor Social, realizado no Brasil desde 2005, é o resultado da parceria do jornal Folha de S.Paulo, fundado em 1921, com a Fundação Schwab, que também o desenvolve em outros 13 países e em cinco regiões (África, Oriente Médio, América Latina, Europa e Ásia), com a missão de “fornecer uma plataforma global para disseminar modelos socioambientais inovadores e sustentáveis” (www1.folha.uol.com.br).

O concurso busca identificar líderes e promover ações reais e práticas, com líderes de cooperativas, negócios sociais e organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil que tenham na essência do trabalho desenvolvido propostas relacionadas ao compromisso social, direitos humanos e ambientais, originárias de soluções empreendedoras e inovadoras, com reflexo na comunidade local, que beneficie pessoas em situação de risco social e/ou ambiental, em categorias que compõem os critérios de seleção, definidos previamente aos participantes do concurso, conforme regulamento apresentado pelo jornal Folha de S.Paulo.

3.2.1 Categorias: na perspectiva do edital do concurso

Os empreendedores e seus projetos sociais foram avaliados sob os seguintes critérios de seleção (Quadro 8):

Quadro 8 – Critérios de seleção

Inovação – O candidato precisa estar à frente de um trabalho altamente diferenciado há mais de 36 meses

e deve preferencialmente ser guiado pela cultura da inovação contínua. Pioneirismo, gestão para a inovação e criação de metodologias próprias de atuação são alguns dos indicadores medidos nesse critério. O desenvolvimento de produtos ou serviços que constituam tecnologias sociais eficientes e eficazes e a aplicação inovadora de tecnologias sociais já conhecidas também serão considerados.

Sustentabilidade financeira – Será avaliada, em profundidade, a partir da gestão financeira da

organização. Serão levados em conta indicadores como: nível de geração própria de receitas (venda de produtos, prestação de serviços e taxas de adesão/associação); histórico financeiro e patrimonial (no mínimo dos últimos três anos); qualificação do gestor financeiro da organização; quantidade de patrocinadores e doadores, bem como solidez dessas parcerias; capacidade de geração de projetos e competitividade em editais e chamadas públicas; qualidade dos planos de captação de recursos.

Impacto social direto – Será avaliado quantitativa e qualitativamente. Deve ser mensurado com base

em documentos, registros de pesquisas e relatórios de avaliação feitos preferencialmente por terceiros (empresas especializadas em avaliação de projetos sociais e auditorias independentes). Os testemunhos dos beneficiários diretos e indiretos também serão levados em consideração, bem como a contribuição relativa do empreendedor social para a causa em que está engajado.

Sustentabilidade – Será levada em consideração a sustentabilidade da organização no sentido mais

amplo – em sua capacidade de existir no longo prazo, por meio de indicadores como: nível de profissionalismo da gestão da organização (apresentação de planejamentos e planos, relatórios de sistematização, visão estratégica, governança e atuação dos conselhos administrativo e fiscal, adequação ao ambiente legal etc.); qualidade da gestão de colaboradores (índices de rotatividade, nível salarial, sistema de avaliação e feedback dos profissionais, incentivos ao intraempreendedorismo e à melhoria contínua, legalidade das contratações etc.). Existência de equipe altamente qualificada, comprometida e engajada; estruturação e participação ativa em parcerias sólidas (financeiras ou não) e em redes envolvendo os governos, empresas e sociedade civil; infraestrutura própria, alugada ou em comodato (imóveis, veículos, equipamentos e outros bens patrimoniais); uso adequado de recursos naturais e nível de impacto ambiental; relações com "stakeholders" (colaboradores, parceiros, patrocinadores, beneficiários e comunidade em geral etc.).

Influência em políticas públicas – O empreendedor social e/ou o seu projeto precisam influenciar

políticas públicas locais, regionais, nacionais e até internacionais na sua área de atuação, de forma a estimular a replicação de seu trabalho em larga escala, se bem comprovadas as suas qualidades e potenciais de impacto positivo na sociedade e no ambiente. A proposição de projetos de lei e, sobretudo, a sanção de leis diretamente relacionadas às propostas do candidato, assim como a criação de programas de governo com métodos e participação do empreendedor social são os principais indicadores desse critério. A quantidade e a solidez das parcerias governamentais e a prestação de serviços de alta qualidade ao poder público também são consideradas.

Perfil do empreendedor social – O empreendedor social precisa ser profundamente comprometido com

o seu projeto, sendo evidente sua paixão pela causa, domínio do contexto atual e visão de futuro. Deve estar alinhado com os objetivos do prêmio (aumento de impacto social, geração contínua de inovação social, influência em políticas públicas e busca por replicação do trabalho efetuado). No caso de outra pessoa tê-lo inscrito no concurso, é fundamental que o candidato conheça a premiação e todas as suas variantes, como a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, no momento da visita de avaliação. Capacidade de realizar negociações e parcerias internacionais com patrocinadores e outros empreendedores sociais, bem como aptidão para aprimoramento acadêmico continuado são características desejáveis.

Alcance e abrangência – Será avaliada a abrangência geográfica (bairros, municípios, Estados, regiões

e países) de atuação do empreendedor social, dentro de seu contexto e causa. As iniciativas devem preferencialmente ter sido expandidas para além do cenário para o qual foram planejadas, seja no país, seja no exterior.

Efeito multiplicador – Esse item visa a avaliar o potencial de escalabilidade da iniciativa. O

empreendedor social deve estar aberto para compartilhar seus métodos com outras organizações públicas, privadas ou da sociedade civil. Os processos e as metodologias devem estar sistematizados para aplicação eficiente em outros contextos, por meio de manuais operacionais, fluxogramas e relatórios de gestão de projetos. Também será avaliada a possibilidade de a causa para a qual o candidato atua ser replicada para outros contextos.

Fonte: www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/fundacao_schwab.shtml

Pelas categorias definidas nos critérios de seleção, percebemos a existência de quesitos que extrapolam a identificação de competência em comparação com o resultado financeiro, e não são somente esperados do empreendedor esses fatores, como também buscam envolver outros quesitos para a seleção dos finalistas e vencedores do Prêmio Empreendedor Social. Mas é a partir dos critérios de inovação, sustentabilidade, sustentabilidade financeira, impacto social direto, influência em políticas públicas, alcance e abrangência e efeito multiplicador que chega- se à definição do “Vencedor do Concurso”.

É ainda necessária aos empreendedores participantes do Prêmio Empreendedor Social a comprovação de que atuam como pessoas jurídicas (cooperativas, negócios sociais e organizações da sociedade civil, como institutos, fundações, ONGs e Oscips) com foco socioambiental. O projeto encaminhado deve ter completado no mínimo 36 meses, critério definido desde a edição de 2005, até o último dia de inscrição, comprovados pelos seguintes documentos: estatutos, contratos e registros fiscais, inclusive registro do site e do blog ou autodeclaração feita pelo empreendedor social no ato de preenchimento do formulário de inscrição. Observamos que a 1a etapa do concurso é documental, e que os finalistas declarados aptos podem participar da última etapa para a definição do empreendedor social vencedor pelos jurados.

3.2.2 O júri do concurso

Os jurados, responsáveis em selecionar os vencedores dos concursos nas edições de 2005 a 2013 são membros da sociedade civil que têm representatividade nas suas áreas de atuação, podendo ser dos setores acadêmicos, público, social e empresarial. Os componentes do júri devem estar de alguma forma envolvidos com o Terceiro Setor. Destacamos a participação da Profa. Dra. Maria da Gloria Marcondes Gohn, referência teórica em “Movimentos Sociais” (Quadro 9).

Quadro 9 – Júri do Prêmio Empreendedor Social (2005 a 2013)

ANO NOME TITULAÇÃO ATIVIDADE

2005

Anna Maria Tibúrcio Medeiros Peliano

Socióloga Diretora de estudos sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea

2005 Cleusa Turra Jornalista Diretora do Núcleo de Revistas da Folha de S.Paulo 2005 Ferreira Gullar Tradutor Ensaísta e poeta

2005 Mário Mantovani Geógrafo Diretor de relações institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica

2005 Milu Villela Psicóloga

Embaixadora da Boa Vontade da Unesco e presidente do Instituto Faça Parte, do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM e do Instituto Itaú Cultural

2005 Pamela Hartigan Médica Diretora-executiva da Fundação Schwab

2005 Rodrigo Baggio Empreendedor social, integrante da Rede Schwab no Brasil e

criador do Comitê para a Democratização da Informática – CDI 2005 Sérgio Besserman

Vianna Economista

Diretor de informações geográficas do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (RJ) e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

2006 Danilo Santos de

Miranda Sociólogo

Diretor-regional do Serviço Social do Comércio de São Paulo – Sesc-SP

ANO NOME TITULAÇÃO ATIVIDADE

2006 Glauco Arbix Sociólogo

Professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – USP

2006 Ismael Ferreira Contador

Empreendedor social da rede Schwab no Brasil e presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira – Apaeb

2006 Luis Carlos

Merege Economista

Coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da Fundação Getulio Vargas – FGV

2006 Mário Mantovani Geógrafo Diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica 2006 Pamela Hartigan Médica Diretora-executiva da Fundação Schwab

2006 Ricardo Young Empresário Presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

2006 Ruy Ohtake Arquiteto Autor de La arquitectura de Ruy Ohtake e Cadernos brasileiros

de arquitetura, entre outros

2006 Suzana Singer Jornalista Secretária de Redação da Folha de S.Paulo 2007 Amyr Klink Economista e

Administrador Diretor da Amyr Klink Planejamento e Pesquisa 2007 Fábio Rosa Engenheiro Agrônomo

Fundador do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Autossustentabilidade –

Ideaa 2007 Luiz Carlos

Merege Doutor em Economia

Coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da Fundação Getulio Vargas – FGV

2007 Marco Milani Economista Coordenador do Núcleo de Estudos do Terceiro Setor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

2007 Pamela Hartigan Diretora-executiva da Fundação Schwab

2007 Paulo Levy Economista Coordenador de estudos macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea

2007 Ricardo Young

Pós-graduado em Administração de Empresas

Presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

2007 Vaguinaldo

Marinheiro Jornalista Secretário de Redação da Folha de S.Paulo

2008 Amyra El Khalili Economista Fundadora do Projeto Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais - Bece

2008 Dan Baron Cohen Presidente da Associação Internacional de Drama-Educação –

Idea 2008 Maria Cristina

Frias

Jornalista e MBA em

Finanças Colunista da Folha de S.Paulo 2008 Maria da Glória

Gohn

Socióloga e Pós-doutora em Sociologia

Professora universitária e especialista em planejamento urbano e planificação da Educação

2008 Mirjam Schoening Diretora-sênior da Fundação Schwab 2008 Raí Souza Vieira

de Oliveira Coidealizador da Fundação Gol de Letra

2008 Roberto Schaeffer Engenheiro Analista de projetos do Mecanismo do Desenvolvimento Limpo da Organização das Nações Unidas – ONU

2009 Fábio Bibancos Dentista Empreendedor Social 2006 e fundador da ONG Turma do Bem

2009 Jacques

Marcovitch

Livre-docente e Pós- doutor em Administração

Professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA-USP e conselheiro sênior do Fórum Econômico Mundial da América Latina

2009 Luiz Carlos

Merege

Doutor em Economia e Economista

Fundador e presidente do Instituto de Administração para o Terceiro Setor – Lats

2009 Marco Antonio

Zago Médico

Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

2009 Maria Cristina

Frias

Jornalista e MBA em

Finanças Colunista da Folha de S.Paulo

2009 Marina Silva Historiadora e Pedagoga Senadora e colunista da Folha de S.Paulo 2009 Mirjam Schoening Diretora-sênior da Fundação Schwab

ANO NOME TITULAÇÃO ATIVIDADE

2010 André

Albuquerque Advogado Empreendedor Social 2008 e fundador da Terra Nova

2010 Graziella Maria

Comini

Doutora em Administração e Economista

Professora da Fundação Instituto de Administração – FIA 2010 Lázaro Ramos Ator e embaixador do Unicef no Brasil

2010 Luciano Coutinho Doutor em Economia Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES

2010 Luiz Ros

Mestre em Relações Internacionais e em Economia

Gerente de oportunidades para a maioria do Banco Interamericano de Desenvolvimento

2010 Mirjam Schoening Diretora-executiva da Fundação Schwab 2010 Rubens Harry

Born

Engenheiro Civil e Mestre em Saúde Pública

Coordenador-adjunto do Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz

2010 Sérgio Dávila Jornalista Editor-executivo da Folha de S.Paulo 2010 Vivianne

Naigeborin Conselheira da Artemisia Internacional

2011 Carlos Klink Professor-doutor em

Ecologia

Professor-doutor em Ecologia pela Universidade Harvard, professor no Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília e oficial sênior do Programa Negócios Sustentáveis do Banco Mundial

2011 Claudio Biólogo Vencedor do Empreendedor Social 2009 e fundador do Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ

2011 Suzana Pádua Designer Educadora ambiental 2011 Jacques

Marcovitch

Livre-docente e Pós- doutor em Administração

Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA-USP e conselheiro do Fórum Econômico Mundial para a América Latina

2011

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Sociólogo Diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Nacional

2011 Maria Cristina

Frias Jornalista Colunista da Folha de S.Paulo

2011 Mirjam Schoening Diretora-executiva da Fundação Schwab

2011 Patrícia Villela Advogada Conselheira de ONGs e associações internacionais 2011 Sérgio Portugal Economista Economista

2012 Abigail Noble Economista Diretora para América Latina e África da Fundação Schwab 2012 Armindo dos Santos de Sousa Teodósio Doutor em Administração de Empresas

Professor da Pontifícia Universidade Católica - PUC-MG e especialista em gestão socioambiental

2012 Daniela Mercury

Cantora e compositora, embaixadora do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef, embaixadora do Instituto Ayrton Senna e presidente do Instituto Sol da Liberdade 2012 Jayme Brasil

Garfinkel Engenheiro Civil Presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro

2012 Maria Cristina

Frias

Jornalista e MBA em

Finanças Colunista da Folha de S.Paulo 2012 Roberto Kikawa Médico Empreendedor Social 2010 2012 Sheila Villas Boas

Pimentel Psicóloga

Presidente do Instituto Humanitare, que aproxima a sociedade civil aos temas propostos pela Organização das Nações Unidas – ONU

2012 Weder de Oliveira Advogado e Engenheiro

Civil Ministro-substituto do Tribunal de Contas da União – TCU 2013 Alícia Bárcena Bióloga e Mestre em

Administração Pública

Secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal da ONU

2013 André Degenszajn Mestre em Relações

Internacionais

Secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas Gife

2013 Carlos Jereissati

Filho Administrador

CEO da Iguatemi Empresa de Shopping Centers e Young Global Leader do Fórum Econômico Mundial

2013 Cláudio Bruzzi

Boechat Engenheiro

Professor e pesquisador do Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral –

ANO NOME TITULAÇÃO ATIVIDADE

2013 Gisela Solymos Doutora em Psiquiatria e

Psicologia Médica

Diretora-geral do Centro de Educação e Recuperação Nutricional – Cren, eleita Empreendedora Social 2011. 2013 Kenneth Turner

Bacharel em Finanças e Políticas Públicas e MBA em Negócios

Gerente-sênior para a América Latina e África da Fundação Schwab

2013 Maria Cristina

Frias

Jornalista e MBA em

Finanças Colunista da Folha de S.Paulo

2013 Regina Casé Atriz e comunicadora

Fonte: www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/fundacao_schwab.shtml