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Capítulo III: Os contextos de estágio

2. O contexto de estágio do 1º Ciclo do Ensino Básico

No contexto do 1º Ciclo do Ensino Básico, a prática de ensino supervisionada foi desenvolvida na Escola Básica nº 6 de Vila Real, uma Instituição da Rede Pública do Ministério da Educação que se encontra situada na União de Freguesias de Vila Real, no Bairro das Flores, Timpeira, integrada no Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão. No que concerne às infraestruturas, a instituição era constituída por um edifício composto por dois andares e um espaço exterior. O espaço exterior era composto por um espaço verde, um parque infantil e ainda um coberto. Todo o espaço exterior permitia a locomoção de deficientes motores, através do espaço alargado e das rampas de acesso. Todo o edifício era vedado e o portão principal permanecia sempre fechado, sendo possível a sua abertura a partir do interior do edifício. Relativamente ao espaço interior, era constituído por uma sala do Pré-Escolar e quatro salas do 1º Ciclo do Ensino Básico, uma cantina, um polivalente e uma sala com funções administrativas.

A sala de aula, localizada no 1º piso do edifício, era constituída por um espaço amplo com dimensões razoáveis para o bom desenvolvimento da atividade escolar. O seu espaço lateral possuía janelas de grandes dimensões, possibilitando a entrada de luz natural e no seu espaço superior existiam lâmpadas fluorescentes. A sala de aula era ainda equipada com um lavatório, um sistema de aquecimento e um sistema de deteção de incêndios. Tinha um quadro interativo, um computador com acesso à internet, um quadro branco, três placards, quatro armários, dois com jogos didáticos e os restantes com os dossiês dos alunos e com diferenciado material escolar.

Neste contexto, a prática de ensino supervisionada no 1º ciclo do ensino básico, decorreu numa turma constituída por vinte e seis alunos, dezasseis do sexo masculino e dez do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 6 e 7 anos, no ano letivo 2015/2016. No que diz respeito ao contexto familiar da turma, segundo o Projeto Curricular de Turma (2015), eram famílias pouco numerosas, não ultrapassando os quatro elementos. Existiam alguns casos de pais divorciados e ainda famílias monoparentais. A idade dos pais encontrava-se na faixa etária dos 40 e 45 anos de idade, no caso dos pais, e entre os 35 e 40 anos de idade, nas mães. No que respeita às habilitações académicas dos pais e das mães, a maioria era licenciada. As profissões das mães eram, maioritariamente, enfermeiras e docentes, mas dos pais não foi possível averiguar com exatidão devido à falta de dados.

35 De acordo com a observação realizada durante a prática de ensino supervisionada, todos os alunos demonstraram gosto pelo estudo e pela aprendizagem e uma estima grande pela Escola. De uma forma geral, todos os alunos apresentavam grande autonomia no trabalho, empenho e motivação nas atividades desenvolvidas. Era uma turma bastante participativa e afável. Todos os alunos tinham um bom ritmo de aprendizagem. Na turma não existia nenhum indivíduo com Necessidades Educativas Especiais nem com qualquer tipo de diagnóstico neste âmbito.

De uma forma geral, todos os alunos, apesar de alguns episódios, como é normal em crianças nesta faixa etária, detinham um bom comportamento, contribuindo para o bom ambiente e funcionamento da sala de aula, e ainda, para uma boa aprendizagem.

No que respeita aos interesses da turma, era visível o gosto e a necessidade dos alunos em manusearem materiais durante as atividades de aprendizagem. Os alunos empenhavam-se com maior afinco quando lhes era proporcionado material manipulável. A turma tinha interesse por todas as áreas curriculares, de forma particular pela Matemática. Esta área curricular era desafiadora para os alunos, porque nela utilizavam uma maior variedade de materiais manipuláveis. Os ritmos de aprendizagem dos alunos eram muito semelhantes, não havendo diferenças significativas.

No que diz respeito às Expressões, o grupo tinha grande interesse pelas diferentes formas de Expressão. A Expressão Plástica constituía a modalidade mais trabalhada na sala de aula, sendo o desenho uma atividade da qual os alunos gostavam muito.

A Expressão Musical, aliada à Expressão Motora, constituía a área que os alunos mais gostavam, na medida em que a sonoridade e a letra de uma canção, acompanhada da coordenação e da memorização de movimentos lhes era do seu interesse.

Em relação ao Português, os alunos ainda estavam na fase de iniciação à leitura e à escrita. Gradualmente, iam aprendendo as letras, mais ou menos uma por semana, dependendo de ser ou não um caso de leitura. Todos os alunos eram capazes de identificar e escrever as letras aprendidas, bem como ler palavras e pequenos textos com as letras aprendidas. No entanto, existia um aluno com capacidades excecionais na leitura e na escrita, sendo capaz de ler e escrever mais palavras que os colegas.

A Matemática constituía a área do conhecimento que os alunos mais gostavam, pelo desafio que esta lhes proporcionava. Em todos os conteúdos eram necessários materiais manipuláveis para uma possível concretização das aprendizagens. A resolução de problemas era importante para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico. Quanto aos números e operações, todos eram capazes de realizar operações de soma e subtração.

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Em relação à geometria, existia alguma dificuldade na distinção e na definição de sólido e de figura geométricas, pois são conceitos demasiado abstratos para os alunos. Mas todos eram capazes de identificar e caraterizar as figuras geométricas e alguns sólidos geométricos. Eram capazes de aplicar os conceitos de vértice, lado e face, maior menor que e ainda igual ou diferente. Quanto ao posicionamento das figuras geométricas, quando em diferentes posições, os alunos apresentavam alguma dificuldade, nomeadamente no caso do quadrado e do triângulo.

O Estudo do Meio era também uma área do interesse dos alunos, mas de forma menos visível que as restantes. No questionário realizado aos alunos, de forma a averiguar qual a sua disciplina favorita, o Estudo do Meio não foi mencionado.

Uma outra caraterística desta turma é o interesse que possuem pelos jogos online. Os alunos têm o hábito de realizar os jogos presente na Escola Virtual, de acordo com os conteúdos lecionados. Estes são jogos didáticos e permitem aos alunos pôr em prática os seus conhecimentos. Existe uma grande rivalidade durante este tipo de atividade, devido ao facto de todos os alunos quererem participar no jogo e ir ao quadro interativo. O jogo desempenhava ainda um papel importante na aprendizagem e no desenvolvimento dos alunos, permitindo que estes se envolvessem com maior intensidade nas atividades de aprendizagem, estivessem mais motivados e expostos a situações novas e diferenciadas. O jogo representava um estimulo para a criatividade dos alunos, e ainda, permitia o desenvolvimento da sua confiança e espírito competitivo, pois testava os seus conhecimentos nas diversas atividades.

Todos os alunos, apesar de diferentes uns dos outros, apresentam grandes potencialidades e capacidades de aprendizagem para alcançar o sucesso. O facto de os alunos possuírem muitos conhecimentos prévios acerca de vários temas, anteriores ao ensino formal dos mesmos, possibilitou a lecionação dos conteúdos com uma maior facilidade e envolvimento dos alunos nas atividades de aprendizagem. O seu grande conhecimento permitiu estabelecer uma ligação imediata com os conteúdos, constituindo, muitas das vezes, mais uma aula de revisão do que de introdução.

De uma forma geral, penso que seria benéfico para a aprendizagem dos alunos uma maior utilização de materiais manipuláveis e de atividades mais práticas, pois em idades tão tenras é necessário a exploração de materiais para a concretização dos conteúdos abordados. A maior utilização destas estratégias permitiu aos alunos aprender de uma forma mais didática, e ainda, de uma forma mais divertida.

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Capítulo IV: As práticas de estágio no Pré-Escolar e no 1º

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