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CAPÍTULO III – CAMINHOS METODOLÓGICOS

3.2 O CONTEXTO DO CAMPO DE ESTUDO DA INVESTIGAÇÃO

A dissertação foi desenvolvida na escola onde trabalho, pois, já que o estudo partiu de minha própria experiência, isso me motivou a estudar sobre meu ambiente de trabalho e contribuir com minha prática docente e com as práxis das demais colegas professoras.

A escola campo de estudo, denominada de Grupo Escolar Municipal Liliosa Barreto, localiza-se na Rua Mato Grosso, no Bairro de Monte Castelo, na cidade de Campina Grande – PB, onde funciona há mais de trinta anos. É pública, faz parte da rede municipal de ensino, funciona nos três turnos e atende a crianças desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental II. Sua estrutura é adequada para o atendimento a crianças, a jovens e a adultos. Sua missão, segundo consta no projeto político-pedagógico, é de formar cidadãos autônomos para a sociedade moderna onde estão inseridos e oferecer um ensino de boa qualidade para seus educandos.

Essa escola passou por uma reforma, que resultou no aprimoramento de suas atividades educativas. É composta por 10 salas de aula, uma biblioteca,

uma sala de professores, uma sala de direção, um pátio, uma quadra de areia e área livre de lazer. Atende a crianças e jovens de 4 a 15 anos de idade e jovens e adultos a partir de 16 anos de idade. Sua clientela é oriunda de uma favela que fica perto da escola, o que justifica o fato de seu corpo discente apresentar uma situação de vida muito complicada, o que influencia negativamente no sistema educativo.

Para sua prática pedagógica, o professor dispõe de giz, livros didáticos e paradidáticos, brinquedos para aulas de lazer, TV, aparelho de som e DVD, além de outros materiais necessários, dependendo do que vai precisar, portanto, não é carente de recursos materiais. A escola dispõe de uma biblioteca móvel, que circula pelas salas de aula e possibilita as famosas rodas de leitura nos intervalos. Isso tem ajudado sobremaneira na motivação em sala de aula.

O quadro de funcionários é composto de 13 professores, todos habilitados em Pedagogia e Especialização em Educação e participam de formações continuadas. Há, ainda, uma orientadora educacional - que atua na escola duas vezes por semana - um secretário formado em Matemática, e a gestora, que é graduada em Pedagogia e Letras. Assim, a formação do professor, tanto a inicial quanto a continuada, é um aspecto prioritário para todos os que fazem parte desse contexto escolar, e no processo de construção curricular, é imprescindível a atuação docente, porque é esse profissional que dá sentido e torna reais as diretrizes pedagógicas. A escola foi contemplada com o Programa Escola Ideal no ano de 2010. Antes disso, o diretor executivo do Instituto Alpargatas, junto com os técnicos da escola, fez um diagnóstico para identificar os pontos críticos que precisavam ser melhorados nessa instituição de ensino. A gestora da escola foi eleita pela comunidade escolar e ocupa a função de gestora desde 2010, na qual ingressou no ano de 2010.

A escola encontra-se com o IDEB baixo, 3.5%, o que tem causado preocupações, pois as crianças não conseguem avançar, principalmente nas turmas de alfabetização. Muitos projetos - entre eles, o PROFA e o PRÓ- LETRAMENTO – além Curso de Formação do Método Silábico para a alfabetização, têm sido adotados para resolver esse agravante. Ainda não há resultados quantitativos, mas, segundo a diretora, isso já vem dando feedbacks positivos, mesmo que seja em passos lentos.

A escola tem um projeto político-pedagógico que serve de base para todo o regimento escolar e pedagógico. Sua estrutura curricular é baseada na realidade dos alunos, o trabalho acontece por meio de temas transversais contidos nos PCN, e os alunos são incentivados a conquistar a cidadania (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2010). Os conteúdos são planejados depois de uma avaliação diagnóstica das turmas. Todo o trabalho didático é pautado na realidade dos alunos.

Até as professoras ditas “tradicionais” adotaram essa estratégia. Um aspecto importante a ser ressaltado, no projeto político-pedagógico da escola, é o da redefinição do conceito de currículo, que incorpora a noção de currículo real, vivido, efetivado na prática pedagógica em função das condições subjetivas e objetivas presentes em determinado contexto (SACRISTÁN, 2004).

A escola também trabalha com a pedagogia de projetos, com o objetivo de levar para a sala de aula a interdisciplinaridade. Em seu projeto político- pedagógico, há uma citação que sintetiza bem esse aspecto: "Um projeto, na verdade é, a princípio, uma irrealidade que vai se tornando real, conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e consequentemente, as articulações destas" (NOGUEIRA , 2001, p. 90)

As atividades com projetos não podem ser considerados como uma forma pronta e acabada, desligadas de sua dimensão política, visto que atuar com projetos significa dar novo rumo ao processo do aprender e do ensinar. Eles devem estar volvidos para uma ação concreta, tendo como ponto de partida a necessidade de se resolverem problemas, baseando-se numa realidade.

A avaliação desenvolvida na referida instituição de ensino é a contínua e diagnóstica, ou seja, é um processo de análise da construção de conhecimentos, e não, de caráter formativo em que se avalia a aquisição de conceitos para a atribuição de notas quantitativas. Isso significa que tudo o que o aluno constrói e aprende é válido. Considerando a avaliação dessa forma, é possível salientar dois pontos importantes: primeiro, que a avaliação é um ato dinâmico que qualifica e oferece subsídios ao projeto político-pedagógico e, segundo, imprime uma direção às ações dos educadores e dos educandos.