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O Corpo dos Trabalhos

No documento O potencial humano do tamanho de nós (páginas 125-130)

Parte III – Complementaridades que descem à forja

11.1.2 O Corpo dos Trabalhos

Práticas Pedagógicas

Aulas 1 e 2

Revisão sobre a utilização dos elementos que caracterizam ou definem uma forma – Linha, cor, luz, textura. Registos gráficos à procura da volumetria nos percursos dentro do espaço escola.

Aulas 3 e 4

Abordagem ao registo gráfico/ plástico através da passagem da bidimensionalidade do desenho para a tridimensionalidade, tendo como ponto de partida a imagem criada nos registos gráficos da aula anterior.

Aulas 5 e 6

Traduzir em perspetiva os registos gráficos, sob a ação imaginativa e expressiva – Redesenhar ideias/ registos à procura de formas.

Aulas 7 e 8

Representação da aproximação à realidade recorrendo à sensibilização do olhar sob a perspetiva cónica ou central.

Aulas 9 e 10

Recolha através de registos digitais ou gráficos de pautas culturais circundantes ao espaço da escola.

Aulas 11 e 12

Representação gráfica do desenho enquanto registo expressivo de atitudes e formas e sintetização de informação da figura e comportamento humano no meio em que está inserido através das relações básicas entre estrutura e proporção. Conceção e organização de um projeto gráfico identitário tendo como elemento de estudo o Graffiti.

Aulas 13 e 14 Início da implementação e realização do

projeto gráfico - Graffiti, no espaço escolar.

Graffiti. Reflexão sobre o resgate do graffiti na perspetiva de mote de comparação do resultado obtido e o redireccionamento das ações ao longo das aulas.

A ligação emocional entre o professor e a turma fez-se exatamente através do primeiro momento, das primeiras palavras proferidas. É no contacto inicial que se capta e retém a boa vontade dos alunos e se cria a empatia.

Defini estratégias, de acordo com o nível etário, cultural e cognitivo dos alunos tendo sempre em conta a diversidade existente, para que fossem de encontro a todos eles, ou pelo menos à maioria usando trabalho de grupo ou individual e procurando o apoio escrito mas maioritariamente audiovisual. As tarefas a desempenhar, com maior ou menor autonomia, foram sendo adaptadas ao grau de dificuldade manifestado da mesma forma que reajustadas. A motivação dos alunos para as atividades da aula dependeu de muitos fatores, tais como a idade, sexo, aptidão intelectual, situação económica, social e familiar e traços individuais da personalidade.

A minha missão como professora neste campo consistiu, sobretudo, em identificar e combater, por meio de processos didáticos e pedagógicos adequados à evolução das crianças do terceiro ciclo, neste caso, dos jovens do oitavo ano de escolaridade, as necessidades, os interesses e, consequentemente, as motivações que existiam dentro de cada aluno. As experiências dos alunos e a minha aceitação dos projetos que exprimiam as suas necessidades conduziram à elaboração de um “contrato”, em ue ambas as partes ficaram comprometidas. Eu tinha como dever orientar as atividades, definir estratégias, fornecer documentação de apoio, materiais de trabalho, enfim, planear o trabalho a executar. Através deste contrato ficou definido o papel do aluno e do professor assim como um comprometimento de ambas as partes no plano a efetivar ao longo do ano, transversal à metodologia de avaliação bem como processual. A aprendizagem procedeu-se de acordo com um projeto bem definido, embora respeitando os conteúdos programáticos. Motivar os alunos exigiu sempre uma planificação cuidada de todas as atividades a desenvolver, para evitar “tempos mortos” e falta de ritmo entre as rias se uências de cada momento da

aula. Promovi ajuda e assistência a todos os alunos, dando especial atenção a todos aqueles que manifestavam um ritmo mais lento de aprendizagem. Fiz despertar vocações artísticas e técnicas.

A escola deve constituir um espaço aberto à mudança. Neste âmbito, trabalhei sempre com a escola promovendo atividades motivadoras para os alunos. As pessoas que fazem parte da escola colaboraram infelizmente não por autoiniciativa mas apenas uando “empurradas”, saindo assim das suas zonas de conforto, contudo traduziu-se posteriormente em algo muito positivo. Também foi de máxima importância a colaboração com o meio local, a comunidade, a família, e outros intervenientes que asseguraram, de algum modo, uma intervenção a nível cultural.

Tudo foi importante no desenvolvimento integral do aluno, não existindo fronteiras entre as várias temáticas do currículo existindo sempre uma ligação lógica.

A metodologia usada nesta unidade curricular, tendo em consideração que esta deve estar adequada aos objetivos da investigação e à natureza do estudo, numa fase do estudo que decorreu em contexto escolar, foi desenvolvida uma investigação-ação, integrada num estudo de tipo qualitativo.

Numa fase inicial procedeu-se a um estudo descritivo e interpretativo, tendo sido a recolha de dados feita através de: pesquisa sobre writers portugueses, de diferentes contextos geogr ficos; sa das de campo, onde também se procedeu recolha de documentação, em particular fotogr fica; pes uisa e re isão de bibliografia selecionada. De forma simultânea, esta fase do estudo revelou-se de particular importância para o desenvolvimento da fase seguinte do projecto, já em contexto educativo.

Posteriormente, e através da utilização da metodologia já referida, concebi uma proposta de intervenção pedagógico-didática, delineada pelo conjunto de professores participantes. Constou da realização de planificações didáticas, posteriormente implementadas, de forma a introduzir o tema graffiti em diferentes disciplinas, em articulação curricular. Foram ainda construídos vários materiais auxiliares às diferentes aulas, destacando-se a apresentação em formato digital. Foram desenvolvidas várias experiências de aprendizagem, destacando-se a realização do pro ecto “Graffiti em

Ação”. Toda esta pr tica educati a decorreu sob uma super isão curricular e pedagógica que, recorrendo aos conceitos referenciais de Bronfenbrenner (1979) (Para uma apresentação do modelo ecológico e desenvolvimento humano em Bronfenbrenner, ver Portugal, 1992), se desenvolveu em micro, meso e exossistema. Como microssistemas apresentam-se as salas da aula das diferentes disciplinas, a escola e a própria família do aluno, ao retratarem os contextos vivenciais imediatos do aluno. Estes microssistemas, ao desenvolverem entre si interações, originam um mesossistema. Como exossistema surge o contexto social, a comunidade educativa envolvente que afeta e é afetada pelo que ocorre nos micro e mesossistema.

Também no exossistema é de referenciar a importância do contexto pedagógico e administrativo da organização escolar e do contexto administrativo da Direção Regional da Educação. Não se referindo o macrossistema a contextos mas antes “ (…) a valores, formas de agir, estilos de vida (…) que caracterizam uma determinada sociedade (…) e são veiculados pelas outras estruturas do ambiente ecológico” (In, Formosinho, Júlia, A Supervisão na Formação de Professores I – Da sala à Escola, Porto, Porto Editora, 2002, p.100), salienta-se o estudo do graffiti neste sistema de modo a contribuir para a construção de uma nova cidadania nos alunos participantes.

Atendi igualmente à relação com os Decretos-lei N.º 240/2001 de 30 de Agosto, incidindo nos anexos II e III, mais concretamente na sua dimensão profissional, ética e social e dimensão profissional do ensino e da aprendizagem respetivamente. Estas dimensões estão por mim interiorizadas e bastante presentes nesta unidade curricular, onde procurocorresponder a uma “(…) escola, entendida como uma instituição educativa, à qual está socialmente cometida a responsabilidade específica de garantir a todos, numa perspetiva de escola inclusiva, um conjunto de aprendizagens de natureza diversa, designado por currículo, que, num dado momento e no quadro de uma construção social negociada e assumida como temporária, é reconhecido como necessidade e direito de todos para o seu desenvolvimento integral;” e promover “o desenvolvimento da autonomia dos alunos e a sua plena inclusão na sociedade, tendo em conta o carácter complexo e diferenciado das aprendizagens escolares;” (in Decretos Lei N.º 240/2001 de 30 de Agosto, Anexo II), contudo e no decorrer da unidade curricular em questão promovi o envolvimento da mesma em reflexão conjunto com os alunos de modo a colmatar vazios de comunicação e desenvolver assim, “(…) estratégias pedagógicas diferenciadas,

conducentes ao sucesso e realização de cada aluno no quadro sociocultural da diversidade das sociedades e da heterogeneidade dos sujeitos, mobilizando valores, saberes, experiências e outras componentes dos contextos e percursos pessoais, culturais e sociais dos alunos;”.É com base nestes conceitos que eu como docente, procuro sempre aumentar o meu conhecimento e aperfeiçoar a minha prática pedagógica, fazendo da sala de aula um lugar de troca de saberes e experiências, de novas pesquisas e de muitas conquistas!

Na sala de aula privilegiei a reflexão dos alunos e dos professores envolvidos, possibilitando avaliar os resultados através de uma análise crítica. Essa reflexão constante permitiu a reformulação de algumas atividades e o desenvolvimento de competências comunicacionais, reflexivas e relacionais nos alunos, conduzindo-os à promoção de atitudes cada vez mais autónomas, à expressividade, à sensibilidade estética e ao desenvolvimento do sentido crítico. Participaram nesta fase do estudo duas turmas do 8º ano de escolaridade e professores de várias disciplinas desses mesmos alunos. Para além destes, participaram indiretamente outros elementos da organização escolar e da respetiva comunidade educativa como, por exemplo, outros alunos, professores, encarregados de educação.

No documento O potencial humano do tamanho de nós (páginas 125-130)

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