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2.2 A GESTÃO DE CUSTOS

2.2.3 O Custo Meta e sua Aplicação na Gestão de Custos

d) Tecnologia: tipo de tecnologia de processo se usa em cada fase da cadeia de valor;

e) Complexidade: a amplitude da linha de produtos ou de serviços a ser oferecida aos clientes.

Numa segunda categoria se encontram os

direcionadores de custos “de execução” que proporcionam foco na posição de custos, analisando a associação dos custos com a capacidade de executar mais e melhor, visando o bom desempenho. São eles:

a) Envolvimento da força de trabalho: compromisso da força de trabalho com a melhoria contínua;

b) Gestão da qualidade total: qualidade do produto e do processo; c) Utilização da capacidade: dimensionamento da unidade produtiva; d) Eficiência do layout das instalações;

e) Configuração do produto;

f) Exploração de ligações com os fornecedores e/ou clientes para a cadeia de valor da empresa.

Shank e Govindarajan (1997) afirmam que consultores da área de estratégia têm dito que a análise estratégia de custos tem sido modificada para um maior foco nos direcionadores de custos de execução devido a análise ultrapassada que se faz com base nos direcionadores de custos estruturais.

2.2.3 O Custo Meta e sua Aplicação na Gestão de Custos

O custo meta ou target cost é o custo obtido pela diferença entre um preço estimado para determinado produto ou serviço e a margem de lucratividade desejada. Pode ocorrer de o custo meta, também conhecido como custo alvo não corresponder com o custo de produção num primeiro momento, dependendo quase sempre do alcance de estágios de maturidade da produção. Quando a empresa possui um custo para determinado produto que esteja superior ao alvo estabelecido, reduções de custos deverão ser procuradas dentro do menor espaço de tempo

possível, pois o não atendimento a meta pretendida poderá influenciar negativamente na lucratividade e na capacidade de competitividade da empresa (PERES et al, 2005).

Os requisitos regulatórios existentes para o negócio de distribuição de energia elétrica, destacando-se a metodologia da Empresa de Referência, configuram similaridade com os princípios que norteiam o custo meta para a empresa, na medida em que limita os custos operacionais a patamares objetivamente e detalhadamente definidos. A meta passa a ser a busca de custos operacionais eficientes em todas as atividades, em todos os processos que envolvem o negócio.

O custo meta proporciona a existência de um método de análise de custos de produção de produtos ou mesmo o desenho de processos para que se chegue a um custo limite para determinado produto na forma de um bem ou serviço. Nessa busca de atingir a meta de custos, equipes multidepartamentais são envolvidas, se inter- relacionando em busca do que se pretende. Os custos considerados integrantes da busca da meta de custos envolvem custo com materiais, mão-de-obra utilizada no processo e custos com as demais atividades.

Silva (1999) aponta para a necessidade de se compreender o conceito de custos projetados e reais para então se identificar como o custo meta pode ser aplicado no contexto da gestão estratégica de custos. O custo projetado compreende a dinâmica dos fatores de produção que se associam aos custos de produção, se adequando as evoluções do projeto. Esse custo normalmente se desenvolve na fase de projetos e estudos. Todavia mesmo quando um produto já se encontra em fabricação se vier a passar por modificações ou aperfeiçoamentos será necessário apontar um custeamento dessas mudanças. Em geral esse custo é mais conhecido como o custo da fase de projeto.

Por custo real se compreende os recursos aplicados no processo de produção de um bem ou serviço que já é produzido, que não se encontra mais em fase de projeto. Normalmente são recursos de mão-de-obra, tecnologias, insumos que integram o processo produtivo. É no custo real que se encontram as possibilidades de análise de custeio, focando os estudos associados aos custos operacionais e buscando significar o custo da mercadoria vendida. O custo real para Silva (1999) é apurado e analisado na contabilidade, com foco para os resultados e necessidades fiscais da empresa, enquanto que a análise do custo projetado ocorre em ambiente de estudos e projetos, não dando foco aos aspectos contábeis,

seguindo regras gerais de apropriação dos custos indiretos. A metodologia de análise de custo tradicional concentra-se em produtos já existentes, em produção, não procurando analisar o quanto o produto deverá custar depois de desenvolvido seu projeto. Todavia é na fase de projeto que se pode adaptar soluções aplicadas ao produto em desenvolvimento para que se atinja o custo meta. Depois dos investimentos de desenvolvimento do produto já não será possível, na maioria dos casos, realizar adequações de melhoria de aspectos técnicos e econômicos. A busca pelo custo meta na fase do projeto se torna estratégico para o alcance da rentabilidade desejada.

Outro conceito importante relacionado a estratégia do custo meta é o conceito de custo meta parcial que é o valor que se busca em cada ponto da cadeia de valor, para cada empresa que compõe a cadeia de valor. Com o estabelecimento dos custos meta parciais ao longo da cadeia, se reparte as metas para o alcance de preço competitivo a ser aplicado no produto. Alguns custos não sustentáveis por parte de fornecedores que integram a cadeia de valor dão origem aos chamados pontos de gargalo da cadeia de suprimentos, os quais necessitarão de redefinições e ações gerenciais específicas. O que se busca na aplicação do custo meta parcial são soluções que reforcem a competitividade por meio da eficiência na cadeia de valor. Esse ganho de competitividade, considerando aspectos do custo meta traduz o ganho proporcionado pela aplicação da gestão estratégica de custos, dinamizando e racionalizando processos, eliminando efeitos de gargalo na cadeia como um todo e eficientizando a aplicação dos recursos de produção. O enfoque da gestão estratégica de custos por toda a cadeia produtiva visa a otimização do processo produtivo para ganhos de competitividade, criando um ambiente e um enfoque estratégico para o tema gestão de custos (SILVA, 1999).

A definição considerada para o custo meta abrange a busca da inovação e do custeio, a integração de empresas e suas respectivas equipes multidisciplinares com foco nos resultados da cadeia produtiva, configurando assim a aplicação de elementos conceituais que integram a gestão estratégica de custos.