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4. Realização da Prática Profissional

4.1. Área 1 Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

4.1.4. Realização do ensino

4.1.4.3. O desafio da segurança

A segurança é essencial no processo de ensino aprendizagem da Educação Física. Apesar de ser uma questão que deve ser salvaguardada em todos os anos letivos e em todas as modalidades, na minha opinião, é nos escalões etários mais baixos, por exemplo 5º e 6º anos, que o professor não

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pode facilitar em nada, pois caso aconteça algum acidente, esse episódio pode marcar o aluno para o resto da sua vida, física ou psicologicamente, e pode mesmo inibi-lo nos anos letivos seguintes na realização de determinados exercícios, comprometendo a aprendizagem a nível motor. Se é nestas idades que as crianças estão mais recetivas do ponto de vista motor para adquirir novas competências, então devemos proteger o seu desenvolvimento, salvaguardando as questões de segurança necessárias nas diferentes modalidades abordadas ao longo do ano letivo, para que o processo seja natural e sem contratempos. Além disto, rotinas e hábitos devem ser ensinados e estimulados desde as idades mais jovens. Desta forma, os resultados além de serem imediatos podem prolongar-se pelo tempo e a aprendizagem ao longo dos anos pode ser mais efetiva, porquanto os professores necessitarão de investir menos tempo em questões de (in) disciplina.

Existe um ditado popular português que diz: “Prevenir é melhor que remediar”. No que concerne à Educação Física, este ditado aplica-se na íntegra e na sua plenitude, daí a necessidade e a importância do planear (para prevenir!). Todavia, por muito cuidado que tive na preparação das minhas aulas, em três delas, aconteceram pequenas lesões. Essas lesões, duas delas com o mesmo aluno, foram de facto acidentes que aconteceram durante a prática dos exercícios propostos e não situações de brincadeira ou falta de atenção da minha parte. Nas minhas reflexões de aula abordei o assunto, referindo o seguinte nas três situações:

“O que me marcou mais na aula de hoje foi uma situação que ainda não me tinha acontecido até então: um aluno lesionou-se, entorse no tornozelo. Por acaso, aconteceu numa situação de prática e não numa situação em que eles estivessem a brincar ou assim, o que agravaria a situação. Por coincidência, eu estava ao pé do aluno em questão (Kiko) quando o acidente aconteceu e deveu-se a um desmonte mal feito. Imediatamente pedi ao Eduardo que estava dispensado da aula prática para ir buscar gelo e o Kiko aplicou na zona afetada, no entanto por precaução deslocou-se ao hospital.” (Reflexão aula – 4/1/2013)

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“Conclusão de tudo isto, os alunos fizeram o exercício mais motivados do que se fosse corrida contínua, fizeram trabalho específico para a modalidade em questão e ninguém se lesionou ao nível muscular – roturas e/ou distensões (a Anita fez uma ligeira entorse, todavia nada de grave pois continuou a aula normalmente!).” (Reflexão aula – 24/4/2013)

“Para o fim, deixo uma situação que aconteceu quase no final da aula – lesão de um aluno. As entorses no Voleibol não são raras, principalmente em lances junto à rede e foi exatamente isso que aconteceu. Após um bloco, um aluno ao cair calcou o pé de um colega e torceu o pé. Fez gelo e esperou pela chegada dos bombeiros que o levaram ao hospital para fazer exames complementares. São situações de lamentar, mas que fogem ao controlo do professor. Se fosse numa situação de brincadeira, os implicados tinham de ser responsabilizados, mas não foi o caso. Resta esperar que o aluno recupere bem e que consiga fazer as últimas aulas do ano letivo que faltam.” (Reflexão aula – 29/5/2013)

Estes excertos ilustram bem o referido anteriormente, isto é, a existência de situações que fogem completamente ao controlo do professor e que quando acontecem, o que realmente importa é que ele esteja preparado para intervir junto do aluno de forma a minimizar o sucedido. No primeiro acidente, o aluno torceu um pé ao fazer um desmonte numa aula de ginástica acrobática apenas a 30cm do solo resguardado com colchão, no entanto fez uma entorse. A minha preocupação foi o aluno fazer gelo e dirigir-se ao hospital, de forma a averiguar a extensão da lesão. No segundo acidente, se é que se pode chamar acidente, uma aluna pousou mal o pé ao fazer um salto, no entanto como conseguiu fazer o resto da aula normalmente acabei por não dar muita importância. O terceiro acidente referiu-se a um aluno a fazer bloco numa aula de voleibol que, ao cair, calcou o pé de um colega e fez uma entorse. O procedimento foi o mesmo: fazer gelo na zona afetada e chamar os bombeiros para levar o aluno ao hospital, com o objetivo de fazer uma avaliação da lesão mais criteriosa.

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Como jogo futebol, e já passei por situações semelhantes, a minha preocupação, além da lesão, foi sempre dar ânimo e tranquilizar os alunos em questão, de forma a eles não ficarem com qualquer sentimento de menor “empatia” em relação à disciplina de Educação Física. Penso que consegui que assim fosse pois após a recuperação, a motivação para as aulas manteve-se e o empenho continuou a ser bom.

Em algumas das modalidades que foram abordadas, as regras de segurança foram bem clarificadas no início das UD, no sentido de os alunos, mais tarde, não se desculpabilizarem, dizendo que não sabiam ou que ninguém lhes disse, nomeadamente na natação e na ginástica acrobática, que requerem regras muito específicas As regras a natação baseavam-se essencialmente em:

 Não empurrar nenhum colega para dentro do tanque;

 Não saltar nem mergulhar para a piscina sem autorização do professor;  Não tentar, nem a brincar, colocar a cabeça de um colega debaixo de

água e impedi-lo de respirar;

 Não entrar para o tanque sem passar pelo chuveiro;  Não correr no espaço à volta da piscina.

As regras para as aulas de ginástica acrobática eram:

 Não empurrar nenhum colega no momento do monte ou desmonte e durante a execução da figura;

 Manter os colchões sempre juntos;

 Fazer as figuras sempre na zona mais central do colchão;

 Os alunos dispensados devem auxiliar os colegas que fazem a função de volante.

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