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O Desenvolvimento da Consciência Corporal

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Este capítulo, objetiva conceituar a gênese da consciência corporal e descrevê-la evidenciando a relação mente-corpo no contexto da saúde humana, em uma abordagem biológica. A descrição da consciência corporal se faz necessária já que é considerada um dos principais efeitos das técnicas de relaxamento psicofísico, que serve de base para o desenvolvimento psicomotor.

Foi somente no século XX que o corpo passou a ser estudado por neurologistas, psicólogos e psiquiatras entre outros profissionais, pela necessidade de entender as estruturas cerebrais e os fatores desencadeantes das diferentes patologias envolvidas nas atividades destes profissionais (FONSECA, 1996).

A essência do homem residia exclusivamente em seus pensamentos, seu corpo era considerado simplesmente uma extensão que não participava do ato de pensar. A alma era completamente distinta do corpo, porém, não podia existir sem este corpo objeto (BUENO, 1998).

Segundo Fonseca (1996), o corpo segregado dos aspectos espirituais, foi colocado por muitas vezes em um plano de fundo o que levou o homem a dar pouca importância aos estudos relacionados a existência corporal. Os estudos realizados a partir do século XX por vários pesquisadores descrevem o corpo não só como o meio de comunicação com o mundo, como também uma referência cinestésica para a constituição do eu.

Vários são os termos que surgem referentes ao corpo, imagem espacial do corpo, esquema corporal, esquema postural, imagem de si, imagem do nosso corpo e somatognosia. Estas diferentes designações pretendem descrever as sensações corporais e a sua participação na construção do Eu.

Fonseca (1996) afirma ainda que o esquema corporal representa um processo psicofisiológico, que surge das informações sensoriais motoras resultantes do corpo em movimento, das informações vinculadas aos aspectos emocionais e às necessidades biológicas do organismo.

Le Boulch (2001) descreve a imagem do corpo como sendo o equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade. Considera que esta surge através das relações do organismo com o meio, organizando-se como núcleo central da personalidade.

Para Bueno (1998), a imagem corporal difere do esquema corporal. Para a autora, o esquema corporal é o conhecimento intelectual das partes do corpo e das suas funções, através deste esquema a criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam. Sua personalidade se desenvolverá gradativamente através da progressiva tomada de consciência de seu corpo, do seu ser e de suas possibilidades de agir e transformar o mundo. Já a imagem corporal é somente a impressão que a pessoa tem de si mesma em relação a sua estrutura corporal.

Com base nas definições descritas, podemos observar que podem existir algumas diferenças entre os autores quanto a conceituação de imagem corporal e de esquema corporal. Enquanto Fonseca os descreve como conceitos de mesmo significado, Bueno difere um termo do outro e a descrição de Le Boulch para imagem corporal se assemelha a descrição que Bueno atribui de esquema corporal.

Segundo Oliveira (1992), a consciência corporal chamada por Piaget de consciência elementar, fundamenta-se na percepção do próprio eu corporal como um todo. Salienta também a importância da consciência corporal, relatando que a mesma organiza as experiências táteis, visuais, cinestésicas, gustativas, auditivas e interoceptivas na procura do objeto significativo. Portanto a coordenação dos esquemas é um pré-requisito para a consciência corporal que é precedente à consciência simbólica.

A gênese da consciência corporal, inicia-se a partir do momento do nascimento pela experimentação de mudanças ambientais . A experiência que o bebê possui até então é a de um meio estável que supre suas necessidades fisiológicas. Ao nascer, vai sentir mudanças climáticas, mudanças de luminosidade, entre outras e suas necessidades não serão mais supridas da mesma forma

anterior; o bebê passa a sentir a falta de seu ambiente anterior a se sentir incompleto. A sensação de incompletude seria demasiadamente dramática se ao nascer o bebê se percebesse separado de sua mãe. Essa sensação de falta contudo é que o impele a buscar fora de si o que precisa, ou seja, a agir motoramente (OLIVEIRA, 1992).

Através dos esquemas sensório-motores que vão se coordenando com a interação com o meio e com o objeto significativo, o bebê paulatinamente vai se percebendo como um todo, o que permite estabelecer o processo de separação sujeito-objeto. Esta separação ocorre à medida que surgem as resistências (impostas principalmente por pessoas significativas) que lhe dão possibilidades de ir demarcando o seu próprio corpo, juntamente com as sensações de aceitação, de acolhida, proteção e calor do outro, o que possibilita a significação do meio de forma motivada e particular, de tal maneira que ele se abre gradativamente a esse meio que lhe é acolhedor.

O bebê, entre o fim do primeiro mês e segundo e terceiro meses brinca com o seu próprio corpo, através desta brincadeira chamada de exercício ele está aprendendo a lidar com o seu próprio corpo e exercitando os seus esquemas sensório-motores organizando-os. No quarto mês, com o ganho em complexidade da coordenação óculo-motora, o bebê adquire uma certa intencionalidade na ação. Repete o que foi aprendido por acaso, incluindo um objeto externo na ação (OLIVEIRA; BOSSA, 2001).

Aos oito meses ele percebe que os objetos continuam a existir mesmo estes estando fora do seu campo perceptivo (permanência do objeto). Uma vez aprendida a permanência do objeto o bebê consegue organizar suas ações, elaborando mecanismos para atingir suas metas, afirmando-se na intencionalidade da ação. Separa-se do objeto favorecendo o surgimento da representação pré-simbólica. A consciência de si, do outro e a representação simbólica vão se desenvolvendo de forma gradual e complementar.A consciência corporal da separação da mãe seria extremamente difícil se o bebê não esboçasse uma forma pré-simbólica de representá-la perto de si. Esta fase é de suma importância para o desenvolvimento da consciência corporal do bebê. Nesse momento, aparece pela primeira vez um equilíbrio relativo entre assimilação (prazer) e acomodação (tensão ou esforço para se obter algo). A homeostase de forma já gerenciada por processos psíquicos mais elaborados. O bebê já tem intencionalidade. Vê-se portanto como o equilíbrio entre

prazer e tensão é desde cedo construído pela criança, sempre empregando emoção e sentimento.

No período de doze a dezoito meses, o bebê é atraído pelo novo e as suas aquisições motoras favorecem a possibilidade dele aproximar-se do objeto. Ele vai observar, manipular ou seja, vai explorar o objeto usando todas as suas modalidades sensoriais possíveis. Quanto mais o bebê explora os objetos, mais ele elabora a idéia de si como um todo, desconectado com o meio porém, interagindo com ele em um contexto histórico. A consciência de si como sendo um ser eficiente, criativo e inserido no contexto histórico, espaço-temporal, é que possibilita a internalização das experiências vivenciadas. O bebê passa a utilizar-se de manifestações simbólicas para interagir com o meio (OLIVEIRA; BOSSA, 2001).

Pode-se dizer então que as sensações corporais e o corpo em movimento favorecem o desenvolvimento de estruturas neurais e o desenvolvimento das estruturas neurais dão condições para a ação corporal, que possibilitam por sua vez o desenvolvimento cognitivo caracterizando assim a relação corpo-mente.

É a partir deste alicerce sensório-motor, que vai se desenvolver toda a consciência simbólica, ou seja, a capacidade de se utilizar de imagens mentais (como a memória evocada e a imaginação) e da linguagem (OLIVEIRA, 1992).

Atualmente, os estudos da neurociência também estão evidenciando um corpo participativo e inseparável das emoções e da consciência. A seguir será descrita a relação corpo-mente através desta visão, já que o relaxamento atua sobre o corpo e a mente com o objetivo de manter a homeostase.

Para Damásio (1996, 2004), o corpo é uma referência essencial para a mente, as alterações que ocorrem a partir da ação dos órgãos do sentido se registram no cérebro e no corpo. O que permite manter a idéia de um organismo inteiro que interage com o meio ambiente sem a dicotomia corpo-mente. Com a estimulação dos órgãos dos sentidos, estes passam a se ajustar para detectar os objetos presentes na relação, de forma eficaz e o corpo desloca-se para uma posição adequada com o mesmo objetivo. Todos estes ajustes dependem de sinais vindos do cérebro para o corpo e de sinais correspondentes do corpo para o cérebro. Tendo continuidade, os sinais referentes ao objeto são processados no cérebro onde são ativadas estruturas subcorticais, bem como são ativados os córtices sensoriais iniciais e as várias regiões do córtex de associação e o sistema límbico que é interligado a estas áreas. Quando o conhecimento relativo ao objeto é

acionado no cérebro a partir de representações em diversas áreas, o resto do corpo também participa do processo. As vísceras reagem a imagens sensoriais do objeto e àquelas imagens que a memória está criando internamente referentes ao objeto. Ao termino da gênese da memória referente ao objeto em questão, essa memória será também um registro neural das muitas alterações do organismo, algumas que ocorreram no cérebro e outras no restante do corpo. O que evidencia que o corpo não é passivo nas interações constantes do indivíduo com o meio.

A interação corpo-mente vem sendo justificada através das interconexões existentes entre ambos. O sistema nervoso periférico favorece a junção corpo e cérebro, ao transportar sinais dos músculos, articulações, órgãos internos e pele para o cérebro através de nervos sensitivos. O sistema nervoso central (participa desta interação) ao receber as informações do corpo pelo sistema nervoso periférico elabora respostas condizentes e as envia para o corpo pelos nervos motores e autonômicos que regulam e possibilitam as funções corporais. A corrente sangüínea possui a mesma função integradora, pois transporta sinais químicos que surgem da atividade corporal para o cérebro e da atividade cerebral, endócrina e imunológica para restabelecer a função e a proteção corporal. A atividade do centro respiratório do cérebro pode ser um exemplo desta interação, ao detectar aumento na taxa de dióxido de carbono circulando no sangue, que surge da atividade corporal, este centro nervoso determina o aumento dos impulsos inspiratórios e expiratórios para os músculos da respiração, levando ao aumento da ventilação e, conseqüentemente, à eliminação do excesso de dióxido de carbono sangüíneo, normalizando-a (GUYTON, 1986).

Para o autor a interação com o meio é fundamental devido ao fato de permitir ao organismo manter a sua homeostase e a sua sobrevivência. Para evitar o perigo, procurar o alimento, sexo e calor é necessário sentir o meio ambiente para que se possam elaborar respostas adequadas. A percepção é a atuação sobre o meio como também a recepção de sinais provenientes do mesmo.

Desta forma na ótica do mesmo autor a mente surge da atividade existente nos circuitos neurais, mas muitos desses circuitos são configurados por requisitos funcionais do organismo. A mente normal necessita de circuitos com representações básicas do organismo e de continuar a monitorar os estados do organismo em ação. Desta forma o corpo contribui com um conteúdo essencial para o funcionamento da mente normal.

Segundo a leitura de Damásio (1996), na relação com o objeto, o eu é o estado biológico, constantemente reconstruído. Para que o estado biológico do eu, seja verificado, são necessários vários sistemas cerebrais, bem como inúmeros sistemas do corpo devem estar funcionando normalmente.

O cérebro cria representações do corpo à medida que esse vai mudando sob influências químicas e neurais. Algumas representações são inconscientes e outras são conscientes. Em cada mudança corporal a imagem que do corpo se recebe altera-se de forma proporcional. A evolução cerebral ocorreu a partir da evolução corporal, os cérebros surgem de acordo com os organismos que os possuem. No desenvolvimento individual observamos também primeiro as representações em relação ao mundo exterior.

Numa leitura filogenética, nesta evolução inicial os cérebros passaram a ser complexos para criar respostas motoras, mas também respostas mentais, porque estas aumentaram as possibilidades de sobrevivência ao aumentar a percepção das circunstâncias externa; um aprimoramento das respostas motoras; e uma previsão das conseqüências futuras pela imaginação de situações e pelo planejamento de ações.

Desenvolver uma mente para Damásio (1996) significa desenvolver representações das quais se pode tomar consciência. Levanta a hipótese de que a base para essa consciência deve ter sido a construção de imagens corporais em ação, reagindo ao meio deforma interna (regulação visceral) e de forma externa (usando um ou mais segmentos corporais). Para garantir a sobrevivência do corpo de forma mais eficaz o sistema nervoso passou a representar o mundo exterior através das modificações que este produz no corpo. Esta representação abrange: a) a representação das vísceras incluindo músculos e pele e b) a representação músculo-esquelética.

A pele para o autor é um órgão visceral que vai além das suas funções sensoriais que por si só são importantes chegando a ter funções na regulação da temperatura corporal, estabelecer a luz dos vasos sangüíneos e auxiliar na regulação do metabolismo. O complexo somatossensorial do cérebro, representa nosso corpo pelo esquema das diferentes regiões corporais e a sua delimitação estabelecida pela pele. Essas considerações são importantes para esta pesquisa, já que algumas formas de relaxamento, envolvem toque.

No limite do corpo vamos ter a maior parte das interações com o meio através dos órgãos dos sentidos localizados em nossa pele. Os estímulos externos são duplos. Ao ver ou ouvir temos um sinal não corporal, mas temos também um sinal corporal que provém da pele da região do órgão sensorial estimulado, a partir deste é transmitido ao complexo somatossensorial e motor que representa dinamicamente todo o corpo e depois o segundo provem dos órgãos sensoriais e é representado nas unidades sensoriais adequadas à modalidade sensorial. Assim ao vermos algo sentimos que estamos vendo algo com os nossos próprios olhos.

Estamos normalmente conscientes do estado geral do nosso corpo, mas o desenvolvimento da percepção corporal ficou no plano de fundo. Ao tocarmos um objeto ocorrem dois conjuntos de sinais a partir da pele. Um relacionado à forma e textura do objeto, e outro às regiões do corpo que estão sendo ativadas pelo movimento. Associado a estes caminhos, podemos ter uma resposta corporal posterior relativa ao conteúdo emocional e o sistema somatosensorial é reativado.

Segundo Damásio (1996), as representações corporais em ação constituem uma noção espacial e temporal, e uma métrica que poderia servir de base para todas as outras representações. As representações primordiais do corpo em ação desempenham um papel importante na consciência, proporcionando o núcleo da representação central do eu.

Os acontecimentos relacionados à primeira consciência que é corporal, mas, denominada por Damásio (1996) de central possuem um percurso histórico, seu início corresponde às características prévias do organismo, passando pela chegada do objeto e se finda com as reações que levam a um estado modificado do organismo. Um organismo se torna inicialmente consciente, quando estabelece internamente a edificação e a exibição de um conhecimento não verbal, com o conhecimento da mudança orgânica e a execução de um sentimento de conhecer.

Na concepção de Damásio (2000) a consciência central é fundamentada através dos mecanismos de representação imagética, não verbal, a partir das transformações orgânicas, pelo processamento de um objeto pelo organismo. Quando esse processo ocorre o organismo destaca a imagem do objeto

espacialmente e temporalmente e o representa. A elaboração e exibição internas do conhecimento recente são estabelecidas através da inter-relação objeto-organismo.

O organismo na sua totalidade é representado no seu cérebro nas regiões de controle da homeostase corporal interna, conjuntamente com a representação do objeto no sistema sensório-motor. Estas representações estabelecem padrões neurais de primeira ordem que podem se transformar em imagens. As representações sensório-motoras do objeto estabelecem alterações nas representações orgânicas, tais alterações podem sofrer representações posteriores de segunda ordem que estão relacionadas à representação entre objeto e organismo que também podem se tornar imagens mentais e padrões neurais. As imagens mentais são percebidas, como sentimentos devido à natureza do organismo e dos mapas de segunda ordem ligados ao corpo.

Num primeiro momento a consciência corporal é o sentimento que emerge da representação de padrões neurais inconscientes do estado do organismo. Quando a relação organismo-objeto acaba permanecem os registros na memória. A soma das memórias passadas e o futuro antevisto desenvolvem o eu autobiográfico. O self autobiográfico possui uma parte estável ligada à história do indivíduo e uma parte instável que é modificado pelas mudanças que incidem a cada instante sobre o indivíduo.

A formação da consciência central desenvolve-se gradualmente através da interação dos diferentes objetos assimilados. Um pulso de consciência inicia-se anteriormente à constituição do processo de mudança dos padrões neurais inconscientes, a consciência é restabelecida sempre que uma nova formação se inicia.

As origens anatômicas dos padrões de segunda ordem não se concentram em uma única região cerebral. Ao realizarmos nossas atividades da vida diária estamos, realizando movimentos de controle consciente e inconsciente que estão coordenados no tempo e espaço. Esta sincronia ocorre pela ação dos circuitos do tronco cerebral, do cerebelo e dos núcleos da base. Damásio levanta a hipótese da concepção da consciência central, em diversos níveis do cérebro, que recebem sinais de regiões variadas que provavelmente realizam o mapeamento de segunda ordem. As estruturas de segunda ordem devem realizar uma junção específica de sinais vindos de mapas do organismo inteiro e de mapas do objeto.

Os córtices de ordem superior nas regiões parietais e temporais, o hipocampo e o cerebelo são responsáveis pelo mapeamento de primeira ordem e não participam do mapeamento de segunda ordem. Os colículos superiores, toda a região do córtex do cíngulo, o tálamo e alguns córtices pré-frontais são supostamente responsáveis pelos mapeamentos de segunda ordem e pela elaboração da consciência. Na consciência central, o padrão neural de segunda ordem é a base de se conhecer o que é supra regional e o realce do objeto é obtido neste mapa.

A primeira função do relato imagético da relação do organismo-objeto é informar o organismo sobre quais são as suas ações e sobre o que está acontecendo com o corpo. Essas funções são necessárias à compreensão de uma situação e que dão início a um possível planejamento de reações.

Entretanto, temos um uso secundário que leva ao processo imagético. Ao estar desperto, o cérebro de um organismo, gera a consciência central, que por sua vez dá origem ao incremento do estado de vigília ampliado favorece a atenção focalizada no objeto. Estes resultados decorrem do realce dos mapas de primeira ordem que representam o objeto. No estado consciente é necessário prestar atenção focalizada no objeto. A consciência resulta no incremento do estado de vigília e na focalização da atenção, ambas favorecem o processamento da imagem para certos conteúdos e, com isso, podem ajudar as reações imediatas e planejadas.

Um organismo, ao ocupar-se de um objeto, a sua capacidade de processar sensorialmente este objeto é ampliada, ampliando também a capacidade de vir a ocupar-se de outros objetos. O estado geral é um maior estado de alerta, um enfoque mais nítido e um melhor processamento de imagem.

As imagens, amparadas pela memória e pelo raciocínio, reforçam a consciência central. Essas inferências podem denotar, a regulação da vida e o processamento de imagens de perspectiva individual. Essas imagens têm a perspectiva do corpo percebido neste momento, imagens que estão em meu corpo e que são minhas.

Na evocação do objeto na memória, essas memórias também vão constituir a consciência central. Pois as suas características são armazenadas na memória inclusive as motoras de nosso organismo em relação ao aprendizado. O resultado desta evocação é a reconstrução de algumas imagens e a partir desta reconstrução

imagética surge um novo padrão neural representativo inconsciente do estado do organismo.

Em suma, a consciência central permite um equilíbrio homeostático através da integração contínua e dinâmica entre corpo-mente, balanceando tensão com relaxamento, falta com satisfação que possibilita perceber-se e reconhecer-se como indivíduo, ao mesmo tempo em que percebe e reconhece o meio em seu contexto espaço-temporal, e também percebe e reconhece a interação de si com o meio.

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