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Objetivo Geral

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4. Relaxamento Psicofísico em Crianças

4.1 Objetivo Geral

Investigar a bibliografia relativa a relaxamento psicofísico na área da saúde em crianças.

5. MÉTODO

5.1 Material

O presente trabalho teve como base de análise a produção de artigos científicos sobre relaxamento psicofísico na área da saúde com ênfase nos trabalhos relacionados a crianças, publicados no período de 1997 a novembro de 2004, perfazendo o total de oito anos, este período foi escolhido de forma aleatória.

As palavras-chave utilizadas na busca foram: relaxamento, relaxamento e crianças, relaxamento autógeno, relaxamento progressivo, relaxamento psicofísico e terapia cognitivo-comportamental. O termo terapia cognitivo-comportamental só foi utilizado após a observação de que em alguns trabalhos o relaxamento era integrado nesta linha de tratamento.

Devido à dificuldade de encontrar artigos desta natureza, foram utilizadas 27 bases de dados que serão relacionadas abaixo:

AAP publications ACHE ADAA ADC Online APT ASCH BioMed Central BJP Blackwell Synergy BMJ Jornals

Cochrane Consensus EBMH Online HCNET.USP Jama & Archives Karger Publications MedLine

Oxford Jornauls Online Priory Psicologia do Esporte Psicologia.spo Psicopedagogia On-line PubMed Central Sage Publications Science Direct Taylor & Francis Thorax JNL

5.2 Procedimento

Num primeiro momento foram levantados artigos científicos relacionados a relaxamento psicofísico empregados na área da saúde, sem realizar qualquer tipo de diferenciação, somente com o objetivo de levantar o número total de artigos desta natureza.

A partir deste material selecionado, num segundo momento, os artigos foram separados por duas categorias: artigos sobre relaxamento psicofísico em crianças e adolescentes e artigos sobre relaxamento psicofísico em adultos.

Os artigos sobre relaxamento psicofísico em crianças, em um terceiro momento, foram separados por ano com o intuito de observar se o interesse por esta técnica esta aumentando ou não. A partir deste momento somente os artigos relacionados a crianças passaram a serem analisados devido às mesmas serem o maior interesse deste trabalho.

Num quarto momento, os artigos foram separados e analisados por área de atuação ou patologia por ano.

Em seguida, os artigos referentes à dor foram separados por ano e por patologias e ou áreas de atuação, por apresentarem o maior número de trabalhos publicados.

Por último os artigos foram distribuídos em outras três categorias: a dos distúrbios físicos, psíquicos sem a utilização de fármacos e psíquicos com a utilização de fármacos. Esta última etapa verificou em quais destas categorias o relaxamento psicofísico vem sendo mais utilizado em crianças.

6.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo atingiu seu objetivo, que era investigar a bibliografia relativa a relaxamento psicofísico na área da saúde em crianças. Fez um levantamento de oito anos, entre janeiro de 1997 a novembro de 2004. Através das 27 bases relacionadas já no método deste trabalho, perfazendo um total inicial de 500 artigos entre nacionais e internacionais com predomínio da língua inglesa.

Com o intuito de facilitar a exposição dos resultados e sua discussão, apresenta-se neste trabalho, inicialmente a seqüência em que os mesmos serão apresentados. Em primeiro lugar registra-se o número total de artigos selecionados sobre relaxamento psicofísico, diferenciados em estudos realizados em crianças e em adultos (gráfico 1).

A seguir focaliza-se o relaxamento psicofísico em crianças levantando o número de artigos publicados por ano (gráfico 2) e as modalidades ou situações terapêuticas em que o mesmo vem sendo empregado no período de janeiro 1997 a novembro de 2004, também são relacionadas e discutidas (tabela 1). A dor, por ter predominância no número de trabalhos encontrados, é relacionada com o número de artigos publicados por ano (gráfico 3) e com as diferentes situações ou patologias que a geram (gráfico 4).

E, no último momento deste trabalho, verifica-se através dos artigos selecionados uma subdivisão relativa à utilização do relaxamento psicofísico na abordagem terapêutica. A primeira em casos com predomínio de problemática física, a segunda com predomínio de problemática psíquica e a terceira também com predomínio da problemática psíquica, mas com complementação farmacológica (gráficos 5 e 6 ).

Na presente exposição, além da literatura consultada antes da pesquisa, são usados dados de alguns artigos significativos que compõem os resultados deste trabalho. A seguir, será apresentado o gráfico 1, relativo ao total de artigos sobre relaxamento psicofísico diferenciados em estudos realizados em crianças e adultos.

Total de 500 Artigos

60% 40%

Adultos Crianças

Gráfico 1: Total de artigos sobre relaxamento psicofísico em

adultos e crianças de 1997 a novembro de 2004.

No gráfico 1, observa-se que dentre o total de artigos selecionados sobre relaxamento psicofísico para este trabalho (500), 60% destes utilizavam as técnicas de relaxamento em adultos e 40% em crianças. Esta relação evidencia que embora o número de estudos em adultos prevaleça, o número de estudos em crianças é considerável e denota a possibilidade de empregar as técnicas de relaxamento em crianças com êxito.

Alguns artigos sobre relaxamento psicofísico, não especificam a idade dos pacientes que fizeram parte da pesquisa, o que dificultou a separação dos artigos. Mediante este problema, os artigos que não especificaram a faixa etária de seus pacientes, foram considerados como fazendo parte dos artigos relacionados aos adultos, pois partiu-se do principio de que o pesquisador que atua com crianças sente a necessidade de deixar claro que o seu trabalho se refere a elas.

Dado o grande número de artigos selecionados e também o de bases, este estudo não contemplou a divisão de artigos por bases, sugerindo trabalho posterior. Não foram encontrados trabalhos que realizaram o mesmo tipo de levantamento que o presente trabalho para que fosse comparado tal resultado. O relaxamento é

utilizado predominantemente como um método de recondicionamento psicofísico que pode ser utilizado nas diferentes idades e em diferentes áreas de atuação como na saúde, na pedagogia, nas artes e religião.

Os dados revelam que as técnicas de relaxamento continuam a ser divididas em corporais e mentais, mediante aos procedimentos que são utilizados, dados estes já apontados na literatura (LIPP, 2000). Os relaxamentos corporais utilizam-se das contrações e descontrações musculares ativas, do toque e de movimentos passivos e ativos, para obter a normalização do tônus muscular, a consciência corporal e o equilíbrio das funções autonômicas e das emoções e sentimentos. Sandor (1982) salienta que a terapia corporal reintegra o paciente a sua natureza mais imediata, o corpo, fornecendo informações necessárias para a prevenção e o restabelecimento da saúde.

Os relaxamentos mentais incluem a meditação, o relaxamento autógeno e as imagens mentais e possibilitam a introspecção necessária para a reflexão dos próprios valores, das idéias, facilitam também a criatividade, além do equilíbrio das funções corporais (MANASSIS, 2004).

Malagris; Castro (2000) descrevem que em pacientes que fazem uso de fármacos deve existir um acompanhamento médico referente a sua dosagem, já que as técnicas de relaxamento podem levar a necessidade de reduzir a dosagem. Descrevem também que o uso de relaxamento mental em casos de ansiedade generalizada, insegurança acentuada, medo da perda de controle, obsessão, compulsão e psicose não deve ser utilizado. Nestes casos a autora indica os relaxamentos corporais.

Desta forma, pode-se observar que as técnicas de relaxamento psicofísico ora enfocam o uso do corpo e ora o uso da mente para promover a unificação psicossomática de forma consciente. A seguir, será apresentado o gráfico 2, relativo ao número de relaxamento psicofísico em crianças por ano.

14 32 18 22 24 21 30 39 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total de 200 Artigos

Gráfico 2: Total de relaxamento psicofísico em crianças de 1997 a novembro de 2004.

No gráfico 2 observa-se um crescimento não sistemático do número de estudos em relaxamento psicofísico em crianças, com picos de elevação em 1998 (32 artigos) e 2004 (39 artigos até novembro). Os anos de 1999 (18 artigos) e de 2002 (21 artigos) registram um número menor de artigos publicados.

Manassis (2004) relata também o aumento da pesquisa e da utilização clínica do relaxamento e o relaciona a crescente presença de pressões de diversas formas, ao ritmo de vida acelerado, o contato direto com desafios, competições e violências. Esse aumento é justificado por Lipp (2000), que ressalta que as crianças também estão vivendo neste mesmo ambiente de cobranças, de tensões e violências. As crianças anteriormente iniciavam a sua vida escolar aproximadamente com sete anos, atualmente, ampliam a sua vida social e escolar muito mais cedo através das creches e da pré-escola. Este fator pode, levar as crianças a passarem por cobranças inadequadas a sua idade, desencadeando estresse. O estresse infantil pode desencadear problemas psicológicos, físicos, fracassos escolares e até mesmo ao uso de drogas.

Segundo a autora, uma vez diagnosticado o estresse, o relaxamento pode ser ensinado para que a criança possa aprender a lidar com as causas de seu estresse e para diminuir a sintomatologia decorrente do mesmo. No Brasil, mais da metade da população e constituída de crianças, muitas destas crianças passam por situações que desencadeiam dor, tensão, ansiedade entre outras alterações que justificam a importância deste trabalho.

Apresenta-se a seguir a tabela 1, relativa às patologias ou situações em que o relaxamento psicofísico vem sendo empregado em crianças.

Na tabela 1, observa-se que são muitas as situações e patologias em que as técnicas de relaxamento vêm sendo empregadas no período de 1997 a novembro 2004.

Dentre as patologias ou situações, em que o relaxamento em crianças e utilizado, este estudo revela o maior acumulo relacionado-a dor (37 artigos), asma (18 artigos) e ansiedade (18 artigos).

Não foi possível levantar quais as técnicas mais utilizadas, pois em vários artigos a técnica empregada não foi especificada, sendo referida somente como relaxamento. A descrição da técnica, o numero de sessões por semana, o tempo de aplicação de cada técnica e a idade das crianças também não são discutidos neste trabalho, em função de não fazerem parte do objetivo deste trabalho.

Os autores dos artigos pesquisados justificaram a não descrição dos detalhes da técnica empregada porque a mesma já é bem descrita na literatura.

Fernandez et al. (1998), em um levantamento realizado sobre as diferentes patologias em que é usado o relaxamento, concluiu que as técnicas de relaxamento são eficazes na prevenção e tratamento de todas as patologias em que e necessária à diminuição da atividade simpática do sistema nervoso autônomo, a diminuição da tensão muscular e do estado geral de alerta do organismo, favorecendo a saúde humana através da homeostase.

A ansiedade excessiva, provavelmente é uma das dificuldades emocionais mais identificadas em crianças. A criança ansiosa possui um estado emocional de apreensão, preocupação ou inquietação com relação a uma ameaça potencial. A ansiedade infantil é caracterizada por muitos sintomas físicos, relacionados com os diferentes sistemas orgânicos, e sintomas cognitivos como pensamentos negativos. Muitas situações podem estar relacionadas com a ansiedade. Atividades escolares, mudanças de um modo geral, doenças da criança ou de familiares, hospitalização, perdas e crises familiares. A criança ansiosa antecipa possíveis fracassos e tende reforçar uma baixa auto-estima. Se esse quadro é mantido o estresse é desencadeado e diferentes patologias podem surgir ou serem agravadas (MALAGRIS; CASTRO, 2000).

Kalin (2004) confirma a relação ansiedade, estresse e o possível desenvolvimento de alguma patologia. Frente a um estado de ansiedade, o córtex pré-frontal interpreta como sendo uma situação real de perigo, o hipotálamo passa a secretar o ACTH que induz a supra-renal a produzir o cortisol e este, atua sobre as

diferentes regiões corporais preparando o organismo para a fuga ou para a defesa. Quando este mecanismo permanece atuando por muito tempo, o estresse é desencadeado, e com ele muitas patologias associadas. O cortisol regula a ação do sistema imunológico; quando em excesso, a principio desencadeia reações alérgicas como, dermatites e asma alérgica, por aumentar a ação imunológica. Em longo prazo a ação do cortisol, deprime o sistema imunológico e surgem patologias inflamatórias e infecciosas graves.

Atualmente, Kalin (2004) demonstrou que o comportamento ansioso é em parte transferido geneticamente, e em parte e aprendido pela observação. Crianças ansiosas possuem uma maior atividade elétrica cerebral frontal direita, que também é detectada em suas mães, o que caracteriza a transmissão genética da ansiedade. Durante o desenvolvimento de uma criança ela observa como as pessoas que vivem ao seu redor reagem a cada situação, e acabam por assimilar tais comportamentos.

O relaxamento diminui o quadro de ansiedade, por atuar na diminuição da atividade elétrica cerebral. Quando uma pessoa se encontra utilizando todos os seus órgãos do sentido está em plena atividade cerebral e as ondas cerebrais beta, são predominantes. Ao posicionar-se, diminuir os movimentos corporais, fechar os olhos e direcionar sua mente para iniciar o relaxamento, ocorre uma redução na atividade cerebral e as ondas cerebrais alfa, passam a predominar. As ondas alfa produzem tranqüilidade, bem-estar físico e aumento nas capacidades de concentração, memória, resolução de problemas e de criação (BENSON, 1997).

Um outro indício de que o relaxamento realmente diminui a ansiedade está relacionado à concentração de lactato, estudada por Benson (1997). Com a prática do relaxamento, a concentração de lactato que denota ansiedade e irritabilidade encontra-se diminuída.

O fato das crianças aprenderem alguns comportamentos pela observação, vem de encontro à afirmação de diferentes autores, como Barlow; Ellard (2004), que salientam a importância da família ser envolvida na terapia, e até mesmo, ser tratada, para uma boa evolução do tratamento da criança.

Deckro et al. (2002) afirmam que as técnicas de relaxamento além de diminuírem os sintomas físicos da ansiedade pelos efeitos fisiológicos, possibilitam a percepção do início do quadro ansioso pelo incremento da consciência corporal. Ao perceber-se ansiosa a criança treinada, pode utilizar o relaxamento e restabelecer o seu equilíbrio emocional.

Para Damásio (2000), a consciência permite um equilíbrio homeostático através da integração contínua e dinâmica entre corpo-mente, ao mesmo tempo em que percebe e reconhece o meio em seu contexto espaço-temporal, também percebe e reconhece a interação de si com o meio.

Oliveira (1992) descreve que com a internalização das experiências corporais a criança, aprimora a consciência simbólica, ou seja, a capacidade de utilizar imagens mentais (como a memória evocada e a imaginação) e da linguagem. A consciência de si, como sendo um ser eficiente, criativo, inserido na história, no espaço e no tempo, surge do equilíbrio relativo entre assimilação (prazer) e acomodação (tensão ou esforço).

O emprego do relaxamento nas crianças ansiosas permite justamente o equilíbrio relativo entre prazer e tensão, necessário para que esta criança se sinta eficiente e deixe de antecipar possíveis fracassos. Desenvolvendo a habilidade de utilizar as suas funções mentais para solucionar problemas sem desencadear ou minimizando o quadro de ansiedade.

Os dados deste estudo levam à constatação de que as diferentes técnicas de relaxamento possibilitam o aprimoramento da consciência corporal por promover diferentes estímulos. No momento em que a criança é posicionada sobre uma superfície e recebe comandos, para que a sua atenção seja direcionada para uma região corporal, ou para que ela contraia e relaxe seus músculos, ou ainda, quando ela é tocada e movimentada passivamente ou ativamente, passa a receber informações provenientes da sua pele, dos seus músculos, das suas articulações e do ambiente em que ela se encontra, de tal forma que a permite perceber, a sua forma, temperatura, movimento e os estados tencionais físicos e psíquicos. Promovendo a interação mente-corpo dentro de um contexto espaço-temporal.

Kalin (2004) afirma que é necessário fazer uso de intervenções terapêuticas nos primeiros anos de vida, pois crianças excessivamente medrosas podem desenvolver além da ansiedade, depressão, doenças e dificuldades emocionais ao longo das suas vidas. Dentre as intervenções terapêuticas existentes, o autor preconiza a utilização de fármacos a base de benzodiazepínicos, em períodos críticos e a terapia comportamental para que elas aprendam a se controlar sem o uso de medicamentos.

Baseado nos dados encontrados na literatura deste estudo, o relaxamento tem comprovação na eficácia do tratamento da ansiedade em crianças, ao promover mudanças fisiológicas, que se contrapõem ao ciclo da ansiedade e ao favorecer reações conscientes e positivas nos momentos de tensão, permitindo o equilíbrio entre relaxamento e tensão necessários para a saúde.

Além de quadros de ansiedade, este estudo levantou artigos referentes à problemática respiratória.

A asma é uma síndrome respiratória, caracterizada por crises de dispnéia, relacionadas a uma redução da luz brônquica, sua etiologia é muito ampla e discutida, entre as principais causas estão os fatores alérgicos e psicossomáticos. Os transtornos asmáticos incidem em um grande número de crianças (XHARDEZ, 2001).

Huntley; White; Ernst (2002), em um estudo de revisão bibliográfica sobre as técnicas de relaxamento em asmáticos, levantaram que os critérios de inclusão ao quadro clínico da asma foram satisfatórios, mas que, alguns trabalhos não apresentavam os critérios de medidas de seus resultados relativos a capacidade respiratória o que acabou comprometendo a qualidade de seus trabalhos. Esta observação também pode ser feita no presente trabalho.

Nos pacientes asmáticos, o relaxamento ao normalizar a atuação do sistema nervoso autônomo, favorece a normalização da luz das vias respiratórias permitindo desta forma a passagem de ar para os pulmões. A contração e descontração dos músculos faciais permitem o controle consciente desses músculos e da musculatura expiratórias assessórias, quando um asmático consegue este controle voluntário ele passa a ter um controle maior sobre as crises de asma, tornando-as menos intensas e menos freqüentes (HUNTLEY; WHITE; ERNST, 2002).

Diaz; Gomez; Martin (1998) afirmam que, associado aos efeitos já descritos, o relaxamento promove a diminuição da ansiedade. A diminuição da ansiedade permite uma melhor compreensão e manejo da crise asmática e conseqüentemente uma diminuição no número de crises, no consumo de medicamentos e internações.

Demonstrando a importância de tratar os componentes psicológicos que acompanham o quadro asmático, Ritz; Roth (2003) relata que quando uma criança é tratada somente com medicamentos, sem que os comprometimentos psicológicos sejam tratados como a ansiedade, as doses de fármacos são altas e a redução das internações é pequena.

Stores et al. (1998) constatou que crianças com crises de asma noturna desenvolvem distúrbios de sono e passam a apresentar sonolência diurna, perda de concentração e memória e alterações comportamentais, que diminuem consideravelmente a qualidade de vida destas crianças a ponto de influenciar até mesmo na sua vida escolar. Salienta também que com o controle das crises asmáticas com o emprego do relaxamento, a qualidade do sono e os outros distúrbios decorrentes desaparecem e as crianças voltam a ter uma vida mais próxima do normal.

Panton; Barley (2004) demonstram em seus estudos que o relaxamento nos quadros de asma, deve ser empregado na criança acometida e na sua família, por favorecer o vínculo e as relações familiares. As crianças adquirem o equilíbrio emocional e as crises tornam-se menos freqüentes.

Em suma, nestes casos o relaxamento é amplamente indicado em função dos seus benefícios na regularização do sono, na diminuição da ansiedade, no controle consciente dos músculos respiratórios e no vínculo familiar que acabam por favorecerem a saúde da criança e da família.

Em seguida, apresenta-se o gráfico 3, relativo a evolução anual de relaxamento psicofísico em crianças com quadros de dor.

0 2 1 00 2 0 3 2 0 0 2 0 0 0 0 0 3 0 0 0 2 1 0 1 4 1 2 0 0 1 0 1 1 0 0 1 2 0 1 0 0 0 3 0 1 0 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Evolução Anual: Dor Quanto ao Tipo/Procedimentos

Pós-Operatório Dor de Cabeça Enxaqueca Dor Aguda/Crônica Queimadura Procedimentos Médicos

Gráfico 3: Evolução anual de relaxamento psicofísico em crianças com dor de 1997 a novembro de

No gráfico 3, observa-se a publicação de artigos sobre relaxamento psicofísico em crianças, referente a dor. Dentre todos os distúrbios em que as técnicas de relaxamento vêm sendo utilizadas, o maior número de artigos destina- se, a diferentes situações ou patologias que geram dor (37). O que justifica neste trabalho a dor ser discutida separadamente.

O levantamento de artigos relacionados a dor e relaxamento por ano, demonstra um inicio variado no número de artigos, seguido de um pico de crescimento de publicações em 2001 e termina, com um decréscimo no número de artigos publicados nos anos seguintes. Talvez, devido à comprovação de que as técnicas de relaxamento são eficazes no manejo da dor, os estudos referentes a relaxamento nos últimos anos, estão ligados a outros aspectos. Ao comparar este dado com a tabela 1, verifica-se que nos últimos anos os trabalhos estão mais direcionados ao estudo do relaxamento na ansiedade e na asma brônquica, discutidos anteriormente.

Souza; Quayle (2003) conceitua a dor como sendo uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a danos teciduais reais ou potenciais.

A dor é considerada por Grieve (1994) como sendo um mecanismo de defesa orgânica que, se ausente ou exacerbada, pode levar a complicações que podem ser fatais. A ausência leva a continua exposição a ferimentos, que podem desencadear um processo infeccioso grave. A dor prolongada e insuportável pode levar a reações

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