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O Seminário de Formação de Professores foi criado junto aos Asilos Pella- Bethânia em Taquari/RS, em 1909, por decisão unânime dos membros do XXIº Concílio Geral do Sínodo Riograndense, precursor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Este Seminário foi uma das alternativas encontradas para oferecer bons professores para a rede de escolas comunitárias que atendia a todas as crianças de origem alemã da comunidade local que, na prática, se confundia com a comunidade religiosa, dadas às características impostas pelo Império Brasileiro à colonização alemã no sul do Brasil.

Em 1910 o Seminário de Formação de Professores é transferido para Santa Cruz do Sul/RS, sob a denominação de Selecta.. Em 1913, foi criado o Deutsches Evangelisches Lehrerseminar (Seminário Evangélico Alemão de Professores), que oferecia um curso com duração de três anos, destinado a alunos com mais de 14 anos. O exame final do curso previa uma aula prática realizada pelo candidato ao magistério, perante uma banca examinadora.

Em 1926 o Seminário é transferido para São Leopoldo, ampliando-se a duração do curso para quatro anos e, logo a seguir, para cinco anos de formação. O Seminário, também chamado de Escola Normal Livre, não era reconhecido pelo Estado. A quase totalidade das aulas do Seminário era ministrada em alemão, mas os professores formados deveriam ter condições de ministrar um ensino bilingüe. Alguns professores do Seminário eram enviados e mantidos pelo governo alemão e os professores brasileiros ocupavam as cadeiras de Língua Portuguesa, História e Geografia do Brasil. O Seminário mantinha um Internato, no qual residia a quase totalidade dos alunos. A partir de 1927 foram admitidas moças, na época avanço significativo na tradição da escola teuto-brasileira.

O Seminário para Formação de Professores encerra suas atividades em 1938, com a chamada política de nacionalização do Estado Novo. Essa política não conseguiu implantar uma rede de escolas públicas e, muito menos, substituir os professores de fala alemã por professores de fala portuguesa na rede de escolas comunitárias, ou seja, a nacionalização, na prática, apenas restringiu ainda mais o acesso à escola para as crianças das colônias alemãs. Em 1939, o seminário é

transformado em Instituto de Ensino Comercial, abandonando completamente a formação de professores que, assim, encontrou impedimentos legais definitivos.

A formação de professores para a rede de escolas comunitárias foi interrompida entre 1938 a 1948. Neste último ano a Igreja Evangélica Luterana reabriu, nos prédios do extinto Seminário, em São Leopoldo, um curso de formação de professores com uma turma mista de 12 alunos. Mesmo sem ser oficial, o curso seguia o currículo da Escola Normal Regional que, conforme a legislação federal, consistia na formação do primeiro ciclo, do 6º ao 9º ano escolar. Esta estrutura curricular na formação do magistério representava um avanço para a época, pois o estado gaúcho ainda não havia implementado a legislação federal. O curso foi além do disposto na referida lei, ampliando o currículo e a carga horária nas disciplinas de cultura geral: Português, História e Geografia Geral, Ciências Físicas e Naturais em todas as séries. Adotou o Alemão como a primeira língua estrangeira e, posteriormente, o Inglês. A Educação Artística, sobretudo Música e Artes Cênicas, também foi introduzida no currículo.

Partiu-se da premissa de que o professor deveria, antes de tudo, aprender por iniciativa própria, a discernir, a examinar criticamente novas idéias e experiências e a avaliá-las. Somente com esta base seria desenvolvida a formação profissional e esta, desde o início, seria essencialmente vinculada a atividades de observação e prática, no curso de aplicação.

Em 1954, acontece o reconhecimento do curso, por parte da Secretaria de Educação e Cultura do RS, sob a denominação de Escola Normal (Regional) Evangélica, retomando-se, então, a formação de professores vinculada à rede de escolas comunitárias de ensino fundamental, conforme o Quadro abaixo.

No ano de 1966, em função da necessidade de ampliar suas instalações, a Escola Normal Evangélica - ENE é transferida para a cidade de Ivoti. Este município, próximo à região metropolitana e com características mais rurais que urbanas, ia ao encontro da realidade de futura atuação dos estudantes (na época, a maioria dos egressos do curso normal eram enviados a escolas localizadas na zona rural).

Em 1977, devido à incorporação do Instituto Pré-Teológico de São Leopoldo, a ENE passou a se chamar Escola Evangélica Ivoti (IEI). A partir do ano 2000,

como decorrência de uma determinação legal, a EEI passou a denominar-se de Instituto de Educação Ivoti (IEI).

Apesar dos vários nomes e locais de funcionamento, preparar professores e lideranças comunitárias com ênfase na formação humanística e integral de seus alunos, sempre acompanhou a instituição ao longo de sua história. O significativo número de professores formados pela escola conclui o curso com o apoio financeiro da própria instituição, através de concessão de bolsa de estudos. Não fosse esta possibilidade, para muitos dos alunos os estudos seriam inviáveis.

O IEI, através do seu sistema de moradia estudantil, tem 165 adolescentes residentes. Estes alunos são da região e também de vários estados brasileiros e provenientes, principalmente, de comunidades interioranas que procuram a escola com o objetivo de estudar no Ensino Médio ou no Curso Normal. Esta peculiaridade concede ao IEI uma característica pedagógica toda própria, pois permite um processo de formação em tempo integral, a construção de uma consciência de trabalho em equipe e o desenvolvimento de relações interpessoais e intrapessoais.

A instituição mantém uma equipe de professores e outros profissionais que acompanham os estudantes, fora do período curricular, inclusive em finais de semana.

Além de moradia estudantil, a instituição, também, oferece algumas moradias para professores. Esta situação proporciona uma maior integração tanto entre o corpo docente quanto entre o corpo docente, corpo discente e funcionários da casa, favorecendo, inclusive, a relação familiar dos mesmos.

Faz parte do planejamento da Mantenedora, reservar uma parte das moradias escolares para estudantes do ensino superior.