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2 O MERCOSUL E SANTA CATARINA

2.4 SANTA CATARINA

2.4.2 O Intercâmbio de Santa Catarina com o Mercosul

De certa maneira, pode-se dizer que Santa Catarina é um estado importador de energia28 e exportador de produtos e serviços. O Estado exporta para os cinco continentes e sua atividade comercial tem se desenvolvido rapidamente com os parceiros do Brasil no Mercosul, principalmente com a Argentina, com quem mantém um intercâmbio mais diversificado e de valores mais significativos.

Conforme indicado no Quadro 5, em 1993, Santa Catarina obteve um crescimento de 48,53% nas suas exportações para o Mercosul, em relação ao ano de

1992. O valor global das exportações do Estado para o Mercado Comum do Sul atingiram, em 1993, US$ 293,15 milhões, representando mais de 13% do total de suas exportações. O Estado de Santa catarina é o sexto maior exportador do país para o Mercosul, contribuindo com mais de 5% do total das exportações brasileiras dirigidas àquele mercado.

28 Entre julho/93 e junho/94 importou 6,3 bilhões dos 8 bilhões de kwh de energia elétrica que consumiu. (Idem citação anterior.)

Os números apresentados na tabela que segue, referem-se aos montantes exportados por Santa Catarina para Argentina, Paraguai e Uruguai, nos anos de 1992 e

1993, além das exportações globais do Estado, naquele período, em US$ 1,000:

Quadro 5 - Exportações Catarinenses para o Mercosul

Discriminação 1993 (a) Participação % 1992 (b) Participação % Variação da Part. % ( a / b ) Exportações Globais 2.200.833 100.00 1.796.582 100.00 22.50 Argentina 183.638 8.34 131.148 7.30 40.02 Paraguai 64.101 2.91 39.804 2.22 61.04 Uruguai 45.414 2.06 26.416 1.47 71.92 Total parao Mercosul 293.154 13.32 197.368 10.99 48.53

Valores em US$1,000 Fonte: Informe Mercosul, Florianópolis, v. 7, p. 12, fevereiro de 1994.

Como se verifica no Quadro 5, para a Argentina, Santa Catarina exportou mais de US$ 183 milhões de dólares, porém, é muito significativo o crescimento em relação a 1992, que foi superior a 40%, denotando que, provavelmente, há um importante e amplo espaço comercial a ser preenchido entre as partes. Em 1993, a Argentina já era o terceiro parceiro do Estado, assim como o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

O Paraguai, que ocupava a décima-terceira posição entre os maiores parceiros comerciais do Estado em 1992, em 93 passou a ocupar a sétima posição, um crescimento de 61,04%, importando o montante de US$ 64,10 milhões. Novamente, volta a impressionar o alto índice do incremento que ocorreu, de um ano para outro, entre os dois núcleos.

O Uruguai, que em 92 não estava entre os 20 maiores parceiros de Santa Catarina, ficou na décima-quinta posição em 1993. Importou mais de US$ 45 milhões no período, contra pouco mais de US$ 26 milhões do período anterior - incremento de quase 72% .29

Estes percentuais parecem quase inacreditáveis, considerando-se que ocorreram entre parceiros comerciais, vizinhos, com relações diplomáticas normalmente estabelecidas e duradouras, que não foram alvo de recentes fatos históricos violentos (guerras) ou sobressaltantes (grandes descobertas científicas ou construção de grandes obras de engenharia).

Se mantidos os altos índices dos incrementos indicados no Quadro 5, certamente, ter-se-á alterada, com rapidez, a proporcionalidade indicada no Gráfico 1, onde, em 1993, a Argentina importou de Santa Catarina pouco menos do que 2/3 do total das exportações do Estado para a região. Estudos mais específicos poderão mostrar

29 SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio-Ambiente. 1993 - exportações do estado aos países parceiros do Brasil, no Mercosul. Informe Mercosul, Florianópolis, v. 7, p. 8-15, fevereiro de 1994.

os reflexos desta alteração sobre os outros setores de intercâmbio entre o Estado e os países-membros do Mercosul.

Em termos de volume importado de Santa Catarina, no mesmo período acima indicado, em ordem decrescente, seguem Paraguai e Uruguai,que, juntos, totalizaram 37% (ver Gráfico 1).

Gráfico 1 - Exportações Catarinenses para o Mercosul / 199330

Uruguai 15%

Argentina 63%

Em 1993, o Brasil exportou para o Mercosul US$ 5,4 bilhões, sendo que, a Argentina, o seu maior parceiro na América do Sul, importou 68% desse total, como mostram o Quadro 6 e o Gráfico 2, a seguir. Naquele ano, São Paulo foi responsável, por 50,17% das exportações brasileiras para o Mercosul, enquanto, pela ordem, os demais estados da federação que mais exportaram para aqueles 3 países, foram: Rio Grande do Sul (11,25% do total brasileiro), Minas Gerais (11,11%), Paraná (6,87%) e Rio de Janeiro (6,78%), seguido de Santa Catarina (5,43%). Estes estados, em conjunto, exportaram quase 95% do total endereçado aos parceiros do Brasil no Tratado de Assunção.

Quadro 6 - Exportações Brasileiras para o Mercosul Discriminação 1993 (a) Participação % 1992 (b) Participação % Variação da Part. % ( a / b ) Exportações Globais 38.782.679 100.00 35.861.525 100.00 8.15 Argentina 3.661.477 9.44 3.039.813 8.48 20.45 Paraguai 960.646 2.48 543.320 1.52 76.81 Uruguai 774.843 2.00 514.150 1.43 50.70

Total para Mercosul 5.396.965 13.92 4.097.283 11.43 31.72 Valores em US$1,000 Fonte: Informe Mercosul, Florianópolis, v. 7, p: 11, fevereiro de 1994.

Numa situação análoga àquela verificada no comércio de Santa Catarina, a Argentina importou, praticamente, 2/3 do total das exportações brasileiras para o Mercosul (ver Gráfico 2), sendo seguida pelo Paraguai e Uruguai, em ordem decrescente do total importado do Brasil.

31 Gráfico 2 - Exportações Brasileiras para o Mercosul /1993

Uruguai

Paraguai 14%

Argentina

68%

Outra fonte de receita de Santa Catarina, proveniente da sua convivência com os países de língua espanhola do Mercosul, e certamente relevante, é o turismo - o Estado, há longa data, é um importante pólo de turismo receptivo. O organismo governamental, Santa Catarina Turismo S.A. - Santur -, estimou que nas temporadas de

verão de 1991 a 1993, circularam no estado, um total de 500.000 turistas argentinos, sendo que, em 1992 o número atingiu 220.000 turistas daquela nacionalidade. A partir da temporada de 1994, em virtude do grande número de argentinos que se deslocam para o litoral catarinense no verão, foi instalado um consulado temporário da Argentina, para funcionar entre os meses de dezembro de um ano e março do ano seguinte, na capital catarinense - Florianópolis.32

Sabe-se que a afluência a Santa Catarina de turistas dos países vizinhos tem aumentado, se analisada a média dos últimos 10 anos. Porém, por ser uma atividade extremamente sensível a alterações econômicas, e como os membros do Mercosul tem economias muito voláteis, os números do setor têm sofrido alternâncias preocupantes. O que leva os setores interessados - governamentais e privados - a buscar fórmulas de sedimentar procedimentos, que estabilizem a atividade e a façam assimilar alterações cambiais inoportunas e outras mutações tão freqüentes na região.

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