• Nenhum resultado encontrado

O INTERIOR: A AMAZONIA Nesse intrincadissimo sistema fluvial, na mais

No documento O Brasil visto pelos ingleses (páginas 191-200)

rica rede do globo. nada mais natural qnc dessas inumcrns e infin<l::is estradas em caminho se sir-vnrn, con10 unico e tnajs facil n1cio ele comunica -ção. os viojantcs. E os caboclos do ,\mazonns. :;en1 conhecer a linda e expressiva i1nagcm de PASCAL, con1plctnram-nn a seu n1oclo. chnnrnndo uo meio de transporte n1ais comum, ai 'usndo, mnnlaria.

con10 chama1n aos cavalos cm outras regiões do Brasil.

A nalurczn amazônica tem sido sobcj~mcntc clccnnlada e o grande rio. con1 seus n1agcstosos afluentes, continúa, ainda hoje, como o El-clorado dos naturalistas, ha.Ycndo cm cada lago uma üiara cuja voz é tão alla, que a ouvem de ulém-mur e. ncorretn seduzidos holânicos e zoólogos.

l\1ns toclas as sintescs que procurnvntn fazer da Hiléa americana n5o conseguem dar idéa pcr-fciln ou mesmo aproxim;1da. SPnucE, cm carta n SLATC:n, co1no provecto botânico que era, f::iz resu-mo vi,·iclo dos curactércs floristicos ela região:

"O 1nnior rio elo mun:'io corre através da 111aior floresta. In1ngina, se pó<lc. <luis mill,ücs de 1nillws quadrada.-.; de flore:c;la, iuinlcrrupta, exceto pclus correntes que a atrnvessam, pois os campos que aparecem esparsos, aqui e :.icei:",. siio tão jnsi-gnificrinlcs que eu suponho que faria maior vas.io

1!)2 C. DE MELC.O-LEJT,\Q

o córte de um unico carvolho na maior floresta da Inglaterra do que qualquer destes campos na imen-sn selva amazônica. Ficas. portnn to, preparado para saber que quasi todas as ordens de plantas contam arvores aqui cnlre seus representantes.

Ha gramíneas (bambús) de -10, 60 pês e mnis de altura, :ls vezes erect::is, outras fornrnndo 111n in-trincado ele ramos espinhosos, nos <ruais nem o ele -fante poderia penetrar. V erbenas formando nrvo-rcs copadas, de folhas digitadas como castanheiros da lnclia. Poligalns como robustas trepadeiras le-nhosns, subindo atê a copa dos án·orcs mais altos, cnfcil:rndo-as com festões ele perfumados· flôre, que não siio delas. Em ,·ez de tuas pervincas le-mos aqui belas arvores cxudnn<lo leite, ás vezes.

salutifcro, outras violcnlissitno veneno. e dando frutos com iguais propriedades. Violetas do ta-mnnho de macieiras. i\Iahncqucrcs (on que po-diam pnrcccr n1almcqucres) clcsnhrochnnclo cm árvores co1no o nJmiciro. As i\Iirt:'1cc.1s süo cxccssi-,·nmcntc numerosas, e nota.veis po1· suas flôres cfC-meros e simuliâneas. Um dia Iodas as de dclcr-ffilnacla especic, esparsas peln florestn. cohrem.-se de nevadas flôres perfumosns; no dia seguinte nem mais uma flôr. Outro grnpo. sem nada que possa ser compnrndo na florn Europén, é o das :i\Ielnstomaceas, tio nbundantes como as murtn-; e ainda mnis rico cm espécies. Estas duns fanlilias, con1 as S0lan;'1ccns e Lunrnccns. formam a 1nassa cln vegetação que se vê na vizinhança cl:1s cidades.

i\Ias de Iodas a mais abundante é a elas Lcgun1ino-sns. entre ns quais esfrio ns úrvorcs mais nobres d3 floresta ,·irgcn1, alguns elos frntos 111ais <lclicio-s?s, alguns dos p~orcs Ycncnos. As plantas scnsi-l1\·as, nqui ch.11nadns dorn1idciras, e que :.1dins tito

O Bn,,s<L v1s-ro PEr.os l1'GLtsos !D3 curiosas, são tão comuns que quasi todos os dias firo os dedos ou as canelas em algum membro c:s-pinhdso do grupo''.

A BATES impressionou a adaptaÇ-<-1.o á C'Sc~m-dência nas mais <livcrsas familias botúnicas em conexão com igual tcndcnci::i nos animais. E. com-pletando o esboço etc Srnucrc: "Na Emopa uma cena floreslo.1 1cm. seu aspec(o de primaYc•ru. c~-lio, outono ou i1wcrno. Nas florestas cquatorhiis ele ê o mesmo lodos os dias do :1110: 110,·o:; re-bentos, floração, novos frutós ou queda de folha'i sempre ~e ob:-.cn·am nun10. ou outra especic. A :1li-,·idadc das :~vcs e insetos se passa ~cm intcrrupç~io, cr..d~l cspccic tendo seu ciclo próprio e scpar:i.do.

~uncn ha primn\'cra, verão ou outono m~s c~c\a dia ê uma comhinnçfio dos trcs. Como C gr:inciiosa cm seu perfeito cquil!brio e simplicidade :i. m::tr-cha d:i ~alllrC7.3 no Equndor".

~o meio do imensa selvn cs1nng:·ulôra pcquc-nns povonçõcs perdidas onde se conscn·a :, vic1:J singela d:1s Yelhris nldeins europCas, na (fnal se viernm enxer!nr, pelo contacto cliulurno, 11~·:hitos e crendices elos sclvico1as. Enq unnto apenas o vento ou o br~ço hmnano impclinm rio acimn n YigiJinga, n montaria, n ig:1ritC. essa simplicidade, cm sua profundo ignorància do mundo distante, cr:1 cheia de cnc..intos, sem 11artidos polilicos. sem modns. sem ambições ele dinheiro. A viela corria lenta. monótona. fcli;,;, e pnra os contratempos ,, reniC<lio singelo e universctl - paci,incia (60). Es-t~,·a-sc ainda ·muito longe do lnfr•nio ,,crdr., da

cs-19-i

e.

ur: Mc1.Lo-Lc1T.,o

cravidão brancn dos pobres nordestinos, que n fo-me de ouro e a tcntnç?io do l:ltcx precioso trouxe -ram no fim do século XIX e princir,ios do ntunl.

~Iuitas das Yílas do. Amn1.ônia forrm1 como essas casas que para1n cn1 meio $UU construção r.

caem em ruinas, sem que chcguen1. siqucr, a ser habitadas. Quando A1.r.x.1:-conc RonntGVES F~nnErn.,.

em fins do século XVIl1. dcscin de Barcelos ~lé n fortalc,:a de Bnrrn, inspcccion:mdo n.c; Y~rins 1oc::i-lidadc.s do rio.Negro já sn]iP.nlav~ a ckc:1dênci:i. :1

n1i.séria1 o ahandono. Dcpoi~. Rarcclos é abnn-donada. transferjd:::i à cnpit:tl p::-i;n B:irrn do Rin Negro. e .iqueln cidAde. florCSC'':'n te por ocasi5o eia visita de nosso t!Y'ande nnturalistn. estnva. qu~ndo por ai po.ssou V\TAT.LAC.E. "dcspovon<ln e qlln cl<"-serto.: no pra.in v.irios blncos cie m.im11')re. tr:11. i-dos de Portugal nnra cilific;os púhlicns n11nrn construidos; a~ ontia:ns rnns redn,;iclns :'l vercclns na ma.ta. onde larcrnjais e outras ar,orc:s frutiferas se misturnYOrn n c-nssins e hcn:.1.s <foninlias".

Em geral nns Yilrts e povondos ~-. cnsns tinh:1n1 portns e janelas ahertns prtn! n rnn. cntrnrirlo e saindo a gente it vontndc. num n1o<lo <le vicln livrC' e fnmilinr. "Logo ílll<' no~ tinh:1mo:i; in.stnlndo'', conta BATES. "certo numero ele n,ocos dc~ocupnclos vinhan1 espiar e f:-1.1.er obscrvaçõe<.": e <.'ramos obri-gados a responder a prrguntas ,lc toda csnccic". As pcrgunlns s~ prcnrlbm. nnlurnlm~ntc.

úqncle pcqucn0 n1nnclo seu ronhccido: n)gnmas cahanns. n trrra firmf!. os c~mpos. n n1nnclioca, n seringn, o cacau (70). Os traholhos rlc taxidcrmin

(';O) A ,\. ALL.\Cr:: :,f-ri.:unlo11 :\ 1~11(:m l'.<! na ,\mC·dc:i ti;\•

"·ln. 1t•rr" flrm~: e,1..trc111 !õó" hn•:i:i .... ,rnílf'I~ <' ~<' o f'O\"O tlnh:i mn1u\loc:>. r 11erln.:n, l' pf'lrrt11~ n:lo :\-. r,1:\nt;i.\·nm. ~. snhcnUn que. ld. n ~llmn crn mullo frio pn.rn t:-.1!4 nl:tnt:u. :tümlra."':\ln·~C r:.omo ?'orll:"1 vlv1•r .c:,,nlt' r,11m.'\ t"1Ta nnllc ln!:,; ('ol!<:t~. t1iro n•··

c<!s~:\.ria:,, n.:lo l'O<l!:un cre:1.::0:r.

Ü nn.\$1J. \'ISTO PELOS J:,.;r.LE.5ES 195 e de coleciornm1enlo ele in'.;etos eram coisas mis-teriosas e dedu·::iam: as aves para n1ostrnr, as bor-bolclas para no"os padrões de ehito e outro~ teci-dos. os :nscctos feios para remédio (71).

:\ população crn. !lelo interior, <JU:'.l.si to<la ele mamelucos. Dos encantos rl:1s indias n5o sô os portuguêses se <leixn\'~m enfeitiçar. Durante a

rc-~idênci:.i de D,\TES cm E.~::t. aj se fi:~ar:11n dois frnn-cêses e um italiano, seduzido:-. pela sunsidudc d:1 pai!rngcm e pela graça elas :-elv:1gens. \V ,1.1..,cv. foi cnconlrar no UapCs um:1 filha <lc :--:.,Tr!:ni·.i:. E ele YO!tn .:'! :seu pais lembraria cm Jongr?. poesia a ctf-dr.h1 di.,;posla co1n arte r ao . ..to onde

... ·· "h·eria contente

a pe:;car e caçar e rem:1r no meu h.1rco n~ndo os filhos crescer. vc:.idinlio~ sclvo~cns, 11a saúde do corpo e espirilo tnrnquilo.

~.rnclo ricos sem bens e fl'lizes sen1 out·o". Onde chcga,·a a ci1Jili::t1<:<io. ncon1panhava-a .n pnl1tic~1. a siz;.rnia dos partidos. os :,poclns m::tis ou 111eno.,;; violr.nlns. T.'.1I :i observou B.,-ri-:s 1~m C:1mc-li1. dividida entre lil>crais com .João :\uguslo Cor-reia e conscn·;Hlorcs com Pedro ~(orais (72).

O ciume d;1s 1n11!hcre~. sn:.1 viela na dnusur:1· tio gineceu era ;1 rcgrn. como nri resto cio Brasil

~~à1~~,~ç Jj~:}\~}:i}::i:i}~~?'.I~~~it~{?t~· ::;'.:'.'~~

"" Hh<·r:ils;

-or.i 11:i.n:í.. tann. pantt. pani lnnj.

.Jo:ln .\ui;u~tn t. •,nn\tn " J1l"ln,('m plmp!lo )1,'\:,o J•Nll'u ,:: r .. ·lu e um .:r;111,lc

{;11\r:\u.-1%

e. º"

MELLo-Lr:rr.,o

(í3). Mas os costunies, os ,fü·crtimen!os, a mú-sica. cn1 contacto com os índios se modificaram, a.o mesmo tempo que a natureza impunha ritmo diverso de vida, modo pcculinr de a.limentação.

Todo esse povo estavn na estreita dependência flo~

rios, que ]hc traziam ns nolicius. a roupa. o l·co dos centros lon~inquos. dos rios riuc lhes dn,·mn a ntimcntnção de c:1dn ciiu. Se o ncb.:c ni cstú. scrn -prc abundante e pouco arisco. hnsta n pcscn para o nutrimento do clü1;. para q11e excessos fJllC a110-cirecem? para que vcndê-1o. se a colheita rios bem:

da floresta lhes lraz mais dinheiro e us crllbnrca-çõcs cruc 1wssnm cs!iio sempre pronlns para rccc-hê-los? Quando o peixe escasseia vem a ÍOlllc. e por is.,;;,o os mais nrccu\'idos ,gunrdam avarnmcnl~ sua~

11ro,·1sõcs. "Ele.'> ccralmcnle rc!'iponctinm pela nc-Atiliva", cscre,·c B,,TES, "quando pcr~unlúYamos.

com .clinhc!ro na mfiC1, se tinham gnlinhns. tal'la-rng:1s <Ju ovos nnru vcnrlcr . .\"1?0 ha., únlo qur. nõo pos.~o /hr.. ser bom ou. Nrlo hn, 111r:1: r:oraç,lo".

Pn!'>sou BATE$ quasi ele..: anos cm E~n. em Cíl!'i::t

caiada por dentro, d~ chão ele terra batida. onde o vento e a chuvn entrnY..1111 pclns frestas <la t:n-hcrln. e, apczar di:-;.c.o, "rccordud:.> com nrnzcr. pC-los muitos mezcs frlir.es ui passndo!-.". nnnrn. sacie·

rlncic que 1'ofcrecin mixto clJrioso de ingcnun 1 ·u-de7,a e formal polick1.", enlrc povo riue procurava

"lratar bem o cslrangci1·0, para tptc aí íicassc e

· cnsi11:1ssc os seus filhos'~. ;\[ns esse vl\·cr na pe-quena vila n5.o pa1·ecct1 ao 11:tl!n-nlisla inglês esse ho:Tc'.ir que se t:»lll!>ra:r.fm d-:-pintar nnlros Yi:i,j;1n-·

(i:\) B,\Tl':S. J.:~·r:dm.:-ult: t.;;,, :,111,1\ l'I •: j,n,:to. fal:i (ltl:t

"1'1111ncnta~. ;tp:1h:n11;1daJo< e n1.ll•c•l11c:1,ta~ mulhcre!'l hr:1~lh.-l•

ni.!:I.~

Ü IlR.\Sll. \'ISTO PF.LOS l~GLt:SES 1!)7 tcs. "Quando a deixei cm 1859", escreve, "ela crn quasi a mesma de minha chegada cm 1850, aldeia semi-incli:mn, com mnitos usos e icll.!ns de seu povo mais semelhantes aos de pequcn:-i cid::idc <lo norte t.la Europa que de lognrcjo sul-mnericano·t. E mais udfr111tc: .. Os modos do povo 11esl<:s divertimentos

<lc que hu tantos no correr <lo nno, sempre me im-prcssionavnn1 por não serem n1uito ,li\'crsos dos que cu virn cm u velha nldcio perdida num rc-nrnto ele Ingh1tcrra'~.

A nlimcnt:-ição é) poréin, muito pcculiur, di-ferente mcstno tln do resto do Hr:tsi\: f:,1ri11ha d :J-gn:..i. t:1rlar11g:1. pirnrucú seco. form:1111 a parl:.1 qu:isi cxclusi\'a cbs refeições. •· \'iviamos c111 Egn, duranlc a maior parle <lo ano. ele tartarug:~··. cli%

B,\TES. ~o tempo cl:1 seca hnn pescar as tartaru-gas qnc no inverno crnm con.scn·ntlas !'111 péq uc-nos tanques - os curr:iis. O zoôlogo ingfês :.:ichou sun carne ·· tenra, gostosa e snudavcl m::is cmpn·

cltusa" e 110 fint de dois anos ele cst.ava jú tão en-joado que não lhe podiu sentir n·~m o cheiro .... e não tinlrn outra coisa p:ira comer. Carne frcscu só havia quando alguma rcz rnorrin de acidente.

O peixe era abunclnnle na bôa csluçào, 1nas c:tcla familio pcsca\·n sún1ente para o próprio consumo.

O peixe boi era o grande recurso <la cst:it;âo ch u-vosa, "mas raros Europeus podem comer a cn1·11c deste nnimal". A carhc de .anta é dcHcio.,a ~ mnilo nulrí li\·a. Nn fnllu de pão, tommn-sc com o caft!

I.,eijús ele goma de ~ipi.

Apreciou B.\TES cxlrnor<linnrinrncnte os fruto::;

lropicnis, alguns dos quais de todo desconhecidos no baixo A1nnzonas: o jabotipuê. tlc polpa gelati-nosa e muito perfumada: o pnmú, <la côr e :ispeclo

e.

m~ ~lE1.1.o-LE1'1',\.o

de cereja; o um,ui e o vichi, de polpa gordurosll.

q~ie se come ntisturncla co1n fal'inha; o pttru111ú, tlc gosto scmelhanlc ao da u,·a, o ulqui, que pcrfumu e colore o n1i11g:nu <le banana; os b:icuris. A pup u-nha, culth·nda pelos indios de.sele tcn1pos imc1no-riais, p~,r~ccndo inlro<luzidu, era um <los princi-pais alimentos <lc Eg::i; coze-se e con1e-se com mel ou sal. E' crença geral que n pupunhu é mais nu-l'ritiYa, cJuc o peixe ou o pcb.::e-boi. Os canoeiros snbc1n Yârins cnn tigas con1 que :.1111e.nizam a m o-notonia das ]011g:ns vingens ~l rcn10, co.ntigns que vii o de boca cm boca por todos os recantos.

Ho nesse cantar, diz B.\TES, .. mna toada Lúr -bo.rn e triste lJUC se honnoniza bc1n con1 ns cir-cm1st.lrn.:ius ela vi<la elo canoeiro. das CJllêlis nasce-ram; o l:co dos igarapés, as melancólica!--florestas

~cm fim; as· noites solenes e as cenas dcsolad.:s.s düS :!gnus tempestuosas e das lcrnls c~idati. Se tais cantos fornrn in\'cnlatlos pelos intlios t>ll inlrodu-:ddos pelos portuguêscs é dil'icil de re::,olYcr, pois muitos dos costunws <lns cl:1s.ses huixns dos por-lugut:scs s~lo tão parcdllos con1 os dos indios qnc com eles se confundirain. 0111 <los rnnis comuns C agreste e lindo. Tcn1 corno C!::i\ribilho a:;

pala-\'ras mü.c. 111ãe, arra.slnndo-sc na scgundn. O.:.

versos são n1uito vnriavcis; o 1nelhor cantôr de hor<lo ,·ui improvisando. e os outros for.cn1 o côro.

Todos se referem ú Yida solitúria do rio e os su-cessos <la vingcm. os bancos de areia. o Ycnlo, o tempo que f,.tlta pal'a o ponlo onde dornlir:io~ e assiin por diante. Os 11onu:s nnli\'OS das locali-lbdcs - Guajará. Trn.:.un1anduba, ele. - rc~ilçam grandemente o encanto da música b:'trb::tt·a''.

Batizados, c:.1samcnlos, \'clório:-, ehcgada <le ba\'<.:0$ são outros tantos n1oli\'os de festa,

o

Bn.\SIL \'ISTO PELOS IXCLt::St:S Hl!l destacando-se us fcsli\'i<la.dcs religiosas com as novenas, n que ncorrian1 pcssôas, vin<lns <lc longe.

enchendo-se as nlclcins.

A narrativa, feita por SrnlTE: da festa da noite de S. João, n que assistiu c1n ;1annquiri, r e-sume como se pnssavt.un comcmor·nc1ies scmc-lhnntes cn1 outros pontos, tais como as· viram BA-TES e ,VALL,\Ct::. S;io :ilglllnas púgin~1s Uign:1s de ser lt"U<lu,idas:

·•Durante minha estadia cm Mnnaquiri teve Jogar a gr~mdc festa anunl, na véspera <lc S. Jofto.

E' curioso costume do Brasil (imif~1cio. creio. de antigo húbito de Portugal) eleger l\111 goYcrnadôt·

e goYcrnutlôrn elos princip:ii~ fcstiYais da lgrcja Romann. que fn7.ctn ns dcspczas da fcsla.

auxilia-<las por e::;molas, fcilas c111 11omc do so.nlo p:HJro-ciro. :S'ns g1·nndcs citladc!:i, cm Sa11lnrén1, por c~cin-pJo, esses <liretôrcs da festa s~o cham~1clos impc-r:.idôr e impcratri7.. mas nqui têm os títulos mnis modestos llc jw'= l'. ,iai:a. Como facilmente ~e ima-gina, o juiz é escoHiido pelo peso d~1 bolsa e a juiza pelo vnlôr de seus nlrnl;,·os. De hn muito ti-nhn desejos de ver ns <l:.inçns <.b região. pois muito do caratcr ele lml povo é visto cm suas danças 11ncionuis: e como rcccbel'n. do juiz e juizn amuvcl c:onvile p::ira ir e comer uns doces. resolvi apl'OYCÍ-tar a oportunidade. Eram cerca de seis horas da lnrd~. quando cheguei. acompnnh:1do por um ri-lho <lo senhôr Brandão e um rnpnz branco, cha-rnndo Estanislau. nnturn] elo Hio. mas mandado nqui pelo GoYCrno, .linlla muito jovcn. para au-xiliar ,:1 colheita <lc objetos de história nntural.

Cnsou-sc aos qualorzc :1110~ e nos trinl:1 e seis j:.'l cr:i nYÔ, hnvin nlgllllS anos. Como cm todns ns viagens nesta rcgiD.o. nosso veículo l~ra u canôa e

No documento O Brasil visto pelos ingleses (páginas 191-200)

Documentos relacionados