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Fonte: Elaborado pela autora.

Durante os anos de 2015 e 2016 tivemos a oportunidade de participar das reuniões de trabalho desses grupos, e com uma grande aceitabilidade por parte dos estudantes, dos coordenadores e supervisores que entenderam que a pesquisa seria uma oportunidade de mostrar como o Programa apesar das suas dificuldades e dos obstáculos então vividos, estava cumprindo seu objetivo e permitindo que os estudantes participantes tivessem a oportunidade de experienciar à docência nos seus primeiros anos de licenciatura. Dessa forma, aplicamos os nossos instrumentos para um total de 91 sujeitos. Este número foi alcançado considerando os sujeitos presentes nos referidos subprojetos no momento da aplicação dos instrumentos de

45 Desses cursos o de música também entrou em contato, só não realizamos com o mesmo, porque no período em que iriamos aplicar os nossos instrumentos com os estudantes o curso foi descredenciado devido aos cortes realizados no período.

156 coleta de dados. Dessa forma, foram 25 estudantes de biologia, 14 de Ciências sociais, 13 de geografia, 7 de inglês e 7 de português, 15 de matemática e 10 de química, conforme Gráfico 21.

Gráfico 21 - Quantidade de sujeitos por curso investigado – PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

Em seguida temos o Gráfico 22, que indica a idade dos nossos sujeitos onde podemos aferir que trata-se de um grupo jovem, cujas idades mais evidenciadas estão entre 19 e 25 anos, demostrando que o interesse pela docência e pela licenciatura, está presente nos jovens e que estes já buscam diferenciar-se por meio da participação no PIBID.

157 Gráfico 22 - A idade dos sujeitos investigados – PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

O Gráfico 23, corresponde ao gênero dos nossos sujeitos. Como podemos observar, 55 são mulheres e 36 são homens, o que nos indica de modo geral, que a docência pode ainda se mostrar com os resquícios históricos de que é uma profissão feminina, que discutimos no nosso primeiro capítulo ao falarmos da formação docente, onde explicitamos brevemente que o período de organização das escolas normais marcam a feminização do magistério e essa discussão pode ser melhor refletida em Melo (2005); Vieira (2015) e Lira (2007). Entretanto é importante salientarmos que essas questões têm obtidos novas configurações e dimensões distintas das construídas, e essa assertiva expressa-se nos 36 homens que aparecem nesse processo de formação docente, sendo um número expressivo e significativo para o grupo analisado46.

46 Visto que não temos o valor exato de todos os estudantes que são meninos ou meninas para aprofundarmos nossas discussão de gênero, o que estamos propondo são algumas considerações acerca do perfil dos nossos sujeitos.

158 Gráfico 23 - Gênero dos sujeitos investigados – PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

Nos Gráficos 24 e 25 evidenciamos a escolaridade dos pais dos sujeitos pesquisados, no qual estão divididos entre diversos níveis de escolaridades que são: Analfabetos, com ensino fundamental completo e incompleto, ensino médio completo e incompleto, ensino superior completo e incompleto e pós graduação.

Gráfico 24 - Escolaridade paterna dos sujeitos investigados

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No Gráfico 24, é possível observar que 34 pais concluíram o Ensino Médio e 23 possui o ensino fundamental incompleto. Dois sujeitos possuem pais analfabetos e nove pais possuem o ensino fundamental completo, oito aparecem com o ensino médio incompleto e dez com nível superior, um pai possui superior incompleto e quatro pós-graduação.

Gráfico 25 - Escolaridade materna dos sujeitos investigados

Fonte: Elaborado pela autora.

O Gráfico 25 caracteriza a escolaridade das mães dos sujeitos. Portanto, temos 30 mães com ensino médio completo, 20 com ensino fundamental incompleto, o que corrobora com nossa assertiva de que o grau de instrução dos nossos sujeitos se constituem numa formação de caráter mediano, entretanto, temos nove com superior completo e 12 com pós- graduação, o que ultrapassa a quantidade de pais com esse nível de escolaridade. Há ainda, uma mãe com nível superior incompleto, 11 mães com fundamental incompleto e 8 com ensino médio incompleto.

160 Gráfico 26 - Naturalidade dos sujeitos investigados – PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

O Gráfico 26 demostra que a maioria dos nossos sujeitos são naturais do Rio Grande do Norte e especificamente de Natal, entretanto, observamos que há estudantes que são de outros lugares como Brasília/DF, São Paulo/SP Coroatá/ MA, João Pessoa/PB, Maceió/AL e de Belém/PA.

Gráfico 27 - Local de residência dos sujeitos investigados – PIBID/UFRN

161 No Gráfico 27, podemos observar o local onde os nossos sujeitos residem, que aparecem de forma expressiva no interior do estado, somando 18 estudantes, sendo que 9 são de Parnamirim e os demais em outras localidades do estado. Há ainda uma divisão equilibrada entre zona oeste, com 24 estudantes e zona norte com 22, posteriormente a zona sul tem 21 estudantes e 6 que residem na zona leste da cidade de Natal/RN. Desses sujeitos apenas um reside na UFRN. Mostrando a diversidade dos locais de onde vêm esses sujeitos.

Gráfico 28 - A Renda familiar dos sujeitos investigados

Fonte: Elaborado pela autora.

No Gráfico 28 apresentamos a renda familiar dos sujeitos. Os que possuem de uma a dois salários mínimos correspondem a 41 sujeitos, se formos analisar de modo geral há uma quantidade significativa que sobrevive com uma renda de um salário mínimo e que a maioria está concentrada na renda que vai de 1 a 4 salários mínimos, ou seja, 72 sujeitos. Desta forma podemos entender que é um grupo que pode ser identificado como sendo de Classe Média47.

47 De acordo com Braga (2012) A nova classe média está baseada em dois critérios distintos, a saber: O

primeiro é o utilizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) onde a classe C tem renda mensal em reais de R$ 1.200,00 a R$ 5.173,00 (valores baseados no salário mínimo de 2011). Ele foi formulado a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo IBGE, que estabelece faixas de renda para cada uma das cinco classes sociais. E o outro índice é o chamado Critério Brasil, onde a classe social é dívida em C1 (com renda média mensal de R$ 1.710,00) e C2 (com renda média mensal de R$ 1.128,00), este é mais usado por empresas de pesquisas, anunciantes e agências de propaganda. Sabemos que esses critérios podem mudar de acordo com as dinâmicas do mercado.

162 O Gráfico 29 apresenta as escolas de atuação dos participantes do PIBID investigado, sendo que foram evidenciadas as seguintes: Anísio Teixeira; Atheneu; Berilo Wanderley; Celestino Pimentel; Edgar Barbosa; José Fernandes Machado; Floriano Cavalcante; Francisco Ivo; Jerônimo Gueiros; Mascarenhas Homem; Myrian Coeli; Nestor Lima; Ulisses de Góis e Walfredo Gurgel.

Gráfico 29 - As escolas em que os sujeitos investigados atuam como bolsistas - PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

Podemos observar no Gráfico 29, que os nossos sujeitos estão atuando em diversas escolas estaduais48 localizadas em Natal/RN, sendo que existe uma maior concentração nas escolas Berilo Wanderley com dez bolsistas, quinze no Edgar Barbosa e doze no Nestor Lima, é importante salientarmos que além dessas escolas existem outras escolas estaduais que participam do programa, mas que por não serem as dos nossos sujeitos não forma

48 Esse é um dos objetivos do PIBID, que é esta atuante nas escolas públicas e com baixo IDEB, sobre isso ver o capítulo 2 onde esboçamos uma pertinente reflexão acerca do Programa como um todo, e do institucional da UFRN.

163 evidenciadas. Mas com esse gráfico, podemos constatar o quanto o programa tem se ampliado e tentado articular com as escolas públicas a formação inicial dos estudantes, que segundo Nóvoa (2009) precisa ser realizada dentro da profissão, onde os alunos estarão entrando em contato com a realidade escolar.

Gráfico 30 - Tempo de participação dos sujeitos investigados - PIBID/UFRN

Fonte: Elaborado pela autora.

O tempo de participação dos nossos sujeitos indica que são estudantes que já possuem certa experiência com o PIBID, sendo que a grande maioria possui mais de cinco meses no programa, ou seja, quase um semestre inteiro, nesse sentido, podemos entender que apesar de não ser o suficiente para nos indicarmos seus entendimentos acerca da docência, é possível compreender como esses alunos estão construindo esse conhecimento que é um processo longo e que passa por diversas mudanças e transformações. Nessa perspectiva da docência como processo de construção do saber podemos nos referir a Veiga (2012) que traz à docência como uma ação contínua e progressiva, que envolve diversas instâncias e que atribui valorização significativa para a prática pedagógica e para a experiência, consideradas componentes constitutivos da formação. Já Nóvoa (2009) indica a importância da docência como processo colaborativo, sendo pertinente a coletividade para a construção de seus saberes, sejam pedagógicos, específicos e das vivencias obtidas pela prática.

164 Tivemos outros dados sócios–econômicos que não foram evidenciados por meio de gráficos, mas que se mostraram significativos, como o estado civil dos nossos sujeitos, dos quais quatro eram casados, os demais solteiros. Do total de 91 dois desenvolviam atividade remunerada e os oitenta e nove dedicavam - se apenas aos estudos da licenciatura e ao PIBID. Quando indagados (no questionário, que estará em apêndice) sobre o tempo de estudo dedicado a ambos, mais que a metade colocaram que por dia, fora o tempo que passavam na universidade e nos encontros do PIBID, dedicavam-se em torno de entre 5 a 8 horas de estudos para seus respectivos cursos e entre 2 ou 3 horas para o PIBID o que nos indicou que este grupo específico seria de jovens e com perspectivas positivas para a profissão docente, visto que buscavam se dedicar as atividades curriculares de seus cursos para além da sala de aula. As demais questões não foram evidenciadas por entendermos que as que foram explanadas davam conta desse tópico que era apresentar os nossos sujeitos de modo a termos uma visão complexa de suas relações sociais.

Essa abordagem do perfil nos possibilitou compreender que os nossos sujeitos são de um todo complexos, apesar de terem características similares, são atores sociais com suas particularidades, o que nos permitiu obter um campo múltiplo de análises, que serão melhor evidenciadas no capítulo 5, quando trataremos dos sentidos que os nossos sujeitos atribuíram à docência.

5.2. Percurso metodológico: instrumentos de coleta e tratamento de dados

Partindo do pressuposto de que as representações sociais são caracterizadas como elementos multifacetados e dos apontamentos de Sá (1996) que ao citar Farr, salienta que as representações não podem ser estudadas apenas com a utilização de métodos experimentais em laboratório e que apesar de considerar que as pesquisas experimentais colaboram para o estabelecimento de perspectivas da multiplicidade de significados, elas não podem ser entendidas como a única forma de fazê-lo, mas precisam ser entendidas como uma contribuição importante para a pesquisa em ciência social.

Com isso, concordamos com Melo (2005, p. 74) que assinala que a pesquisa em representação social exige uma combinação de dados quantitativos e qualitativos, ainda segundo a autora a preocupação com a pesquisa qualitativa justifica-se pelo fato de que a busca pelas representações, resultam em dar ênfase aos processos, as interações, aos sentimentos, enfim, buscar reconhecer os referentes culturais dos sujeitos pesquisados.

165 Entretanto consideramos relevante descrever de modo sucinto como a nossa pesquisa esteve dividida em etapas, a saber: primeiro realizamos um estudo bibliográfico acerca das produções realizadas, o que nos permitiu um embasamento teórico e metodológico acerca da formação docente, do PIBID e das representações sociais que é a nossa tríade teórica.Posteriomente, aplicamos nossos instrumentos de coleta de dados empíricos, a Talp e o questionário sócioeconômico e por fim realizamos uma entrevista semiestruturada com os nossos sujeitos de modo que pudéssemos corroborar com as nossas interpretações e reflexões. O estudo bibliográfico é uma pesquisa que pressupõe um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com a temática, nesse sentido “O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma fase indispensável de informações, podendo até orientar as indagações”. (MARCONI E LAKATOS, 2010, p. 142).

Ainda segundo Marconi e Lakatos (2010) antes de iniciar qualquer trabalho empírico, o primeiro passo é analisar minuciosamente todas as fontes documentais que sirvam de suporte para à investigação projetada.

Essa é uma etapa da pesquisa que perpassa por todos os momentos, visto que, durante todo o processo sempre buscamos novos fundamentos, novas reflexões e novas percepções acerca de conceitos e sentidos, de modo que atendessem ao rigor teórico e metodológico da pesquisa apresentada.

No processo de constituição da pesquisa, aplicamos com os nossos sujeitos dois instrumentos que por uma questão tempo,49 optamos por aplicar nossos instrumentos em um

só dia, apenas os de ciências sociais e geografia não conseguimos, pelas atividades desenvolvidas pelos mesmos e tivemos que aplicar em dois dias, entretanto, a quantidade de alunos que estavam nos encontros foram as mesmas, não nos dando resultados diferentes na quantidade dos sujeitos que somados foram 91.

Desse modo o primeiro a ser aplicado foi a Técnica de Associação Livre de Palavras – TALP, que de acordo com Melo (2005), consiste em um espaço para o preenchimento das

49 A temporalidade é uma marca presente, visto que para termos um número significativo de alunos buscamos aplicar os instrumentos todos juntos, porque não era certo que estariam todos nos momentos em que fossemos participar dos encontros, e principalmente pelo fato de não querermos atrapalhar os trabalhos e as apresentações coletivas desenvolvidas pelos mesmos, que tinham apenas aqueles momentos que era um encontro semanal para compartilhar suas atividades.

166 palavras relacionadas ao termo indutor e o desenvolvimento das operações subsequentes, ou seja, após escrever as palavras associadas ao teste indutor, os sujeitos devem: a) enumerar, em ordem crescente de importância, as palavras evocadas; b) selecionar aquela por ele considerada a mais importante; c) justificar porque atribui tal importância àquela palavra. Nesse momento, ele tem a oportunidade de realizar uma reflexão acerca do seu próprio pensamento, podendo reelaborar, enriquecer e moldar suas concepções.

Abric (1994) advoga que a técnica permite evidenciar os universos semânticos das palavras que se agrupam.

A associação livre de palavras é um dos métodos mais utilizados na abordagem estrutural das representações sociais, particularmente no Brasil. A abordagem estrutural neste campo de estudo permite que se aprenda de modo mais rápido a organização e hierarquização dos elementos simbólicos das representações.

Nessa perspectiva,Merten (1992) salienta que são poucos os métodos psicológicos que estão ligados com o desenvolvimento da psicologia e psiquiatria como a técnica de associação livre, sendo esta associação considerada como a relação entre as ideias ou emoções através da contiguidade, continuidade e semelhança. Merten ainda traz que Aristóteles foi o primeiro a tratar o tema à associação chamando-a de “teoria associacionista da memorização”, o autor ainda chama atenção que o conceito de associação abrange nomes famosos tais qual cita: Descartes; Hobbes; Leibniz e Locke.

De acordo com Merten50 (1992), à medida que a psicologia foi se tornando uma

ciência autônoma, iniciou-se também a investigação experimental da associação, Francis Galton (1879/1880) é citado pelo autor como sendo o primeiro a construir uma lista de palavras de associação.

Nesse sentido, a TALP instrumento de coleta, nos permitiu constituir um universo semântico a partir das palavras evocadas pelo termo indutor “docência é...”, no qual nos propiciou o entendimento dos sentidos de docência sistematizado pelos licenciandos participantes do PIBID/UFRN.

167 Com isso, a técnica de associação livre de palavras (TALP), pode ser entendida da seguinte forma:

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