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2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL

2.3 O MUNICÍPIO DE BARBALHA

2.3.1. Histórico

A região do cariri foi habitada pelos índios “Kariris”, no período pré-colonial. Com a chegada os portugueses no interior do brasil século XVII, vieram diversas mudanças nos hábitos dos índios que usavam a terra para sua subsistência. Os integrantes das caravanas portuguesas eram religiosos e militares, e quando estavam em solo “brasileiro”, agruparam os indígenas em aldeias ou em missões, a fim de organizá-los nos seus espaços e os catequisarem. Com esse contato dos portugueses com os nativos, surgiu a notícia de que naquela região indígena havia muito ouro, desencadeando naquele lugar, um enorme fluxo de famílias oriundas de Portugal, com o desejo de encontrar o valioso metal, a fim de “ [...] aumentar o seu patrimônio material, além de aumentar o seu prestigio pessoal com a corte portuguesa”. (BRASIL, 2010).

O município de Barbalha nasceu em terras particulares, na intenção de se tornar um povoado rico e próspero, assim aconteceu, pois, as pessoas que se instalaram nas terras detinham grande força laboral. As terras eram pertencentes ao capitão Francisco Magalhães Barreto e Sá, casado com D. Maria Polucena de Abreu Lima, natural de Sergipe. Com a licença do visitador Manuel Antônio da Rocha, em 5 de março de 1778, Francisco Magalhães, construiu uma capela para cultos a Santo Antônio, dando-lhe o patrimônio de meia légua de terras e gados, em obediência a Dom Diogo de Jesus Jardim, Bispo de Pernambuco, datada de 6 de junho de 1778. Recebeu a benção da primeira estatua de Santo Antônio da capela pelo padre André da Silva Brandão aos 23 de dezembro de 1790, conforme consta nos registros da Paróquia São José-Missão Velha (MV), da qual era Vigário. Francisco Magalhães Barreto e Sá, então “o consagrado fundador de Barbalha, descendia de Men de Sá, 3º Governador-Geral do Brasil, e era filho de alferes Antônio Pinheiro de Magalhães, falecido a 16 de setembro de 1751, em

Milagres, em cuja capela foi sepultado, e de Inês de Sá Souto Maior. ” (IBGE, BIBLIOTECA, 2015).

A prosperidade econômica das terras, mais tarde denominada Barbalha, aconteceu por conta do grande aglomerado de gente que foi se instalando em redor da capela de Santo Antônio, eram famílias que vinha para sul cearense em busca de metais preciosos ditos existentes nas encostas do rio salgado. Mais tarde, o povoado foi elevado a freguesia pela Lei Provincial número 130, de 30 de agosto de 1838, tendo como primeiro vigário o Pe. Pedro José de Castro e Silva. (IBGE, BIBLIOTECA, 2015).

A cidade teve o nome originário de sobrenome de moradora que oferecia hospitalidade aos tropeiros de gado que traziam a boiada de Pernambuco para passar o período de seca. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a denominação original da

cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha. Em 1838 adotou-se o nome Barbalha,

firmado posteriormente por Corruptela de Barbalho. (IBGE, BIBLIOTECA, 2015). O município foi criado pela lei 374 no ano de 1846 e passou por várias mudanças na sua divisão, que será abordada posteriormente, para então se tornar uma cidade com cultura e costumes próprios.

Conforme informações encontradas no plano plurianual da cidade Ainda no seu início, Barbalha, passou por momentos de aflição. Por volta do ano de 1926, Lampião passou por Barbalha em direção ao Juazeiro do Norte, junto com seu bando. Naquela ocasião a cidade foi saqueada por centenas de jagunços, que juntaram o dinheiro que encontraram e atearam fogo. Fato este que posteriormente causou um impacto enorme na evolução da pequena cidade. (BARBALHA, 2018).

Outro instante em que a cidade foi impedida de crescer, foi quando desviaram a ferrovia que tinha destino as “terras cariris” (como ficou conhecida, pelo fato de antigamente as terras serem povoada por índios Kariris), era a Rede de Viação Cearense (RCV) que prometia prosperidade para aquele lugar, só em 1950 foi que a ferrovia chegou na cidade, e 11 anos depois, a eletricidade em 1961, desde então a cidade começou a crescer novamente. (BARBALHA, 2018).

2.3.2. Aspecto físico

Barbalha está localizada no sul cearense, na Região Metropolitana do Cariri (RMC) que é composta por nove municípios: Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Jardim, Missão Velha, Caririaçu, Farias Brito, Nova Olinda e Santana do Cariri. A RMC possui uma área total de

5.456,01 Km2 (IBGE, 2010). O município possui área territorial de 569,5 km², faz limites com várias cidades da região metropolitana do cariri e com o estado do Pernambuco. Ao Norte com Missão Velha, Juazeiro do Norte e Crato; ao sul com Jardim-CE e Moreilândia –PE, a leste com Missão Velha e a oeste com o Crato. (IBGE, IPECE, 2017).

Mapa I – Região Metropolitana do Cariri

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do

Ceará (IPECE).

Possui relevo predominantemente de chapada (Chapada do Araripe) e clima tropical quente semiárido brando, tem solos Aluviais, Litólicos, Latossolo Vermelho-Amarelo e Podzólico Vermelho-Amarelo, vegetação predominante de Carrasco, Floresta Caducifólia Espinhosa, Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta Subcaducifólia Xeromorfa e Floresta Subperenifólia Tropical Pluvio-Nebular, faz parte da bacia hidrográfica do salgado. (IBGE, IPECE, 2017).

Tem divisão político administrativa assim expressa: Barbalha criada no ano de 1846, Arajara no ano de 1904, Estrela no ano de 1991 e Caldas no ano de 2002 pela “lei municipal nº 1499, de 28-02-2002. ” (IBGE, IPECE. 2017).

2.3.3. Aspecto socioeconômico

Segundo dados do IBGE, a cidade de Barbalha possui atividade geradora de emprego predominantemente fabril/industrial, com a fábrica de medicamentos (FARMACE) as indústrias de calçados (IBK, KINCAL) e da falida indústria de cimento (ITAPUI). Estas detêm a maior geração de emprego do município. As demais atividades e formas de empregos, são distribuídas nas áreas do comercio com as atividades mercantis, na administração pública direta e indireta, nos trabalhos informais, sobretudo da construção civil e na saúde, nos hospitais de médio porte da cidade, Hospital Maternidade são Vicente de Paulo – HMSVP, Hospital Santo Antônio – HSA e Hospital do Coração do Cariri – HCC. (IBGE, 2015).

Ainda dados do mesmo instituto, o município possui Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) auferido no ano de 2016, com valor 47,32, densidade demográfica de 97,14 hab./Km², a população em 2016 é 59.343 habitantes segundo estimativa do IBGE em 2015.

Verifica-se, portanto, que, a cidade em tela reúne todos os aspectos para a promoção de uma vida digna para seus munícipes, pois esta rodeada de recursos naturais que promove um clima agradável, a matéria prima de várias indústrias, possui fontes de aguas cristalinas que promove o ecoturismo e abastece os balneários existentes na cidade dentre os mais conhecidos tem-se o Balneário do Caldas e o Arajara Park situados nas encostas da Chapada do Araripe, IBGE, (2015).

Por fim, e como já apresentado supra, a cidade tem ainda as especialidades hospitalares Oncológica, Neurológica, Cardiológica e Nefrologia distribuídos entre os três hospitais da cidade: Hospital Maternidade são Vicente de Paulo – HMSVP, Hospital Santo Antônio – HSA e Hospital do Coração do Cariri – HCC. Especialidades essas que só encontrariam na capital, a pouco tempo atrás.

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