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Capítulo III – O Museu: Contexto de Educação Não-Formal

3. O Museu: Contexto de Educação Não-Formal

3.4. Museus e Educação

3.4.2. Estudo de Caso

3.4.2.2. O Museu das Comunicações da FPC

A criação da Fundação Portuguesa das Comunicações (FPC), à qual pertence o Museu das Comunicações, remonta ao ano de 1990, quando se decidiu desagregar a empresa Correios, Telégrafos e Telefones e dar origem a duas empresas distintas: a Portugal Telecom e os CTT – Correios de Portugal. Apesar da separação, era necessário tomar medidas que preservassem o acervo histórico e cultural relativo às comunicações e ao passado histórico do nosso país neste âmbito. Surgiu, então, a Fundação das Comunicações, tendo por base uma Comissão Instaladora, onde apenas estavam representados os Correios de Portugal e a Portugal Telecom. Com a colaboração do Instituto das Comunicações de Portugal, atual Autoridade Nacional de Comunicações, a Fundação das Comunicações evoluiu para a FPC, preservando um grande espólio ao nível do sector das comunicações e da sua evolução científica e tecnológica. Assim, esta fundação tem como membros fundadores: a Autoridade Nacional de Comunicações, autoridade reguladora das comunicações postais e eletrónicas, com o objetivo de regular, supervisionar e representar o setor das comunicações; os CTT - Correios de Portugal, operador nacional ao nível da comunicação postal, que assegura o estabelecimento, a gestão e a exploração dos serviços públicos de correios, bem como a prestação de serviços financeiros; e a

Portugal Telecom, operadora de telecomunicações, atuando em diferentes secções do setor, como o negócio fixo, móvel, multimédia, dados e soluções empresariais5.

Nesta sequência, a FPC, instituição de direito privado e considerada de utilidade pública, foi formalmente constituída a 6 de outubro de 1997, com o intuito de conservar e divulgar o património histórico, científico e tecnológico das comunicações, realizando, também, estudos e atividades de investigação que procurem difundir a evolução histórica e as novas tecnologias do setor e demonstrar a sua importância no que respeita ao desenvolvimento económico e social do país e da comunidade, bem como a nível da promoção da cidadania e literacia. A FPC, instituição cultural e científica, ambiciona ser uma plataforma de inovação e experimentação e de reflexão sobre as novas tecnologias e as suas consequências no quotidiano dos cidadãos e das sociedades.

A FPC conserva, assim, um património histórico, científico e tecnológico do setor das comunicações em Portugal, com mais de quinhentos anos de atividade postal e duzentos anos de atividades de telecomunicações. Este património está dividido em três grandes coleções: a Coleção Postal, que inclui maquetas, sinalização, mobiliário, malas e sacos, recetáculos postais, transportes, indumentárias, suportes e instrumentos de escrita, pesos e medidas, máquinas e cunhos e utensílios postais; a Coleção das Telecomunicações, constituída por telegrafia ótica/visual, telegrafia elétrica, telefonia, radiocomunicações, comutação, transmissão, energia, ensaio e medida, informática, multimédia, ferramentas; e a Coleção de Arte e Filatelia, que engloba selos, inteiros postais, desenhos originais, marcas postais, obliterações postais, bilhetes- postais máximos, medalhas e moedas, diplomas certificados e prémios, produtos editados pelos CTT, entre outro património artístico. O Centro de Documentação e Informação da FPC gere o património documental através do Arquivo Histórico, o Arquivo Iconográfico e a Biblioteca, em que as primeiras obras datam do ano de 1877. A FPC também estabelece protocolos de cooperação e colaborações com diferentes universidades e com outras instituições a nível internacional, nomeadamente com os países de língua oficial portuguesa.

Fisicamente, a FPC está instalada em Lisboa (figura 53), na Rua D. Luís I, num edifício onde funcionou uma fábrica de Telex. É um edifício da autoria do arquiteto João Simões Antunes, vendido em 1944 à empresa H.Vaultier & Companhia, ainda na fase de construção. Finalizadas as obras, em 1946, os proprietários instalaram, no primeiro piso, um depósito de armazenamento de ferro, oficinas de reparação de viaturas agrícolas e de serviço de incêndios. No segundo piso, instalaram fábricas de correias e puxadas e no terceiro, uma fábrica de mangueiras, uma sala de exposição e um refeitório. Em 1969, o edifício tornou-se propriedade da Administração Geral dos CTT. Na sequência da sua separação, anteriormente referida, em

1992 o edifício foi atribuído à Portugal Telecom e, posteriormente legado à FPC. Foi recuperado por uma equipa de arquitetos e engenheiros da Portugal Telecom, mantendo-se a fachada original, que apenas mudou de cor. As

obras do interior originaram espaços amplos, onde se estabeleceu o Museu das Comunicações, com salas de exposições, um auditório, uma sala polivalente, salas de formação e reunião, uma biblioteca, um espaço multimédia, uma loja, uma cafetaria, entre outras áreas. O pavimento é feito de pedra e as paredes de madeira, com acabamentos em aço, vidro e gesso6.

O Museu das Comunicações da FPC pode considera-se o grande promotor do principal objetivo da fundação: promover o estudo, a conservação e a divulgação do património científico e tecnológico das comunicações. É, como tal, membro de instituições como: International

Council of Museums; International Association of Transport and Communications Museums;

APOM; Rede Portuguesa de Museus; Associação de Museus e Centros de Ciência em Portugal; Associação Portuguesa de Empresas com Museu; e Associação de Turismo de Lisboa. É uma oficina viva de Ciência e Tecnologia, onde crianças e adultos podem descobrir vários aspetos das comunicações e do ato de comunicar. Este museu organiza exposições permanentes e temporárias dedicadas a esta temática e no âmbito das diferentes coleções. As exposições permanentes são: “Vencer a distância – Cinco séculos de comunicações em Portugal”; “Casa do Futuro® na Cloud – Viver numa smart city”; e “Mala-posta”. As exposições temporárias para este ano (2013/2014) são: “Futuro infinito”; “Habitat XXI – Onde quer que eu esteja sinto-me em casa”; e “Geração C – All connected: do ábaco à cloud”7

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A exposição permanente “Casa do Futuro® - viver numa smart city”, organizada desde 2003, é dedicada à promoção do conhecimento das novas tecnologias nos espaços de habitação, divulgando também a importância do setor das comunicações na sociedade civil. A Casa do Futuro® é uma marca registada da FPC e pretende demonstrar a evolução deste conceito, realçando diferentes casos, desde o século XIX, em que a tecnologia assume grande impacto na habitação e no bem-estar dos cidadãos. Assim, reforça-se a ideia de que as tecnologias são um meio para atingir um fim, neste caso a qualidade de vida das comunidades. Aqui aparece o conceito de cloud computing (computação na nuvem), ou seja, através desta computação em nuvem, é feita uma partilha de recursos para alcançar coerência e economias de escala 6 http://www.fpc.pt/Funda%C3%A7%C3%A3o/Edif%C3%ADcio.aspx, acedido a 21/05/2014, às 20h10m. 7 http://www.fpc.pt/Museu.aspx, acedido a 21/05/2014, às 20h10m.

Figura 53 – Fundação Portuguesa das Comunicações.

semelhante ao de um utilitário, através de uma rede. São feitos exercícios de interação, onde os utilizadores podem aceder às funcionalidades dentro da Casa ou remotamente, via internet.

“Vencer a distância – Cinco séculos de comunicações em Portugal” é uma exposição permanente relacionada com a evolução e o aperfeiçoamento das técnicas que permitiram ao Homem uma comunicação cada vez mais rápida e eficiente, revelando a importância das comunicações nas transformações do nosso quotidiano e no desenvolvimento económico e social da comunidade. Já na exposição “Mala-Posta” são recriadas situações à escala real associadas ao transporte de correio e de pessoas, entre finais do século XVIII e início do século XIX, recriando a evolução e alterações neste meio de transporte e de comunicação, que surgiu em Portugal em 1797, com José Mascarenhas Neto.

As exposições temporárias são um complemento às permanentes, como é o caso da exposição “Habitat XXI – Onde quer que eu esteja sinto-me em casa”, relacionada com a exposição permanente “Casa do Futuro”®, uma plataforma aberta onde são feitas propostas sobre o novo conceito de habitar, tendo em conta a manipulação consciente de tecnologia, forte relacionamento interpessoal e a interação com a natureza como elementos essenciais ao bem- estar e realização pessoal dos cidadãos. A exposição “Geração C – All connected: do ábaco à

cloud”, relacionada com a mesma exposição permanente da anterior, que reflete acerca de uma

nova geração, que vive conectada, desenvolve partilha de informações online e redimensiona virtualmente a realidade. Neste âmbito, é possível visitar a Galeria X da FPC, que analisa o conceito do Data Center da Covilhã como uma manifestação física de noções como DropBox,

iCloud, Salesforce, Amazon, Meo Cloud. Podem também ser observadas algumas obras

artísticas de designers gráficos relativamente ao tema das transformações tecnológicas e digitais. Na exposição temporária “Futuro infinito” são exploradas as transformações tecnológicas que se vão operando e os conceitos subjacentes às mesmas. Tem várias coleções: “Olhar o futuro”, onde se podem ver equipamentos e aplicações interativas que fazem uso da Cloud; “Banda larga para o desenvolvimento sustentável”, onde se pode entender que as transformações digitais dependem do desenvolvimento da banda larga; “Futuro é espacial”, onde é feita uma viagem para além do nosso planeta, através de uma videoprojeção.

O serviço educativo do Museu das Comunicações desenvolve programas de ação pedagógica, percursos temáticos e animações das exposições, que se apresentam como uma viagem guiada à História das comunicações de forma lúdica e interativa. Há, assim, diferentes visitas guiadas, oficinas e ateliês que pretendem estimular a interação com o objeto museológico e a interpretação do mesmo. Nestes, são feitas propostas de atividades complementares ao programa escolar dos três ciclos do ensino básico e secundário, organizadas e pensadas não só pelo serviço educativo do museu, como também em conjunto com as escolas. No Programa

Educativo do Museu das Comunicações para 2013/2014 (anexo 2), disponibilizado pela Dr.ª Iria Zeferino, são enumeradas as atividades pedagógicas propostas para o respetivo ano letivo nas diferentes oficinas pedagógicas, como por exemplo: “artPOSTcom”; “Selo: como se reproduz?”; “oficina de TV”; “Rádio no Museu!”; “Árvore do correio”; “Roteiros digitais”; “Hertz – o clube dos cientistas”; “Cidades criativas”; “Construção de um blogue”; e “Pequenos astronautas”. Para além disso, também se salientam os programas de formação de professores do ensino básico e secundário, com o intuito de desenvolver competências de análise dos conceitos de comunicação, inclusão, território e museologia participativa.

3.4.2.2.1. Propostas de atividades pedagógicas

Seguidamente apresentam-se algumas propostas de atividades pedagógicas que poderiam ser realizadas no Museu das Comunicações da FPC:

- Atividade “Falar por códigos” – para 1ºCEB:

Esta atividade surge na sequência das oficinas “Do passado ao futuro” e “Como comunicamos?” (anexo 2) e tem como objetivo conhecer diferentes formas de comunicar no passado, nomeadamente a comunicação através de códigos. O Museu das Comunicações da FPC está localizado num edifício onde funcionou uma fábrica de Telex, um sistema internacional de comunicações que, através de uma máquina ligada a diferentes terminais para transmitir as mensagens, transformava o código escrito em código binário. Assim, os alunos poderiam, numa primeira fase, contactar com esta forma de comunicação, manipulando as máquinas, relembrando que este meio tem por base o famoso código morse, inventado por Samuel Morse, em 1835, que também poderá ser experienciado. Este método transformava o código escrito em código de pontos e traços. Após esta análise de dois antigos meios de comunicação que utilizavam códigos, os alunos iriam reunir-se em grupos e criar o próprio código, atribuindo-lhe um nome. É distribuída uma folha com o alfabeto e números de 0 a 10 e um espaço por baixo de cada caractere para o grupo criar os símbolos com que quer representar cada um. Depois, criará uma frase em código para os colegas decifrarem.

- Atividade “Jornal de Parede” – para 1ºCEB:

Este jornal terá como tema as comunicações e pretende que os alunos compreendam como se organiza um jornal, que este é um meio de comunicação utilizado há vários anos e que passos são necessários para a construção/redação do mesmo, fazendo a alusão a jornais da atualidade. Na sala de aula, antes da visita ao museu, os alunos devem escrever algumas notícias, em meia página A4, sobre diferentes temáticas das comunicações, como por exemplo a

televisão, o telefone, o Tablet, as cartas e os selos. Devem, a posteriori, escrever o texto em computador, imprimi-lo e recortar ou desenhar uma ilustração para o texto escrito. Na visita ao museu, deverão levar os textos para construir um “jornal de parede”. Este jornal será construído em folha de papel de cenário não muito grande, onde serão organizadas e coladas as diferentes notícias, escritos os títulos adequados às mesmas, realçando alguns, não esquecendo elementos importantes como o título do jornal e a data.

- Atividade “Mini-marco” – para pré-escolar e 1ºCEB:

Utilizando rolo de papel higiénico, cartão e tintas, o grupo construirá um marco de correio em miniatura como lembrança da visita ao museu. Esta atividade surge na sequência da oficina “artPOSTcom” (anexo 2), que pretende dar a conhecer e relembrar o papel da carta e dos postos de correio, como meio de comunicação. Primeiramente será feito o corte da abertura para a correspondência utilizando o x-ato, com o auxílio do educador/professor e dos responsáveis do museu; depois, recortar o círculo que corresponderá à parte de cima do marco, através de um molde fornecido pelo museu, colando-o na parte de cima do rolo; seguidamente será pintada a base do marco com tinta preta e o restante com tinta vermelha; após secar, pintar, com tinta branca, alguns pormenores.

- Atividade Teatro “Séculos a comunicar” – para pré-escolar e 1ºCEB:

O museu falaria com uma companhia de teatro ou animadores socioculturais das instituições de ensino superior da cidade, para construir uma peça de teatro relacionada com a evolução dos meios de comunicação, incluindo os meios de transporte (cartas, cavalo, mala- posta, carruagens, telégrafo, entre outros). Este teatro teria como objetivo dinamizar esta temática, explorada na oficina “Do passado ao futuro” (anexo 2), representando uma forma lúdica para a abordagem às diferentes etapas da evolução dos meios de comunicação, conhecendo o aluno diferentes momentos históricos, tanto do seu país como do mundo.

Seria uma mais-valia se o Museu das Comunicações da FPC, enquanto contexto de ENF, estabelecesse parcerias com diferentes instituições com jornais, como o Expresso ou o Diário de Notícias, em que os alunos possam explorar e compreender todo o processo para construir e publicar notícias deste meio de comunicação. Também uma parceria com o Museu da Eletricidade seria interessante, uma vez que o avanço dos meios de comunicação e das tecnologias depende da eletricidade, podendo ser realizadas atividades experimentais nesses sentido, como a criação de circuitos elétricos, os fios elétricos e os materiais condutores e não condutores de eletricidade.

CONCLUSÃO

No decorrer da PES foi possível compreender que a prática docente não se baseia unicamente na planificação e na exposição de conteúdos. O educador/professor deve assumir diferentes posições ao longo da sua prática: pai, psicólogo, amigo, familiar, administrativo. O professor não ensina apenas: ele é. Tem de ser tudo o que os alunos precisam e que, muitas vezes, não têm fora da sala de aula. Para além disso, o trabalho de um professor não termina quando acabam as aulas. Ele tem de planificar os conteúdos, refletir sobre as dificuldades e pontos fortes de cada aluno, procurando e adaptando as estratégias para motivá-los e efetivar a aprendizagem, bem como dedicar tempo à avaliação, seja dos alunos, seja das suas práticas. Tem também de se relacionar, constantemente, com os encarregados de educação, com os restantes funcionários da escola, com os órgãos administrativos da mesma e com tantas outras entidades.

É de salientar que, ao longo da PES, o trabalho em grupo foi algo extremamente positivo e enriquecedor. É importante saber trabalhar em grupo pois ao longo da nossa vida profissional teremos de lidar com diversas pessoas, com outros educadores/professores, ajudando-nos mutuamente e respeitando a opinião dos outros, tornando o trabalho a realizar mais profícuo.

A docência exige do indivíduo dedicação, paciência, perseverança e tolerância. Atualmente, o professor deixou de ter autonomia e tempo para se dedicar à sua prática, uma vez que a quantidade de burocracia e o estabelecimento dos mega agrupamentos, formando turmas com um número de elementos elevado e até vários níveis de ensino, não permitem que o professor possa dar um ensino mais individualizado aos seus alunos tanto quanto gostaria, tornando-se difícil atender às diferentes necessidades de cada aluno.

O professor não pode apenas saber os conteúdos científicos e programáticos. Ele tem de apelar ao quotidiano e vivências dos seus alunos, procurar novas experiências e permitir o contacto com o mundo exterior, com a natureza e até outras instituições. Deve permitir que o aluno tente e descubra por si, que erre, que volte a tentar, que seja e se torne um indivíduo e cidadão ativo, autónomo e responsável. O professor não deve julgar nem castigar sem promover o diálogo entre e com os alunos, sendo paciente, tolerante e compreensivo. Não se pode esquecer que cada um tem o seu ritmo de aprendizagem e, para além disso, que cada aluno é um ser humano, proveniente de um determinado meio social, cultural e económico que condiciona a sua aprendizagem, as suas atitudes e valores.

Estes conteúdos não se esgotam no âmbito da EF, que tem lugar na sala de aula. A EF, não é, por isso, suficiente para se tornar proveitosa e eficaz. O professor deve recorrer a outras instituições, fora deste âmbito e que representam contextos de ENF, como por exemplo os

museus. Os museus são fontes preciosas de conhecimentos e descobertas, assumindo extrema importância na formação educacional das comunidades. Conservam, exibem e divulgam obras, documentos e objetos, que representam a história de determinado local em todas as suas vertentes. Como tal, os professores devem considera-lo como uma ferramenta indispensável no processo de ensino e aprendizagem, podendo estimular no aluno interesse por determinada cultura e promover espírito crítico e sensibilidade estética em relação às exposições e aos conteúdos subjacentes às mesmas. O museu concretiza, assim, as várias explicações e noções exploradas em sala de aula, permitindo ao aluno observar e analisar as obras de forma direta.

A ENF é uma forma de responder aos desafios propostos pelo conceito de aprendizagem ao longo da vida. Esta noção ainda não está presente nas discussões políticas atuais em Portugal, apenas em algumas práticas educativas e iniciativas. Contudo, em diferentes organizações da sociedade civil há uma crescente valorização e reconhecimento de espaços e propostas educativas desenvolvidas fora do contexto escolar e em articulação com este. Portugal deveria fomentar o debate entre os diferentes agentes educativas, promovendo a valorização e aplicação da ENF ao longo do ano letivo como uma estratégia de aprendizagem. Como tal, a reformulação da LBSE seria fundamental, na medida em que se poderiam adotar políticas educativas ao nível da ENF.

Assim, o museu apenas tem valor enquanto for para uso de alguém e, para isso, tem de ir ao encontro das necessidades da comunidade onde esta instituição estiver inserida, através do compromisso de serviço público, da organização e dinamização de programas exemplares e inovadores na área da educação, sociais, económicos e ambientais. O museu é, então, um agente de mudança, permitindo a descoberta de diferentes universos, que não fazem parte da escola nem do quotidiano do aluno. As atividades pedagógicas propostas para o Museu da Água da EPAL e para o Museu das Comunicações da FPC no presente relatório foram enviadas por email para os mesmos, com o intuito de colaborar com os serviços educativos e alargar a oferta educativa que estes museus proporcionam.

Concluindo, refiro uma citação de Ramos (2011, p.2) que resume o papel e a importância do museu enquanto contexto de ENF e que enfatiza o objetivo do último capítulo deste relatório: o museu não é só um repositório de objetos, mas um espaço de educação, de

transmissão de conhecimentos e saberes variados e, também um espaço privilegiado para a educação em valores.

BIBLIOGRAFIA

Alarcão, I., & Tavares, J. (2007). Supervisão da prática pedagógica: Uma perspectiva de

desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Almedina.

Arends, R. (1995). Aprender a ensinar. Amadora: Editora McGraw-Hill.

Arroteia, J. (2008). Educação e desenvolvimento: fundamentos e conceitos. Aveiro: Universidade de Aveiro.

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