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Biblioteca Digital do IPG: O museu: contexto de educação não-formal

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Mestrado em Educação Pré-Escolar e

Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio da Prática de Ensino

Supervisionada

Mariana Trindade Esteves da Costa Gerardo

junho | 2014

Escola Superior de

Educação, Comunicação

e Desporto

(2)

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Relatório de Estágio da Prática de

Ensino Supervisionada

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do

Ensino Básico

Mariana Trindade Esteves da Costa Gerardo

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Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Relatório de Estágio da Prática de

Ensino Supervisionada

Mariana Trindade Esteves da Costa Gerardo

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do

Ensino Básico

Orientadora: Rosa Branca Cameira Tracana Pereira

Relatório de Estágio da Prática de Ensino Supervisionada, apresentado à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, do Instituto Politécnico da Guarda, para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Pré – Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino

Básico

(4)

Terminada esta etapa da minha vida académica e profissional, marcada por momentos gratificantes mas também angustiantes, é chegado o momento de refletir e de agradecer a todos os que estiveram presentes na minha vida durante este percurso:

- a todos os professores da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda que me ajudaram durante este percurso académico, em especial à minha orientadora, a professora doutora Rosa Tracana, que acreditou nas minhas capacidades e muito pacientemente me ajudou;

- às professoras coordenadoras da Prática de Ensino Supervisionada, doutora Urbana Cordeiro e Filomena Velho, bem como ao professor Joaquim Emanuel e à educadora Henriqueta Abrantes, por todo o conhecimento que partilharam comigo ao longo do estágio;

- ao meu pai e à minha mãe, incansáveis e verdadeiros heróis, que mesmo longe nunca me deixaram sentir sozinha;

- ao meu irmão, a luz dos meus olhos que, mesmo sem saber, me deu força para não desistir, apesar de toda a saudade;

- à minha família e amigos, que me receberam sempre de braços abertos e me acarinharam; - à minha amiga e parceira Diana Neves, por estes maravilhosos cinco anos e por tudo o que aprendemos juntas;

- e a ti, Joana, que marcaste a minha vida e, em especial, esta etapa que termino agora, esperando que te tenha deixado orgulhosa.

(5)

RESUMO

O presente relatório final de Prática de Ensino Supervisionada, integrado no Mestrado Educação Pré-Escolar e ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico e lecionado pela Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda, tem como propósito a obtenção do grau de mestre habilitador à docência. É o culminar do trabalho desenvolvido ao longo de três semestres com o intuito de adquirir competências profissionais ao nível da docência e uma progressiva integração no sistema educativo, bem como de incutir valores como o empenho, a dedicação, a responsabilidade, um caráter crítico e reflexivo, que promovam um ensino em quantidade e de qualidade.

Foi necessário entender a organização do sistema educativo português e a legislação que rege a educação formal no nosso país, de forma a compreender o meio que envolve a escola, as condições físicas, sociais e culturais que apresenta, conhecer a própria instituição e os seus recursos, para, assim, poder conhecer o grupo de crianças e os aspetos extrínsecos e intrínsecos que caraterizam cada uma, atendendo às suas necessidades e individualidades.

Após o estudo teórico de todos os elementos que caraterizam a educação, o sistema educativo, bem como a educação formal, a observação apresentou-se fundamental para compreender tais aspetos e, posteriormente proceder a uma prática mais fundamentada pedagógica e cientificamente. A reflexão é, pois, um elemento crucial para identificar os pontos essenciais a incluir na planificação das atividades, para reconhecer quais as estratégias mais adequadas para explorar as diferentes áreas curriculares, e quais os métodos de avaliação apropriados, tendo sempre em conta as conceções prévias de cada criança.

A educação formal não é um contexto suficiente para a criança conhecer o mundo. É necessário complementar o espaço e os conteúdos explorados na sala de aula, com outras instituições e meios que igualmente promovam uma constante aprendizagem por parte do indivíduo. A educação não-formal não é obrigatória, mas é um elemento necessário à prática pedagógica e ao processo de ensino e aprendizagem. Os museus são um contexto deste tipo de educação e são cada vez mais tidos em conta e valorizados pelos educadores/professores. Nestes estão presentes diversas áreas de conhecimento, dispostas de diferentes formas, sempre com a preocupação de preservar o património de determinado local ou momento histórico.

Este relatório não é só uma reflexão sobre a educação formal e sobre a Prática de Ensino Supervisionada, mas também uma ressalva à crescente importância dos contextos de educação não-formal, nomeadamente o museu, como complemento da educação formal e uma mais-valia para a formação do indivíduo, nomeadamente ao nível das Ciências.

(6)

This final report of Supervised Teaching Practice, integrated in Master in Preschool Education and Teaching 1st Cycle of Basic Education and taught by the School of Education, Communication and Sport of the Polytechnic Institute of Guarda, aims for the degree of master enabler to teaching. It is the culmination of work over three semesters in order to acquire professional teaching skills and progressive integration in the educational system as well as transmit values such as commitment, dedication, responsibility, critical and reflective character, which promote education in quantity and quality.

It was necessary to understand the organization of the Portuguese education system and legislation governing formal education in our country, in order to understand the environment surrounding the school, the physical, social and cultural conditions that it presents, know the institution and its resources, in order to get to know the group of children and extrinsic and intrinsic aspects that characterize each one, recognizing their needs and legend.

After the theoretical study of all the elements that characterize the education, the education system, as well as formal education, observation was essential to understand these aspects and then make a more reasoned and scientifically pedagogical practice. Reflection is therefore crucial to identify all the essential elements to integrate the planning of activities, to recognize what are the most appropriate strategies to explore the different curricular areas, and which methods of assessment are more appropriate, taking into account the previous conceptions of each child.

Formal education is not sufficient for the child to see the world context. It is necessary to complement the space and content explored in the classroom, with other institutions and means which also promote a continuous learning by the individual. Non-formal education is not mandatory, but it is a necessary element to pedagogical practice and to the teaching and learning process. The museums are a context of such education and are increasingly taken into account and valued by educators/teachers. They introduce various areas of knowledge, arranged in different ways, always with a view to preserving the heritage of a particular location or historical moment.

This report is not only a reflection on the formal education and on the Supervised Teaching Practice, but also to emphasis the growing importance of the contexts of non-formal education, including the museum, as a complement to formal education and an asset to formation of the individual, particularly in terms of Sciences.

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LISTA DE ABREVIATURAS

PES – Prática de Ensino Supervisionada EB1 – Escola Básica de 1º Ciclo

1ºCEB – 1º Ciclo do Ensino Básico

LBSE – Lei de Bases do Sistema Educativo

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais Estatísticas ATL – Associação de Tempos Livres

CAF – Componente de Apoio à Família

OCEPE – Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar OCP – Organização Curricular e Programas

AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular EF – Educação Formal

ENF – Educação Não-Formal

APOM – Associação Portuguesa de Museologia EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres FPC – Fundação Portuguesa das Comunicações

(8)

Agradecimentos………... i

Resumo………... ii

Abstract………... iii

Lista de Abreviaturas………... iv

Introdução………... 1

Capítulo I - Enquadramento institucional: Organização e Administração Escolar… 2 1. Enquadramento institucional: Organização e Administração Escolar…………... 3

1.1. Caraterização do meio envolvente...………... 4

1.2. Caraterização das instituições.………... 9

1.2.1. O Jardim-de-Infância de Lameirinhas. ………... 9

1.2.1.1. Recursos físicos………….………... 10

1.2.1.2. Recursos materiais……….……….. 11

1.2.1.3. Recursos humanos……….……….. 12

1.2.2. A EB1 do Espírito Santo…………...………... 12

1.2.2.1. Recursos físicos………….………... 13

1.2.2.2. Recursos materiais……….………... 14

1.2.2.3. Recursos humanos……….………... 14

1.3. Caraterização do ambiente educativo………... 14

1.3.1. Sala de atividades do Jardim-de-Infância de Lameirinhas…………... 14

1.3.1.1. Organização do espaço………... 16

1.3.1.2. Organização do tempo e rotinas………... 18

1.3.2. Sala de aula da EB1 do Espírito Santo………... 20

1.4. Caraterização socioeconómica e psicopedagógica do grupo/turma………... 22

1.4.1. Caraterização do grupo do pré-escolar………... 22

1.4.2. Caraterização da turma do 1ºCEB…….………... 27

Capítulo II - Descrição do processo da Prática de Ensino Supervisionada... 32

2. Descrição do processo da Prática de Ensino Supervisionada.……….…... 33

2.1. A educação pré-escolar………... 34

2.1.1. Área de formação pessoal e social………... 36

2.1.2. Área de expressão e comunicação………... 37

2.1.2.1. Domínio das expressões………... 38

2.1.2.1.1. Domínio da expressão motora………... 38

2.1.2.1.2. Domínio da expressão dramática………... 39

(9)

2.1.2.2. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita………... 41

2.1.2.3. Domínio da matemática………... 42

2.1.3. Área de conhecimento do mundo………... 43

2.2. O 1º CEB………... 45

2.2.1. Expressões………... 48

2.2.1.1. Expressão e Educação Físico-Motora…………... 48

2.2.1.2. Expressão e Educação Musical…………... 49

2.2.1.3. Expressão e Educação Dramática………... 50

2.2.1.4. Expressão e Educação Plástica………... 50

2.2.2. Estudo do Meio………... 51

2.2.3. Língua Portuguesa………... 53

2.2.4. Matemática………... 55

Capítulo III – O Museu: Contexto de Educação Não-Formal………... 57

3. O Museu: Contexto de Educação Não-Formal………... 58

3.1. A Educação………... 58

3.1.1. Evolução histórica da Educação……….. 60

3.1.2. A Educação atualmente……… 62

3.2. Educação Formal ………... 64

3.3. Educação Não-Formal………. 67

3.3.1. O Museu………... 69

3.4. Museus e Educação………... 71

3.4.1. Museus, Educação e Ciência……… 73

3.4.2. Estudo de Caso………... 77

3.4.2.1. O Museu da Água da EPAL……….…………... 77

3.4.2.1.1. Propostas de atividades pedagógicas……….. 81

3.4.2.2. O Museu das Comunicações da FPC……….. 83

3.4.2.2.1. Propostas de atividades pedagógicas………... 87

Conclusão……….... 89

Bibliografia………..………... 91

Webgrafia………….………...…..………... 95

Apêndices………….………...…..………... 97 Apêndice 1 – Exemplo de planificação do pré-escolar, realizada na PES II;

Apêndice 2 – Exemplo de planificação de Expressão Físico-Motora (4º ano), realizada na PES I; Apêndice 3 – Exemplo de planificação de Expressão Musical (4º ano), realizada na PES I; Apêndice 4 – Exemplo de planificação de Expressão Plástica (4º ano), realizada na PES I; Apêndice 5 – Exemplo de planificação de Estudo do Meio (4º ano), realizada na PES I;

(10)

Apêndice 7 – Exemplo de planificação de Matemática (4º ano), realizada na PES I.

Anexos………….………...…..………...….... 112

Anexo 1 – Plano de atividades pedagógicas para 2012/2013 do Museu da Água;

(11)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - NUTS II……….………….…………. 5

Figura 2 - NUTS III.……….………….………. 5

Figura 3 - Concelhos do distrito da Guarda.……….……….……. 6

Figura 4 - Sé Catedral………. 8

Figura 5 - Escola do 1ºCEB e Jardim-de-Infância de Lameirinhas………..……… 9

Figura 6 - Polidesportivo……….………….……… 9

Figura 7- Sala dos três anos……….………….………… 10

Figura 8 - Sala dos quatro/cinco anos……….…………. 10

Figura 9 - Instalação sanitária……….………….……… 11

Figura 10 - Sala de educadoras……….………….……… 11

Figura 11- Arrecadação……….………….……….. 11

Figura 12 - Sala de espera……….………….……… 11

Figura 13 - Salão polivalente……….………….…………. 11

Figura 14 - EB1 do Espírito Santo……….………….…… 12

Figura 15 - Sala de aula……….………….……… 13

Figura 16 - Biblioteca……….………….……….. 13

Figura 17 - Salão polivalente……….………….…………. 13

Figura 18 - Sala de arrumações……….………….……… 13

Figura 19 - Instalações sanitárias……….………….…….. 13

Figura 20 - Planta da sala dos 3 anos……….………….… 15

Figura 21- Cantinho da casinha……….………….……. 16

Figura 22 - Cantinho do Kidsmart ……….………….… 17

Figura 23 - Cantinho dos jogos…..……….………….……. 17

Figura 24 - Cantinho da leitura……….………….…….. 17

Figura 25 - Cantinho das atividades plásticas..……….… 17

Figura 26 - Quadro de registo das presenças……….…….. 18

Figura 27 - Quadro das tarefas……….………….……….. 18

Figura 28 - Sala de aula do 4º ano……….………….……. 20

Figura 29 - Placares da sala de aula……….………….…. 20

Figura 30 - Computador……….………….……… 20

Figura 31 - Quadro branco……….………….……… 20

Figura 32 - Planta da sala do 4º ano……….………….…. 21

Figura 33 - Exploração dos números……….………….… 26

Figura 34 - Representação da figura humana……….…… 26

(12)

Figura 37 - Atividade de expressão dramática……….….. 39

Figura 38 - Atividade de expressão plástica……….…… 40

Figura 39 - Atividade de expressão musical……….…… 41

Figura 40 - Atividade de linguagem oral e abordagem à escrita……… 42

Figura 41 - Atividade de matemática……….………….… 43

Figura 42 - Atividade de conhecimento do mundo………. 44

Figura 43 - Aula de Físico-Motora……….………….…… 49

Figura 44 - Aula de Música……….………….………….. 50

Figura 45 - Aula de Plástica……….………….…………. 51

Figura 46 - Atividade experimental: a eletricidade………. 52

Figura 47 - Aula de Língua Portuguesa……….……… 54

Figura 48 - Aula de Matemática……….………….………. 56

Figura 49 - Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos……….………….………. 79

Figura 50 - Aqueduto das Águas Livres……….………….………. 79

Figura 51 - Reservatório da Mãe d‟Água das Amoreiras……….………….………… 79

Figura 52 - Reservatório da Patriarcal……….………….…………. 79

(13)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Organização do tempo e rotina……… 19

Tabela 2 - Horário da turma do 4º ano………. 21

Tabela 3 - Distribuição do grupo por idade e género……… 22

Tabela 4 - Distribuição do grupo por área de residência………. 23

Tabela 5 - Caraterização do agregado familiar do grupo………. 23

Tabela 6 - Distribuição do grupo por atividades de enriquecimento curricular…… 27

Tabela 7 - Distribuição da turma por idade e género……… 27

Tabela 8 - Distribuição da turma por freguesia de residência……….. 28

Tabela 9 - Caraterização do agregado familiar da turma………. 28

Tabela 10 - Caraterização individual da turma……….. 30

Tabela 11 - Comportamento da turma no 2º período……… 31

(14)

Gráfico 1 - Distribuição do grupo por idade e género………...……… 23

Gráfico 2 - Habilitações literárias dos pais das crianças……….. 24

Gráfico 3 - Número de elementos do agregado familiar……….. 24

Gráfico 4 - Distribuição da turma por idade e género………...……… 27

Gráfico 5 - Habilitações literárias dos pais dos alunos………. 29

(15)

INTRODUÇÃO

O presente relatório de estágio surge no âmbito da unidade curricular de Prática de Ensino Supervisionada (PES), enquadrada no 2º e 3º semestres do curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico (1ºCEB).

Na PES, colocaram-se em prática os conteúdos que fomos apreendendo ao longo da Licenciatura em Educação Básica, bem como no 1º semestre do Mestrado. Assim, no 2º semestre do Mestrado (PES I), estagiámos numa escola do 1º CEB, com crianças entre os 9 e os 10 anos, do 4º ano de escolaridade. No 3º semestre (PES II), contactámos com crianças do jardim-de-infância, com 3 anos de idade.

Podemos, pois, reconhecer alguns objetivos subjacentes à PES: conhecer o contexto educativo e o grupo de crianças; saber observar sistematicamente o comportamento da criança e dos grupos em situações de interação social e em diferentes contextos de aprendizagem, refletindo sobre eles; desenvolver aprendizagens conducentes à construção de uma cidadania responsável, nomeadamente no âmbito de educação para a saúde, ambiente, consumo, respeito pela diferença e convivência democrática; desenvolver práticas pedagógicas fundamentadas, científica e pedagogicamente, que permitam aprendizagens significativas e estáveis; refletir sobre as práticas pedagógicas para melhorar a tarefa docente; avaliar, de acordo com uma perspetiva formativa, a sua intervenção, o ambiente e os processos educativos adotados, bem como o desenvolvimento e as aprendizagens de cada criança e do grupo; e perspetivar e planificar, com base em avaliação prévia e em função do feedback, propostas de intervenção pedagógica.

Nesta sequência, este relatório apresenta-se dividido em três capítulos:

 O primeiro relaciona-se com o enquadramento institucional, analisando aspetos como o meio envolvente das instituições de estágio, a sua caraterização ao nível dos diferentes recursos, bem como a caraterização do ambiente educativo e do grupo/turma;

 No segundo capítulo são descritos os processos da PES, no que respeita à educação pré-escolar e ao 1ºCEB, abordando as diferentes áreas e as diferentes situações de ensino e aprendizagem planificadas durante o seu desenrolar;

O terceiro capítulo terá como título O Museu: Contexto de Educação

Não-Formal, em que se explorará esta instituição numa vertente educacional, através de um

enquadramento teórico ao tema e de propostas de atividades pedagógicas para dois museus de Ciência.

(16)

CAPÍTULO I

ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO E

ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

(17)

1. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Atualmente, a organização do sistema de ensino português cabe ao Ministério da Educação e Ciência, sob o comando de um ministro e seus secretários de estado: da Ciência, do Ensino e Administração Escolar, do Ensino Básico e Secundário e do Ensino Superior. Este ministério tem por objetivo definir, coordenar, executar e avaliar as políticas de educação, do ensino básico ao ensino superior, e da ciência, sendo também responsável pela qualificação e formação profissional.

A Educação é um aspeto crucial e fundamental para toda e qualquer sociedade, determinando o futuro do país e gerando igualdade de oportunidades para as gerações futuras. O Governo de Portugal assume a Educação como serviço público universal e defende como princípios o esforço, a disciplina e a autonomia1.

A Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) - Lei nº 49/2005 de 30 de Agosto - orienta o sistema educativo em Portugal ao nível da educação pré-escolar, 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário e Ensino Superior, entre outros elementos da educação/ensino, tornando-se um documento essencial para educadores e professores, bem como para a restante comunidade educativa. Os primeiros artigos tecem considerações relativas ao sistema educativo português de uma forma geral, afirmando que todos os portugueses têm

direito à educação e à cultura, nos termos da Constituição da República (artigo 2º) e que o ensino básico é universal, obrigatório e gratuito e tem a duração de nove anos (artigo 6º). Este

contribui para a realização do educando, através do pleno desenvolvimento da personalidade,

da formação do caráter e da cidadania, preparando-o para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos, entre outros (artigo 3º).

Ao nível da educação pré-escolar, esta apresenta-se complementar e ou supletiva da

acção educativa da família, com a qual estabelece estreita cooperação (artigo 4º), e a sua

frequência é de caráter facultativo. Assim, tem como objetivos:

estimular as capacidades de cada criança e favorecer a sua formação e o desenvolvimento equilibrado de todas as suas potencialidades; contribuir para a estabilidade e a segurança afectivas da criança, (…) desenvolver a formação moral da criança e o sentido da responsabilidade, (…) desenvolver as capacidades de expressão e comunicação da criança, assim como a imaginação criativa, e estimular a actividade lúdica, incutir hábitos de higiene e de defesa da saúde pessoal e educativa (LBSE, 2005, artigo 5º).

Estes objetivos devem ser adaptados a cada grupo/criança e adequados à articulação com o meio familiar do mesmo.

1

(18)

No que respeita à organização do 1º CEB, a LBSE refere que no 1º Ciclo, o ensino é

globalizante, da responsabilidade de um professor único, que pode ser coadjuvado em áreas especializadas (artigo 8º, ponto 1, alínea a). Para além disso, apresentam como objetivos

específicos o desenvolvimento da linguagem oral e a iniciação e progressivo domínio da leitura

e da escrita, das noções essenciais da aritmética e do cálculo, do meio físico e social e das expressões plástica, dramática, musical e motora (artigo 8º, ponto 3, alínea a). Existe, então,

um professor que leciona as várias áreas (língua portuguesa, matemática, estudo do meio e as quatro expressões), indo ao encontro dos objetivos acima referidos.

As instituições de educação pré-escolar e ensino do 1ºCEB onde decorreu o estágio, na cidade da Guarda, pertencem ao mesmo agrupamento de escolas, uma vez que no concelho da Guarda existem apenas dois: Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, ao qual pertencem os dois estabelecimentos, com sede na Escola Secundária de Afonso de Albuquerque, e Agrupamento de Escolas da Sé, com sede na Escola Secundária da Sé.

Ambos os agrupamentos usufruem de autonomia ao nível da gestão e administração escolar, ao abrigo do Decreto-Lei nº137/2012 de 2 de julho, que pretende:

promover um reforço progressivo da autonomia e a maior flexibilização organizacional e pedagógica das escolas, condições essenciais para a melhoria do sistema público de educação, reconhecendo o agrupamento como uma unidade organizacional, dotada de órgãos próprios de administração e gestão, constituída pela integração de estabelecimentos de educação pré-escolar e escolas de diferentes níveis e ciclos de ensino (Decreto-Lei nº137/2012 de 2 de julho, artigo 6º).

Como tal, cada agrupamento redige, anualmente, um projeto educativo, projeto curricular, regulamento interno e plano anual de atividades, comum a todas as instituições que nele se incluem. Por sua vez, o projeto curricular de turma é um documento mais individualizado, uma vez que é realizado pelo educador/professor responsável por cada grupo/turma.

1.1. Caraterização do meio envolvente

Portugal é um país pertencente ao continente europeu, localizado no hemisfério norte e no extremo sudoeste da Península Ibérica. Faz fronteira com Espanha, a norte e a este, e com o oceano Atlântico, a oeste e a sul. Possui 92 152 km2, incluindo uma parte continental (Portugal Continental, com 89 045 km2) e uma parte insular (arquipélagos dos Açores, com 2322 km2, e da Madeira, com 785 km2). A sua organização administrativa é constituída por 2 Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e 18 distritos (Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro), que se dividem em concelhos e estes, por sua vez, em freguesias

(19)

Uma vez que Portugal aderiu à Comunidade Económica Europeia, atual União Europeia, em 1986, adotou, igualmente, um sistema de divisão do território nacional para fins estatísticos – a Nomenclatura das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS). Assim, o território nacional ficou dividido em três unidades de nível I (NUTS I – Portugal Continental e as duas Regiões Autónomas), sete unidades de nível II (NUTS II) e trinta unidades de nível III (NUTS III). Seguidamente apresenta-se a NUTS II (figura 1) e NUTS III (figura 2), de forma a situarmos mais facilmente a cidade da Guarda, localidade em análise.

Na figura 1, representativa da NUTS II, destacamos a região Centro, com 28 202 km2 de superfície. Dentro da região Centro, já na figura 2, podemos observar que o distrito da Guarda engloba mais do que uma região, incluindo a da Beira Interior Norte, da Serra da Estrela, da Cova da Beira e do Douro, sendo que as três últimas de uma forma parcial.

Figura 1 – NUTS II.

(Fonte: Mota & Atanásio, 2014.)

Figura 2 – NUTS III.

(20)

O distrito da Guarda é constituído por 14 concelhos (figura 3): Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Pinhel, Almeida, Trancoso, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Guarda, Sabugal, Gouveia, Manteigas e Seia. A norte encontramos o distrito de Bragança, a oeste o distrito de Viseu, a sudoeste Coimbra, a sul Castelo Branco, e a este Espanha. O distrito da Guarda apresenta vários elementos que o caraterizam.

Ao nível dos monumentos e edifícios históricos podemos visitar o Dólmen de Carapito (Aguiar da Beira), Muralhas de Almeida, Sé da Guarda, Aldeia de Castelo Mendo (Almeida), Castelo de Marialva (Meda), Castelo de Sortelha (Sabugal), Castro do Jarmelo (Guarda). A nível gastronómico, o frio, a abundância de caça e pesca, a atividade agrícola e pastorícia levam os habitantes a desenvolver uma

culinária caraterística, como o cabrito e o porco confecionados de diferentes formas, a morcela doce do Jarmelo, a farinheira da Guarda, a chouriça de bofes e os buchos, jeropiga e licores regionais, bolos de requeijão, doce de abóbora, cavacas de Pinhel, filhós, folares da Páscoa e o mel e o queijo da Serra da Estrela. O artesanato está ligado à lã e às peles, resultando na manufatura de diferentes peças de vestuários. Para além disso, podemos encontrar a cestaria tradicional de verga e a latoaria tradicional. A proximidade à Serra da Estrela e a diversidade das paisagens atribui-lhe um valor turístico elevado, originando as mais variadas atividades de desporto e lazer, nomeadamente no inverno.

O concelho da Guarda, constituinte do distrito da Guarda, é composto por 56 freguesias, três urbanas e as restantes rurais. As instituições da PES localizam-se nas duas freguesias urbanas mais povoadas deste concelho:

 o Jardim-de-Infância de Lameirinhas pertence à freguesia da Sé, com uma área de 17,12 km2 e 6958 habitantes, obtendo uma densidade populacional de 420

Figura 3 – Concelhos do distrito da Guarda.

(21)

habitantes/km2. Nesta freguesia podemos encontrar a Torre dos Ferreiros, as Muralhas, a Torre de Menagem, a Sé Catedral, o Antigo Paço Episcopal e a Igreja da Misericórdia, predominando a latoaria como uma das suas atividades artesanais caraterísticas;

 a Escola Básica do 1º Ciclo (EB1) do Espírito Santo pertence à freguesia de São Vicente, com uma área de 9,95 km2 e 11679 habitantes, alcançando uma densidade populacional de 989 habitantes/km2. Aqui, podemos vislumbrar o Convento de São Francisco, as Portas da Muralha, a Judiaria, a Igreja de São Vicente e a Capela Românica da Póvoa do Mileu, bem como a Estação Romana do Mileu2.

A evolução da cidade da Guarda iniciou-se no reinado de D. Sancho I (1154-1211). Nos começos do século XII, o rio Côa e as suas margens consideravam-se uma fronteira política entre os reinos de Leão e o Condado Portucalense. Ainda nesta época, os povos muçulmanos assombravam, igualmente, o pleno domínio dos portugueses neste Condado.

Começando a ocupar-se da governação do país ainda em vida de seu pai, D. Sancho I vê-se na necessidade de enfrentar a ofensiva dos Almóadas que pressionam as fronteiras portuguesas nos primeiros anos do seu reinado. Embora se contenha o perigo muçulmano, a iminência de novos ataques, aliada a fomes, pestes e outras catástrofes naturais criam um ambiente social instável, propício às confrontações violentas (Mattoso, 1983, p.91).

Como tal, D. Sancho I promove uma ação de repovoamento e organização social do território, primeiramente a partir da zona das Beiras. Assim, transfere a diocese egitaniense de Idanha para a Guarda, marcando o começo de um futuro positivo para esta povoação e áreas envolventes, comemorando-o com a edificação da primeira Sé Catedral da Guarda, em 1202 (Rodrigues, 1977).

Esta operação de povoamento visou dois objetivos: um reforço e estruturação da retaguarda, face ao perigo muçulmano a sul e uma contínua afirmação do poder português sobre esta zona de fronteira. As povoações da Beira representavam, então, um cordão defensivo face às ameaças vindas de este.

Sancho I parece ter-se dedicado activamente a prover às necessidades internas do país, começando a restaurar desertas ou quase desertas ruínas de antigas povoações ou a fundar novos castelos e vilas; estas destinadas a entrar no vasto sistema municipal, aqueles a seres padrastos contra as assoladoras invasões dos sarracenos. A esta época pertencem os forais de vários concelhos estabelecidos principalmente nos distritos orientais da Beira (Mattoso, 1983, p. 96).

A atribuição do foral à Guarda, em 1199, permitiu uma dinamização e desenvolvimento urbano, tornando-se, também, um forte ponto estratégico e defensivo. Nesta carta, D. Sancho I

2

http://www.mun-guarda.pt/index.asp?idedicao=51&idSeccao=657&Action=seccao, acedido a

(22)

reconhece privilégios e benefícios à população e a quem a queira habitar, atribuindo, de igual forma, castigos a quem não cumprir as suas obrigações ou cometer crimes.

A cidade da Guarda, situada no interior de Portugal, é a mais alta do nosso país, com 1056 metros, e os seus habitantes são denominados de egitanienses ou guardenses.

A nível sociodemográfico, esta cidade apresenta um índice de envelhecimento cada vez mais elevado, uma baixa taxa de natalidade e um fluxo migratório considerável, tanto para o litoral do país como para o estrangeiro (êxodo rural e emigração). A taxa de crescimento natural é negativa, como noutras localidades do interior do nosso país. As atividades económicas predominantes nesta cidade enquadram-se no setor terciário, havendo, também, bastante população ativa no setor secundário. Contudo, nas freguesias rurais do concelho da Guarda, o setor primário ainda se revela muito presente (Mota & Atanásio, 2005).

No que concerne às suas condições climatéricas, a temperatura média anual da Guarda é baixa, variando entre os 10ºC e os 12,5ºC, sendo que no inverno aproxima-se dos 5ºC e no verão dos 28ºC. No que respeita aos níveis de precipitação, os valores são bastante elevados, variando entre os 600mm e os 1500mm. Já a duração da estação seca varia entre os 2 e os 3 meses. Assim sendo, podemos concluir que a cidade da Guarda apresenta um clima mediterrâneo com uma feição continental, pelas suas temperaturas baixas no inverno e elevadas no verão, totais mensais de precipitação baixos e pouca duração da estação seca (Mota & Atanásio, 2005). A cidade é abastecida pelo rio Mondego, rio português, que nasce na Serra da Estrela.

A Guarda alberga inúmeros marcos históricos, de diferentes períodos da História de Portugal, como a Sé Catedral (figura 4), acompanhada pela estátua de D. Sancho I, patrono desta cidade, a Judiaria, a Torre de Menagem, Torre dos Ferreiros e sua porta e Porta de El-Rei. Como refere Correio (2001, p.57), estes elementos constituem-se como memórias de

uma cidade oficialmente estabelecida nas alturas de um cerro por el-rei D. Sancho I (1199).

A Guarda é, também, conhecida pela cidade dos 5 F’s: forte, pela sua posição geográfica favorecida; farta, devido à riqueza que o rio Mondego traz às atividades económicas da região; fria, pela proximidade à Serra da Estrela; fiel, porque não se rendeu ao domínio castelhano; e formosa, pela beleza das suas paisagens3.

3 http://www.mun-guarda.pt/index.asp?idedicao=51&idSeccao=576&Action=seccao, acedido a 06/02/2014 às 14h45m. Figura 4 – Sé Catedral. (Fonte: http://portugalemfotos.com.pt/pt/foto/se-da-guarda-314/)

(23)

1.2. Caraterização das instituições

Como foi referido, as instituições de PES situam-se na cidade da Guarda e pertencem ao Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Seguidamente é feita uma caraterização de ambas, tendo em conta diferentes aspetos tais como: recursos físicos, recursos materiais e recursos humanos.

1.2.1. O Jardim-de-Infância de Lameirinhas

O Jardim-de-Infância de Lameirinhas é uma instituição de ensino formal, pertencente ao Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Localiza-se no Bairro das Lameirinhas, na Rua das Flores, freguesia da Sé, e existe desde o ano letivo 1986/87, funcionando no edifício da EB1 de Lameirinhas desde 1989 (figura 5). Situa-se num bairro habitacional, com infraestruturas para lazer e/ou com fins

comerciais. O Grupo Desportivo e Recreativo das Lameirinhas assume um papel importante nas atividades sociais e culturais deste bairro. A associação fornece o serviço de creche, de jardim-de-infância e Associação de Tempos Livres (ATL), bem como refeições a famílias carenciadas e os almoços das crianças que frequentam o Jardim-de-Infância de Lameirinhas.

O espaço exterior do Jardim-de-Infância e da EB1 de Lameirinhas é fechado com gradeamento e o seu chão é revestido a tijoleira, com uma parte em placas de espuma. É um espaço amplo, com um polidesportivo fechado (figura 6) e uma caixa de areia. A instituição está equipada com sistema de emergência (porta, alarme de fumo, sinalização interior e exterior).

Figura 5 – Escola do 1º CEB e Jardim-de-Infância de

Lameirinhas. (Fonte: Própria.)

Figura 6 – Polidesportivo.

(24)

1.2.1.1. Recursos Físicos

O Jardim de Infância de Lameirinhas ocupa a cave e uma parte do rés-do-chão do edifício escolar e é composto por:

 Duas salas de atividades (figura 7 e 8), cada uma com cerca de 63,1m2, com o chão revestido a tacos de madeira envernizados e três janelas amplas para a frente do edifício e duas para trás. Possuem uma bancada de mármore e lavatório, zona com chão de mosaicos e utilizada, maioritariamente, para atividades de expressão plástica. O aquecimento das salas é feito a partir de uma caldeira central e cada sala tem uma pequena arrecadação;

 uma instalação sanitária (figura 9), com 9,1m2, comum às duas salas, constituída por três sanitas para crianças e uma para adultos, dois lavatórios para crianças e um para adultos;

 uma sala de educadoras (figura 10), com 11,2m2, destinada à realização de reuniões do pessoal docente e não docente e onde se encontra o telefone e o arquivo;

 uma arrecadação ampla (figura 11), comum à escola do 1º CEB, situada na cave. Aqui encontra-se a caldeira de aquecimento, que funciona a gás natural, e diversos materiais e mobiliário escolar utilizado ocasionalmente;

 uma sala de apoio, com 5m2, onde são recebidos os encarregados de educação e/ou outros utentes, e utilizada, também, para reuniões pontuais;

 uma sala de espera (figura 12), com 10,7m2, para os pais receberem as crianças na hora de saída. Neste espaço também se arruma o material de psicomotricidade;

 um salão polivalente (figura 13), com 69,8m2, utilizado para refeições e onde funciona, também, a Componente de Apoio à Família (CAF). Esta área possui duas casas de banho: uma com quatro sanitas e lavatório, com 18m2, e outra adaptada a crianças com necessidades educativas especiais, com 7,9m2.

(25)

1.2.1.2. Recursos Materiais

Os recursos materiais são elementos indispensáveis ao normal funcionamento de qualquer instituição, nomeadamente de ensino. Estes facilitam o processo de ensino e aprendizagem, tornando-o profícuo e eficaz, permitindo, de igual forma, um pleno desenvolvimento da criança/aluno.

Assim, no Jardim-de-Infância de Lameirinhas existem diversos recursos materiais, tais como: os livros disponíveis na sala de educadoras; os placares para exposição dos trabalhos efetuados pelas crianças; o material de expressão motora; o telefone; as mesas e cadeiras; os

Figura 9 – Instalação sanitária.

(Fonte: Própria.)

Figura 10 – Sala de educadoras.

(Fonte: Própria.)

Figura 11 – Arrecadação.

(Fonte: Própria.)

Figura 12 – Sala de espera.

(Fonte: Própria.)

Figura 13 – Salão polivalente.

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jogos; a televisão; o rádio; o leitor de DVD; e os restantes materiais existentes em cada sala de atividades.

1.2.1.3. Recursos Humanos

No Jardim-de-Infância das Lameirinhas existem duas educadoras de infância do Quadro de Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, uma educadora de apoio educativo, uma docente de educação especial e uma terapeuta da fala.

A instituição conta com uma assistente operacional que apoia a sala dos três anos e uma estagiária do curso Técnico de Ação Educativa, que dá apoio à sala dos 4/5 anos. A limpeza dos espaços é assegurada pelas duas, que colaboram, também, no acolhimento das crianças, em momentos de entrada e saída.

Na CAF existem duas assistentes técnicas do quadro de pessoal da Câmara Municipal da Guarda e uma auxiliar colocada através do Centro de Emprego, que asseguram o acolhimento das crianças, o serviço de almoço, o prolongamento de horário e a limpeza das respetivas instalações.

1.2.2. A EB1 do Espírito Santo

A EB1 do Espírito Santo, situada na rua Paiva Couceiro, da freguesia de S. Vicente, pertence ao Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Localiza-se junto à Porta de El-Rei e, como tal, oferece poucos espaços verdes em redor mas, em contrapartida, é rica em luminosidade.

O edifício desta escola (figura 14) segue a tipologia do Plano dos Centenários, criado em 1940, durante o período do Estado Novo, em plenas comemorações centenárias. Carvalho (1986) define este ano como o Ano da Glória.

Completavam-se então, nesse ano, dois centenários: o da Fundação da Nacionalidade, em 1140, e o da Restauração, em 1640. Assim, durante este período de ditadura salazarista foi criado o Plano dos Centenários: (…), integrado no conjunto das Comemorações Centenárias de 1940, delineou Salazar um plano, designado “Plano dos Centenários”, que projectava a construção de 12500 salas de aula de ensino primário num período de dez anos, até 1959 (Carvalho, 1986, p.779).

As escolas seriam construídas em série, mas cada escola estaria adaptada às caraterísticas da arquitetura local, tendo em conta os materiais aplicados e as condições

Figura 14 – EB1 do Espírito Santo.

(27)

climatéricas. Estas apresentavam uma forma regular, dois pisos, duas portas de entrada, duas ou quatro salas de aulas, uma cozinha, instalações sanitárias e um alpendre.

1.2.2.1. Recursos Físicos

A EB1 do Espírito Santo sofreu obras de restauração tendo, atualmente, quatro salas de aulas (figura 15), distribuídas por dois pisos. Possui, também, uma biblioteca (figura 16); um salão polivalente (figura 17), utilizado para várias atividades e como espaço de recreio; uma pequena sala de arrumações (figura 18), onde se encontra a fotocopiadora e algum material didático; e oito instalações sanitárias (figura 19), na qual três são para as raparigas, três para os rapazes e duas para os docentes e funcionários.

Figura 15 – Sala de aula.

(Fonte: Própria.) Figura 16 – Biblioteca. (Fonte: Própria.)

Figura 17 – Salão polivalente.

(Fonte: Própria.)

Figura 18 – Sala de arrumações.

(Fonte: Própria.)

Figura 19 – Instalações sanitárias.

(28)

1.2.2.2. Recursos Materiais

Também nas instituições de ensino do 1ºCEB, os recursos materiais disponíveis determinam a qualidade e quantidade de aprendizagens efetuadas pelos alunos, bem como as estratégias adotadas pelo pessoal docente e não docente para promover um percurso escolar harmonioso. A definição destes recursos educativos está consagrada na LBSE, no artigo 44º:

todos os meios materiais utilizados para conveniente realização da atividade educativa. (…) Os manuais escolares; as bibliotecas e mediatecas escolares; os equipamentos laboratoriais e oficinais; os equipamentos para educação física e desportos; os equipamentos para educação musical e plástica.

Assim, na EB1 do Espírito Santo existem diversos recursos materiais, tais como: fotocopiadora, material de expressão plástica e expressão físico-motora, a biblioteca e os livros disponíveis na mesma, os computadores existentes no polivalente e também os materiais existentes em cada sala de aula, como os manuais escolares, quadro interativo, entre outros.

1.2.2.3. Recursos Humanos

Os recursos humanos de uma instituição de ensino são imprescindíveis, uma vez que sem eles, não é possível a constituição plena de uma escola. São eles que vão proporcionar às crianças/alunos todas as condições necessárias ao processo de ensino e aprendizagem. Destes recursos humanos fazem parte todos os funcionários presentes na escola, nomeadamente os professores. Segundo a LBSE, estes devem estar providos de uma formação inicial de nível

superior, proporcionando aos educadores e professores de todos os níveis de educação e ensino a informação, os métodos e as técnicas científicas e pedagógicas de base, bem como a formação pessoal e social adequadas ao exercício da função (artigo 33º, alínea a).

No que diz respeita ao pessoal docente, há quatro professores titulares, que lecionam os quatro anos de ensino existentes, e uma professora de educação especial. O pessoal não docente é composto, apenas, por quatro assistentes operacionais, sendo que não existem cozinheiras, uma vez que os alunos, ao almoço e ao fim das aulas, dirigem-se para a ATL, que decorre num edifício junto à escola.

1.3. Caraterização do ambiente educativo

Marques (1985) refere que a principal finalidade da organização da sala é estimular a aprendizagem das crianças pela criação de um ambiente intelectualmente estimulante e seguro, onde a espontaneidade e a cooperação possam ser exercitadas. Como defende Tavares e Alarcão (2005, p.86), por aprendizagem entenda-se uma construção pessoal, resultante de um processo

(29)

importante, na medida em que favorecerá a aquisição de conhecimentos e valores, onde as crianças se conhecem a si, ao outro e ao mundo que a rodeia.

1.3.1. Sala de atividades do Jardim-de-Infância de Lameirinhas

A sala do grupo dos três anos situa-se no rés-do-chão do lado direito, possuindo grandes janelas e aquecimento central. É uma sala ampla, com um aspeto acolhedor e agradável. Possui quatro placares, para exposição dos trabalhos das crianças, quatro mesas pequenas, duas mesas grandes e uma mesa de pintura e respetivas cadeiras; um cabide para pendurar os casacos; cinco janelas; três aquecedores; um armário para materiais; um computador; um KidSmart; um lavatório; uma bancada de mármore; uma arrecadação; duas estantes para jogos e livros; um cavalete de pintura; e um sofá.

O espaço foi todo ele pensado para desenvolver a autonomia da criança, promovendo o seu desenvolvimento num ambiente seguro e facilitando experiências variadas e adequadas ao seu desenvolvimento cognitivo, físico e social. Os móveis são baixos, o que permite à educadora a possibilidade de observar o grupo e às crianças o fácil acesso aos materiais desenvolvendo, deste modo, a livre escolha, a autonomia e o conhecimento do espaço. Também é feito de material lavável, o que permite uma boa higiene. Em relação à iluminação, esta apresenta ótimas condições, uma vez que existe muita luz natural e também artificial, podendo assim escurecer total ou parcialmente a sala de atividades. Quanto aos materiais utilizados pode-se afirmar que são fáceis de manupode-sear, resistentes e de fácil manutenção.

Seguidamente apresenta-se a planta da sala de atividades dos 3 anos (figura 20):

Legenda:

1 – „Cantinho dos jogos‟ 2 – „Cantinho da leitura‟ 3 – „Cantinho da garagem‟ 4 – „Cantinho da casinha‟ 5 – KidSmart 6 – Computador 7 – Armários de arrumação 8 – Arrecadação 9 – Mesas 10 – Sofá 11 – Bancada

12 – Estante dos livros

Figura 20 – Planta da sala dos três anos.

(30)

1.3.1.1. Organização do espaço

A organização do espaço é um elemento crucial para facilitar as aprendizagens das crianças, promover a sua autonomia e responsabilização. Como tal, este deve estar adequado ao grupo, às suas necessidades e ao seu desenvolvimento. As Orientações Curriculares para a

Educação Pré-Escolar (OCEPE) referem que (2009, p.35) os espaços de educação pré-escolar podem ser diversos, mas o tipo de equipamento, os materiais existentes e a forma como estão dispostos condicionam, em grande medida, o que as crianças podem fazer e aprender.

Em idade pré-escolar, o jogo é a forma da criança brincar, se expressar e, por isso, o espaço deve ser propício à livre expressão do grupo. Para Santos (1997, p.457), a brincadeira

não é uma atividade supérflua na vida da criança, mas constitui uma expressão fundamental da sua maneira de ser. Através dela, pode expressar os seus sentimentos e preocupações,

libertando-se da sensação de ser a mais indefesa da família, uma vez que possui desejos que não encontram satisfação dentro do grupo social em que vive. Assim, os jogos educativos permitem à criança aumentar os seus conhecimentos, sem abandonar a componente lúdica ou de jogo de atividade a realizar.

A sala apresenta-se dividida em várias áreas de atividade, também conhecidas como

cantinhos. Segundo Cardona (1999), as salas são organizadas de forma a permitir às crianças a

escolha de diferentes tipos de atividades, favorecendo momentos de trabalho individual e em grupo e promovendo atividades livres e atividades dirigidas. Assim, uma estrutura

espácio-temporal bem definida e explícita é fundamental para uma boa familiarização das crianças com o funcionamento da sala de actividades (Cardona, 1999, p.136). Todos os cantinhos estão

visivelmente identificados e a cada um está destinada uma ou mais atividade. Na sala dos três anos, os cantinhos existentes são:

Figura 21 – Cantinho da casinha.

(Fonte: Própria.)

Cantinho da casinha (figura 21): Área onde as crianças podem manipular diretamente vários objetos de plástico, bonecos, vestuário, expressando, assim, de diversas formas, a sua maneira de entender o mundo social, bem como compreender alguns aspetos da sua cultura.

(31)

Cantinho do KidSmart (figura 22): Este local possui um computador com jogos interativos e uma tabela de registo de frequência deste mesmo cantinho.

Figura 22 – Cantinho do KidSmart.

(Fonte: Própria.)

Figura 23 – Cantinho dos jogos.

(Fonte: Própria.)

Cantinho dos jogos (figura 23): Neste local as crianças podem jogar vários jogos, como puzzles, dominós ou construções. O móvel é baixo, com várias divisões e os jogos são resistentes.

.

Cantinho da leitura (figura 24): Área de repouso, onde as crianças podem dialogar com a educadora e entre si, e manusear livros, desenvolvendo a sua linguagem e espírito

crítico. Figura 24 – Cantinho da leitura.

(Fonte: Própria.)

Figura 25 – Cantinho das atividades plásticas.

(Fonte: Própria.)

Cantinho das atividades plásticas (figura 25): Neste sítio as crianças realizam as mais diversas atividades de expressão plástica. Possui mesas, cadeiras, um cavalete de plástico e um móvel, que engloba todos os materiais necessários a este domínio.

(32)

Cantinho da garagem: Neste local as crianças podem realizar jogos de enfiamento e de construção, bem como brincar com carros e animais de plástico.

Nesta sala existem ainda quadros de registo ou de apoio à prática. Estes quadros permitem à criança situar-se no tempo, o que, para Cardona (1999, p.133), é essencial: a

organização espácio-temporal bem definida permite à criança situar-se e funcionar autonomamente, o que promove uma participação mais ativa em todo o trabalho desenvolvido.

Os quadros são:

Quadro de registo de presenças (figura 26):

Existem cinco casinhas de cores diferentes, que representam os cincos dias da semana em que as crianças frequentam a escola. A cada criança corresponde a sua fotografia que utilizará para marcar a sua presença ao longo da semana.

Quadro das tarefas (figura 27): É neste quadro que a criança, eleita pela

educadora, marca com a sua fotografia a tarefa que lhe foi atribuída. Temos como tarefas: comandante, recados, pratos, material, folhas e tempo.

Figura 26 – Quadro de registo de presenças.

(Fonte: Própria.)

Figura 27 – Quadro das tarefas.

(Fonte: Própria.)

1.3.1.2. Organização do tempo e rotina

Segundo as OCEPE (2009, p.40), o tempo educativo tem, em geral, uma distribuição

flexível, embora corresponda a momentos que se repetem com uma certa periodicidade. Assim,

a organização do tempo abrange a organização da sequência diária, o número de atividades existentes ao longo do dia e a sua duração, o tempo de duração do recreio e tempos mortos. Como tal, permite aprendizagens diversificadas, tendo em conta as várias áreas de conteúdo. O educador deve, pois, ter em conta os objetivos a alcançar, as necessidades e os interesses para

(33)

poder estabelecer uma organização do tempo coerente e que promova a aquisição de hábitos e rotinas.

A rotina diária é, também, um aspeto fundamental na organização do tempo uma vez que se apresenta como uma referência temporal que permite à criança uma melhor compreensão do tempo, prevendo a sua sucessão. Assim, no jardim-de-infância devem ser promovidos hábitos que reforçam a autonomia pessoal; hábitos que reforçam a imagem positiva de si mesma; hábitos relacionados com defesa pessoal; hábitos relacionados com atividade e o trabalho; hábitos relacionados com comunicação; e hábitos relacionados com natureza (Santos, 1997).

Na sala dos três anos do Jardim-de-Infância de Lameirinhas, a organização do tempo e rotina (tabela 1) está disposta da seguinte forma:

 De manhã, antes do lanche, as crianças realizam jogos de mesa, atividade de rotina diária. Após a higiene pessoal, dirigem-se para o polivalente para o lanche da manhã. Após o lanche, as crianças concretizam atividades propostas pela educadora, momento flexível na organização do tempo.

 À tarde, depois do almoço, o grupo senta-se no cantinho da leitura, iniciando um diálogo sobre o que constituiu o seu almoço e a partir do qual a educadora explora um conto. Posteriormente, a educadora define a atividade a realizar, sendo que os últimos trinta minutos do dia serão para as crianças brincarem livremente.

Horário Atividade

9:00h – 10:20h Jogos de mesa

10:20h - 10:30h Higiene

10:30h - 11:00h Lanche

11:00h - 11:50h Atividades a definir pela educadora

11:50h - 12:00h Higiene

12:00h - 14:00h Almoço

14:00h - 14:30h Hora do conto

14:30h - 15:30h Atividades a definir pela educadora 15:30h – 15:50h Atividade livre

15:50h - 16:00h Higiene

Tabela 1 – Organização do tempo e rotina.

(34)

1.3.2. Sala de aula da EB1 do Espírito Santo

A sala de aula do 4ºano (figura 28) situa-se no 1º andar do lado direito e possui três grandes janelas e aquecimento central, sendo o chão de maneira envernizada. A sala tem dimensões suficientes para os vinte e cinco alunos, com dezoito secretárias e respetivas cadeiras. Este local é composto, ainda, por três placares para exposição dos trabalhos dos alunos (figura 29); um cabide para pendurar os casacos; três armários para arrumar o material; um computador (figura 30); um projetor e uma tela; e um quadro branco (figura 31).

A atribuição dos lugares aos alunos não é fixa e depende das situações que surgem ao longo das aulas, das suas necessidades e do seu comportamento. Apesar disso, a disposição da sala de aula mantém-se e a sua planta apresenta-se da seguinte forma (figura 32):

Figura 29 – Placares da sala de aula.

(Fonte: Própria.)

Figura 28 – Sala de aula do 4ºano.

(Fonte: Própria.)

Figura 30 – Computador.

(Fonte: Própria.)

Figura 31 – Quadro branco.

(35)

No 1º Ciclo, o professor único que coordena as várias áreas, como a Língua Portuguesa, a Matemática, o Estudo do Meio e as Expressões Plástica, Dramática, Físico-motora e Musical, pode gerir o tempo de um modo flexível, consoante as necessidades dos seus alunos, isto é, apesar de haver um horário pré-estabelecido, o professor pode escolher como abordar os diferentes temas ou dar maior ênfase a determinados conteúdos que verifica que ainda não foram apreendidos. No entanto, não deve esquecer que até ao final de cada período e de cada ano, terá de corresponder aos objetivos propostos nos programas das três áreas centrais (Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio). Assim, esta turma de 4º ano apresenta o seguinte horário (tabela 2):

Hora 2.ª feira 3.ª feira 4.ª feira 5.ª feira 6.ª feira

9:00 – 9:45 Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa 9:45 – 10:30 Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa 11:00 – 12:00 Matemática Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa Matemática 14:00 – 15:00 Expressão Plástica Estudo do Meio Matemática Estudo do Meio Estudo do Meio 15:00 – 16:00 Estudo do Meio Expressão Físico-Motora Expressão Musical Estudo do Meio Expressão Dramática (Fonte: Própria.) Legenda: 1 – Quadro interativo e quadro magnético branco 2 – Computador

3 – Mesa do professor 4 – Mesa dupla 5 – Mesa individual 6 – Armário de arrumação

Figura 32 – Planta da sala do 4ºano.

(Fonte: Própria.)

(36)

Como se observa na tabela 2, todos os dias a turma realiza atividades e exercícios no âmbito da Língua Portuguesa e da Matemática, ocupando-o cada uma 6h50min do tempo letivo semanal. A área de Estudo do Meio ocupa 4h50min do tempo letivo semanal, não sendo lecionada unicamente à quarta-feira. A cada área das Expressões são dedicados 60 minutos, estando divididas ao longo da semana.

1.4. Caraterização socioeconómica e psicopedagógica do grupo/turma

Sprinthall e Sprinthal referem Gesell, como o primeiro autor a

tentar convencer os educadores de que o crescimento e o desenvolvimento ocorriam de acordo com uma sequência invariante. (…) Os estádios de crescimento são períodos fundamentais de mudança. Cada criança atravessa períodos de reorganização profunda seguidos por períodos de integração, durante os quais um novo estádio é alcançado e as mudanças são assimiladas (Sprinthall & Sprinthall, 1993, p.97).

Como tal, é fundamental o educador/professor conhecer o seu grupo/turma, conhecer o meio sociocultural que o envolve, as suas necessidades e capacidades, as suas dificuldades e anseios. Assim, poderá adaptar as suas estratégias, adequar os diferentes conteúdos, objetivos e materiais, promovendo um desenvolvimento cognitivo, psicológico, emocional e social positivo, bem como um percurso escolar harmonioso.

1.4.1. Caraterização do grupo do pré-escolar

No Jardim-de-Infância de Lameirinhas, o grupo da educadora Henriqueta é constituído por sete crianças, seis com três anos de idade e uma com quatro, sendo três crianças do sexo feminino e quatro do sexo masculino (tabela 3 e gráfico 1). É de ressalvar o facto de, no dia 7 de janeiro de 2014, uma criança de três anos se ter matriculado no jardim, mas não voltou a comparecer às atividades, sendo o motivo desconhecido. Assim, os dados referentes não contemplarão o novo elemento, apenas as sete crianças.

Idade Feminino Masculino Total

3 Anos 3 3 6

4 Anos 0 1 1

(Fonte: Própria.)

(37)

Gráfico 1 – Distribuição do grupo por

idade e género. (Fonte: Própria.)

O ambiente familiar que rodeia à criança no seu quotidiano é fundamental para o seu desenvolvimento, uma vez que é o exemplo de valores e a base das suas vivências. Assim, é necessário caraterizar a situação sociofamiliar dos sete elementos do grupo. Na tabela 4 é apresentada a distribuição do grupo por área de residência, que permite concluir que a maior parte do grupo habita no Bairro das Lameirinhas.

Residência Lameirinhas Vale de Estrela R. Dr. Pissarra de Matos

R. 5 de

outubro Total

Nº de crianças 4 1 1 1 7

(Fonte: Própria.)

No que respeita à caraterização do agregado familiar, apresentamos a seguinte tabela (tabela 5): Crianças Pai Mãe Parent es co do E .E . Ir m ã os A gre gado fam il iar Habilitações literárias Profissão Habilitações literárias Profissão

A 6º ano Desemp. 9º ano Desemp. Mãe 1 4

B --- --- 11º ano Desemp. Mãe 0 4

C Licenciatura Insp. Alf.

Front. Licenciatura

Insp. Alf.

Front. Mãe 2 5

D 12º ano Técn. Ótica Licenciatura Sec. Adm. Mãe 0 3

E 12º ano Esp. Redes

Inf. Licenciatura Enfermeira Mãe 0 3

0 2 4 6 8 3 anos 4 anos Meninos Meninas

Tabela 4 – Distribuição do grupo por área de residência.

(38)

(Fonte: Própria.)

No gráfico 2, é possível concluir que o grau de habilitações literárias dos pais varia entre o 4ºano de escolaridade e a Licenciatura, havendo cinco pais com o grau de Licenciatura.

Gráfico 2 – Habilitações literárias dos pais das crianças.

(Fonte: Própria.)

Para além disso, o número de elementos do agregado familiar varia entre os três e os cinco elementos (gráfico 3).

Gráfico 3 – Número de elementos do

agregado familiar. (Fonte: Própria.)

Dos quatro estádios de desenvolvimento preconizados por Piaget (estádio sensório-motor, estádio pré-operatório, estádio das operações concretas e estádio das operações formais), o grupo da educadora Henriqueta encontra-se no estádio pré-operatório (Sprinthall e Sprinthall,

F 4º ano Vend. Amb. 6º ano Desemp. Mãe 3 6

G 11º ano Emp. Licenciatura Enfermeira Mãe 1 4

0 1 2 3 4 5 6 Pai Mãe 2 3 1 1 3 elementos 4 elementos 5 elementos 6 elementos

(39)

1993). Este estádio carateriza-se por uma transformação qualitativa no pensamento, expandindo a sua capacidade de criar imagens mentais e aumentando a sua capacidade de armazenamento das mesmas. É, assim, um pensamento intuitivo e criativo, marcado pela função simbólica, em que criança começa a ser capaz de elaborar em pensamento imagens a partir dos objetos e de movimentos do mundo real, mas que não estão imediatamente presentes nos sentidos. Neste período as crianças estão mais abertas à aprendizagem da língua, desenvolvendo o seu vocabulário, uma vez que o modo de aprendizagem predominante neste estádio é o intuitivo,

(…) deliciando-se a imitar sons e a experimentar dizer muitas palavras diferentes (Sprinthall e

Sprinthall, 1993, p.106). Apesar disso, a criança ainda apresenta caraterísticas egocêntricas e ausência de raciocínio lógico.

Nesta faixa etária, a criança refere-se a si mesma não pelo seu nome, mas utilizando o “eu”. O emprego dos determinantes/pronomes possessivos indicam o nascimento da noção de propriedade, um símbolo de força e de poder, que consolida o sentimento do ego. Assim, distingue-se um período de isolamento, durante o qual as relações permanecem muito limitadas, em que a criança ignora o outro, jogando sozinha ou preferindo o adulto para brincar. Como Reymond-Rivier (1983, p.64) refere, a criança tem consciência do efeito que produz, percebe

quando a observam, procura fazer-se notar, tenta monopolizar as atenções. Assim, este período

é caraterizado pelo egocentrismo, onde a criança não reconhece outras perspetivas para além das suas, incapaz de cooperar nos diferentes jogos que realizam e sem compreender a utilidade das regras.

Para Kohlberg (Vandenplas-Holper, 1983), existem três níveis de desenvolvimento moral, cada um com dois estádios de desenvolvimento cognitivo: nível I, Moralidade

pré-convencional; nível II, Moralidade pré-convencional; e nível III, Moralidade post-convencional. O

grupo da educadora Henriqueta encontra-se no nível I, da Moralidade pré-convencional, no estádio um, que refere que a criança assume uma orientação punitiva e obediência à

autoridade: Para evitar punições que são temidas, o sujeito obedece a pessoas investidas de prestígio ou de poder (Kohlberg, 1976 citado por Vandenplas-Holper, 1983, p.132). Assim,

pelos dois/três anos, a criança já fez a experiência das regras que os adultos lhe propõem e que

se referem às actividades da vida quotidiana (…), mas a regra do jogo ainda não possui caráter obrigatório (Vandenplas-Holper, 1983, p.123). O desenvolvimento das crianças em idade

pré-escolar é influenciado pelas emoções, pelas relações com os pares e os adultos presentes na sala. Necessitam, pois, de uma atenção redobrada no que respeita aos aspetos emocionais, bem como à organização do espaço e do tempo que orientam as atividades a concretizar.

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O grupo da educadora Henriqueta é ativo e curioso, dócil e obediente. No que respeita à autonomia, são capazes de desempenhar pequenas tarefas, mas na higiene pessoal ainda necessitam de auxílio. Estas crianças revelam-se, ainda,

instáveis na ocupação do espaço e na realização de atividades.

Durante o jogo simbólico, estabelecem monólogos desorganizados, utilizando uma linguagem egocêntrica. Gostam de ouvir e contar histórias, mas os momentos de concentração são curtos. O vocabulário é pouco rico e a construção frásica é pouco organizada.

Ao nível do domínio da matemática, as crianças identificam os diferentes tamanhos, as formas geométricas básicas e as cores. Já contam mecanicamente até cinco, mas apenas reconhecem os números/dígitos 1, 2 e 3 e os associam à quantidade correspondente (figura 33).

Na expressão plástica, representam a figura humana já não na forma de girino, mas conseguindo atribuir as diferentes partes do corpo à figura (figura 34). Apesar disso, dão pouca importância às suas produções,

atribuindo-lhe significado só depois de feitas. Gostam de dançar e cantar, demonstrando grande facilidade na memorização de canções, lengalengas e poesias. Nas atividades de expressão motora nem todas as crianças têm a mesma coordenação de movimentos, mas a maioria consegue executar os exercícios propostos.

Existem, também, Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) que decorrem ao longo da semana. Na segunda-feira realiza-se a aula de natação nas piscinas municipais da Guarda, na terça-feira a aula de música, na quarta-feira a aula de expressão motora, na quinta-feira a aula de Karaté e, por fim, na sexta-quinta-feira a aula de inglês. Nem todas as crianças frequentam as atividades de enriquecimento curricular, por questões financeiras, e, como tal apresentamos a distribuição do grupo ao nível das mesmas (tabela 6).

Figura 33 – Exploração dos números.

(Fonte: Própria.)

Figura 34 – Representação da figura humana.

Referências

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