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CAPÍTULO I QUANDO UM MUSEU SE REINVENTA E REENCONTRA A ESCOLA: UMA

2. O papel da ação educativa em um Museu em mutação

2.1 - O contexto de revitalização do MHAB e a construção de novas práticas educativas

Fundado em 1943 para abrigar a memória da cidade de Belo Horizonte, o Museu recebeu inicialmente a denominação de Museu Histórico de Belo Horizonte, sendo posteriormente rebatizado de Museu Histórico Abílio Barreto, no ano de 1967, em homenagem ao seu fundador. Ao longo dos seus 68 anos62 de existência, a Instituição vivenciou gestões que procuraram firmar o seu lugar como instituição responsável pela gestão da memória da cidade de Belo Horizonte, alternando períodos de maior vigor com outros voltados para a realização de atividades rotineiras63.

62 Em 2011, ano da escrita deste trabalho, o MHAB completa 68 anos. 63

Segundo Alves (2003, p. 31), além do incontestável papel de Abílio Barreto na criação e consolidação do Museu Histórico de Belo Horizonte e do significativo empenho de cada uma das gestões que passaram pelo useu ao lo go dos seus a os de hist ia, [...] dois out os pe íodos da hist ia da i stituiç o fo a marcados por um esforço maior de (re-)significação do lugar: as direções de Mauro Lúcio Brandão (1946-1959) e de Elza Beatriz Von Döllinger de Araújo (1984- . Pa a u a elho o p ee s o da hist ia do MHAB, ver MHAB: 60 anos de história (caderno 2). Belo Horizonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Museu Histórico Abílio Barreto, 2003.

Segundo Cândido (2003), nos últimos anos da década de 70 e ao longo da década de 80, entre tentativas e ações efetivas, o Museu passaria por maior dinamização das políticas e dos espaços institucionais informados por

[...] o eitos useol gi os o te po eos [e ue esulta ia a

elaboração] de: um plano de trabalho abrangente, apontando para a necessidade de recuperação arquitetônica do Casarão, a construção de um prédio anexo e a reformulação das metodologias de pesquisa e documentação do acervo, segundo as orientações da nova Museologia (CÂNDIDO, 2003, p.22)

No período que se antecedeu ao processo de revitalização do MHAB, no documento manuscrito intitulado Diagnóstico de ações a serem empreendidas no MHAB64 de 1989, encontramos um exame detalhado das principais necessidades do museu que incluíam: reestruturação do quadro pessoal (incluindo a contratação de técnicos como museólogos, restauradores, bibliotecários e outros profissionais); restauração e ampliação da estrutura física (a necessidade de reparos no prédio do Casarão e a construção de galpões para proteção dos objetos de grande porte e a construção de anexo); a realização de serviços de infraestrutura na área externa; a restauração e ampliação do acervo; a garantia de itens de segurança; aquisição de mobiliário e outros itens de infraestrutura; maior divulgação do museu junto à comunidade, incluindo a criação de condições para a visitação de escolas de periferia; definição de orçamento próprio com verbas específicas para o museu junto a Secretaria Municipal de Turismo visando à realização de exposições e outras atividades extras, além da sugestão de criação de uma Sociedade de Amigos do Museu para viabilização de projetos65. Essa extensa pauta de reivindicações, em certa medida, foi retomada pela gestão iniciada no ano de 1993, acrescida de novos desafios.

Ao completar 50 anos em 1993, o museu empreendeu um processo de revitalização orientado por uma nova abordagem museológica, apoiado em três eixos basilares: preservação/investigação/comunicação66, que pretendeu transformá-lo u [...] e t o irradiador de cultura, dedicado e ia e hist ia de Belo Ho izo te , as pala as de Isabella Guerra (2007, p. 104).

64 Cf. MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO. Diagnóstico de ações a serem empreendidas no MHAB. Manuscrito,

1989.

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Cabe destacar que muitas dessas ações estiveram na pauta de reivindicações em diferentes gestões e se arrastaram ao longo da história do Museu. As demandas por ampliação do espaço físico e infraestrutura em geral, foram reclamadas por diferentes gestões, como nos apontou o texto MHAB 60 anos de história.

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O Fórum de Discussão e Elaboração de Propostas para o Museu Histórico Abílio Barreto67, realizado no ano de 1993, pela Direção do Museu, tornou-se um marco institucional das transformações que redefiniriam a nova face do Museu na cidade. No documento final do evento foram apresentadas as diretrizes do novo plano museológico a ser posto em ação pela nova gestão, contendo recomendações quanto à necessidade de transformações no seu espaço físico, no seu acervo e na concepção de Museu até então em vigor naquela Instituição.

A reconstrução do espaço físico previa o reordenamento dos espaços internos e externos visando sanar a escassez de espaço então existente, o que incluía a edificação de um novo prédio para abrigar a reserva técnica e setores administrativos do Museu. Quanto à gestão do acervo, projetava-se o estabelecimento de uma política de acervo que estabelecesse critérios técnicos para aquisição e doações de coleções, a realização do seu processamento – organização, identificação e catalogação - além do estabelecimento de um plano de restauração permanente68. Todas essas alterações fundamentavam-se numa concepção museológica assentada na democratização do acesso ao museu como equipamento cultural de interesse público.

A magnitude de tal empreendimento se fazia evidente nas propostas elencadas no documento final do Fórum que incluíam: a intensificação das ações do museu junto ao público; a ruptura com uma concepção celebrativa do passado, em favor de uma história precursora de múltiplas memórias e capaz de promover uma consciência critica sobre a cidade; a ampliação de sua noção de acervo para além dos seus bens patrimoniados, incorporando a noção de acervo operacional69; a promoção de intervenções museológicas em outros espaços da cidade; a promoção de programas de pesquisa capazes de subsidiarem a identificação do acervo da instituição e do acervo operacional, o processamento técnico da documentação e as atividades de difusão; a criação de um Centro de Referência Iconográfica sobre Belo Horizonte e a abertura de canais de participação da

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MUSEU HISTÓRICO ABILIO BARRETO. Fórum de Discussão e Elaboração de Propostas para o Museu Histórico Abílio Barreto – Documento Final. Belo Horizonte, 12 de março de 1993. Arquivo Administrativo. Participou desse Fórum um grupo de profissionais de diferentes formações intelectuais com experiência em instituições públicas culturais da cidade de Belo Horizonte, a convite da nova direção do museu. Ao final do evento, foi produzido um documento final intitulado Fórum de Discussão e Elaboração de Propostas para o Museu Histórico Abílio Barreto – Documento Final. Para maior conhecimento sobre esse evento ver PIMENTEL (2004:17).

68 Em 2003, foi criada no MHAB a Comissão Permanente de Política de Acervo, segundo GARCIA (s/d).

69 Segundo Me eses , p. o a e o ope a io al se [...] o stitui das aç es do useu so e a idade [e

gestão do Museu70. Todos esses itens compuseram a pauta a ser posta em ação nos anos subsequentes.

Desse modo, a ênfase no compromisso público com os serviços de comunicação, pesquisa e educação destinados à sociedade; a nova concepção de história com a qual se pretendia operar e o alargamento da concepção de acervo orientariam as novas ações destinadas a abrir as portas do museu para a cidade. De acordo com Pimentel (2004), nesse pe íodo, o useu ela o ou di et izes o eituais e ope a io ais apo ta do as [...] possibilidades de manejar um patrimônio fundamentado na diversidade e pluralidade do universo urbano, em ações de musealizações capazes de transitar indistintamente dentro e fo a do Museu PIMENTEL, , p. .

O Projeto de Revitalização do MHAB encontrou eco tanto nos processos de revitalização de outras instituições brasileiras71, orientadas, sobretudo pelos princípios da nova museologia, quanto na renovação no campo do conhecimento histórico, e se desenrolou num cenário de mudanças políticas e culturais que se delineava na cidade de Belo Horizonte a partir de1992 com a eleição de um governo municipal cujo projeto se alinhava aos interesses das camadas populares e se abria a um diálogo mais estreito com diferentes setores da sociedade72. Esse movimento foi gestado em um contexto de forte apelo memorialista em torno da comemoração do centenário da cidade, propiciando um momento singular de operação com a memória da cidade resultando em inúmeras práticas celebrativas e evocativas do passado da cidade. Segundo Julião (2004, p. 179), a ap o i aç o do e te io de Belo Ho izo te se o e teu e [...] fo te p oduto a de legitimidade da gest o u i ipal p oduzi do u o ju to de aç es de o ilizaç o e torno da memória e historia da cidade.

70 O documento final do Fórum destaca a necessidade de criação de uma Sociedade de Amigos do Museu, o

que se efetivou em 1994 com a fundação da AAMHAB - Associação dos Amigos do MHAB. Ela foi reconhecida como entidade de utilidade pública municipal pela Lei nº 9.622 de 30 de setembro de 2008. Tem por objetivo proporcionar a participação da comunidade nas atividades do Museu. Site:

http://www.amigosdomhab.org.br/. Acesso em 15 de abril de 2010.

71 A respeito desses processos de redefinição de instituições museais nos anos oitenta e noventa no Brasil, ver

Julião (2006). São exemplares as experiências do Museu Histórico Nacional, o Museu Paulista da USP e Museu do Ipiranga dentre outros.

72Em 1992 ocorre em Belo Horizonte a eleição do prefeito Patrus Ananias pela Frente BH – Popular constituída

pelos seguinte partidos: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Verde (PV), para gestão de 1993 a 1996. Para uma melhor compreensão do cenário político e dos agentes que protagonizaram os acontecimentos da historia política de Belo Horizonte neste período, ver: Dulci (1996).

As renovações no campo da museologia, sobretudo após o fim da Segunda Grande Guerra Mundial com a criação do ICOM73, alimentaram um processo de reflexões e mudanças nas instituições museais em busca de redefinição e ampliação do seu campo de ação cultural aprofundadas ao longo do século XX.

Na coletânea de textos intitulada A memória do pensamento museológico

contemporâneo organizado por Marcelo Araújo e Cristina Bruno, em 199574, para fomentar

as discussões no Seminário A Museologia Brasileira e o ICOM: convergências ou desencontros?75, foram reunidos documentos e depoimentos76 que sintetizam os principais desafios e enfrentamentos dos profissionais das instituições museais entre as décadas de 50 e 90 do século XX, frente aos dilemas em torno da função social dos museus: o Seminário Regional da Unesco sobre a função educativa dos museus no Rio de Janeiro em 1958; a Mesa Redonda de Santiago do Chile em 1972; a Declaração de Quebec de 1984 e a Declaração de Caracas de 199277.

O Seminário Regional da Unesco realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1958 trouxe a lume reflexões acerca do papel do museu como agente educativo, reiterando tal dimensão e aprofundando reflexões sobre o conceito de museu e as suas funções junto à sociedade.

Nas reflexões aprovadas no Seminário, o Museu é assim definido:

É um estabelecimento permanente, administrado para satisfazer o interesse geral de conservar, estudar, evidenciar através de diversos meios e essencialmente expor, para deleite e educação do público, um conjunto de elementos de valor cultural: coleções de interesse artístico, históricos, científico e técnico, jardins botânicos zoológicos e aquários, etc (ARAÚJO e BRUNO, 1995, p. 11).

Toral (1995) ressalta em seu depoimento a importância desse evento no debate museológico contemporâneo por tratar a fundo a problemática educacional dos museus e

73 Em 1946, é criado o Conselho Internacional de Museus (ICOM), órgão vinculado a UNESCO e que exerce

importante papel na condução das ações e reflexões do campo da museologia em todo o mundo.

74 Ver Araujo, Marcelo M & Bruno, M. Cristina de O. A memória do pensamento museológico contemporâneo:

documentos e depoimentos. Rio de Janeiro: Comitê Brasileiro do ICOM, 1995. Disponível em: <http//www.icom.org.com.br>. Acesso em 20 de julho de 2011.

75 O Seminário foi organizado pelo Comitê Brasileiro do ICOM, sob a coordenação de Marcelo Mattos Araújo e

Maria Cristina Oliveira Bruno e ocorreu no Anfiteatro do SESI em São Paulo, em novembro de 1995.

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Cada um dos documentos reunidos na publicação é precedido pelo depoimento de um profissional de destaque no cenário museológico internacional e que esteve envolvido na sua elaboração, conforme Araujo e Bruno (1995, p. 6).

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por colocar em xeque o tradicionalismo que marcava as instituições museais e o enclausuramento em que eles viam confinados.

A necessidade de conexão com os problemas contemporâneos e de ruptura com o isolamento que marcaram os primórdios dessas instituições trazia para o centro das preocupações do campo museológico a dimensão comunicativa e educativa do museu. Nessa medida, sugestões para a superação do isolamento passavam pela incorporação pelos useus de: [...] p og a as did ti os di igidos edu aç o fo al e a utilizaç o de eios de comunicação como o rádio, o cinema e a televisão para atingir diferentes camadas da populaç o e da isi ilidade aos se iços p estados po esta i stituiç o so iedade e geral (TORAL, 1995, p. 9).

O reconhecimento da importância de se conferir à educação um status semelhante às outras fi alidades do useu essaltado o do u e to: [...] t ata-se de dar à função educativa toda a importância que ela merece sem diminuir o nível da instituição, nem colocar em perigo o cumprimento das outras finalidades não menos essenciais: conservação físi a, i estigaç o ie tífi a, deleite, et ARAÚJO e BRUNO, , p. , desta a do-se o papel do museu como produtor de serviços educativos e transmissor de conteúdos essenciais à sociedade.

A relação com a escola é considerada indispensável, embora ainda seja possível identificar uma concepção utilitarista na medida em que o museu era visto com espaço de ilust aç o de o teúdos a st atos t atados a es ola: [...] olo a-se a disposição da escola a capacidade do museu de objetivar muitos dos conceitos abstratos que se impõem ao e si o ARAÚJO e BRUNO, , p. .

Nos anos sessenta, os movimentos pela democratização da cultura, sobretudo na Europa, exigem mudanças na política cultural até então legitimadora da cultura das elites, intensificando as críticas às instituições culturais, dentre elas os museus e as universidades, impulsionando reformulações nas suas estruturas e redefinições de seus papéis (SUANO, 1986).

As discussões realizadas em 1972 na Mesa Redonda de Santiago do Chile, sob os impactos das novas reivindicações, redefiniam um novo papel social ao museu enquanto instituição comprometida com as transformações sociais, lançando as bases de uma nova museologia. Ao preconizar o estreitamento dos vínculos com as questões comunitárias, o museu deveria se converter em importante instrumento de transformação da sociedade,

acentuando sua dimensão política. Para Varine (1995), o que existiu de mais inovador no evento de Santiago foi a proposição do conceito de museu integral que operava com a busca da compreensão da totalidade dos problemas da sociedade e defendia a ideia do museu enquanto ação, ou seja, como instrumento dinâmico de mudança social, agente da educação permanente (VARINE, 1995).

A Declaração de Quebec (1984) viria aprofundar as questões levantadas na Mesa Redonda de Santiago, sobretudo no que se refere ao papel social da museologia. Segundo Mau o C. Couti ho : , [...] po oposiç o a u a useologia de oleç es, to a a fo a u a useologia de a te so ial . Pa a esse auto , ais do que apresentar o idades o eituais, esse do u e to e ide ia a [...] u a ealidade useol gi a profundamente alterada desde 1972, por práticas que revelavam uma museologia ativa, a e ta ao di logo e dotada ago a de u a fo te est utu a i te a io al (COUTINHO,1995, p.28). Assim, os anos oitenta se tornam cruciais para a consolidação das novas tendências da museologia com o lançamento do Movimento Internacional da Nova Museologia (MINOM), gestado em Quebec, em 1984, e fundado em Portugal no ano seguinte, influenciado pela ampliação da concepção de cultura e patrimônio capazes de incorporarem as múltiplas manifestações culturais da sociedade78.

No Brasil, as repercussões dessas transformações se fizeram sentir em alguns processos de revitalização de instituições brasileiras, por meio da reestruturação física, da adequação no tratamento do acervo e, sobretudo, da implantação de serviços educativos. Como assinala Julião (2006, p.28),

[...] o movimento de renovação dos museus repercutiu no Brasil, nos anos setenta e oitenta, com iniciativas que buscaram revitalizar várias instituições, adequando-as aos parâmetros da nova museologia. Em linhas gerais, promoveram-se a reformulação de espaços físicos e de exposições, a adoção de critérios e procedimentos adequados de conservação e segurança dos acervos, e, sobretudo, a implantação de serviços educativos referenciados no princípio da participação do público na construção de relações culturais.

78 A definição de cultura como o conjunto de disposições e qualidades próprias de um indivíduo culto e

ilustrado torna-se restritiva, passando a corresponder ao conjunto de traços que caracterizam o modo de vida de uma sociedade ou grupos sociais, em uma das muitas acepções do termo. Para uma revisão do conceito de cultura e suas mutações, ver: Gomes (2009), Laraia (2009), Forquin (1993) dentre outros. Esse alargamento conceitual ocorre também com a concepção de patrimônio na atualidade, que deixa de se referir apenas ao conjunto de bens materiais de uma sociedade para incorporar dimensões simbólicas da vida social. Sobre as mutações no conceito de Patrimônio ver Abreu e Chagas (2009), Funari e Pelegrini (2006), Fonseca (2009), Castriota (2009) dentre outros.

Os anos noventa colocam questões novas para a museologia, sobretudo aquelas relativas à relação dos museus com o público e, nessa medida, a Declaração de Caracas (1992) veio enfatizar o papel do museu como meio de comunicação da sociedade. Segundo Horta (1995), o documento de Caracas retoma os princípios e pressupostos da Mesa Redonda de Santiago, mas confere a eles maior densidade e aprofundamento, delimitando mais precisamente o campo de atuação dos museus, acentuando seu protagonismo social.

Pa a Ho ta , p. , a afi aç o dos useus a t a a so ial e ue est o inse idos e ige a supe aç o de u a posiç o ate u ti a e ede to a e se olta pa a a construção do diálogo mais próximo com a comunidade. Para Horta (1995, p. 34),

[...] a função pedagógica (afirmada em 1958 no Rio de Janeiro), transforma- se em missão comprometida, não mais com a sociedade, em termos vagos, mas com a comunidade em que estão inseridos, ou que buscam inserir-se, para ter alguma razão de existir.

Nessa direção, Nascimento (2005) ao analisar aspectos da arquitetura dos museus contemporâneos, argumenta que

[...] as novas tendências da museologia manifestam a nova diversidade das práticas sociais que, em geral, afastam-se de formas consagradas de edifícios majestosos e reluzentes e aproximam-se de uma arquitetura ousada e integrada ao contexto do visitante. Os museus buscam abordar os temas a partir de uma problematização contemporânea e evolutiva para não se tornarem obsoletos. (NASCIMENTO, 2005, p.223)

A importância atribuída ao público recoloca o debate sobre o potencial educativo dos museus, aspecto que pode ser verificado pelo número de congressos, simpósios e fóruns realizados nos últimos vinte anos no Brasil abordando essa temática79. Como ressalta Julião , p. [...] o o e e hu a out a po a, o papel edu ati o e a elaç o dos museus com a comunidade, tornam-se, de fato, questões nucleares do pensamento e de práticas

useol gi as .

Assim, do surgimento dos primeiros museus até hoje, mudanças sociais irromperam sobre essas instituições de memória e promoveram transformações substanciais em sua conformação. Muitos museus, não de forma linear, tão pouco generalizada, vivenciaram

79 A respeito dos debates em torno da questão educacional nos museus, ver Vasconcellos (2006, s/p): O

número de congressos, simpósios e fóruns realizados nos últimos vinte anos em diversas cidades de nosso país, vem demonstrando essa preocupação não apenas por parte dos profissionais que atuam diretamente no âmbito museológico, mas também no mundo acadêmico. O resultado disso pode ser medido pela expressiva qualidade na produção de artigos, monografias, dissertações e teses voltadas para a abordagem da questão edu a io al os useus das ais dife e tes i stituiç es a ad i as de osso país .

renovações e redefinições do seu papel social, implementando mudanças estruturais na sua concepção, promovendo alterações nas suas funções científico-documentais, educacionais e culturais no anseio de compatibilizar suas atividades com as novas demandas sociais. Assim,

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