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O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA

No documento Marcio Claudio Contini.pdf (páginas 80-83)

3 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

3.4 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA

À medida que aumenta a complexidade das operações dentro de uma empresa, cresce, também, a necessidade por informações que sirvam de suporte à administração. Como se verificou nos tópicos anteriores, a Contabilidade possui um sistema de informação voltado exclusivamente ao fornecimento de informação para usuários internos e externos à entidade.

Embora profissionais e acadêmicos da área reconheçam o longo e, talvez, impossível caminho a percorrer no sentido de tornar esse sistema de informação completo aos olhos de todos os seus usuários, as informações produzidas pela Contabilidade são notadamente valiosas à administração.

Não se pode deixar de reconhecer que o ambiente contábil, por abarcar muitas das principais informações de diversas áreas das empresas (em alguns casos todas as informações de determinadas áreas) corresponde, hoje, talvez à sua principal fonte de informação interna. Em função disso, organizar e estruturar todo o processo de geração dessas informações, bem como o seu processo de reporting aos diversos gestores existentes, passou a ser uma tarefa de extrema complexidade.

Para que essa tarefa pudesse ser organizada de maneira mais adequada dentro das organizações, surgiu, ao longo dos anos, um departamento específico dentro da empresa com o objetivo de estruturar todo esse processo, bem como facilitar a divulgação dos seus resultados aos diversos gestores interessados. A essa divisão deu-se o nome de Controladoria.

É importante observar que tudo o que está relacionado à divisão de controladoria guarda estrita relação com a Contabilidade. Na verdade, do ponto de vista prático e levando em conta nossa experiência profissional, parece que a Controladoria de uma empresa nada mais é do que o departamento de

contabilidade no exercício de sua função mais ampla de organização, controle, avaliação e reporte.

Essa visão parece acertada se avaliada sob o enfoque da importância desse departamento na gestão, o que é inequívoco. Para que um departamento de Controladoria se justifique dentro de uma organização é necessário que o processo de gestão da empresa tenha certo grau de complexidade e que a alta administração demande com frequência por uma espécie de consultoria especial. Essa consultoria pode ser prestada por um time de trabalho cujas experiências e habilidades profissionais sejam capazes de acumular o conhecimento produzido pela empresa, bem como torná-lo acessível aos administradores.

Em um negócio pequeno, ainda em evolução, não há condição financeira de se organizar um departamento de Controladoria, até porque todas as dúvidas eventualmente emanadas da administração podem ser sanadas pela figura do próprio Contador interno ou externo, que, sem dúvida, detém o conhecimento técnico necessário para resolver ou encaminhar a resolução de muitos dos problemas empresariais.

Nas empresas de médio e grande porte, à frente desse departamento, está a posição do chamado “Controller”, um profissional considerado como um dos executivos-chave da empresa e que participa ativamente de atividades importantes como o planejamento e o controle gerencial de diversas áreas.

Para Figueiredo e Caggiano (2004, p. 29), o papel do Controller da organização é o de “[...] por meio do gerenciamento de um eficiente sistema de informação, zelar pela continuidade da empresa, viabilizando as sinergias existentes, fazendo com que as atividades desenvolvidas conjuntamente alcancem resultados superiores aos que alcançariam se trabalhassem independentemente.”

Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 15) defendem que “os controllers tem um papel ascendente como “consultores internos”, ajudando os gestores a obter informações relevantes para suas decisões.”

Apesar desse status implícito de consultor, os Controllers são empregados efetivos das organizações e detêm autonomia para desenvolver, implementar ou alterar os sistemas de informação da empresa, bem como alinhá-los aos objetivos estratégicos estabelecidos pela alta administração,

nesse caso, representados pelas orientações daqueles que são geralmente seus superiores diretos, ou seja, os Diretores Financeiros ou CFO - Chief Financial Officer, como são chamados nas empresas americanas ou naquelas que tem investimento em outros países e nas quais se usa o inglês como idioma oficial de comunicação.

A divisão de Controladoria é responsável por algumas áreas dentro da empresa que, no geral, correspondem aos seguintes departamentos:

a) Contabilidade Societária; b) Contabilidade de Custos;

c) Planejamento e Controle Orçamentário; d) Auditoria Interna;

e) Faturamento e Impostos; f) Controle Patrimonial;

g) Contas a Pagar e a Receber.

Para Catelli (2006, p. 346), a missão da divisão de controladoria é “assegurar a otimização do resultado econômico da organização.”

Ainda segundo Catelli (2006, p. 351), para atingir esse objetivo principal a Controladoria utiliza-se, além do conhecimento técnico específico de cada um de seus membros no exercício de suas funções, instrumentos de Processo de Gestão e Sistemas de Informações.

O chamado Processo de Gestão diz respeito a como os trabalhos são organizados dentro da divisão de Controladoria para que seus resultados convirjam ao alcance da sua missão. Esse processo é organizado entre as seguintes etapas:

a) Planejamento estratégico: em que são projetados os cenários futuros

ante as metas estabelecidas pela alta administração;

b) Planejamento operacional: no qual são avaliados os diversos planos

operacionais possíveis na busca do cenário futuro pretendido;

c) Programação: representando a fase em que o planejamento é ajustado

às possíveis dificuldades da rotina da empresa;

e) Controle: em que é avaliado se os objetivos pretendidos pelo plano

estratégico estão sendo alcançados.

Cada uma dessas fases do Processo de Gestão somente é possível de ser realizada com eficiência e alinhamento aos objetivos gerais da organização porque existem Sistemas de Informações desenvolvidos para oferecerem a matéria-prima de cada uma dessas etapas.

Esses sistemas são os mais diversos possíveis e não representam, necessariamente, sistemas informatizados como o termo pode levar à interpretação. São diversos recursos, tarefas e pessoas envolvidas no seu processo e o resultado representa, para cada uma de suas etapas, um suporte informacional capaz de permitir que a missão da divisão de Controladoria torne-se possível, mediante a oportunidade de informar a gestão sobre a real situação econômica da organização em relação às metas previamente definidas.

No documento Marcio Claudio Contini.pdf (páginas 80-83)