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C. Acesso aos serviços, equipamentos, habitação, saneamento ambiental, transporte e mobilidade

II- O Plano Diretor e a Política de Habitação

1. A existência de diagnóstico identificando a situação habitacional do município, com ênfase nas desigualdades sociais nas condições de moradia e no déficit habitacional. Identificar se essa avaliação incluiu levantamentos específicos ou se o plano prevê a elaboração de cadastros de moradias precárias.

Não tivemos acesso ao diagnóstico sobre a situação habitacional do município.

O Plano prevê a implantação de um sistema de informações de habitação de interesse social que inclua os tipos de irregularidades e a localização dos assentamentos precários e um cadastro sócio-econômico unificado (artigo 82)

2. As diretrizes estabelecidas para a política de habitação. Constituem diretrizes para a política de habitação:

“I -prioridade em programas e projetos habitacionais para atendimento a famílias em situação de miséria absoluta, residentes em assentamentos precários, em unidades sujeitas à desocupação ou sem condições de habitabilidade, incapazes de arcar com quaisquer ônus

financeiros com a moradia; ou famílias cujas capacidades aquisitivas possibilitam arcar com um dispêndio irregular e insuficiente com a moradia, que sem subsídios permite residência apenas em assentamentos precários;

II – prioridade no atendimento à habitação de interesse social nas áreas indicadas como Zonas Especiais de Interesse Social;

III – reassentamento da população apenas em situação de risco à vida ou ambientais, garantindo relocação das famílias para áreas próximas ao local de remoção ou dotada de programa de geração de trabalho e renda;

IV– integração da política habitacional a programas de geração de trabalho e renda, saneamento ambiental e regularização urbanística e fundiária;

V– integração da política habitacional à política urbana e ambiental;

VI – consonância da política habitacional aos condicionantes ambientais do Município, à capacidade de infra-estrutura e serviços urbanos;

VII – articulação da política habitacional municipal às políticas e programas federais e estaduais e de outros agentes intervenientes da Cidade, para otimizar os recursos e melhor enfrentar as carências habitacionais;

VIII – articulação com os municípios vizinhos e com os órgãos estaduais para integração das políticas de desenvolvimento que evitem o êxodo rural;

IX – fortalecimento institucional dos órgãos e entidades envolvidos com a habitação de interesse social;

X – participação, fiscalização e controle pelos moradores locais e poder público nas intervenções de habitação de interesse social;

XI – formação de um controle social na atuação pública na habitação de interesse social; XII – agilidade nos procedimentos de aprovação dos empreendimentos de habitação de interesse social.” (artigo 80)

3. A definição de objetivos (e o grau de concretude dos mesmos) e o eventual estabelecimento de metas concretas.

As metas da política habitacional podem ser resumidas da seguinte forma:

“Art.82. A implementação da política habitacional no Município de São Francisco de Itabapoana se dará mediante:

I – aperfeiçoamento da legislação municipal relativa a Política Habitacional;

II – implantação de um sistema de informações de habitação de interesse social que inclua os tipos de irregularidades e a localização dos assentamentos precários e um cadastro sócio- econômico unificado;

III – ação conjunta das secretarias responsáveis pelo planejamento, construção, meio ambiente, ação social, saúde e educação;

IV – integração de agendas e programas afins à habitação de interesse social com órgãos e entidades federais e estaduais e com os municípios vizinhos;

V – caracterização das várias condições dos assentamentos precários e dos programas e critérios adequados a cada situação;

VI – definição e implementação de programas voltados para: a) eliminação dos riscos na moradia relacionados à vida ou à saúde; b) melhorias habitacionais;

c) promoção de novas unidades habitacionais de interesse social. VII – regularização urbanística e fundiária.”

Esses objetivos que se confundem com as diretrizes podem ser considerados muito generalizáveis, não são estabelecidas tarefas mais concretas na explicação dos mesmos. 4. A definição de uma estratégia de aumento da oferta de moradias na cidade pela intervenção regulatória , urbanística e fiscal na dinâmica de uso e ocupação do solo urbano.

No texto do Plano não existe uma estratégia clara de aumento da oferta de moradia, apenas uma diretriz para implementação de ZEIS que prioriza população residente em assentamentos precários ou áreas vazias ou subutilizadas mas não há uma definição de um dado “multiplicador” de moradias. Também há uma intenção de aumentar a oferta de habitação de interesse social através de financiamentos de longo prazo e investimentos de recursos orçamentários a fundo perdido.

5. A definição de instrumentos específicos visando a produção de moradia popular. Verificar se o plano define instrumentos específico voltado para cooperativas populares.

Além da instituição das ZEIS, não há a definição de outros instrumentos específicos visando a produção da moradia popular e nem cooperativas populares.

6. A criação de programas específicos (urbanização de favelas, regularização de loteamentos, etc.)

A regularização urbanística e fundiária faz parte do conjunto de diretrizes da política habitacional. Com relação aos instrumentos definidos para regularização é definida a concessão de uso especial para fins de moradia através da qual o Município poderá outorgar o título de concessão de uso especial para fins de moradia àquele que possuir como seu, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, imóvel público municipal localizado na Área Urbana e com área inferior ou igual a 250m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados), desde que utilizado para moradia do possuidor ou de sua família. Essa concessão também pode ser feita coletivamente para imóveis maiores de 250 m2 à famílias que ocupem o imóvel há mais de 5 anos.

7. A utilização dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade – em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de habitação definida no plano diretor, observando a aplicação desses instrumentos em áreas definidas, seus objetivos e o estabelecimento de prazos. Não existe uma relação explícita entre os instrumentos do Estatuto da Cidade presentes no Plano e a política habitacional. Como já mencionado, o Plano não trabalha com a idéia de “função social da propriedade”. Utiliza conceitos como “imóvel subutilizado” mas não relaciona isso diretamente com o acesso à terra urbana.

Com relação a outorga onerosa do direito de construir, os recursos auferidos estão definidos como sendo preferencialmente aplicáveis no Fundo Municipal de Habitação e na aquisição de terrenos destinados à promoção de habitação de interesse social.

8. O uso de outros instrumentos voltados para a política habitacional tais como consórcios imobiliários, operações interligadas com destinação de recursos para o Fundo de Habitação, etc.

Não se aplica.

9. O estabelecimento de plano municipal de habitação, a definição de objetivos, diretrizes e o estabelecimento de prazos.

Não se aplica

10. A existência de princípios e objetivos que visem a ação articulada com os níveis de governo estadual e federal.

Dentro das diretrizes da política habitacional existe um princípio que propugna “articulação da política habitacional municipal às políticas e programas federais e estaduais e de outros agentes intervenientes da Cidade, para otimizar os recursos e melhor enfrentar as carências habitacionais”; ou ainda no artigo 87: “A implementação dos programas de atendimento à habitação de interesse social deverá propiciar parcerias e cooperação técnica com órgãos governamentais, entidades e associações, públicas e privadas, financiamento de diversas fontes e doações, possibilitando ações de fortalecimento da capacidade produtiva das comunidades e sua inserção social.”

11. A instituição de fundo específico de habitação de interesse social, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado à habitação), e suas fontes de recursos, observando: (i) o detalhamento da destinação dos recursos do Fundo; (ii) quem gere o Fundo criado; (iii) quais são as receitas do Fundo; (iv) a necessidade de legislação específica; (v) prazos estabelecidos.

O Fundo Municipal de Habitação é citado na outorga onerosa do direito de construir entretanto ele não é regulamentado pela lei.

12. A existência de definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como tornar obrigatório a existência de um Programa de Habitação a ser

contemplado nos instrumentos orçamentários PPA,LDO e LOA ou a determinação de prioridades de investimentos, a definição de obras e investimentos concretos na área habitacional, por exemplo.

Não se aplica

13. A definição de critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Não se aplica

14. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política habitacional. As metas estabelecidas pela política habitacional não respondem claramente a todas as diretrizes estipuladas. Estas são bastante genéricas e não existe um detalhamento de “como” realizar determinados objetivos. O artigo 85 que trata dos objetivos da promoção de habitação de interesse social apresentam aspectos mais generalizáveis e diferentes da

seção que trata da política habitacional propriamente dita (artigo 80) como por exemplo a idéia de contenção do êxodo rural.

15. A definição dos instrumentos e mecanismos de controle social na política de habitação.

Não se aplica2.