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2. Infra-estruturas e SIG

2.6. O potencial dos WebGIS na gestão de infra-estruturas

A utilização dos SIG no planeamento e gestão de infra-estruturas tem verificado um aumento considerável, por serem ferramentas facilitadoras, tanto na fase de levantamento de dados, como no seu processamento e representação através da cartografia digital temática por camadas. Independentemente do tipo de informação a ser disponibilizado, ela

11 Acrónimo para Graphic User Interface 12 Acrónimo para Wireless Application Protocol 13 Acrónimo para Local Area Networks 14 Acrónimo para Wide Area Networks

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possui uma distribuição geográfica e assim como um gráfico apresenta informação numérica num formato de fácil compreensão, um mapa pode mostrar de forma mais clara que qualquer informação tabular, o modo como esta se relaciona com o local (Kropla, 2005).

Os mapas tradicionais, em papel, não são muito práticos, por serem estáticos e difíceis de manter. Mas com a evolução da Internet como principal meio para partilha de informação à escala global e também como um importante agente impulsionador e difusor da criatividade tecnológica (Mochón, 2004 In Silva, 2008), mais ainda com o desenvolvimento das novas tecnologias, surgiram os mapas digitais que vieram garantir a comunicação e partilha dinâmica de informação actualizada e em tempo real. Inicialmente, a disponibilização de mapas na Internet era feita de forma estática, sem a possibilidade de intervenção por parte do utilizador, mas actualmente pode-se verificar que há cada vez mais sítios e portais a recorrerem a serviços de mapas dinâmicos, desenvolvendo aplicações WebGIS de serviços especializados a serviços mais abrangentes em termos temáticos (Silva, 2008), como por exemplo pesquisa e visualização de moradas e nome de ruas, disponibilização de mapas com previsão do estado do tempo, etc. Portanto as funcionalidades dos SIG, para além de se tornarem acessíveis a um crescente número de utilizadores, ampliaram as suas áreas de aplicação (Peng e Yu, 2002).

As principais vantagens associadas às aplicações WebGIS, estão relacionadas com o facto de elas permitirem desenvolver serviços de mapas dinâmicos na Internet com grande potencial visual e gráfico, nomeadamente através da representação espacial e da informação em camadas, de forma a satisfazer as necessidades do utilizador móvel, fornecendo serviços que requerem informações em tempo real utilizando tecnologia de rede sem fio (Barriguinha, 2008). A constante evolução tecnológica faz com que hoje em dia as funcionalidades SIG não estejam apenas em computadores desktop, mas também disponibilizados em portáteis e em dispositivos móveis como PDA15, sistemas GPS e telemóveis. Surge assim o conceito de SIG móvel. Uma das potencialidades do SIG móvel é permitir que alguém ao fazer um trabalho de campo, directamente no terreno possa efectuar a recolha, o armazenamento, a actualização e análise dos dados geográficos.

A visão da centralização de dados geográficos, proporcionada pelos WebGIS é sem dúvida importante, porém, o potencial do WebGIS vai além disso. Os métodos e as ferramentas são genéricos e de interesse a um número muito maior de utilizadores do que um determinado conjunto de dados. Segundo Peng e Tsou (2003), pode-se assim entender que a partilha desses métodos e ferramentas potencialmente tem um retorno superior à simples partilha de dados. Ainda segundo os autores, o verdadeiro valor dos SIG distribuídos pela Internet não se refere às tecnologias mas nos serviços prestados pelos profissionais de SIG e nas aplicações produzidas pelos utilizadores, tornando desta forma os utilizadores e o conteúdo da informação disponibilizada, a chave do sucesso de um WebGIS.

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As tecnologias WebGIS permitem disponibilizar dados no formato vectorial e matricial, possibilitando a divulgação de uma ampla variedade de tipos de informação, como por exemplo imagens de satélite, ortofotomapas, levantamentos topográficos, planos de ordenamento territorial, dados de caracterização do território, e, com particular significado para este trabalho, redes de infra-estruturas. Relativamente à gestão de infra-estruturas, uma ferramenta WebGIS pode ser constituída por um sistema geográfico disponibilizado via Internet, de apoio na georeferenciação das utilidades instaladas e registo de informações relacionadas, que coloca funcionalidades de SIG ao alcance de utilizadores, sem exigir que se façam investimentos em relação a software SIG ou mesmo em formação técnica especializada.

O sistema se baseia na utilização de dados geográficos específicos estruturados de acordo com um modelo de dados comum que contempla os diferentes aspectos dos diversos tipos de infra-estruturas abordados, e cuja recolha, organização e manutenção, pode ser assegurada pelos técnicos do Ministério especializados em SIG. Os dados são mantidos num servidor localizado nas instalações do próprio Ministério, e podem ser acedidos remotamente pelos utilizadores com acesso pela Internet ou intranet a uma aplicação especializada que disponibiliza as funcionalidades básicas SIG encontradas nos SIG desktop. É uma forma acessível de distribuir informação espacial.

Saber onde as infra-estruturas estão localizadas, assim como fazer a recolha de dados úteis e precisos da forma mais eficiente possível é essencial para uma boa gestão. Sendo possível atingir esses objectivos através de um WebGIS, pode-se considerar que é uma ferramenta com potencial de grande utilidade na gestão dos diferentes tipos de infra- estruturas. Contudo convêm levar em consideração as possíveis limitações como por exemplo a demora da resposta das aplicações às solicitações dos utilizadores, embora isso possa ser causado por outros factores como a intensidade do tráfego, a capacidade da ligação à Internet, bem como o volume de dados e a capacidade de processamento relativamente às funcionalidades solicitadas (Simplício, 2010).