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O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

No documento PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (páginas 59-63)

Outros autores têm contribuído no que se refere à importância da construção do conhecimento.

6. GESTÃO PEDAGÓGICA

6.5. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

O processo educacional possui ampla riqueza de complexidade. Em função disto, muitas vezes con- tribui para o crescimento das práticas pedagógicas. Já em outras situações, contribui para que algumas dimensões fiquem confusas ou, até mesmo, desviadas dos seus objetivos principais. É possível afirmar que, em parte, este fenômeno ocorreu com a avaliação escolar. Por muito tempo, a avaliação transfor- mou-se em instrumento de controle, de poder, de autoritarismo e de punição. Ela foi e, ainda, muitas vezes é usada para classificar os alunos em inferiores, médios e superiores, para dar e tirar notas e, assim, aprovar ou reprovar alunos.

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Devido a esta constatação, tornou-se imperativo, urgente, vital e importante para a construção do novo perfil da escola e do profissional da educação, revisar os conceitos e o papel da avaliação no proces- so de ensino e de aprendizagem. Destarte, o PROJEÇÃO tem longa história de estudo, reflexão e empenho para compreender melhor a natureza da avaliação e usá-la de forma construtiva, tanto para os alunos como para o professor e a escola.

Retomamos, a seguir, conceitos e princípios que orientam nossa prática, com a finalidade de buscar o sentido sempre novo que nos faz crescer como educadores que ensinam, aprendem, avaliam, são avalia- dos e procuram exercer a prática da auto-avaliação como forma de crescimento pessoal e profissional.

6.5.1. Conceito de Avaliação

A palavra “avaliação” possui um sentido bem amplo, gerando possibilidade de diferentes significados e interpretações. Pode-se aplicar o termo “avaliação” no sentido de verificar, medir, classificar, diag- nosticar, atribuir juízo, ou seja, emitir julgamento de alguém ou de alguma coisa, partindo de critérios definidos. Por outro lado, os dados da avaliação nada mais são do que subsídio para orientar a toma- da de decisão ou, ainda, para elaborar e apresentar diagnóstico. Partindo dessas constatações, pode- se afirmar que avaliar significa diagnosticar o grau de adequação entre os conhecimentos desenvolvi- dos e os critérios em relação aos objetivos previamente estabelecidos. Assim sendo, podemos concluir que a não-definição de critérios e de objetivos anula qualquer prática de avaliação.

A palavra “avaliar” tem origem no latim, valere, e quer dizer ter saúde, ser forte, ter valor. Assim, signi- fica reconhecer ter valia, atribuir valor, apreciar ou estimar o esforço, calcular, reconhecer a grandeza, a intensidade, a força, e determinar o preço ou o merecimento.

Neste sentido, a avaliação seria encerrada com o estabelecimento de juízo de valor sobre a realidade como algo conclusivo. Entretanto, na perspectiva pedagógica, isto não é suficiente. Aqui, a avaliação tem sentido mais amplo e profundo. É entendida como um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão (Luckesi).

Avaliação é processo de diagnóstico para evidenciar as necessidades a partir do confronto entre a situa- ção atual e a situação desejada. Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção do co- nhecimento do educando para ajudar a superar os obstáculos encontrados. Assumimos, pois, a avalia- ção como acompanhamento e transformação do processo ensino-aprendizagem, que exige: observa- ção, registro, análise, comunicação e tomada de decisão, como nos mostra Celso Vasconcellos. Para que a escola alcance seus objetivos, a avaliação não pode ser realizada somente após o apren- dizado, mas é preciso que seja parte integrante do processo de ensino. Temos definido que nosso grande objetivo é Aprender a Aprender. Assim sendo, a avaliação deve ser contínua, sistêmica e abrangente, de tal forma que possa permear todo o processo de Ensino e de Aprendizagem.

Tem, ainda, a finalidade de identificar o estágio de desenvolvimento de cada aluno para que o profes- sor tenha tempo hábil de refazer o seu planejamento, retomando o processo. Por essa forma, todos

poderão, com certeza, construir aprendizagens significativas e de acordo com as condições delas, estabelecer valores adequados.

6.5.2. Avaliação como Prática de Aprendizagem

Com a finalidade de acompanhar e assessorar o professor na prática da avaliação, o PROJEÇÃO propõe que o processo de avaliação contemple uma fase inicial, em que o professor realiza uma sondagem em relação ao nível de aprendizagem dos estudantes, com o levantamento de dados que, organizados, estudados e analisados, permitem a elaboração de um diagnóstico inicial. Tal investi- gação tem como finalidade conhecer o perfil dos alunos, buscando assim adequar o planejamento à realidade e às características dos mesmos, assegurando entretanto que os estudantes da respectiva série recebam todas as condições que possibilitem a aprendizagem, a apropriação do conhecimento e possam alcançar o padrão estabelecido pela Instituição. O professor, em sintonia com a coorde- nação pedagógica definirá o processo de planejamento, tendo o cuidado de considerar a realidade dos estudantes, os conteúdos da série e o calendário escolar.

Ao concretizar o planejamento das aulas, utilizando-se do método científico, o professor do PROJEÇÃO estabelece, como procedimento central da avaliação, analisar o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem, caracterizando, assim, uma avaliação processual.

Tendo como referência principal o método, que adotamos como princípio norteador das práticas de ensino, entendemos que a avaliação deva ser parte integrante em todas as fases do processo, fornecen- do elementos para que o professor obtenha condições de fazer a gestão do ensinar e do aprender. Sem excluir outras formas de avaliar, definimos alguns critérios julgados essenciais, tais como:

a) Na apresentação do tema, a partir dos conhecimentos prévios dos estudantes, determinam-se pro- blemas, levantam-se hipóteses, delimitam-se focos de aprofundamento e de estudo. Nessa fase, a avaliação poderá ser feita pela participação, pela forma de apresentar as informações e pela capaci- dade de estabelecer relações com o novo a ser descoberto;

b) Na coleta de dados, a avaliação poderá ser feita por meio da observação e da organização do mate- rial coletado, interação com o grupo, planejamento e organização;

c) Em relação ao processo de análise dos dados, a avaliação será feita em relação à capacidade de sis- tematizar, comparar, organizar, interpretar e analisar;

d) Na fase final do projeto referente às conclusões parciais ou finais, a avaliação deve ser focada quan- to à capacidade de síntese das informações e à constatação de efetiva produção de conhecimen- tos novos ou apenas de apropriação das informações em relação ao objeto do estudo;

e) Considera-se também relevante avaliar se a socialização dos resultados foi feita de forma inovado- ra, capaz de suscitar o desejo multiplicador de conhecer e de aprender sempre mais.

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Concebemos, portanto, a avaliação como processo que contempla a coleta de dados, a análise, a ela- boração de diagnóstico, as conclusões, a tomada de decisão e a mudança de procedimentos.

São os professores que definem os instrumentos de verificação sob a orientação da coordenação pedagógica, tendo como referência os critérios de avaliação definidos nos Planos de Estudos das séries ou das diversas áreas do conhecimento.

É importante registrar que nos encontramos em fase de transição quanto às práticas de ensino já exis- tentes em nossas escolas e à nova proposta pedagógica definida no Projeto Político Pedagógico. Assim sendo, haverá um plano de implementação em que será concebida a forma mais adequada para se chegar ao ideal desejado a curto, médio e longo prazos.

Ao elaborar o capítulo da Gestão Pedagógica do Projeto Político-Pedagógico, o objetivo foi enfatizar e dar maior visibilidade às concepções teóricas e metodológicas em relação ao processo de ensino e de aprendizagem do PROJEÇÃO. Acreditamos ser útil que todos tenham uma visão conjunta para incentivar o empenho coletivo, tendo como finalidade dar vida nova às nossas práticas formativas e pedagógicas. Desta forma, estaremos escrevendo uma das páginas mais importantes da história da educação, não só da nossa Instituição de Ensino, mas do processo como um todo, já que se encon- trarão novas formas de atuação com competência no Terceiro Milênio.

Certamente, não se atenderão a todas as necessidades e também não se encontrarão respostas para todos os problemas. Contudo, temos o mérito de estar estudando, refletindo e, assim, reinventando a escola que desejamos para os nossos alunos. Sonhamos juntos com a escola como Organização de Aprendizagem. E, quando chegarmos lá, estaremos prontos para conceber e concretizar outros mode- los, outras formas de sermos significativos para as novas gerações de estudantes.

REFERÊNCIAS

No documento PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (páginas 59-63)

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