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O Processo de Enfermagem

No documento Simone de Oliveira Pileggi (páginas 39-43)

3. Marco Teórico de Referência

3.2 O Processo de Enfermagem

Segundo a teoria da necessidade humana básica, proposta por Maslow (1970), certas necessidades são mais básicas do que outras, devendo algumas serem supridas antes de se procurar satisfazer outras (POTTER; PERRY, 2005).

Horta (1979), partindo do seu pressuposto, define a enfermagem como a “ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do auto-cuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais”. Ela ainda diz que para a enfermagem atuar eficientemente é necessário desenvolver sua própria metodologia de trabalho, fundamentada no método científico. Esse método científico é denominado Processo de Enfermagem.

Segundo esta mesma autora, Processo de Enfermagem “é a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano”.

Neste estudo, utilizaremos a classificação das necessidades humanas básicas adotada por Horta (1979) como estrutura do levantamento dos dados objetivos e subjetivos que são significativos para a nossa clientela.

3.2 - O Processo de Enfermagem

Horta (1979) diz que Processo de Enfermagem “é a dinâmica das ações

sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano”. Refere também que é caracterizado pelo interrelacionamento e dinamismo de suas fases e passos.

Segundo Galdeano (2002), os enfermeiros estão preocupados com o tipo de assistência prestada, e estão tentando estabelecer novos métodos de trabalho, embasados em valores éticos e organizados de forma a possibilitar a continuidade da assistência.

Horta (1979) refere que é a partir da sistematização da assistência de Enfermagem, que a profissão chega à sua maioridade, porém a autonomia profissional só será adquirida no momento em que toda a classe passar a utilizar essa metodologia científica em suas ações.

O termo “Processo de Enfermagem” começou a ser divulgado no Brasil a partir da década de 70, nos trabalhos de Wanda Aguiar Horta e até o momento é reconhecido como um método de sistematização da assistência de Enfermagem, pois dá aos cuidados de enfermagem, um caráter científico (JESUS, 1995; GALDEANO, 2002).

Para Jesus (1992) é um método sistemático de conduzir a prática da profissão, a partir da aplicação de um método científico, baseado na avaliação do estado de saúde do paciente, fazendo um levantamento de seus problemas reais e potenciais sob competência do enfermeiro.

O processo de enfermagem segundo Kenney (1990) é uma atividade deliberada, lógica e racional, e a prática da mesma é exercida sistematicamente.

Pimenta et al. (1993) referem que o processo de enfermagem é uma possibilidade de resposta a sérios questionamentos quanto à qualidade do cuidado e desenvolvimento científico da profissão.

É uma metodologia que busca a identificação das necessidades específicas do paciente, proporciona a elaboração de um plano de cuidados individualizado e facilita a comunicação dos profissionais envolvidos nos cuidados (GALDEANO, 2002).

Rossi (1992), em seu estudo, entende que é um conjunto de etapas como: coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. Estas etapas focalizam a individualização da assistência, fundamentada

nas teorias e modelos conceituais de Enfermagem. Também representa uma forma de registrar, documentar o plano de cuidados, constituindo-se um instrumento ético legal dos profissionais.

O processo de enfermagem é um instrumento no planejamento e execução dos cuidados (JESUS, 1992). Uma maneira de planejar e organizar as ações de Enfermagem prestadas ao paciente, embasada em conceitos científicos.

É um método sistemático e organizado também para administrar cuidados individualizados enfocando as respostas humanas, de um indivíduo ou grupo, a problemas de saúde atuais ou potenciais (ALFARO LEFEVRE, 2000).

Concordamos com Dalri (2000) quando define a idéia de que o profissional de Enfermagem que desenvolve a assistência fundamentada pelo processo de Enfermagem, através de um referencial teórico, será capaz de aprimorar suas habilidades teórico – práticas, associar e interrelacionar conhecimentos multidisciplinares, e, manter relações de trabalho melhor definidas e concretas.

O planejamento da assistência de enfermagem deve ser baseado no raciocínio crítico e em um modelo conceitual, visando a promover a recuperação do indivíduo. A prática de enfermagem na avaliação clínica, condução e organização de sua equipe de trabalho às estratégias administrativas, assistenciais, educativas e de pesquisa, tem um melhor resultado quando embasada no processo de Enfermagem (DALRI, 2005).

É importante dizermos que o processo de Enfermagem aproxima o enfermeiro e sua equipe de trabalho, do paciente. Estimula o enfermeiro na busca de conhecimentos técnicos – científicos, aperfeiçoamento de sua prática, na tentativa de garantir ao paciente uma assistência com qualidade.

O enfermeiro deverá compreender as etapas do processo de Enfermagem, tendo consciência de que o desenvolvimento da capacidade de compreensão e adaptação à realidade e ao grupo de indivíduo que assiste, permitirá a ele ser capaz de atender a uma filosofia de trabalho e a objetivos estabelecidos.

O processo de enfermagem é um método pelo qual essa estrutura é aplicada à prática de enfermagem. É uma abordagem deliberativa de solução de problemas, que exige habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais e está diretamente relacionada à satisfação das necessidades do paciente e da família (IYER; TAPTICH; BERNOCCHI – LOSEY, 1993).

Para estas mesmas autoras, o processo de enfermagem apresenta seis propriedades: intencional, sistemático, interativo, flexível e fundamentado em teorias. O processo é intencional, pois há uma meta; sistemático por utilizar uma abordagem organizada para alcançar seu propósito; dinâmico porque está diariamente em mudanças; interativo por basear-se em relações mútuas entre enfermeiro e paciente, família e outros; flexível por demonstrar adaptação à atividade de enfermagem em qualquer área de especialidade, e, por fim, o processo de enfermagem é fundamentado em teorias, por ser elaborado por uma ampla base de conhecimentos, onde se incluem as ciências físicas, biológicas e as humanas.

Horta (1979) descreve que é composto por seis fases ou passos. A primeira fase é a coleta de dados, que após serem avaliados e analisados, proporciona o raciocínio clínico que será estabelecido e concretizado com a segunda fase do processo, o diagnóstico de Enfermagem. O terceiro passo é o plano assistencial seguido do plano de cuidados ou prescrição das intervenções de enfermagem e o quinto passo, a avaliação onde será realizado o relato diário das mudanças que ocorreram, e, por fim a sexta fase, ou seja, o prognóstico de enfermagem, que é a

estimativa da capacidade do indivíduo em atender suas próprias necessidades básicas alteradas, após a implementação do plano de cuidados.

A sistematização da assistência de enfermagem que acataremos foi descrita por muitos autores como Rossi (1992), Alfaro – LeFevre (2002), Christensen e Kenney (1990), Doenges e Moorhouse (1991) e Potter e Perry (2005) os quais contemplam o processo em cinco fases: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação.

Considerando os objetivos deste estudo, a seguir faremos algumas considerações relacionadas às duas primeiras fases do processo de enfermagem: a coleta de dados e o diagnóstico de enfermagem.

No documento Simone de Oliveira Pileggi (páginas 39-43)