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3 A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO SERVIÇO DE

3.1 O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NO

Não há uma política Federal e Estadual de capacitação, relacionada ao fenômeno da violência sexual. Dessa forma, a unidade gestora do Serviço viabiliza meios para os profissionais estarem participando de congressos e seminários referentes à área de atuação e estar, assim, ampliando e aprimorando seus conhecimentos na área.

Segundo Iamamoto (2008, p. 21):

O exercício da profissão do Assistente Social é uma ação de um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Requer, pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes e passíveis de serem impulsionadas pelo profissional.

O profissional encontra, nessa área, diversas expressões da questão social, tendo que estar preparado para o enfrentamento das mesmas e para conseguir driblar as dificuldades institucionais existentes no meio das políticas públicas.

De acordo com Lima (2004, p. 3):

A ação profissional deve ser definida como um conjunto de procedimentos, atos, atividades pertinentes a uma determinada profissão e realizadas por sujeitos/ profissionais de forma responsável, consciente, sendo ela que coloca em movimento, no âmbito da realidade social, determinados projetos de profissão que, por sua vez, implicam em diferentes concepções de homem, de sociedade e de relações sociais. Assim, a ação profissional contém tanto uma dimensão operativa, quanto uma dimensão ética, e expressa, no momento em que é realizada, o processo de apropriação que os profissionais fazem dos fundamentos teórico-metodológicos e ético-políticos da profissão em determinado momento histórico.

O objeto de trabalho do Assistente Social é a questão social, que em suas múltiplas expressões, provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente, idoso, mulher, à luta pela terra, à efetivação dos direitos, entre outros. O trabalho deve ser realizado de forma ética e compromissado, estando sempre alerta, preocupados em fazer com que os direitos sejam garantidos. E que as pessoas envolvidas tenham suas expectativas alcançadas juntamente com toda a equipe do Serviço Social no Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Para Iamamoto (2008, p. 20):

Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo.

Conforme o mesmo Autor (idem), apreender a questão social é também aprender como os sujeitos a vivenciam. É necessário apreender a realidade em que o sujeito está inserido, bem como descobrir as condições de sua vida e as relações que o permeiam. Somente conhecendo o seu objeto de trabalho é que se pode conseguir intervir na sua realidade, realizando encaminhamentos e auxiliando nas decisões, sem que se exclua este sujeito do seu direito de decidir.

Em relação ao Serviço Social, a sua finalidade maior é a defesa dos direitos sociais, a ampliação da cidadania e a consolidação da democracia, princípios constantes do Código de Ética. A concretização desses objetivos depende, no entanto, da realização de ações concretas, viabilizadas através dos serviços prestados à população usuária. O resultado do trabalho do assistente social ocorre tanto no campo objetivo, através da prestação de serviços concretos necessário à reprodução material da força de trabalho, quanto no campo subjetivo, através de ações referentes às esferas ideológica, política, cultural etc ( SIMIONATTO, 1998, p. 12).

De acordo com Simionatto (1998), o Assistente Social trabalha com as relações sociais. Seu trabalho incide no modo de vida dos usuários, na sua cultura, nos seus valores, no seu arranjo familiar e, principalmente, na viabilização dos seus direitos.

Em outros termos, coloca em choque dois direitos, o direito à privacidade e o direito à proteção (sobretudo quando se relaciona aos membros mais frágeis), que se constitui num dos pontos mais controversos e mais difíceis de serem enfrentados no cotidiano da intervenção com famílias. Mais complicado se torna quando se observa que a permeabilidade dos limites da privacidade familiar é diretamente proporcional à sua vulnerabilidade social. As famílias pobres, “desestruturadas”, são mais facilmente visitadas por um assistente social, para verificar suspeitas de violência e educação inadequada. As famílias consideradas “normais” conseguem defender com

mais facilidade a sua privacidade, esconder com mais sucesso as suas violências e buscar alternativas de soluções sem publicitação (SIMIONATTO, 1998, p. 12).

O profissional precisa ter cuidado no seu trato com as questões que se apresentam em seu dia a dia, para não interferir na vida dos usuários, sendo cuidadoso com o diálogo que vai desenvolver, sem agredir nem culpabilizar, e muito menos desrespeitar este usuário que está ali. Quando o usuário chega até ao Assistente Social, ele já chega vulnerável, muitas vezes em situação de risco, precisando somente ser ouvido e tratado como “gente”.

Os Assistentes Sociais têm um Código de Ética que indica o rumo ético-político a seguir. O Código de Ética dos Assistentes Sociais afirma, como ética central, a liberdade. Implica a autonomia, emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais.

Segundo Iamamoto (2008, p. 78):

À medida que os direitos se realizam, alteram o modo como as relações entre os indivíduos sociais se estruturam, contribuindo na criação de novas formas de sociabilidade, em que o outro passa a ser reconhecido como sujeito de valores, de interesses, de demandas legítimas, passíveis de serem negociadas e acordadas.

As desigualdades sociais sempre existiram e sempre existirão. O que se pode fazer é minimizar a pobreza, realizando uma melhor distribuição dos produtos e serviços ofertados. Conforme Iamamoto (2008), o Serviço Social é necessário porque atua sobre questões que dizem respeito à sobrevivência social e material dos indivíduos. Viabiliza não só o acesso a recursos materiais, como incide no campo do conhecimento, dos valores, dos comportamentos e da cultura. Suas ações incidem sobre as condições de sobrevivência social da população, intervindo na vida dos sujeitos.

Conforme já mencionado, as pessoas atendidas no Serviço são crianças e adolescentes com suspeita ou vítimas de abuso e exploração sexual. Outras demandas se apresentam junto com o abuso e a exploração sexual: dependência química, violência, problemas de saúde, desemprego, tráfico de drogas, desnutrição, conflitos familiares, entre outros.

Para que o profissional do Serviço Social desenvolva um trabalho qualificado, ele precisa ter um conhecimento muito amplo, incluindo toda a rede socioassistencial municipal de atendimento à criança e ao adolescente (saúde, educação, lazer, esporte, cultura, etc.), do ECA, da LOAS , do SUAS, da Constituição Federal de 1988, da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social (NOB-RH/SUAS), da Lei Maria da Penha e, principalmente, realizar leituras sobre violência sexual infantil, pois não

existe hoje um curso que capacite profissionais para trabalhar com esta expressão da questão social.

A este propósito, Iamamoto (2008, p. 63) escreve: “as bases teórico- metodológicas são recursos essenciais que o Assistente Social aciona para exercer o seu trabalho: contribuem para iluminar a leitura da realidade e imprimir rumos à ação, ao mesmo tempo em que a moldam”.

As atribuições do Serviço Social no Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes são:

• colher dados referentes ao histórico do caso, conhecer a dinâmica familiar e as condições socioeconômicas da família, saber qual é composição familiar, entre outras informações necessárias ao atendimento e para o preenchimento do formulário;

• realizar visita domiciliar sistematicamente; • realizar visitas a instituições quando necessário; • apresentar o serviço aos usuários;

• envolver a família como parceira e participante ativa nesse processo de enfrentamento e atenção especializada;

• realizar encaminhamentos às políticas públicas de atendimento, visando à garantia dos direitos do cidadão;

• desenvolver ações sócio-emergenciais (Vale Transporte, Cesta Básica, etc.);

• desenvolver ações sócio-educativas, para o esclarecimento e sensibilização para a importância do atendimento no processo de revelação, da denúncia e da responsabilidade do agressor, orientações acerca do tratamento e atitudes a serem tomadas frente aos conflitos familiares;

• atendimento social individual, casal ou grupal sempre que necessário; • registrar acompanhamento social nos prontuários;

• solicitar recursos e/ou serviços disponíveis na esfera privada ou ONGs, que possam beneficiar as famílias do Serviço;

• participar do Estudo de Caso;

• participar de reuniões e eventos intra e extra Secretaria da Assistência Social relacionado ao trabalho desenvolvido;

• participar de audiência pública sempre que requisitado; • orientar e supervisionar estagiários na área do Serviço Social; • realizar palestras e cursos dentro da disponibilidade e

• socializar as informações obtidas do caso com a equipe. (Projeto Técnico do Serviço Sentinela, Palhoça, 2006).

O Serviço Social, após a decisão da equipe multidisciplinar, tem total liberdade para realizar os encaminhamentos e acessar à rede de atendimento, estando sempre em contato com o Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Casa Lar, as escolas do município, a Delegacia, o Fórum, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e as Unidades de Saúde, sendo sempre muito bem atendido, o que favorece para que a relação com estas instituições seja caracterizada como uma parceria. Toda a rede está articulada, proporcionando ao usuário um atendimento cada vez mais qualificado, inclusive dentro da própria instituição, pois os profissionais agem de forma multidisciplinar, trocando informações, participando das decisões e interagindo muito bem entre si.

Para que se consiga êxito nas intervenções realizadas, a equipe técnica de profissionais do Serviço através do Projeto Técnico definiu o fluxograma de atendimento, bem como as ações que são realizadas no acompanhamento das famílias:

• encaminhamento ao Conselho Tutelar; • demanda reprimida; • acolhimento; • observação; • entrevista; • atendimento psicológico; • atendimento pedagógico; • atendimento social; • estudo de caso;

• planejamento das ações; • grupo de mães;

• crianças e adolescentes e • desligamento.

São realizadas visitas domiciliares às famílias, visitas institucionais quando necessário e elaboração de relatório situacional, encaminhado ao Ministério Público quando

necessário (situação de risco, confirmação do abuso ou não) e quando solicitado aos demais órgãos.

A este propósito Simionatto (1998, p. 12), escreve que:

O instrumental de trabalho inclui, além do arsenal técnico, as bases teórico- metodológicas que o profissional mobiliza para realizar o seu trabalho. Isso indica que o assistente social precisa mobilizar um determinado conhecimento, necessário para decifrar a realidade e indicar as possibilidades nela contidas. O conhecimento não é, assim, apenas um pano de fundo, mas elemento constitutivo do trabalho profissional.

Nesse sentido, é relevante esclarecer, de forma minuciosa, as ações que são realizadas no acompanhamento das famílias.

Em relação à Demanda Reprimida, esta comporta uma lista de espera de mais de 100 casos. Mesmo quando a família é cadastrada em lista de espera, a equipe técnica do Serviço, através da leitura do boletim de ocorrência e relatório situacional (quando existe) advinda do Conselho Tutelar, faz um estudo prévio para avaliar a situação de risco social e/ou pessoal para a criança ou adolescente. E, o constatar o risco, de acordo com a idade (prioridade a crianças menores) ou reincidência, é realizado – na medida do possível – o acolhimento da família.

No Acolhimento, é realizado, primeiramente, o contato com o responsável pela criança/adolescente, onde é explicado o funcionamento do Serviço, como serão realizados os atendimentos e esclarecidas as dúvidas. As Assistentes Sociais realizam, na maioria das vezes, o acolhimento das famílias, buscando criar um vínculo com elas, fazendo com que sejam parceiras no enfrentamento da questão e também dar o suporte necessário. Na maioria das vezes, a psicóloga e a pedagoga do caso também participam, pois é neste momento que a equipe multidisciplinar obtém um olhar diferenciado sobre o mesmo fenômeno. Quando possível, também é preenchida a Anamnese Social, que é o registro pormenorizado das informações fornecidas pelos responsáveis a respeito da família, e um cadastro com os dados necessários ao preenchimento do formulário do caso. A Anamnese Psicológica e Pedagógica são preenchidas posteriormente, em atendimentos realizados com o responsável. Através delas se pode interagir com o usuário e compreender a sua história, e obter informações quanto ao contexto do abuso, e a dinâmica da família da criança ou adolescente.

Para Merhy (1997, p. 132):

O encontro entre esses sujeitos se dá num espaço intercessor, no qual se produz uma relação de escuta e responsabilização, a partir do que se constituem vínculos e compromissos que norteiam os projetos de intervenção. Esse espaço permite que o trabalhador use de sua principal tecnologia, o saber, tratando o usuário como sujeito

portador e criador de direitos. O objetivo da intervenção seria o controle do sofrimento [...]

Os Atendimentos individuais ou grupais são marcados pelas técnicas através de contato telefônico com a família ou através de visitas domiciliares, ou na sequência dos atendimentos, quando possível o contato telefônico é realizado pela recepcionista. São sempre agendados quinzenal ou semanalmente, conforme a urgência de cada caso. No entanto, se uma família precisar de orientação, pode procurar o Serviço, que será atendido conforme a disponibilidade dos profissionais. Os atendimentos no Serviço se fazem necessários para que a família, a criança ou adolescente atendido crie vínculos com os técnicos, para que os traumas advindos do abuso sejam minimizados e seja fortalecido o vínculo familiar.

Durante os atendimentos, é esclarecido para a família – e em especial para a criança ou adolescente, que todos os diálogos são sigilosos e lhes são reafirmados os direitos que possuem diante do Serviço e das leis que os protegem.

A Entrevista é realizada durante os atendimentos, para obter informações sobre a dinâmica do grupo familiar. Tem como objetivo fazer um estudo da família através de conversas informais.

Segundo Magalhães (2003, p. 48):

A entrevista implica relacionamento profissional em todos os sentidos: na postura atenta e compreensiva, sem paternalismos; na delicadeza do trato com o usuário do Serviço, ouvindo-o, compreendendo-o e, principalmente, “enxergando-o” como um sujeito de direitos. Um bom entrevistador ouve muito e fala pouco; direciona as verbalizações do usuário para os objetivos do trabalho, isto é, retoma o eixo da entrevista ao perceber que o entrevistado está sendo prolixo e repetitivo. As reflexões devem ser estimuladas, e conselhos ou críticas, evitados. As peculiaridades da linguagem devem ser observadas, porque fornecem indícios importantes para a avaliação.

Durante a realização da entrevista é necessário se utilizar da observação. Deve-se observar a linguagem, os gestos, os olhares, o tom de voz usado pelo usuário, pois é através destas linguagens que ele deixa transparecer sua verdadeira realidade. Muitas vezes os diálogos são interrompidos por momentos de silêncio, que devem ser respeitados pelo profissional, aguardando que o usuário retome a fala.

É necessário realizar a escuta qualificada, pois neste momento é possível absorver muito da dinâmica familiar. Porém, deve se deixar de lado as experiências de outros casos e até as próprias experiências, evitando que se caia no senso comum, prejudicando o andamento do caso.

Sarmento (2005, p.34) sugere:

A entrevista tem sido compreendida e realizada como uma conjunção entre técnica e arte, onde o conhecimento e habilidade são o seu principal fator de caracterização, o que significa a garantia de uma atitude profissional frente ao entrevistado, baseada e fundamentada no princípio de valorização e aceitação da pessoa humana.

Para que a entrevista seja produtiva, o profissional deve se preparar antecipadamente, realizando um planejamento, através da leitura dos documentos e/ou relatórios obtidos do caso, ou realizando uma conversa com a equipe multidisciplinar, para saber que direcionamento a entrevista deve tomar e quais objetivos que se querem alcançar. Esta deve ser realizada em um local apropriado, onde não aconteçam interrupções, preservando o sigilo.

As entrevistas podem ser: livres, dirigidas, semidirigidas e devolutivas. Nas entrevistas livres, o entrevistado traz o tema que deseja discutir. Nas entrevistas dirigidas, o profissional conduz toda a entrevista para um objetivo especifico, realizando muitas perguntas. Na entrevista semidirigida, o profissional deixa que o usuário fale e direciona essas falas para os objetivos da entrevista. A entrevista devolutiva consiste em dar ciência ao usuário do que foi constatado no decorrer da interação socioprofissional.

A respeito deste tipo de entrevista Magalhães (2003, p. 50) escreve:

Esse tipo de entrevista é muito usado na finalização de um acompanhamento ou dos processos de seleção de candidatos a determinado cargo ou atividade. Seus benefícios são grandes, pois o entrevistado tem a oportunidade de rever posturas ou posicionamentos diante de determinadas questões observadas pelo entrevistador.

Após a realização de cada atendimento e/ou entrevista, é necessário a sua documentação, também chamada de evolução. Para que facilite este procedimento, o profissional pode realizar algumas anotações no decorrer da entrevista, desde que peça autorização ao usuário e explique os motivos ao mesmo. Se esta for negada, o profissional deve respeitar a decisão dele. O registro deste procedimento tem como objetivo contribuir para a integralidade do atendimento e compartilhar o conhecimento com os demais trabalhadores da instituição. O relato deve ser claro e objetivo, para que o outro profissional consiga entender.

O Estudo de Caso é onde são passadas todas as novas informações, percepções e encaminhamentos realizados sobre os casos atendidos. As informações são avaliadas

juntamente com toda a equipe, e decidida em conjunto qual a intervenção e/ou decisão a ser tomada.

Sobre este assunto, Magalhães (2003, p. 53) ressalta:

Por meio do estudo e da reflexão conjunta é possível planejar, assumir o sentimento de “nós” e, em consequência, fortalecer a equipe. Tal fato contribui para evitar a alienação e a possibilidade de supremacia do pessoal sobre o profissional. O objetivo da equipe passa a ser a melhoria do desempenho, o que resulta, certamente, em beneficio para aquele que é a finalidade última de toda instituição: seu usuário.

No Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescente de Palhoça este procedimento é semanal, onde todo estudo de caso é registrado e acompanhado posteriormente para a efetivação das questões levantadas.

Na Visita Domiciliar é possível conhecer mais as famílias, sua dinâmica e o contexto social no qual estão inseridas. Permite o contato com familiares ou pessoas de convívio com a família. Em muitos casos, a visita domiciliar é a única forma de contato com a família atendida, pois muitas famílias não comparecem aos atendimentos marcados.

Segundo Amaro (2003, p.13) a visita domiciliar se configura como:

uma prática profissional, investigativa ou de atendimento, realizada por um ou mais profissionais, junto ao indivíduo em seu próprio meio social ou familiar. No geral, a visita domiciliar, como intervenção, reúne pelo menos três técnicas para desenvolver: a observação, a entrevista e história ou relato oral. A visita como técnica se organiza mediante o diálogo entre visitador e visitado, no geral organizado em torno de relatos do individuo ou grupo visitado. Esse diálogo, distinto de uma simples conversa empírica, é, metodologicamente, o que se conhece por entrevista, mas como se trata de uma entrevista profissional, guiada por uma finalidade específica, pode-se dizer que geralmente as visitas domiciliares são entrevistas semi-estruturadas, dado que orientadas por um planejamento ou roteiro preliminar.

Um dos entraves para realizar a visita domiciliar é o carro, como meio de locomoção, pois seu uso é dividido com o Apoio Sócio-Familiar, que também fica localizado no prédio da Assistência Social. O carro está disponível somente três dias da semana, à tarde, e um dia pela manhã, dificultando a agilidade, o acompanhamento e continuidade do atendimento.

As Visitas Institucionais são realizadas com intuito de garantir os direitos aos usuários do Serviço, ampliar o apoio da rede de assistência e acompanhar o desempenho dos usuários diante do compromisso assumido com a instituição (Escolas, Centro de Saúde, Hospitais, Fórum).

As reuniões dos Grupos são realizadas quinzenalmente ou conforme agendamento prévio. Os grupos são dirigidos através de dinâmicas, geralmente conduzidos por mais de um técnico.

Conforme Magalhães (2003, p. 51):

Cabe ao profissional tão-somente coordenar as reuniões, visando aproximar esses objetivos da proposta de trabalho a ser desenvolvida em determinada instituição. Sendo assim, indagações ou dúvidas são devolvidas aos participantes para que seus componentes cheguem a conclusões.

São utilizados também recursos audiovisuais, buscando dinamizar e fazer com que aumente a participação do grupo. Ao final de cada encontro é oferecido um café aos participantes em forma de confraternização.

Os Relatórios são elaborados e encaminhados para o Fórum, Ministério Público, Delegacia e Conselho Tutelar, com objetivo de informar a situação das famílias, sendo dirigidos para estes órgãos quando o Serviço deseja solicitar a intervenção deles ou quando solicitado.

O relatório pode ser referente a uma pesquisa, à apresentação das atividades desenvolvidas em determinado setor, a visitas realizadas. Pode ainda conter

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