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3 A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO SERVIÇO DE

3.2 O TRABALHO EM REDE E O PROCESSO PARA A IDENTIFICAÇÃO DA

O trabalho em rede é um grande aliado para que os indicadores do abuso sejam identificados e a criança e/ou adolescente seja protegido, pois conforme Turck (2001, p. 14):

Mais do que necessário, é urgente implementar, onde não existe, e incentivar, onde já vigora, a articulação de técnicos, entidades, orgãos públicos, conselhos e organismos de justiça, entre outros. Esta é a única forma eficaz de qualificar o atendimento não apenas da infância e adolescência, como das famílias e comunidades. É um sistema racional e realmente capaz de garantir os direitos de cidadania através das políticas públicas. A prova disso é matemática: as redes somam ao invés de dividir.

A Norma Operacional de2005 reafirma o Art. 6º da Loas, que define que

as ações da assitência social são organizadas num sistema descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações de assistência social, articulando meios, esforços e recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas, compostas pelos diversos setores envolvidos na área.

A municipalização dos serviços básicos das políticas sociais permitiu que as estratégias de intervenção locais caminhassem na direção de maior efetividade e democratização, quando numa maior aproximação e adequação às necessidades e demandas locais. Segundo Turck (2001, p. 16): “trabalhar em rede social é, antes de tudo, construir um processo de cidadania. É suplantar todos os processos de exaltação ao individualismo, postos na sociedade contemporanea.”

Para Faleiros (1999 apud TURCK, 2001, p. 28):

A Rede é uma articulação de atores em torno, vamos nos expressar assim, de uma questão disputada, de uma questão ao mesmo tempo política, social, profundamente complexa e processualmente dialética. Trabalhar em rede é muito mais dificil do que empreender a mudança de comportamento, (...). É a superação do voluntarismo e do determinismo, da impotência diante da estrutura e da onipotência da crença de tudo poder mudar. Na intervenção de Redes, o profissional não se vê nem impotente nem onipotente, mas como um sujeito inserido nas relações sociais para fortalecer, a partir das questões históricas do sujeito e das suas relações particulares, as relações destes mesmos sujeitos para ampliaçção de seu poder, saber, e de seus capitais.

Trata-se de uma teoria relacional do poder, de uma teoria relacional de construção da trajetória.

A rede socioassistencial é um poderoso instrumento de enfrentamento das desigualdades sociais e juntamente com a visualização da rede socioassistencial de Palhoça, através de uma listagem e do mapeamento, vai possibilitar condições efetivas de trabalho não só para os técnicos do Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, bem como para os servidores públicos que atuam na área de Assistência Social, pois auxiliará na consolidação das ações.

A complexidade das necessidades e dos problemas trazidos pela situação de pobreza e desigualdade social da população e pelas desparidades regionais e locais de estados e municípios impõe à Assistência Social, abrangência nas respostas às questões identificadas, colocando-se na dependência da integração não só dos serviços socioassistênciais, mas do conjunto de serviços e programas das várias políticas específicas.

A perspectiva de uma construção integrada da rede socioassistecial abre a possibilidade de compartilhamento de conhecimentos, ações e responsabilidades, potencializando o desempenho das políticas públicas. Por meio da intersetorialidade é possível abordar, de forma mais ampla, as problemáticas sociais. A conexão territorialidade / rede / intersetorialidade, voltada à inclusão social, redimensiona as intervenções específicas, ampliando o padrão de qualidade e a efetividade das ações desenvolvidas.

Para uma atuação articulada em rede cada vez mais abrangente, é preciso que o próprio conjunto de instituições e serviços trabalhe em estreita parceria, constituindo uma referência de racionalização e complementariedade das iniciativas. Integradas em parcerias e redes, as políticas sociais conseguem implementar ações criativas, agregar experiências e saberes, integrar iniciativas de capacitação, socializar estudos e diagnósticos, trocando informações e compartilhando resultados.

É preciso criar mecanismos de compartilhamento, isto é, um sistema de comunicação formal e contínuo entre estruturas e organismos, para que se viabilizem iniciativas, reduzindo a lentidão trazida pela burocracia excessiva.

O caráter de política de proteção social abre à assistencia social conexões com as demais políticas do campo social, voltadas à garantia de melhoria de condições de vida às populações empobrecidas, e com órgãos de Justiça, responsáveis pelo sistema de garantia de direitos básicos.

Essa necessária conexão no âmbito da proteção social e defesa de direitos possibilita à assistência social mobilizar um rol de serviços, ações e atenções de diferentes

órgãos públicos e setores técnicos-administrativos, de áreas como educação, cultura, habitação, trabalho, esporte e justiça, em relação de complementaridade e/ou desenvolvimento de ações que conjuguem esforços e recursos.

Estabelecer um padrão intersetorial significa, para as políticas públicas, trabalhar em condições de igualdade, substituindo a competição pela cooperação, sempre com o parâmetro de melhor atender às necessidades sociais da população usuária.

De acordo com Turck (2001, p. 22):

Um trabalho só consegue ter êxito quando o processo competitivo, a inveja e a disputa de poder são canalizados construtivamente. Isto é, quando se pode estabelecer um processo de equilíbrio entre o sentimento destrutivo que está incluso na inveja e na competição e o sentimento solidário para compartilhar o compromisso, a responsabiliade e o conhecimento.

Para que haja este entendimento e os objetivos propostos alcançados, é necessário que os sujeitos envolvidos trabalhem com respeito, com comprometimento, com diálogo entre si e com solidariedade, trocando aprendizado. Para Turck (2001, p. 30): “é uma solidariedade entre pessoas, entre e intraclasses, em que as barreiras criadas em função das desigualdades sociais possam ser rompidas para a construção de uma nova solidariedade, em que o compromisso e a responsabilidade estejam presentes.”

Construindo uma cultura de cooperação, de confiança, credibilidade, alianças, compartilhamento, co-responsabilização e divisão de riscos, a assistência social poderá articular e conseguir adesão de setores públicos de distintas áreas, realizando intervenções em menor tempo e com mais qualidade, potencializando resultados e respondendo à totalidade das demandas sociais.

Através desta proposta é que surgiu a necessidade de visualização desta rede em Palhoça, sendo elaborado um projeto, onde se construiu uma listagem e um mapa da rede socioassistencial. Primeiramente se conseguiu, através da Secretaria de Educação, uma listagem contendo todas as escolas municipais, estaduais e particulares cadastradas. Outra listagem conseguida foi com a Secretaria da Saúde, com todas as unidades de saúde do município.

Para realizar o contato com as instituições de apoio e proteção à criança e ao adolescente, foi utilizada a listagem existente no próprio Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A listagem das associações e conselhos foi fornecida pelo Conselho Municipal da Assistência Social.

Para o mapeamento da rede socioassistencial,iniciou-se contato telefônico com as instituições, para confirmação do endereço e do telefone da instituição. Foi realizado contato com 144 instituições.

Em algumas instituições, como associações, não foi possível conseguir contato telefônico, sendo realizadas visitas nos endereços obtidos para confirmação dos dados e anotar os novos contatos. Porém, algumas destas instituições constavam apenas no papel, pois quando procuradas, não foram encontradas. Algumas até não existiam mais, sendo o espaço utilizado para outros fins. Essas instituições continuam inscritas no conselho municipal, sendo necessária uma fiscalização por parte deste órgão a estas instituições.

Em relação à “existência fantasma” destas instituições, percebe-se que o Conselho Municipal de Assistência Social do município precisa avançar nesta fiscalização e na própria inscrição das entidades. Houve uma mudança bastante significativa na inscrição das entidades a partir da Lei nº 12101/2009, que dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de Assistência Social.

Para conhecer e fazer contato com a rede, algumas instituições foram visitadas, sendo essas visitas relatadas mais detalhadamente abaixo. Em todas as visitas foi explicitado o objetivo do trabalho que é: a identificação da Rede Socioassistencial do município de Palhoça, a construção de uma listagem e seu mapeamento.

Foram entregues às instituições visitadas: um ECA, um Código Civil, canetas, camisetas e folhetos referentes à Campanha do dia 18 de maio, que é o Dia Nacional de Luta contra o Abuso e a Exploração sexual, disponibilizados pelo Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de Palhoça.

A primeira visita foi realizada na ONG “Vida Nueva”, localizada na Enseada do Brito, em Palhoça/SC, pela estagiária de Serviço Social – responsável pelo projeto, pela Assistente Social Andréia e a Pedagoga Marisa. Fomos recebidas e atendidas pelo Presidente da ONG, o senhor Rogério Rubick, e o Conselheiro Luiz Carlos Rubick.

A ONG atende somente homens que residem na rua, a maioria dependentes químicos. Visa devolver sua dignidade, recuperar sua auto-estima, com a finalidade de reintegrá-los na sociedade. Os internos com dependência química fazem primeiro uma desintoxicação de 20 dias em um hospital, em Santa Tereza.

A ONG tem capacidade máxima para 25 pessoas, sendo que eles chegam ao Vida Nueva através de encaminhamentos de hospitais, de programas da Assistência Social, através da abordagem de rua realizada em Florianópolis, e sozinhos. A ONG recebe pessoas de todas as localidades, sem restrições. Eles ficam na casa por cerca de 1 ano.

É oferecido aos internos cursos de panificação, internet, trabalhos manuais e artesanato. Os aposentos são, na maioria, individuais ou em dupla, com banheiros privativos em cada quarto. A alimentação é realizada em conjunto e preparada pelos próprios internos. Eles possuem uma sala de televisão e vídeo, onde praticam aula de pilates. O local é muito bonito, com muita área verde, com animais, horta, piscina e lago.

A maioria dos internos não recebe visitas, pois quando procuram a ONG já estão com os vínculos familiares cortados.

A ONG se mantém através de doações da comunidade, de pessoas físicas, e recebe uma ajuda da Prefeitura, porém não conta com ela, pois não é garantida, além de não saberem quando irá recebê-la. Realizam, também, eventos para angariar fundos, como: almoço, bingo, café colonial e jantar dançante.

Os profissionais que atuam na instituição são: duas Assistentes Sociais e uma psicóloga.

Fotografia 2 – Visita ao “Vida Nueva” na Enseada do Brito, em Palhoça/SC, 2009

Fonte: Acervo Particular, 2009.

A segunda instituição a ser visitada foi o Centro de Recuperação Nova Esperança – CERENE, localizado no Morro do Cambirela em Palhoça/SC, pela estagiária do Serviço Social e pela Pedagoga Bianca. Fomos recebidas e atendidas pelo terapeuta Bastos.

O CERENE é uma associação civil, de caráter privado, sem fins lucrativos, que atua como Comunidade Terapêutica e que tem como missão: “Atuar na prevenção da dependência de álcool e outras drogas, e no tratamento do dependente e seus familiares, a partir de uma visão cristã de ser humano integral, buscando a reinserção social e uma melhor qualidade de vida”.

O CERENE de Palhoça é uma filial, pois sua matriz fica em Blumenau/SC. Devido ao aumento da demanda e à qualidade dos serviços prestados, o trabalho despertou o interesse de pessoas na cidade de Palhoça, que doaram terras para que ali fosse implantada uma nova unidade do CERENE. Sua inauguração foi em novembro de 1996.

Fotografia 3 – Cerene, 2006.

Fonte: Arquivo da Instituição Cerene, 2006.

O CERENE de Palhoça dispõe de 40 vagas para tratamento e mais 6 vagas para reinserção social. Conta com uma equipe de aproximadamente 25 pessoas entre funcionários e colaboradores, dentre eles: uma Assistente Social, um enfermeiro e um Psicólogo. O público- alvo são adultos com idade entre 18 e 70 anos, e adolescentes com idade entre 12 e 17 anos.

O encaminhamento de um dependente químico para internação no CERENE se inicia com o contato que ele e/ou seus familiares fazem para se informarem sobre o tratamento. Geralmente esse contato acontece através de uma ligação telefônica. Após esse primeiro contato, é realizada uma entrevista, onde são colhidos dados pessoais do interessado

e são fornecidas as orientações sobre o tratamento e sobre o encaminhamento para a internação. Os dados pessoais servirão para se fazer um diagnóstico prévio sobre o grau de dependência e de possíveis doenças do indivíduo, bem como das suas condições sócio- familiares. Esse diagnóstico orientará o processo de triagem.

Para aqueles que se enquadrarem nas condições para internação, o próximo passo será providenciar os documentos e exames laboratoriais solicitados no momento da entrevista. Feito isso, eles informarão à secretaria que já dispõem dos documentos e exames pedidos e que continuam interessados em uma vaga.

Ao chegar ao CERENE, o novo residente dirige-se à secretaria, onde apresenta os documentos e exames solicitados. O residente e seus familiares recebem informações sobre os procedimentos básicos que nortearão o período de internação. Em seguida, o residente irá passar por uma revista pessoal e em seus pertences, com o intuito de evitar a entrada de drogas na Instituição e também para recolher dinheiro, cartões de banco ou de crédito.

No CERENE ele aprende ou reaprende a seguir uma rotina cotidiana saudável e regrada, com o intuito de alcançar o equilíbrio emocional e a sobriedade.

A proposta terapêutica do CERENE considera que todas as 24 horas diárias de permanência do residente na instituição têm finalidade terapêutica. Incluem-se, portanto, nas atividades terapêuticas, não apenas as palestras psicoeducativas, as sessões de aconselhamento terapêutico ou de atendimento psicológico, a laborterapia, mas também as refeições, os momentos livres que poderão ser aproveitados para o lazer, esportes, convívio informal, organização dos pertences pessoais, meditação individual, repouso, etc. É através dessa reorganização prática da sua vida cotidiana que o residente irá incorporando novos hábitos que configurarão seu novo estilo de vida.

As expectativas que o CERENE tem em relação aos seus residentes são manifestadas através de princípios e de regras que estão discriminados no “Regimento Interno”. Já no início do tratamento, o residente toma conhecimento do conteúdo deste regimento e passa a ser considerado mais um “guardião do regimento”. Costuma-se dizer que o Regimento Interno é a única cerca e portão da Instituição. Se o residente quiser dar uma saída sem autorização, ele não terá nenhuma barreira física que o irá impedir. No entanto, essa atitude se configura numa infração grave ao regimento da comunidade e o infrator estará sujeito ao afastamento do programa de internação por um prazo mínimo de trinta dias.

Os princípios e regras do Regimento Interno servem como principais parâmetros de avaliação da conduta dos residentes. O regimento prevê um sistema de pontuação: após acumular certo limite de pontos, o residente estará afastado do programa de internação. Mas

as avaliações não se restringem ao que o residente faz de errado. Elas também apontam as mudanças favoráveis, o aprendizado, a dedicação, a motivação, etc. Constantemente o residente está sendo informado sobre como os terapeutas e os próprios colegas vêem o seu desempenho no tratamento.

O tratamento é dividido em 4 fases:

1ª FASE (Primeiros 30 dias): É uma fase que serve para: adaptação à nova realidade, entrosamento com os colegas de tratamento, desintoxicação das substâncias psicoativas de que fazia uso, reflexão sobre as consequências do uso e adesão ao programa terapêutico.

2ª FASE (de 31 a 75 dias): O que diferencia esta fase em relação à anterior é que, nela, o residente pode estabelecer contatos telefônicos com seus familiares ou conhecidos, não mais necessitando da intermediação do terapeuta. Além disso, nos finais de semana, ele poderá receber visitas. Essa reaproximação com a família é muito importante para encorajá-lo a perseverar no tratamento. Através do relacionamento com os familiares, vão surgindo situações que podem ser tratadas terapeuticamente, tais como mágoas, culpa, desconfiança, medo, insegurança, rejeição, entre outros.

3ª FASE (de 76 a 120 dias): Nessa fase o residente começará a ter saídas nos finais de semana, destinadas especialmente (mas não exclusivamente) para visitar seus familiares. Nessa fase, as saídas ocorrem a cada 14 (catorze) dias e devem ser preferencialmente acompanhadas por um familiar responsável.

4ª FASE (de 121 a 180 dias): Nessa última fase o residente pode sair sempre dois finais de semana seguidos e, no terceiro, ele permanece na Instituição. Agora, o acompanhamento de familiares, durante o período das saídas, já não é mais tão necessário. Além disso, nos últimos trinta dias ele poderá sair durante um dia útil por semana para encaminhar questões relevantes para o período pós-alta, tais como: procurar emprego, encaminhar documentos, inscrever-se para cursos.

A família do interno também recebe orientação e acompanhamento, através de grupos de apoio, acompanhamento terapêutico, terapia familiar e encontros terapêuticos.

Os residentes produzem todo o seu alimento, tendo uma padaria montada, onde podem produzir o pão para o consumo.

Para conseguir se sustentar, criam gado, porcos, frangos e peixes; têm a colaboração através da conta de energia elétrica (Celesc); um setor de telemarketing, e as colaborações voluntárias de segmentos da sociedade, igrejas, empresas, órgãos públicos, assistências sociais, fóruns municipais, entre outros.

Outra instituição a ser visitada foi o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), do Bairro Caminho Novo, em Palhoça/SC. Esta visita foi realizada somente pela estagiária, que foi recebida pela Assistente Social Roseane Zacchi.

O CRAS, conforme conceitua o MDS (2009), é:

uma unidade pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos, e à articulação destes serviços no seu território de abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção social.

Dessa forma, visa, por meio de serviços socioassistenciais, o fortalecimento das relações familiares, bem como o desenvolvimento das potencialidades e autonomia do usuário.

O CRAS é considerado a “porta de entrada” dos usuários à rede de proteção Social Básica Ele deve ficar localizado em áreas de maior vulnerabilidade social. Cada município deve identificar as áreas de maior vulnerabilidade social e neles implantar um CRAS. Em Palhoça existem somente dois CRAS: um no Bairro Caminho Novo, que foi visitado, e outro no Bairro Brejarú.

Dentre essas ações desenvolvidas no CRAS do Caminho Novo está o PAIF, o qual, necessariamente, tem que ser desenvolvido no CRAS. Recebe recursos do Governo Federal, no valor de R$ 9.000,00 mensais, para a execução do programa. Diante disso, segundo o MDS (2009), “os CRAS co-financiados pela União deverão ter placa padrão, na frente do prédio (ao lado da porta)”. Não diferente, apesar de danificada, a placa padrão do MDS estava fixada no lado de fora do CRAS.

Assim, o PAIF, por ser um programa de apoio à família em situação de vulnerabilidade social, desenvolve atividades socioeducativas, com o objetivo de:

• Contribuir para a prevenção e o enfrentamento de situações de vulnerabilidade e risco social;

• Fortalecer os vínculos familiares e comunitários;

• Promover aquisições sociais e materiais às famílias, com o objetivo de fortalecer o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades (MDS, 2009).

O CRAS visitado foi implantado em julho de 2007, e tem como objetivo fortalecer a relação das famílias e comunidade, contribuindo para o processo de autonomia e emancipação dos indivíduos.

Para alcançar o objetivo proposto, tem como ações principais o acolhimento, o acompanhamento das famílias beneficiárias do programa Bolsa Família e BPC, a orientação quanto aos programas e projetos socioassistenciais do município. Existem, também, os encaminhamentos para outros serviços e programas, reuniões e ações comunitárias, promoção de inclusão, acompanhamento familiar, grupos de convivência e serviços socioeducativos.

Essas ações são realizadas por uma equipe técnica de profissionais, que é inferior à equipe mínima estabelecida pela NOB/SUAS para a implantação do CRAS. Atualmente, o CRAS do Caminho Novo conta com duas Assistentes Sociais, um estagiário em Serviço Social e um coordenador, sendo que cada Assistente Social trabalha em um período do dia, ou seja, uma no período da manhã e outra no da tarde. A contratação dos profissionais se dá por meio de processo seletivo, com duração de 2 anos, podendo ser revalidado por mais 2 anos.

Quanto ao espaço físico disponível no CRAS, este também é deficitário, não possuindo todos os espaços necessários para o desenvolvimento do trabalho. Assim, estruturalmente, está dividido em 3 salas: uma de atendimento, uma de recepção e outra, na qual são guardados os materiais utilizados nas oficinas. Ainda possuem um banheiro que fica do lado de fora do CRAS, em uma construção inacabada, e os trabalhos desenvolvidos com os grupos são realizados em uma sala cedida pelo Centro Comunitário.

Fotografia 4 – CRAS Caminho Novo, de Palhoça/SC, 2010.

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