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CAPÍTULO 3 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS: AS

3.2. O PROGRAMA DE FORMAÇÃO SUPERIOR E APOIO A LICENCIATURAS

A criação da categoria oficial de escola indígena nas aldeias, de modo a garantir a especificidade do modelo de educação escolar diferenciada (intercultural e bilíngüe) (Plano Nacional de Educação - Lei nº 10.172/2001), foi fundamental para o surgimento de um novo segmento estratégico do Movimento Indígena: o dos professores indígenas.

Há 10 anos, o número de professores indígenas não ultrapassava a marca de 1.400 docentes que trabalhavam nas escolas implantadas em comunidades indígenas. Em 2010, conforme estimativas do MEC, o número de professores indígenas nas escolas das aldeias já passa de 12 mil.

Essa situação ampliou a demanda pelo ensino superior. Até a implementação de um programa específico para formação de professores pelo MEC, o acesso às vagas no ensino superior para indígenas vinha se dando por intermédio de cursos específicos, destinados à formação de professores indígenas em nível superior, ou pela reserva de vagas criadas pelas políticas de ações afirmativas em IES públicas. Em todo o país estão em processo vários casos de inclusão de indígenas no ensino superior, seja através de reserva de vagas em cursos regulares, seja em cursos específicos.

Para o ingresso de indígenas no ensino superior, nesse período, há dois tipos de propostas apresentadas pelas universidades. Uma delas é a inclusão dos estudantes indígenas nos cursos regulares, através do sistema de reserva de vagas, as “cotas” (que se diferenciam de uma universidade para outra de acordo com cada legislação específica) ou a vagas extras. Uma segunda proposta seriam os cursos específicos para índios, formulados de acordo com os critérios advindos das propostas de educação escolar diferenciada, dando continuidade à formação de professores indígenas, como as experiências da UNEMAT e da UFRR.

Contudo, até 2004 permanece incipiente, da parte do MEC, uma política de financiamento para fomento, implantação e continuidade de cursos de licenciatura intercultural – vários deles em curso por iniciativas próprias de universidades públicas, bem como para incentivo à permanência de estudantes indígenas que ingressaram ou viessem a ingressar em instituições públicas ou privadas de ensino superior.

“[...] pouco acúmulo em termos de experiência, legislação e levantamento de informações específicas sobre povos indígenas e ensino superior e um expressivo compromisso de fortalecer ações e encaminhamentos na direção da consolidação de políticas públicas adequadas à ‘explosiva demanda’ por esse nível de ensino”. (Seminário Trilhas de Conhecimentos, LACED, 2004:20).

O processo de criação do programa envolveu a ação de diversos atores durante o início da década de 2000, entre eles a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena, que passou a reivindicar junto ao MEC a criação de políticas de apoio à formação universitária de professores de escolas das aldeias. Tais reivindicações consistiam principalmente na demanda por introduzir no Programa Diversidade mecanismos de apoio à formação superior indígena, para além do financiamento de cursos pré-vestibulares e cursos de magistério a alunos indígenas realizados até então.

Em 2005, através de uma articulação institucional entre a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), a Secretaria de Ensino Superior (SESU) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o MEC criou um programa específico para formar professores indígenas, o PROLIND. Essa foi uma tentativa da SECAD em responder à dificuldade de adequação das ações do Programa Diversidade à realidade dos povos indígenas no campo da educação.

Os recursos do “Diversidade” conjugaram-se a recursos orçamentários da SESU, para permitir uma ação conjunta SESU-SECAD: o lançamento do primeiro edital de apoio a iniciativas de formação de indígenas em nível superior. O PROLIND conta com recursos da SESU, repassados para as ações de custeio das universidades federais. Na SECAD, o financiamento teve como fonte o Programa Diversidade na Universidade, incluindo também as universidades estaduais. Professores e pesquisadores das universidades públicas participam como docentes ou consultores nos programas de formação de professores indígenas e mobilizam suas instituições para o atendimento das demandas desses povos por uma educação intercultural diferenciada.

O Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (PROLIND) foi criado em 2005 com o objetivo de apoiar financeiramente cursos de licenciatura especificamente destinados à formação de professores de escolas indígenas, as chamadas Licenciaturas Indígenas ou Licenciaturas Interculturais, como uma política do Governo Federal a ser implementada pelas IES públicas federais e estaduais de todo o país. A elaboração do

Programa foi amplamente discutida com a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (CNEEI) e outros atores componentes da Comissão Especial de Educação Superior75.

O PROLIND tem como objetivo geral apoiar a formação superior indígena, em especial a formação de professores, como uma política a ser implementada pelas IES públicas de todo o país, contemplando os seguintes objetivos específicos:

1) apoiar projetos de licenciaturas específicos para formar professores indígenas para o segundo segmento do ensino fundamental e para o ensino médio de suas comunidades em consonância com a realidade social e cultural específica de cada povo e segundo a legislação nacional que trata da educação escolar indígena;

2) realizar ações de mobilização e sensibilização de instituições de educação superior, com vistas à implementação de políticas de permanência de estudantes indígenas nos cursos de licenciaturas específicos e demais cursos de graduação;

3) promover a participação em processos de capacitação tanto de organizações, lideranças indígenas e de indígenas portadores de notório saber reconhecidos pelas comunidades, quanto de não indígenas qualificados academicamente, com a garantia de que estes últimos obtenham vivência nas comunidades indígenas de onde se originam os beneficiários dos projetos de cursos para a formação superior de indígenas.

No entanto, o PROLIND não constitui uma política de apoio permanente, sendo a liberação de fluxos financeiros condicionada por editais que selecionam os projetos das universidades públicas interessadas. Foram lançados até hoje três editais (o de 2005, o de 2008 e o de 2009), que já contemplaram 22 instituições de ensino superior, totalizando 2.074 vagas para licenciar professores indígenas, abrangendo etnias de diversas regiões do país. Cabe frisar que a SECAD/MEC assumiu a meta de apoiar, no triênio 2007-2010, universidades públicas para a manutenção e implantação de cursos de licenciaturas interculturais para a formação de quatro mil professores indígenas. Em 2008 a gestão do PROLIND migra da SESU para a SECAD, vinculando-se à CGEEI.

No âmbito do PROLIND, até 2009, as universidades públicas de todo o país, ofereceram o seguinte número de vagas: 420 em 2005, 452 em 2006, 150 em 2007, 414 em 2008

75

As diretrizes político-pedagógicas do Programa foram formuladas pela Comissão Especial criada para elaborar políticas de educação superior indígena pela Portaria 52 – CESI/SESU/MEC, de 29 de outubro de 2004.

e 985 em 2009. Atualmente são 1.564 professores em formação nas 23 licenciaturas interculturais criadas em 20 IES. Já foram formados: 186 alunos em 2005, 39 em 2008 e 90 em 2009.

PROLIND – Edital 2005

Fruto de toda uma mobilização do Movimento Indígena, em conjunto com organizações de apoio e universidades, em 2005 o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Superior (SESU) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), lançou a primeira etapa do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (PROLIND). Por meio do Edital Público nº. 5/2005/SESU/SECAD- MEC, as Instituições de Educação Superior – IES públicas são convocadas a apresentarem propostas de projetos de cursos de licenciatura específicos para formação de professores e de permanência de alunos indígenas.

A ação está fundamentada no tratamento sistêmico da educação intercultural, tanto na formação superior de docentes quanto na expansão da oferta de educação básica intercultural nas escolas indígenas. No Edital 05/2005 foram definidos três eixos para a formulação das propostas:

I) manutenção de cursos já em andamento e implantação de novos cursos;

II) elaboração de propostas de cursos com participação da comunidade a ser beneficiada; III) apoio à permanência de estudantes indígenas nos diversos cursos de graduação oferecidos pelas IES públicas.

De acordo com o Edital, os cursos de licenciatura devem integrar ensino, pesquisa e extensão e contemplar o estudo de temáticas indígenas, tais como as línguas maternas e as questões relacionadas à gestão e sustentabilidade das terras e à valorização das culturas dos povos indígenas. Os projetos apoiados devem também promover a capacitação política dos professores indígenas como agentes interculturais na promoção e realização dos projetos de futuro das suas comunidades.

Para avaliação e seleção das propostas encaminhadas pelas universidades para o PROLIND, foi instituído um Comitê Técnico Multidisciplinar. Esse comitê foi formado por representantes da FUNAI), da ABA, da ABRALIN, do Fórum Nacional de Pró-Reitores de

Graduação das Universidades Brasileiras (FORGRAD), SECAD, SESU e, no edital de 2005, pelo ex-conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Jamil Cury.

Inicialmente o edital de 2005 previa também o apoio a projetos que visassem a permanência de estudantes indígenas em cursos regulares, mas nos editais seguintes tal eixo de financiamento deixou de existir. Os recursos financeiros desse primeiro edital vieram, em uma parte, do Programa Diversidade na Universidade e, em outra parte, com recursos da SESU. Os recursos do “Diversidade” conjugaram-se a recursos orçamentários da SESU, para permitir uma ação conjunta SESU-SECAD. Os recursos provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para este Programa passam a ser direcionados para ações de apoio à formação superior de professores indígenas e à implantação de ensino médio nas escolas indígenas.

De acordo com o Edital 2005 são diretrizes para a apresentação de projetos ao PROLIND: a manifestação explícita de interesse por parte das comunidades, sua participação na elaboração das propostas das licenciaturas adequadas à realidade social e cultural de cada povo, bem como no acompanhamento e avaliação da execução dos cursos, além de ter que contemplar, nas propostas, as diretrizes político-pedagógicas formuladas e aprovadas pela Comissão Especial, criada em 2004, como objetivo de elaborar políticas de educação superior indígena.

Para o Edital PROLIND 2005, os recursos financeiros previstos, não reembolsáveis, somam um valor global de R$ 2.600.000,00 (dois milhões e seiscentos mil reais), ficando estabelecidos os seguintes valores máximos de apoio: Eixo I: Implantação e manutenção de Cursos de Licenciaturas específicas para formação de professores indígenas em nível superior: R$500.000,00 (quinhentos mil reais); Eixo II: Elaboração de projetos de Cursos de Licenciaturas específicas para formação de professores indígenas em nível superior: R$ 100.000,00 (cem mil reais); Eixo III: Permanência de alunos indígenas na educação Superior: R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais). (FONTE: DOU de 12/09/2005 – Pág. 29 - Seção 9).

Também foi exigida, neste Edital, a realização de convênio entre as instituições de ensino superior e as SEDUC’s76, para articular a formação docente com as responsabilidades dos Sistemas de Ensino na oferta da educação básica intercultural indígena. A FUNAI é responsável pelo apoio técnico às propostas e o FNDE é o órgão responsável pelas operações de descentralização de recursos e celebração dos convênios.

76 Secretarias Estaduais de Educação.

De acordo com os resultados do Edital 2005 do PROLIND, foram contempladas no Eixo 1 - Implementação de novos cursos e apoio a cursos já existentes, quatro universidades públicas: Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Roraima, Universidade do Estado do Amazonas e Universidade Estadual de Mato Grosso Universidade Estadual de Mato Grosso (ver Quadro 3.1). Como resultado deste edital, foram oferecidas 591 vagas para formação de professores indígenas, em cursos de licenciatura intercultural. Formaram-se, entre os anos 2010 e 2011, um total de 474 professores, sendo 109 na UFMG, 81 na UFRR, 204 na UEA e 90 na UNEMAT.

QUADRO 3.1. Universidades contempladas no Edital PROLIND 2005.

Eixo I: Implantação e Manutenção de Cursos de Licenciatura Específicos para Formação de Professores Indígenas em Nível Superior.

Instituição Nome do Projeto Número

de Vagas Etnias Cursos/áreas UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

Título: Formação Intercultural de Professores.

121 Xacriabá, Krenak, Maxakali, Pataxó, Kaxixó, Xukuru-kariri, Aranã.

Línguas, Literatura e Arte; Ciências da Natureza e Matemática; Ciências

Sociais e Humanidades. UFRR -

Universidade Federal de Roraima

Título: Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura Intercultural

120 Macuxi, Wapichana,

Taurepang, Ingaricó, Waiwai, Yekuana

Ciências Sociais; Comunicação e Artes; e Ciências da Natureza. UEA - Universidade

do Estado do Amazonas

Título: Curso de Licenciatura Plena para Professores

Indígenas.

250 Ticuna, Cambeba,

Kaixana

Estudos de Linguagem; Ciências da Natureza e Matemática; e Ciências

Humanas. UNEMAT -

Universidade Estadual de Mato

Grosso

Título: Projeto de Formação de Professores Indígenas - 3º

Grau Indígena

100 Apiaká, Bakairi, Bororo, Ikpeng, Irantxe, Kalapalo,

Karajá, Kayabi, Kuikuro, Mehinako, Paresi, Rikbaktsa, Suyá, Tapirapé, Terêna, Umutina, Xavante,

Panará, Waurá, Aweti, Zoró, Chiquitano, Aweti,

Nafukuá, Yawalapiti, Arara, Mebêngôkre

Licenciatura em Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemática e da

Natureza e; Ciências Sociais.

No Eixo II - Elaboração de projetos de cursos de licenciatura específicos para formação de professores indígenas em nível superior, foram contempladas quatro universidades: Universidade Estadual de Londrina (UEL) - “Diagnóstico Sócio-Educacional das Populações Indígenas no Paraná”; Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - “Projeto de Curso de Licenciatura Específica para Formação de Professores Indígenas Mura”; Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) - “Licenciatura para Professores Indígenas”; e Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - “Universidade na Aldeia”.

No Eixo III - Permanência de alunos indígenas na educação superior: foram contempladas no Edital 2005, seis universidades: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) - “A permanência do estudante indígena na UEMS: uma proposta de ação”; Universidade Federal da Bahia (UFBA) - “Povo Pataxó em Luta pela Educação Superior”; Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT) - “Educação e Interculturalidade: políticas de permanência dos estudantes indígenas na UFT”; Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) – “Caracterizar as condições de saúde/educação nas comunidades Guarani e Kaigang na área indígena Rio das Cobras - PR”. (Fonte: Diário Oficial da União de 12/09/2005 – Pág. 29 - Seção 9.).

Um ano após o lançamento do Edital PROLIND 2005, realizou-se, em Brasília, o Seminário Nacional de Avaliação da execução do Programa77, no período de 30/11 a 02/12 de 2006, organizado pelo MEC (por meio da SECAD e da SESU), em parceria com o Projeto Trilhas de Conhecimentos do LACED/Museu Nacional/UFRJ e com a Universidade de Brasília (UnB). Apoiado pela UNESCO, FUNAI e Fundação Ford, o Seminário objetivou sistematizar os resultados alcançados, os avanços e desafios no processo de construção da política pública de educação superior indígena pelo Ministério da Educação, especialmente a formação de professores indígenas em cursos de licenciatura intercultural, bem como elaborar para o MEC demandas sobre políticas educacionais para populações indígenas no ensino superior. Participaram do evento, representantes de vinte e quatro universidades e sete de organizações indígenas.

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Fonte: MEC, Ministério da Educação. (2007), Relatório do Seminário Nacional de avaliação do Programa de

Ao longo do seminário os participantes evidenciaram que ações do porte do PROLIND não são compatíveis com recursos temporários, como os oriundos da cooperação técnica internacional, mas que deveria ser matéria de investimentos permanentes do Estado brasileiro, que precisam ser expandidos e ter uma participação mais organizada de outros órgãos públicos que desenvolvem ações para indígenas. Diante dessa problemática, os participantes reivindicaram que o Ministério de Educação busque soluções imediatas para garantir o financiamento dos projetos do PROLIND a partir de janeiro de 2007, enquanto não se institucionalizam as linhas de financiamento, de forma regular, considerando os cursos de licenciatura intercultural, sofrem descontinuidade do envio de recursos a cada fim/início de ano. (Relatório do Seminário/MEC, 2007).

Dentre as propostas apresentadas no Seminário, destacou-se uma moção aprovada pelos participantes que evidenciou a insuficiência de recursos financeiros para continuidade das ações e reivindicando ao MEC o apoio aos estudantes indígenas vinculados ao ensino superior, como se verifica no texto a seguir:

“O grupo reunido no Seminário de Avaliação do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas, em Brasília de 30 novembro a 2 dezembro de 2006, do qual participou um grande número de universidades, estudantes e organizações indígenas, identificou a gravidade da situação de um conjunto de programas de cursos de licenciatura intercultural indígena em algumas universidades no tocante à viabilização da continuidade dos cursos e projetos de acesso e permanência em andamento dentro do Programa PROLIND, para o ano de 2007”.

Um item particularmente destacado pelos participantes neste seminário de 2006 foi a elaboração de programas de bolsas de permanência para os estudantes indígenas, com a estabilidade dos programas de bolsas para iniciação científica, considerando que bolsas representam um auxílio importante para os professores indígenas, suas famílias e comunidades, além de contribuírem para a permanência dos participantes nos Programas, como o PROLIND.

O Governo Federal, por meio de Portaria Normativa nº. 38, de 12/12/2007, publicada no DOU de 13/12/2007, cria o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID),78 institucionalizado pelo Decreto nº. 7.219 de 24 de junho de 2010. Executado no

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FONTE: Disponível em: http://gestao2010.mec.gov.br/o_que_foi_feito/program_55.php, consultado em agosto de 2012.

âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, tem por finalidade fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e para a melhoria de qualidade da educação básica pública brasileira. Dentre os objetivos do Programa, está a elevação da qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nas licenciaturas das Instituições de Educação Superior (IES), assim como a inserção dos licenciados no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica.

O PIBID foi criado com a finalidade de valorizar o magistério e apoiar estudantes de licenciatura plena, das instituições públicas (federais, estaduais e municipais) e comunitárias, sem fins lucrativos, de educação superior, que possuam cursos de licenciatura legalmente constituídos, que tenham sua sede e administração no país e que participam de programas estratégicos do MEC, entre outros, o PROLIND.

De acordo com o MEC, já foram publicadas três chamadas públicas: 3.088 bolsas em 2007, 13.694 em 2009 e 16.714 em 2010. São quatro modalidades de concessão de bolsas: bolsistas de iniciação à docência, para estudantes dos cursos de licenciatura plena; bolsistas de supervisão, para professores das escolas públicas estaduais ou municipais; e bolsistas coordenadores institucionais de projeto e coordenadores de área de conhecimento, para docentes das instituições federais e estaduais.

PROLIND - Edital 2008

Três anos após o PROLIND 2005, o MEC (SECAD/SESU) e FNDE, com objetivo de ampliar a oferta de toda educação básica nas escolas indígenas, lançou, em 24 de junho de 2008, a segunda etapa do Programa, com o Edital de Convocação nº.03/200879, com o objetivo específico de apoiar os projetos de curso na área das licenciaturas interculturais, para formar professores para a docência no segundo segmento do ensino fundamental e ensino médio das comunidades indígenas, em consonância com a realidade social e cultural específica de cada povo e segundo a legislação nacional que trata da educação escolar indígena.

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De acordo com o Edital 03/2008, as propostas encaminhadas pelas universidades deveriam atender pelo menos um dos três eixos:

I) implantação e desenvolvimento de licenciaturas interculturais para formação de professores em nível superior que atuam em escolas indígenas. Iniciativas institucionais que visem à implantação e desenvolvimento de cursos de licenciatura específicos para a formação de professores para o exercício da docência em escolas de ensino fundamental e médio de comunidades indígenas e que tenham firmado convênio ou acordo de cooperação com as redes de educação básica pública dos Estados;

II) desenvolvimento de cursos de licenciatura intercultural para formação de professores que atuam em escolas indígenas em nível superior; Iniciativas institucionais que visem ao desenvolvimento de cursos de licenciatura específicos já criados, formulados em conjunto com as comunidades indígenas beneficiadas e em execução, para a formação de professores para o exercício da docência nas escolas de ensino fundamental e médio de comunidades indígenas e que tenham firmado convênio ou acordo de cooperação com as