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Capitulo 1 Enquadramento Teórico

1.2. A Educação Ambiental

1.2.5. O Programa Eco-Escolas

O Programa Eco-Escolas como foi acima referido, é um dos programas de Educação Ambiental da ABAE. Os seus objetivos são: criar hábitos de participação e cidadania através da procura de soluções para problemas da escola e comunidade melhorando a sua qualidade de vida; encorajar, reconhecer e premiar o trabalho promovido pela escola na procura de melhorar o seu desempenho ambiental e na sensibilização para a adoção de comportamentos mais sustentáveis. Como refere Gomes

(2011) com o programa Eco-Escolas pretende-se “aumentar o conhecimento… orientar para a ação… e abordar pela positiva…”. Estes objetivos atingem-se, segundo o mesmo autor, no desenvolvimento “da sensibilização, divulgação, (in)formação em Educação Ambiental, promovendo mudanças de atitude e comportamentos, compromissos, participação, envolvimento, cidadania e governança”, uso de uma “pedagogia do exemplo, construtiva e enfatizando as boas práticas”.

Este programa tem uma metodologia que como refere Gomes (2011) se fundamenta na Agenda 21 e que envolve sete passos na agenda escolar. Esta metodologia é reconhecida pelo United Nations Environment Programe (UNEP) como sendo a adequada para a educação para um desenvolvimento sustentável.

Inicia-se com a adesão da escola ao programa e a constituição do grupo motor a que, como refere Gomes (n.d.) no Guia Eco-Escolas se dá o nome “Conselho Eco- Escolas” (p.8). O Conselho Eco-Escolas (passo 1) constitui a força motriz do projeto. Tem por função garantir a execução dos outros passos, bem como salvaguardar a participação ativa e participativa dos alunos, professores, pessoal não docente e restante comunidade educativa. Envolve inclusivamente elementos da comunidade local como por exemplo representantes das Autarquias locais, Associações de Defesa do Ambiente, empresas, órgãos de comunicação social locais, etc.). Ainda de acordo com o Guia Eco- Escolas cabe a este conselho mais especificamente implementar a auditoria ambiental, aprovar o plano de ação, monitorizar e avaliar as atividades bem como coordenar as formas de divulgação do programa na escola e comunidade. As reuniões de conselho Eco-Escolas são o palco ideal para exercício da cidadania e os diferentes intervenientes são desta forma envolvidos no processo de tomada de decisão. As decisões podem ainda ser discutidas noutros contextos como por exemplo em reuniões ou assembleias de alunos, de turmas, etc. Devem ser feitas atas com o registo das deliberações de todas as reuniões realizadas bem como das decisões tomadas.

A auditoria ambiental (passo 2) à pegada ecológica da escola no seu conjunto (edifício, espaços e pessoas) de acordo com Gomes (n.d.) pretende constituir uma ferramenta de diagnóstico mas também de avaliação. Em primeiro lugar pretende-se, no inicio de cada ano, caracterizar a situação existente para identificação do que necessita de ser corrigido e/ou melhorado. Com base neste diagnóstico podem definir-se objetivos realistas. No final do ano deverá ser realizada nova auditoria, por forma a poder avaliar a evolução relativamente à situação de referência evidenciando-se assim os progressos efetivos, os pontos fracos e os pontos fortes. Esta avaliação servirá simultaneamente de

ponto de partida para o programa a desenvolver no ano seguinte. Os resultados da auditoria ambiental deverão ser divulgados na escola.

O Plano de Ação (passo 3) segundo Gomes (n.d.) deve ser encarado como uma orientação flexível e passível de sofrer alterações ao longo do percurso, contudo constitui-se a principal estratégia de abordagem dos diversos temas de trabalho. Deverá ser um plano escrito, aprovado anualmente pelo Conselho Eco-Escolas e elaborado com base na auditoria ambiental que apontou alguns dos pontos fracos ou problemas a resolver. Deve estabelecer objetivos a atingir e definir metas que sejam consideradas realistas. O plano deve prever formas de monitorização e de quantificação por forma a estabelecer indicadores relativos aos progressos alcançados, definir medidas a implementar, ações e atividades que permitam atingir os objetivos/metas a que se propõe. O Plano de Ação deve prever prazos e recursos realistas para a sua concretização e estar de acordo com o curriculum escolar. O plano deve enunciar as diferentes formas de avaliação das ações previstas.

De acordo com Gomes (n.d.) a monitorização e avaliação (passo 4) são duas componentes muito importantes para se poder perceber o nível de envolvimento, empenhamento e compromisso dos vários intervenientes. É pela monitorização que se percebe a eficácia do plano de ação. Deve ser coordenada pelo Conselho Eco-Escolas e deve dar lugar a celebrações festivas quando as metas propostas são alcançadas.

Trabalho curricular nos vários temas do plano (passo 5): como refere Gomes (n.d.) o princípio que orienta as Eco-Escolas é o de que os temas ambientais devem ser estudados na sala de aula e/ou fora dela, articulando com os temas curriculares e devem influenciar a forma de funcionamento da escola. Não é fundamental que todas as turmas estudem todos os temas contudo toda a comunidade educativa deve ter conhecimento do trabalho desenvolvido pelas várias turmas e deve ser estimulada a tomar medidas com vista a superação dos problemas.

A divulgação (passo 6) deve acontecer, como sugere Gomes (n.d.) em todo o processo: quer a comunidade educativa, quer a comunidade local, devem ser informadas e envolvidas. Para esse efeito a escola pode utilizar múltiplas e variadas formas: desde os folhetos informativos à realização de exposições, colóquios, concursos, festas, utilização da página de internet da escola, etc.

De acordo com Gomes (n.d.) a escola tem também de construir um código de conduta ambiental o Eco código (passo 7) no qual todos devem participar e com o qual

traduzidos por ações concretas que todos os membros da escola, alunos, professores e funcionários, devem cumprir.

Cumpridos os sete passos como sugere Gomes (n.d.) o Conselho Eco-Escolas faz o balanço da sua execução e decide da possibilidade de candidatura da escola à bandeira verde do programa. Mediante o cumprimento ou não da maioria dos objetivos a que a escola se propôs e do cumprimento dos sete passos, a Coordenação Nacional da ABAE decide o reconhecimento do trabalho desenvolvido, através da atribuição do Galardão (bandeira verde) e eventualmente outros prémios simbólicos à escola, professores e alunos envolvidos. A coordenação nacional do programa prevê a realização de uma visita de avaliação às escolas participantes de 3 em 3 anos. Nesta visita é realizada uma avaliação externa à implementação do programa, onde é verificado a correção da implementação da metodologia e o efetivo envolvimento dos alunos e da comunidade educativa.

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