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INTERAÇÃO SOL-TERRA

3.2. AQUECIMENTO GLOBAL E EFEITO ESTUFA

3.2.1 O que estão falando sobre clima e modelos climáticos

Nas pesquisas de Bindschadler e Bentley (2003), os modelos climáticos utilizados pelos defensores do aquecimento global alertam para uma catástrofe iminente. O mais curioso é que esses mesmos modelos ocultam, em seus gráficos e cálculos estatísticos, os períodos de “frio”, pelos quais o planeta passará, por consequência de uma variabilidade natural, ou seja, os mesmos modelos apresentam previsões de resfriamento e aquecimento, no entanto, só anunciam o aquecimento.

Por serem estudos parciais os “cientistas” adequam tais modelos às suas previsões catastróficas sobre o aquecimento global. Tal parcialidade é tão prejudicial à racionalidade humana que chega a ser, no mínimo, inadmissível. É notória a intenção de sempre condicionar o aumento de temperatura ao aumento das emissões de GEE20. Mas ainda não explicaram se os GEE são a causa ou a

consequência do aumento de temperatura. (TEODORO; AMORIM, 2008).

Segundo Leroux (2008), para convencerem a população de que o CO2 é o

principal responsável pelo aumento de temperatura do planeta, alguns pesquisadores usam o paralelismo das variações de temperatura do ar e do teor atmosférico em GEE fornecidos pelos cilindros de gelo do ártico, que são retirados da Estação Vostock21.

Para Leroux (2008) é uma astúcia ideal querer que o passado e o futuro sejam diretamente comparáveis, pois a possibilidade disso ser possível equipara-se

20

GEE – Gases de Efeito Estufa.

21 em russo) é uma estação de pesquisas russa localizada no interior da Antártida, fundada em 16 de dezembro de 1957 por V. S. Sidorov.

112 ao de um cidadão conhecer e compreender os parâmetros orbitais de radiação demonstrados por Milankovitch.

A covariação geral dos parâmetros (deutério, CO2, CH4, Ca, etc. e a temperatura correspondente deduzida) no decurso de mais de 400 mil anos resulta de um “forçamento” exterior à própria Terra. Resultou de quatro ciclos principais que revelam a influência da "excentricidade da órbita terrestre" (ciclos de 100 000 anos). No interior de cada grande ciclo glaciário-interglaciário as variações mais breves são conjuntamente associadas à variação da inclinação do eixo dos pólos e à precessão dos equinócios. Estes parâmetros orbitais da radiação foram demonstrados por Milankovitch, em 1924. Todos os parâmetros covariam (e estão portanto estatisticamente correlacionados). Mas a evolução da temperatura a esta escala de tempo não depende dos GEE. Pelo contrário, são as taxas de crescimento destes é que dependem (mais ou menos directamente) da temperatura. Por consequência, apesar dos resultados notáveis das análises dos cilindros de gelo para o conhecimento dos climas passados, a referência sistemática aos paleoambientes (mais exactamente à "química isotópica") não faz qualquer sentido no debate (…) E tanto menos sentido quanto as teorias meteorológicas convencionais utilizadas pelos modelos não propõem um esquema de circulação geral válido a esta escala paleoclimática (LEROUX, 2008, p. 7, grifos do autor).

Os ciclos de Milankovitch prescrevem a alteração dos parâmetros orbitais da Terra em periodicidades específicas: a mudança da excentricidade da órbita de translação terrestre em ciclos de 105 mil anos, a mudança do eixo de inclinação da rotação terrestre em relação ao plano orbital em ciclos de 41 mil anos, e a precessão terrestre (movimento semelhante a de um peão diminuindo sua energia cinética) em ciclos de 21 mil anos. Segundo Oliveira (2008), a teoria de Milankovitch teria tido sucesso em explicar as glaciações dos últimos 650.000 anos, mas seria inadequada para explicar as alterações climáticas ao longo dos últimos 100 anos, posto que os parâmetros orbitais são praticamente constantes neste intervalo de tempo (OLIVEIRA, 2008 apud BARBOSA, 2010, p. 38).

Um outro dado curioso e motivo de debate tem sido a afirmação do IPCC de que a temperatura média do planeta aumentou de 0,6 °C ± 0,2 °C no período de 1860-2000. Neste período, vale notar, tivemos a Revolução Industrial que proporcionou o aumento de indústrias e consequentemente o aumento da poluição. (BARBOSA, 2010).

Seguindo a argumentação do IPCC, feita no parágrafo anterior, chegaremos a seguinte conclusão: o aumento da poluição significa aumento de CO2 na

atmosfera; o CO2 é um GEE, logo a intensificação do CO2 provocou essa elevação

de temperatura, ou seja, de 0,6 °C ± 0,2 °C. Se esta conclusão estiver correta, então, as variações de temperatura num intervalo de 50 anos, dentro do período de 1860 a 2000, deveriam ser inferiores a 0,6 °C (LEROUX, 2008).

113 De acordo com Leroux (2008), de 1961 a 1990 as temperaturas registradas entre Nice e Marselha ou entre Marselha e Perpignan, foram respectivamente 14,2 °C a 14,8 °C e 14,5 °C a 15,1 °C. Notem que as variações de temperatura são exatamente iguais a 0,6 °C. Parece-nos curiosa a maneira como o IPCC prevê as variações de temperatura média global. Mais curiosa ainda é a previsão variacional, de temperatura média global, que o IPCC tem feito para 2100.

Mantenha-se o bom senso: comparada com a variação “real” de 0,6 °C de subida no período de 1860-2000, uma variação de temperatura prevista pelo IPCC entre 2 °C a 6 °C (ou de 1,4 °C a 5,8 °C com uma margem de incerteza de 1 a 3,5 °C) para um ano tão afastado como o de 2100 tem verdadeiramente algum significado? Só com muito boa vontade! (LEROUX, 2008, p. 9, grifo do autor).

Os modelos climáticos usados pelo IPCC, e, diga-se de passagem, modelos sofisticados, não conseguem de fato explicar que o aquecimento global começou, tão somente especular usando como argumento uma interpretação equivocada, como a que é feita, no Gráfico 11.

Gráfico 11. Evolução do índice ONA22e das anomalias da temperatura “reconstituída” global (a norte da latitude 30° N) de 1990 a 1995.

Fonte: http://www.resistir.info/climatologia/impostura_cientifica.html

114 Segundo Leroux (2008), a curva descrita no Gráfico 11 corresponde a um aquecimento localizado e não global como insinua o IPCC.

O pretendido aquecimento dito global atribuído ao efeito de estufa antropogénico é com efeito regional e limitado. Releva no essencial do factor dinâmico e, portanto, de uma alteração do modo de circulação geral a partir dos anos 70, desvio climático principal que é, recordemos, ignorado pelos "modelos" e pelos "experts", nomeadamente, os ditos “cientistas” do IPCC. (LEROUX, 2008, p. 7, grifo do autor).

Ficamos estarrecidos face às declarações de dois “cientistas” que defendem as teorias do IPCC sobre o aquecimento global. São verdadeiras pérolas e em hipótese alguma poderíamos deixar passar desapercebido. Os distintos cavalheiros são Le Treut e Jancovici. Alguns escritos destes revelam que:

A modelação permitiu traçar um feixe de futuros possíveis onde o clima parece inevitavelmente que vai mudar. (p. 45).

Um eventual aumento da variabilidade […] pode afetar as temperaturas, aumento dos gelos tardios da Primavera. (p. 59).

Um aumento da mortalidade, consequência possível de um aumento das temperaturas (p. 61). (LE TREUR; JANCOVICI, 1996 apud LEROUX, 2008, p. 9).

Com pesquisadores assim o IPCC poderia até pensar em mudar seu campo de atuação. A primeira afirmativa diz que, o clima inevitavelmente vai mudar, de fato, isso tem acontecido desde sempre.

Na segunda afirmativa, em destaque, vem a revelação de que, em pleno cenário de aquecimento global, estamos ameaçados pelos gelos tardios. Não nos parece preocupante. Para finalizar, uma afirmação um tanto, quanto estranha; a de que nós iremos morrer devido ao aumento de temperatura. Aos defensores do IPCC nos resta informá-los que frequentemente, na Europa, pessoas têm morrido por consequência dos longos períodos de frio intenso.

Chegarmos vivos a esse ponto da discussão nos dá o direito de fazermos a seguinte reflexão: se continuarmos a alimentar e a disseminar esse tipo de absurdo, a comunidade científica estará seriamente ameaçada de ser acometida de algum tipo de inércia mental ou até mesmo de uma inanição intelectual. (LEROUX, 2008).

115 O lado positivo dessa história é que também existem pesquisadores comprometidos com a ciência. Um exemplo claro disso são os autores Teodoro e Amorim (2008). Estes autores dizem que:

Atualmente, as mudanças climáticas representam um dos temas mais contraditórios no meio científico, pois não existem, até o presente momento, decisões contundentes sobre o grau de participação dos elementos responsáveis (naturais e antrópicos) pelas alterações globais, mesmo com todos os avanços tecnológicos, nos últimos tempos. Tais contradições se agravam, ainda mais, pelo caminho das mudanças no clima: aquecimento global ou nova era glacial? (TEODORO; AMORIM, 2008, p. 26).

Os modelos climáticos atuais não explicam com exatidão as variações climáticas globais. Na verdade, há imprecisão, também, quando se mede a variação de temperatura numa escala local. Sendo assim, parece ser imprudente fazer afirmações contundentes sobre o clima global a partir desses modelos climáticos.

Estima-se que a idade do nosso planeta seja de 4,55 bilhões de anos. Durante esse tempo o clima da Terra passou por inúmeras mudanças, sempre alternando entre períodos quentes e frios, desde a Era Mesozócia23 ao século XXI (SILVA; PAULA, 2009).

Silva e Paula (2009) explicam que na Era Mesozóica (225 milhões de anos a 65 milhões de anos), a temperatura da Terra atingiu de 30 a 33 °C, e mesmo nas regiões polares, as temperaturas variaram de 8 °C a 10 °C. As análises feitas em registros de gelo da Antártica mostraram que, desde 415 mil anos até o presente, o planeta já passou por cinco breves períodos interglaciais24. Veja a Figura 20.

23

O nome Mesozóico é de origem grega e refere-se a ei i l sendo também interpretado como "a idade medieval da vida". Esta Era é especialmente conhecida pelo aparecimento, domínio e desaparecimento dos dinossauros.

24

Um período interglacial ou fase interglaciar é um intervalo geológico caracterizado por temperaturas médias mais quentes que separam os períodos glaciares. Os períodos glaciais são caracterizados pelo frio intenso, conhecido também pelo nome Era do Gelo.

116

Figura 20. Ciclos climáticos nos últimos 415.000 anos (Salamantin et al. 1998)

Fonte: SILVA, Robson Willians da Costa; PAULA, Lima de Penha. Causa do aquecimento global: antropogênica versus natural, 2009, p. 48.

No entanto, estudos realizados nas amostras de gelo da Groenlândia revelaram que o planeta passou por cinco períodos quentes no intervalo de 1450 a.C a 2010 d.C. Dos quais escolhemos os três ocorridos depois do nascimento de Cristo (Calendário Juliano)25. Estes eventos se estendem do ano 800 a 2010.

Do ano 800 a 1100 tivemos o chamado Período Quente Medieval, a “Pequena Idade do Gelo” se estendeu de 1650 a 1850, enquanto o período Quente do Século XX foi de 1900 a 2010. Alguns cientistas acreditam que estamos no Período Holocénico26, no qual o clima é considerado relativamente estável. Os registros glaciares evidenciam o aquecimento global decorrente do fim da última glaciação, seguidos de novos períodos de arrefecimento de menor amplitude. (SILVA; PAULA, 2009).

O século XX foi quase tão quente como os séculos do Período Quente Medieval. O recente período quente 1976-2000 parece ter chegado ao fim; astrofísicos que estudam o comportamento das manchas solares prognosticam que os próximos 25-50 anos poderão compor um período frio semelhante ao Mínimo de Dalton, ocorrido entre as décadas de 1790 e 1820 (EVANS, 2007 apud SILVA; PAULA, 2009, p. 47)

25O calendário juliano foi implantado pelo imperador romano Júlio César, no ano 44 a.C. O nascimento de Cristo é o marco zero nesse calendário, então os eventos são registrados em antes de Cristo (a.C) ou depois de Cristo (d.C). Até chegar a data zero os anos são contados em ordem decrescente e a partir do zero em ordem crescente.

117 As informações sobre o clima apontam para o crescente aumento de temperatura. Este aumento tem sido diretamente relacionado ao aumento na emissão de CO2 antropogênico na atmosfera. No entanto, o que estes autores estão

querendo dizer é que as variações climáticas globais são cíclicas e o aumento de temperatura não é consequência única e exclusiva do aumento de CO2 antrópico.

Pois, se o século XX foi tão quente quanto o Período Medieval, então no Período Medieval deveria existir emissão de CO2 antrópico e natural numa proporção similar

à do século XX, e isso não é verdade.

A julgar pelas variações climáticas globais ocorridas ao longo dos séculos, Silva e Paula (2009) entendem que estamos prestes a entrar num período climático de resfriamento, contrapondo-se à ideia de aquecimento global tão difundida em todos os meios de comunicação.