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A.3.2 Bairros do Grande Recife

2.4 A Indústria Automotiva no Brasil

2.4.2 O Século XXI

O início do século XXI, as indústrias automotivas se encontravam em estabilidade econô- mica, ampliando e investindo em novas fábricas.

Em 2000, o faturamento do mercado era de R$ 36,3 bilhões, representando 13,8% do PIB industrial brasileiro. Neste ano, a GM fez o maior recall da história da indústria automotiva do Brasil, chamando 1,3 milhão de Chevrolet Corsa para vericar a xação do cinto de segurança. Além disso, a GM lançou no País um veículo projetado especialmente para o mercado local, o Chevrolet Celta, que assumiu o posto de carro de entrada da marca, ou seja, o automóvel popular mais vendido da montadora.

No nal de 2001 e início de 2002, o contexto internacional não se apresentava tão favorável ao Brasil e ainda acontecia a eleição presidencial no País. Esse fato trouxe grande preocupação para as indústrias, inclusive a automotiva, fazendo com que ocorresse uma estagnação. O presidente Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democrata Brasileira (PSDB) estava no nal do segundo mandato, enquanto as pesquisas eleitorais apontavam para ser o seu sucessor, um candidato considerado de partido de esquerda, o senhor Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que se tornaria presidente por oito anos.

Os analistas, investidores e economistas temiam as medidas tomadas por um candidato de esquerda eleito. Apesar de não acreditarem que esse fato seja a única justicativa para desencadear uma crise econômica tão forte quanto a que ocorreu em 2002, esse era um fator predominante. De fato, aconteceu que o candidato Lula cresceu na intenção de votos das

pesquisas, fazendo o chamado risco Brasil, índice que mede a conança dos investidores no País, crescer rapidamente. Por isso, alguns economistas apelidaram o acontecimento de "risco Lula", indicando que, se Lula ganhasse a eleição, a economia do País poderia sofrer grande recessão. Portanto, o candidato Lula precisou assinar um documento, que cou conhecido como "Carta aos Brasileiros", prometendo que, caso ganhasse as eleições presidencialistas, não tomaria medidas que envolvesse grandes mudanças na política econômica brasileira, e, por esse motivo, ganhou alguns votos a mais e foi eleito presidente do Brasil em 2002.

Uma reversão de tal cenário só seria possível através de um choque nas expectativas dos agentes, sendo exatamente o que ocorreu. Dois fatores foram fundamentais para que em poucos meses o País superasse os momentos de pânico vívidos no segundo se- mestre de 2002. Ocorreram dois choques simultâneos: um interno, de credibilidade, causado pela expectativa com relação à política econômica do novo governo; o outro, externo, gerado pela melhora do contexto de liquidez internacional, impulsionada pelas baixas taxas de juros praticadas pelos Estados Unidos.

(Serrão, 2005). No ano 2001, o grupo francês Peugeot Citroen inaugurou sua unidade em Porto Real (RJ), onde passou a ser fabricado o Peugeot 206 nacional. O carro inovou no design dos veículos de entrada de uma marca.

Em 2002, a Ford apresentou no Salão de Automóvel de São Paulo, o veículo Ecosport, um modelo SUV compacto que consolidou o conceito de aventureiro urbano ao unir elementos de carro de passeio e de jipe (o estepe na tampa traseira). No mesmo evento, foram também apresentados o Citroen C3 e Honda Fit, ambos campeões de vendas no Brasil de seus respectivos fabricantes.

No ano de 2003, o Brasil era um dos principais mercados do Grupo GM, as vendas da lial brasileira eram responsáveis por cerca de 9,5% do total mundial. O Brasil se consolidou de vez como um importante mercado consumidor de automóveis. A Volkswagen apresentou o veículo Gol com motor Total Flex, que funciona com etanol, gasolina ou uma mistura de ambos, sendo o primeiro automóvel ex fabricado e comercializado no Brasil. A Ford tirou de linha o Escort, um dos veículos mais comuns no Brasil desde a década de 80. Houve ainda um acordo entre Brasil e México no segmento automobilístico, que passou a vigorar em 2007, reduzindo a zero as tarifas de exportações e importações de automóveis entre os dois Países.

No ano de 2004, a GM fechou o ano como líder no mercado nacional de veículos comerciais leves, tendo 24,5% das vendas, em segundo encontrava-se a Fiat seguida da Volkswagen, No ano seguinte a Fiat assumiu como a nova líder, seguida da GM e Volkswagen. Porém, anos depois a GM se rmaria em terceiro lugar nas vendas, atrás da Fiat e Volkswagen.

Em 2005, a GM do Brasil já era a segunda maior montadora em operação fora dos Estados Unidos. O Brasil já era o nono maior produtor mundial de veículos, além de produzir cerca de 2,5 milhões de veículos, a melhor marca da sua história até aquele ano. A indústria au- tomobilística fechou o ano com 106 mil empregos (5,2% a mais que 2004). A Fiat liderou os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no Brasil, atingindo aproximadamente 25% de participação das vendas nacionais. Vale ressaltar, que a partir desse ano a Fiat não perdeu sua liderança na preferência dos consumidores brasileiros até os dias atuais.

Em 2006, pela primeira vez na história do Brasil, a venda total de veículos (carros de passeio, comerciais leves, motocicletas, ônibus, caminhões, etc.) passou a marca de 3 milhões de unidades. A Volkswagen deixou de fabricar para o grande público seu primeiro carro de luxo, o veículo Santana, mas que mantém um mercado entre os taxistas até hoje, principalmente na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2007, a produção automotiva brasileira foi de 2.391.354 unidades, sendo que a recupera- ção das vendas domésticas foi incentivada pela expansão do crédito, que constituiu o principal estímulo para a expansão da produção. As indústrias automotivas empregavam 104.274 funci- onários. O faturamento das exportações foram US$ 7,8 milhões, em relação aos resultados de 2006, houve um aumento de 6,1%, porém resultou um décit US$ 970,3 mil, em relação a 2006. A frota estimada de veículos já ultrapassava 25,5 milhões de unidades, cando em oitavo lugar no ranking dos Países que mais possuíam veículos do mundo.

Segundo Escudero (2006, p.11), a indústria automobilística caracteriza-se por uma concor- rência acirrada, em face da saturação e maturidade dos principais mercados, e em conseqüência deste fato, as empresas vêm buscando novas oportunidades de crescimento e lucros.

As estratégias das montadoras daqui para frente foram orientadas para mudanças competi- tivas, incluindo a diferenciação de produtos, associações, alianças e expansão geográca de sua atuação, por meio da internacionalização das suas atividades.

No salão de automóveis de Frankfurt, Alemanha, a maioria das fabricantes de veículos assumiu o discurso de que é preciso diminuir as emissões de gases tóxicos e do efeito estufa na atmosfera. Neste mesmo ano, o veículo híbrido mais vendido do mundo, o Toyota Primus

completou 10 anos.

Ainda em 2007, a BRAMONT iniciou suas operações no Pólo Industrial de Manaus (PIM), uma empresa que atua nos segmentos de quatro e duas rodas. O segmento quatro rodas tem acordo rmado com o grupo indiano MAHINDRA & MAHINDRA e produz desde o início de suas operações a linha de utilitários MAHINDRA - SUV, Pickup Cabine dupla e Chassi.

No nal de 2008, a crise nanceira global atingiu as gigantes americanas GM, Ford e Chrys- ler. Destas montadoras, apenas a Ford escapou da crise sem a ajuda do governo americano. No Brasil, a Volkswagen lançou em julho a quinta geração do automóvel Gol, líder de mercado desde 1986. É importante destacar que a montadora coreana Hyundai cou entre as dez maiores vendedoras de carros de passeio e comerciais leves no País, assumindo a décima posição.

O faturamento da indústria automotiva de 2009 no Brasil já alcançava R$ 62,2 bilhões, sendo 19,8% do PIB industrial, um aumento de aproximadamente 60% em relação ao ano de 2000. Neste ano, a GM anunciou ocialmente sua concordata e passou a ser controlada pelo governo americano, enquanto a Chrysler fez uma aliança com a Fiat, que, na prática passou a controlar parte da marca americana. A montadora indiana Tatá Motors lançou o Nano, veículo que tinha a proposta de ser o carro mais barato do mundo (cerca de 2.500 dólares).

Em 2010, aconteceu a edição de 50 anos do Salão do Automóvel, em São Paulo, onde as marcas chinesas (Chery, Haima, JAC, Chana e Brilliance) foram as grandes atrações, porém deixaram dúvidas no seu futuro no mercado nacional. A Fiat apresentou o Novo Uno, veículo hatch de entrada da marca, que durante o ano tornou-se um campeão de vendas. O Brasil chegou à posição de quarto maior mercado automotivo do mundo, superando a Alemanha. A China fechou o ano de 2010 como líder disparada no mercado automotivo com crescimento de 35,1% em comparação ao ano de 2009, ultrapassando a marca de 13 milhões de automóveis, de acordo com pesquisa da Jato Dynamics do Brasil, líder em fornecimento de informações automotivas.