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1.3 A Função Social do Estado Moderno no Sistema do Capital

1.3.1 O sobreproduto social e o surgimento do Estado: como tudo começou

A apreensão do Estado na perspectiva marxiana parte do pressuposto de que este tem sua existência hipotecada a determinado estágio do desenvolvimento da produção material da vida social. Ou seja, enquanto constructo humano social, o Estado tem sua gênese ancorada numa necessidade histórico-concreta e não numa necessidade universal do gênero humano. O ―nó górdio‖ a deslaçar, portanto, e que conforma o Estado na sua imediaticidade enquanto uma instituição natural, supra- histórica, é desvelar qual a sua função social no processo de complexificação do mundo dos homens, porque determinado formato de sociabilidade não prescinde desse complexo regulador para reprodução social.

O trabalho, conforme analisa Marx (1983), é a base ineliminável de qualquer modelo de sociabilidade. Ou seja, o intercâmbio orgânico do homem com a natureza para produzir meios de produção (matérias-primas, ferramentas, fábricas, energia) e subsistência (alimentação, casa, remédio, vestimentas) é a condição cine qua non de existência humana no globo terrestre. Nas palavras do nosso autor,

Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza (MARX, 1983, p. 197).

É desse intercâmbio orgânico com a natureza, isto é, da cooperação entre mão, cérebro e língua para transformação do mundo objetivo, que emerge toda riqueza e que é distribuída, ao longo da história, entre os indivíduos, de acordo com o formato das relações de produção. Eis aqui o ponto de partida marxiano, o dado primário para apreender o movimento histórico e, por conseguinte, o surgimento dos complexos sociais advindos com a evolução do mundo do trabalho.

O ―fogo do trabalho‖, portanto, como expressa Marx (1983), ao despertar a natureza do mundo dos mortos, funda o ser social e com isso afasta, gradativamente, as barreiras naturais, efetivando um verdadeiro salto ontológico. Porém, como ponderam Netto e Braz (2006), a constituição do ser social pela nascente do trabalho não suprime a base da natureza, mas reduz o seu peso e a sua gravitação na vida humana. Nessa perspectiva, o desenvolvimento do ser social significa que

[...] embora se mantenham as determinações naturais, elas são progressivamente afastadas, empurradas para trás, sofrendo recuo. As barreiras (ou limites) naturais em meio às quais se move a sociedade e a própria naturalidade dos homens são insuprimíveis, mas as suas implicações para a vida humana decrescem à medida que, pelo trabalho, os homens transformam a natureza e se transformam a si mesmos. O homem, portanto, é natureza historicamente transformada, mas o que é propriamente humano reside nessa transformação [...] que situa o homem para além da natureza e o caracteriza como ser social (NETTO; BRAZ, 2006, p.39).

É justamente esse ato de transformação que remete o trabalho para além de si próprio, conforme sustenta Lessa (2007b), embasado na obra de Lukács. Isso significa afirmar que, se, por um lado, o processo de constituição do ser tem sua gênese no primeiro ato de trabalho, por outro lado, nem todos os atos humanos são redutíveis ao trabalho, não se esgotam nesse ato. O primeiro ponto a depreender dessa fundamentação ontológica é que, sendo o trabalho um processo de conversão de uma prévia-ideação em determinado objeto, o resultado desse processo é, necessariamente, uma transformação do real, concomitante a uma transformação do indivíduo. Ao projetar na consciência a construção de um machado de pedra lascada, por exemplo, o indivíduo não constrói simplesmente um machado, ele também se constrói, à medida que, ao término do processo, adquiriu novos conhecimentos e habilidades que desencadearão em novas necessidades e possibilidades (LESSA, 2007b).

Num decurso temporal milenar, o processo imanente de acumulação de objetivações elevou o homem para além da descoberta do fogo ou da confecção do machado. No entanto, se a manipulação desse fogo, por exemplo, é utilizada para abreviar parte do processo produtivo durante o consumo de carne, derreter pedras e formar metais; queimar carne humana nas fogueiras da Santa Inquisição, ou ainda, desertificar extensas faixas territoriais e queimar excedentes de produção de alimentos, quando estes poderiam sanar a fome de grande parte da humanidade, esse processo expressa, necessariamente, outro aspecto inerente a constituição do ser social, qual seja, o grau de autonomia, o quantum de causalidade que cada obra prima esculpida pelo trabalhador adquire, quando inserida na malha das relações sociais (LESSA, 2007b).

Nesse sentido, cabe reiterar que as ações teleologicamente orientadas à construção de instrumentos para transformação da natureza em bens necessários à reprodução social funda o ser social e demais complexos sociais. Noutras palavras, ―todo e qualquer ato humano constrói novos objetos e relações sociais‖ (LESSA, 2007, p.83). É no arco dialético desse processo entre a esfera teleológica e a esfera do mundo objetivo que a humanidade foi impulsionada à patamares superiores e complexos de sociabilidade.

O elemento fulcral a depurar desse traçado introdutório é que a processualidade imanente do trabalho e seu acento de determinações no

desenvolvimento das forças produtivas atinge um momento apical na história do ser social com o surgimento do excedente econômico ou sobreproduto social31 e com

este, um quantum de novas necessidades e possibilidades para a vida em sociedade.

Pode-se afirmar, segundo as fontes teóricas arroladas ao longo desse esboço textual, que o excedente econômico conforma um divisor de águas no curso histórico da existência humana, pois, ao imprimir um acréscimo de produtividade e, por conseguinte, um maior controle da ação humana sobre o espaço natural, instaura um elemento radicalmente novo no mundo dos homens: a exploração do homem pelo home e, em decorrência, a divisão da sociedade em classes estruturalmente antagônicas. Ou seja, se, por um lado, o excedente de produção representa um passo à frente, à medida que é resultado dos progressos no processo de trabalho, como aperfeiçoamento dos meios de produção, acúmulo de habilidades pelos homens e conhecimento sobre o meio natural, por outro lado, abre vielas para exploração do trabalho humano, para sucção do trabalho excedente por parte dos ―alforriados‖ da labuta do intercâmbio orgânico com a natureza.

Conforme assinala Mandel (1978) esse aumento da produtividade do trabalho para além de um nível mínimo de carência cria a possibilidade de um pequeno excedente e, desde que haja um excedente, desde que dois braços produzam mais do que exija para seu próprio sustento, está dada a possibilidade de luta pela posse desse excedente. É a partir desse momento, como ressalta o autor, que o conjunto do trabalho de uma coletividade deixa de ser destinado ao sustento de seus produtores e uma parte desse trabalho passa a ser reservado para a libertação duma outra parte desses produtores da necessidade de trabalhar para seu próprio sustento.

Poder-se-ia questionar porque o excedente de produção torna-se cativeiro para uma parte dos homens e liberdade para outros que passam a parasitar da riqueza socialmente produzida pelos primeiros? Porque o sobreproduto social torna- se a base material, a pedra angular da exploração do homem pelo homem quando todo avanço empreendido no solo das forças produtivas deveria ter o seguinte

31 O sobreproduto social é a parte da produção social que é produzida pela classe dos produtores, da

qual a classe dominante se apropria sob que forma seja, seja sob a forma de produtos naturais, de mercadorias destinadas a serem vendidas, ou ainda sob a forma de dinheiro. Ele é, portanto, uma apropriação gratuita - sem ter em troca qualquer contrapartida em valor - de uma parte da produção da classe produtiva pela classe dominante (MANDEL, 1978, p.7).

significado: ―produzindo-se mais em menos tempo, dever-se-ia contar com um tempo livre cada vez maior‖? (LESSA; TONET, 2008, p.86)

Um dos primeiros aspectos a levar em conta, mesmo que tal resposta não esgote a complexidade do problema posto, como frisa os autores supracitados, é que nesse estágio de produção, ainda permanece um elevado grau de carência que não dá para ser suprido pelo excedente criado. Essa possibilidade só será dada com o desenvolvimento abrupto das forças produtivas, instaurado com a Revolução Industrial. Além disso, outra questão a ser descartada é a afirmação de que a exploração do homem pelo homem é decorrente de uma mesquinharia, egoísmo, inerentes ao ser humano. Sua decorrência, portanto, advém de uma articulação entre carência e produção excedente num dado cenário histórico.

Como tentou-se alinhavar em alguns parágrafos precedentes, cada obra parida pela ação humana, quando inserida na teia das relações sociais, adquire um grau de autonomia/independência que é imprevisível no plano teleológico. Com isso, está se apontando para o fato de que, sendo o processo de trabalho um complexo movimento entre os meios de produção – forças produtivas – e as relações de produção, logo é a forma como se opera o intercâmbio orgânico com a natureza, ou seja, a forma como se dá a posse dos meios de produção, se coletiva ou privada, que imprime possibilidades da produção e distribuição do excedente representar liberdade para todos ou amarras para uma determinada parcela da humanidade.

O excedente econômico, fenômeno desconhecido pela primeira forma de organização social aclassista – sociedade primitiva32 – porém gestado no interior

desta, impõe a necessidade da criação de complexos sociais para dar continuidade à reprodução social. A luta pela apropriação desse quantum de produção social demanda à classe ―alforriada‖ da labuta do intercâmbio orgânico com a natureza a criação de um determinado ―complexo regulador‖, que dê sustentabilidade à apropriação privada dos produtos do trabalho de uma classe, seja pela via da repressão direta, seja pela via da coação ideológica.

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A sociedade primitiva constitui a primeira forma humana de organização social e a forma mais próxima da natureza. Havia uma baixa produtividade, devido ao incipiente desenvolvimento das forças produtivas, e, por conseguinte, uma expressiva carência entre os membros dessa sociedade. Por outro lado, a produção e a apropriação dos frutos do trabalho era coletiva, e, portanto, não havia exploração do homem pelo homem (LESSA;TONET, 2008).

Esse complexo regulador necessário à administração dos conflitos sociais e à sustentação das relações de dominação conforma/corresponde à figura do Estado. Neste sentido, conforme exposição de Engels (2002, p.203) num registro secular,

O Estado não é, pois, de modo algum, um poder que se impôs à sociedade de fora para dentro [...] É antes de tudo um produto da sociedade, quando esta chega a um determinado grau de desenvolvimento; é a confissão de que essa sociedade se enredou numa irremediável contradição com ela própria e está dividida por antagonismos irreconciliáveis que não consegue conjurar. Mas para que esses antagonismos, essas classes com interesses econômicos colidentes não se devorem e não consumam a sociedade numa luta estéril, faz-se necessário um poder colocado aparentemente por cima da sociedade, chamado a amortecer o choque e mantê-lo dentro dos limites da ―ordem‖. Esse poder, nascido da sociedade, mas posto acima dela se distanciando cada vez mais, é o Estado.

O referido legado teórico desvela que o Estado não é o eixo fundante da vida em sociedade, ou seja, ele nem sempre existiu. Foi fundado pelo processo de evolução do trabalho, a partir de determinado estágio da produção material da vida social, mediante a instauração da propriedade privada e da divisão da sociedade entre dominantes e dominados. Sua aparição, portanto, dá-se a partir do momento em que os homens passam a ocupar posições diferentes no interior das relações de produção - posições essas, vale reiterar, determinadas pela posse dos principais meios de produção - e os conflitos tornam-se antagônicos, irreconciliáveis, necessitando de algum tipo de regulação.

Nessa rota de análise, a propriedade privada e a divisão do trabalho entre trabalho manual e trabalho intelectual são os eixos emblemáticos que inauguram o modo de vida no âmbito de uma sociedade classista. A exemplo da sociedade escravista - uma das primeiras formas de organização social com o corte de classe e na qual o intercâmbio orgânico com a natureza assume a forma de trabalho escravo – os escravos, ferreteados com o slogan de seus donos, correspondem à classe dominada e, ao realizarem o trabalho manual, produzem de acordo com os interesses de seus senhores. Por outro lado, os proprietários dessa força de trabalho alheia precisam exercer uma atividade de controle – trabalho intelectual - a fim de que estes incorporem na esfera ideológica o que será produzido e como será produzido. É importante ressaltar, como frisa Lessa (2007b), que a cisão entre trabalho manual e trabalho intelectual não significa a supressão da consciência do

trabalhador, uma vez que é justamente o fato da prévia-ideação que diferencia o ―pior arquiteto da melhor abelha‖ (MARX, 1983, p.300).

A questão nodal a destacar é que aqueles trabalhadores que continuaram na labuta do intercâmbio orgânico com a natureza precisam incorporar na sua cabeça as necessidades da classe dominante, ou seja, dos produtores alforriados.

É nessa perspectiva que, no seio da sociedade classista, a classe dominante encontra na estruturação do Estado um instrumento essencial para efetivar a referida atividade de controle social e de difusão da ideologia dominante. Esse complexo aparelho, formado por um arsenal de funcionários públicos, Exército e Direito, independente do formato que assume ao longo da história, tem como função social assegurar o poder e a ordem estabelecida, conforme os interesses da classe dominante. Noutras palavras, ele precisa assegurar as condições para extração e apropriação do trabalho excedente. Para tanto, o Estado se impõe na condição de soberano coletivo, de entidade representativa dos interesses gerais e comuns de uma sociedade. Esse conforma um dos grandes achados teóricos de Marx e Engels (2007), ao revelar o caráter de classe do Estado. Conforme esses autores, a supremacia da ideologia dominante de qualquer sociedade é a ideologia da classe dominante e, portanto, é essa classe que detém a posse dos principais meios de produção; que se apropria do sobreproduto social e que controla as superestruturas construídas e sustentadas com parte desse excedente.

Cada modelo de produção requer uma concepção de mundo, uma forma de pensar que lhes dê sustentabilidade. É nesse sentido que Marx e Engels (2007, p.48) afirmam que as idéias dominantes têm fundamento na produção material da vida social e que:

[...] assim como o Estado é o Estado da classe dominante, as idéias da classe dominante são as idéias dominantes de cada época. A classe que exerce o poder material dominante na sociedade é, ao mesmo tempo seu poder espiritual dominante. Mas os enlaces dominantes com a classe dominante se obscurecem. As idéias dominantes parecem ter validade para toda a sociedade [...] Forja-se a ilusão histórica de que cada época da vida social resulta não de determinados interesses materiais de uma classe mas de idéias abstratas.

Portanto, como o centro do exercício político ou, como afirma Mészáros (2002), uma estrutura de comando político, o Estado moderno é a via privilegiada sob o qual as diversas frações da classe dominante impõem seus interesses de classe ao conjunto da vida social como interesse geral.

Cabe, ainda, marcar acentuação quanto ao papel da ideologia no processo de desenvolvimento social. Segundo Lessa (2007b), Lukács identifica esse complexo no âmbito daquilo que ele denomina de posições teleológicas secundárias33, posições essas que buscam provocar determinados atos em outros indivíduos. Cabe à ideologia fornecer respostas genéricas para compreensão e justificação da vida social. No entanto, com o surgimento da luta pela apropriação do sobreproduto social, seu papel se complexifica, pois, além de sua função geral, a ideologia passa a exercer uma função específica, política, qual seja, a defesa dos interesses da classe dominante e, por conseguinte, um papel auxiliar no combate aos conflitos sociais. Portanto, para o referido autor, o fenômeno da ideologia não corresponde a uma falsa consciência, mas a uma necessidade social concreta, à medida que

[...] a cada momento as sociedades necessitam ordenar a práxis coletiva dentro de parâmetros compatíveis com sua reprodução. Para tanto, é preciso uma visão de mundo que confira cotidianamente sentido a ação de cada indivíduo. É pelo fato de corresponder a essa necessidade, de cumprir essa função social, que uma ideação se transforma em ideologia (LESSA, 2007b, p.72). Nessa perspectiva, a ideologia não é fruto de um mundo abstrato em que seus construtores e difusores estariam desconectados da base material da vida social. Enquanto construção de uma interpretação global para a vida social, os arsenais ideológicos não são fenômenos inerentes à sociedade de classe. Porém, nesse formato de sociabilidade, ela assume uma dimensão política, na qual a classe que detém a posse dos meios de produção deve, necessariamente, esboçar uma explicação plausível, a partir da qual possa se projetar a estabilidade da ordem estabelecida.

Nesse sentido, o Estado, na condição de legislador e controlador das forças repressivas, é um instrumento essencial para confecção e difusão da ideologia dominante, pois, como afirma Mandel (1985, p.348), um Estado que não assegure a ordem estabelecida é tão impensável quanto ―um extintor de incêndio que espalha

as chamas ao invés de apagá-las. Assim, no âmbito da sociabilidade classista, quando cai um Estado, outro precisa ser erguido‖. Ou seja, a derrocada de um determinado formato de Estado, suscita, necessariamente, a construção de outro, embora cada vez mais complexo, para assegurar a extração do trabalho excedente e, por conseguinte, a apropriação do sobreproduto social pela classe dominante e seus auxiliares. Isto é o que evidencia-se a partir da seguinte citação:

Como o Estado nasceu da necessidade de conter o antagonismo das classes, e como, ao mesmo tempo, nasceu em meio ao conflito delas, é, por regra geral, o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante, classe que por intermédio dele, se converte também em classe politicamente dominante e adquire novos meios para a repressão e exploração da classe oprimida. Assim, o Estado antigo foi, sobretudo, o Estado dos senhores de escravos para manter os escravos subjugados; o Estado feudal foi o órgão de que se valeu a nobreza para manter a sujeição dos servos e camponeses dependentes; e o moderno Estado representativo é o instrumento de que serve o capital para explorar o trabalho assalariado (ENGELS, 2002, p.204).

Embora o Estado Moderno continue um instrumento à serviço das frações da classe dominante e, por conseguinte, uma ferramenta essencial para manutenção/ sustentabilidade da exploração do homem pelo homem, posto que permanece-se num solo histórico classista, sua funcionalidade se complexifica, seu braço repressor, por exemplo, torna-se mais ―aveludado‖ em relação aos modelos precendentes à sociabilidade burguesa, onde a sucção do trabalho excedente e, portanto, a exploração aberta do trabalho era identificável a ―olho nu‖. Essa particularidade advém, como já foi tecido, por um lado, com a mercadorização da força de trabalho, que na condição de ―guardião de mercadoria‖ torna o trabalhador tão igual a um proprietário capitalista quanto a um executivo de alto escalão da máquina estatal, e por outro, com as formas sociais que o Estado do Sistema do Capital se reveste ao longo do seu desenvolvimento histórico, para regulação e administração das contradições sociais emergidas desse modelo auto-destrutivo de produção material da vida social.

1.3.2 A ação remediadora do Estado Moderno frente aos antagonismos