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Figura 1 - Philip Astley, autor desconhecido.

O domador alemão George Laysson, colega do famoso empresário circense italiano Orlando Orfei, revela que os animais mais numerosos – entre 60 e 80 – no circo dos seus pais, na primeira metade do século XX, eram os cavalos, graças aos quais desenvolveu sua segunda especialidade, equitação, que o fazia sentir-se um rei no picadeiro. Este instrutor da Escola

Nacional de Circo/RJ relata que entre ele e os poucos domadores europeus havia um código

de falar em francês com cavalos, ao passo que se falava em alemão e inglês com outros animais, atribuindo a escolha pelo francês ao trabalho desenvolvido por Astley (1742-1814): apesar de ser inglês, se estabeleceu por um tempo em Paris, onde também desenvolveu sua arte equestre, influenciando gerações (REIS, 2010b). Astley, já exibia habilidades de cavalos ao ar livre, antes da construção de seu anfiteatro57 em madeira e com picadeiro, onde reuniu os saltimbancos. Pimenta (2006. p. 22) lembra-nos “[...] que „picadeiro‟, originalmente, é o local onde se treina equitação e o termo vem de „picador‟, isto é, treinador de cavalos”.

Philip Astley nasceu em 1742, na cidade de Newcastle, localizada no norte da Inglaterra e faleceu em Paris em 1814, aos 72 anos de idade, sendo considerado um dos criadores do circo moderno. Segundo Jando (1977, p. 18) Astley entrou para a cavalaria britânica aos 17 anos e recebeu o título de suboficial depois de se distinguir na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Quando deixou a armada em 1766, já conhecendo o trabalho de Prince58, começou a exibir suas habilidades de cavaleiro na primavera de 1768 em uma area chamada Halfpenny Hatch, no bairro Lambeth, nas proximidades da ponte Westminster59, de onde se mudou em 1770 para outra area bem próxima da primeira, desta vez em frente à ponte. Neste local construiu uma pista circular a céu aberto, onde dava aulas de equitação no turno matutino, e uma tribuna de madeira para os espectadores, sendo sua ideia seguida por outros empreendedores. Este espaço foi registrado em duas aquarelas pelo artista de origem norueguesa William Capon em 1777, como se pode observar abaixo em gravuras feitas em 1818 a partir dos originais de Capon (ver Figuras 2 e 3). Certamente por essas iniciativas o nome de Astley é sempre associado ao primeiro picadeiro (SERGE, 1947, p. 40)60. O nascente espetáculo não passaria ileso às suas origens: Auguet (1974b,

57 Em suas origens são estruturas ovais ou circulares rodeadas de arquibancas para o público, diferindo dos

teatros, que possuem uma estrutura semicircular ou semi-oval, garantindo a frontalidade entre palco e plateia.

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Outro cavaleiro que já fazia exibições equestres. Entre as várias companhias que juntaram os artistas ambulantes às exibições equestres na Inglaterra da década de 1760 estavam a de Prince, a de Jacob Bates e a de Philip Astley, todas em Londres, embora já houvesse na França, na Espanha e na Áustria diversas apresentações com cavalos (THÉTARD, 1978). Todos, no entanto, favoreceram a profissionalização artística daqueles cavaleiros das Forças Armadas da Inglaterra despedidos ou reformados do Exército (BOLOGNESI, 2003, p. 31-32).

59 Segundo Dupavillon (1982, p. 44) este espaço era provavelmente uma pista circular simples delimitada por

cordas com um praticável no centro, onde se apresentariam um ou dois músicos.

60 Entre as diversas ideias de Astley para o mundo do espetáculo circense está a cobrança de diferentes preços

p. 73) aponta que nas primeiras formas do circo moderno o universo militar estava expresso, entre outros elementos, nos uniformes e nas bandas musicais. Tal era a ligação que os primeiros circos ambulantes da Inglaterra chegaram a se apresentar em manèges61 das forças militares quando viajavam para cidades do interior do país.

Figura 2 - Exterior view of Astley’s Amphitheatre, gravura de Charles John Smith (1818) a partir do original de

William Capon (1777).

Fonte: Victoria and Albert Museum. (<http://www.vam.ac.uk/__data/assets/image/0003/184863/2006av3391_ exterior_view_astleys_amphitheatre.jpp>).

entrada de curiosos próximo do fim do espetáculo quando a casa estava cheia (MAUCLAIR, 2003, p. 37). No final da década de 1990, Bolognesi (2003, p. 19) identificou no interior de São Paulo um pequeno e precário circo com palco e picadeiro chamado Circo Astley, cujo proprietário não era da linhagem familiar do cavaleiro inglês, mas quis render-lhe homenagem pelo reconhecimento da sua importância na organização do circo moderno.

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Este termo tem dois sentidos caros a este trabalho: o primeiro refere-se ao espaço destinado ao treinamento de cavalos e à aprendizagem da equitação; e o segundo diz respeito a brinquedos de feiras e parques de diversões formados por animais ou veículos automotivos que circulam em torno de um eixo, como o carrossel. Podemos dizer que o carrossel é um picadeiro em seu esplendor, um circo de brinquedo à moda antiga onde o espectador/brincante assume o lugar do hábil cavaleiro que encantou multidões na modernidade. Se o circo foi o apogeu deste espetáculo, o carrossel é sua fotografia que resiste em não apagar com o tempo.

Figura 3 - Interior view of Astley’s Amphitheatre, gravura de Charles John Smith (1818) a partir do original de

William Capon (1777).

Fonte: Victoria and Albert Museum. (<http://rlv.zcache.com.br/opiniao_o_anfiteatro_de_astley_1777_cartao_ postal-rda20b7c4eb9f453796c7f7126f4e3c75_vgbaq_8byvr_512.jpg>).

Astley construiu um espaço permanente em 1779, ainda de madeira, chamado Astley

Royal Amphitheater of Arts (THÉTARD 1978, p. 34). Segundo Dupavillon (1982, p. 46), o oficial

inglês comprou a estrutura de madeira utilizada na cobertura das galerias do cortejo fúnebre da princesa de Gales bem como um dos palanques usados nas eleições de Westminster para reaproveitá-los na cobertura do seu anfiteatro. Apesar dessas iniciativas, o status de criador do espetáculo circense lhe é atribuído pelo fato de ter agregado ao espetáculo equestre outros elementos e habilidades artísticas, como o acompanhamento musical feito por sua esposa usando tambor, a participação da companhia dos Ferzi, que estavam se apresentando no Sadler’s Wells62

62 Antes do circo os artistas ambulantes apresentavam-se, ao ar livre, em praças públicas, em barracas nas feiras

periódicas e em pequenos teatros fixos como o Sadler’s Wells (1683) do bairro Islington em Londres e o

Nicolet (1759), do Boulevard du Temple, em Paris, Que depois se transformaria no Théâtre de la Gaîté

com seus números de equilíbrio e saltos, além do convite a outros acrobatas consagrados. Mais tarde, em 1794, após o primeiro incêndio no anfiteatro63, Astley o reconstruiu com um palco (ver Figura 4) para números de funambulismo e pantomimas, imitando o ex-integrante da sua primeira trupe e então concorrente Hughes, dono do Circus Royal (1780-1795). Vale ressaltar que as pantomimas eram apresentadas no próprio picadeiro desde 1790, portanto antes da construção do palco, como aconteceu com a representação d‟A tomada da Bastilha (THÉTARD, 1978, p. 34). Segundo Costa (1999) Astley convidou os artistas da feira de São Bartolomeu, em Londres, para apresentar em seus espetáculos.

Hughes foi aluno e principal concorrente do militar desde que abriu seu estabelecimento durante as viagens do antigo mestre, o Royal Circus, o primeiro estabelecimento moderno com a denominação circo, tomada da Antiguidade, e no qual já havia espaço para a representação das pantomimas. Seguiu para a Rússia em 1793, onde enriqueceu com o negócio que ainda era novidade em grande parte do mundo (MAUCLAIR, 2003, p. 38), voltando ao seu país em 1797, quando morreu aos 49 anos (THÉTARD, 1947, p. 39). O Royal Circus trouxe uma novidade para a época, a presença de um palco próximo ao picadeiro, onde as pantomimas seriam apresentadas. O palco foi construído por sugestão de Charles Didbin, autor de pantomimas a quem Hughes havia se associado e que reivindicava mais espaço para o teatro no espetáculo circense (JANDO, 1977, p. 21). Foi esta a inspiração para a construção do mesmo modelo no novo anfiteatro de Astley, construído após um incêndio em 1794.

O circo “[...] n’est qu’une des planètes d’une immense galaxie qui comprend d’autres

satellites, comme le théâtre acrobatique, le monde forain, les artistes de la rue, et, au loin, un astre un peu déserté aujourd’hui, la pantomime”64 (MAUCLAIR, 2003, p. 51). Apesar dos preconceitos por ser pautada primordialmente no corpo e não na palavra, a pantomima é um gênero teatral (CAMARGO, 2006), e ela, por sua vez, já estava presente nos circos de Astley, Hughes e Franconi, somente para citar os mais importantes. Acreditamos que a ausência de palavras, mesmo na parte teatral, proporcionou o processo de universalização do espetáculo

funâmbulos, acrobatas, mimos, domadores de pequenos animais, entre outras variedades que comporiam, no futuro, o repertório das atrações circenses.

63Alguns incêndios no seu anfiteatro forma causados pelos fogos de artifício usados nas pantomimas

(MAUCLAIR, 2003, p. 37). Em 1803 o novo espaço também sofreu incêndio, o que fez Astley reconstruí-lo em pedra. Esta casa de espetáculo resistiu até a data de sua demolição em 1893, embora também tenha pegado fogo em 1841 (THÉTARD, 1978, p. 38). Depois da demolição no local se construiu um banco, o Westminster

Bank (THÉTARD, 1978, p. 35).

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“[...] é apenas um dos planetas de uma imensa galáxia que compreende outros satélites como o teatro acrobático, o mundo forain, os artistas de rua, e, ao longe, um astro um pouco abandonado atualmente, a pantomima”.

circense65. Para compreendermos a grandiosidade das pantomimas encenadas no circo podemos observar a descrição de Mauclair (2003, p. 39) para a pantomima A viagem de Gulliver, que encerrava o espetáculo do circo dos irmãos Sanger na tournée de 1870 no Reino Unido (onde havia 700 artistas, sendo trezentas mulheres, 200 homens e 200 crianças, além de duas centenas de animais, entre os quais havia cavalos, elefantes, girafas e leões). Thétard (1978, p. 52) também cita a pantomima A morte do general Gordon em Kharton, representadas pelos Sanger 208 vezes na Inglaterra durante a década de 1870, onde se via mais de mil atores ou figurantes, 200 cavalos e 100 camelos. Embora tivessem comprado o Anfiteatro Astley, os irmãos o julgavam pequeno e por isso alugaram o Agricultural-Hall, onde grandes pantomimas eram representadas no inverno. O teatro era uma das linguagens presentes na formação dos artistas que foram integrados às apresentações de cavalos (SILVA, 2007, p. 21), de modo que sua inclusão no nascente espetáculo se deu num processo de aglutinação das diversas formas de arte de interesse da plateia inglesa e, logo depois, francesa. É importante pontuar que no início da configuração deste espetáculo os animais ferozes ainda não estavam no repertório, mas o teatro já se fazia presente neste empreendimento que viria a ser uma das grandes novidades dos séculos XVIII e XIX. Não só os saltimbancos, mas grupos dos teatros de feiras, os ciganos, os artistas da commedia dell’arte, entre outros, integravam o espetáculo de Astley.

Desde o início Astley havia adotado uma pista circular de 13,0m de diâmetro. Segundo Mauclair (2003, p. 37), a definição do tamanho do picadeiro foi dada a partir da necessidade de uma distância de 6 metros entre o cavalo, que circula na extremidade do picadeiro e o treinador, que deveria ficar no centro da circunferência com um chicote, sendo este o raio considerado ideal para realizar a peripécia sem machucar o animal. Outra descoberta, em consequência desta necessidade específica do treinamento, foi que uma pequena inclinação do acrobata sobre o dorso do cavalo o faria encontrar equilíbrio ajudado pela força centrífuga66.

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Do mesmo modo aconteceu com o cinema. No caso brasileiro, por exemplo, a descoberta do cinema falado e o inevitável encontro com a língua estrangeira geraram um espaço significativo para as produções nacionais antes do uso das traduções em legenda (DEMASI, 2001). Este exemplo é apresentado para dimensionarmos o poder de alcance das pantomimas em diversas culturas de línguas distintas.

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Algumas dessas evoluções podem ser vistas no filme britânico Circus of Horror (CIRCUS..., 1960) disponível com legendas em português na internet e cujo endereço eletrônico consta nas referências deste trabalho.

Figura 4 - Arena of Astley's Amphitheatre, Surrey Road, gravura de W. Wise a partir do original de Geo. Jones,

publicada em Londres, 1815, por Robert Wilkinson.

Fonte: The Old Print Gallery (<http://www.oldprintgallery.com/cscatalog.cgi?majorcategory=Foreign+Views& minorcategory=Great+Britain&cart_id=133869724439903&search_request_button=Search>).

Tais acrobacias são mais complexas, por que a base de onde o artista projeta os saltos, o dorso do cavalo, está sempre em movimento (ETAIX, 1977, p.57). Mas, como dito anteriormente, os cavalos não eram as únicas estrelas. O novo empreendimento juntou números de acrobacia, funambulismo e malabarismo, entre outros, às exibições com cavalos. Serge (1947, p. 37) sugere que, além dos cavalos, dançarinos de corda, cães amestrados e pirâmides humanas já faziam parte do primeiro espetáculo de Astley, afirmação corroborada por Thétard (1978, p. 38) quando afirma que, desde 1775, já se encontrava na programação de Astley a variedade artística que fez a conformação do circo moderno tal como o conhecemos

hoje. Mas para Goudard (2007, p. 77-81), Astley e seus contemporâneos não inventaram o circo moderno, apenas deram outra forma, dentro das expectativas da sua época, as manifestações individuais ou coletivas existentes desde longa data. Etaix (1977, p. 47) nos lembra de que os cavalos usados no circo eram contemporâneos ou herdeiros diretos dos cavalos de guerra – ou os próprios – cujas destrezas nas evoluções de marcha e acrobacia eram preparações para batalhas.

John Bill Ricketts, também ex-aluno de Astley, explorou o mercado da diversão nos Estados Unidos reeditando na Filadélfia os espetáculos do circo inglês e abrindo, mais tarde, o primeiro circo da cidade de New York (MAUCLAIR, 2003, p. 38). Segundo Croft-Cooke e Cotes (1977, p. 51) Ricketts teria sido treinado por Charles Hughes para o circo do oficial inglês, mas o primeiro realmente emigrou para os Estados Unidos, onde abriu uma escola de equitação na Filadélfia e apresentou-se em New York em 1795, no Greenwich Theatre. Na Inglaterra, Astley é sucedido por Andrew Ducrow (1793-1842), filho de um artista de feira e que estreou aos sete anos no espetáculo de Astley, contribuindo, ao longo de sua carreira, com o desenvolvimento do espetáculo circense. Quando assumiu a direção do anfiteatro em 1824, ainda fez fortuna com a pantomima A batalha de Waterloo, mas teve problemas mentais depois de enfrentar sucessivos incêndios no seu estabelecimento. Ducrow é considerado um dos responsáveis pela introdução da teatralidade nas acrobacias equestres (MAUCLAIR, 2003, p. 38), tendo trabalhado duas vezes no Cirque Olympique, em 1819 e 1824. Seu sucessor foi o cavaleiro Willian Batty, que passou a dirigir o Anfiteatro Astley um ano após a morte de Ducrow, portanto em 1843. Durante o inverno os espetáculos aconteciam no circo fixo e durante o verão na tenda do seu circo ambulante, que fez muitas viagens pelo interior do país. Batty associou-se a William Cooke na administração do anfiteatro, mas depois da morte do primeiro e aposentadoria misturada à falência do segundo, o espaço funcionou como teatro sob o comando de Boucicault, retomado sua natureza equestre somente em 1871, após ser comprado pelos irmãos Sanger, e assim permanecendo até sua demolição em 1893, época indicada como o início da decadência do circo diante da concorrência do music-hall (THÉTARD, 1978, p. 40-53) 67.

Antes de Astley, o francês Defraine havia fundado um anfiteatro a céu aberto denominado

Hetz Theâter em Viena, no ano de 1755, onde oferecia espetáculos com música e animais,

incluindo cavalos (THÉTARD, 1978, p. 32-35). As apresentações equestres também já aconteciam em jardins como o Vauxhall Gardens em Londres ou o Colisée de Paris, casa de

67 A Folies-Bergère, casa de espetáculos inaugurada em 1869 e que existe até hoje em Paris, era um dos

diversões localizada na Champs-Élysées. Depois da organização do espetáculo em recinto fechado, primeiro na Inglaterra e depois na França (onde o maior baluarte, mas não o único, foi Astley) os cavaleiros e artistas de variedades dos dois países realizaram diversos intercâmbios (MAUCLAIR, 2003, 41). Como dito anteriormente, os espetáculos com cavaleiros acrobatas eram montados e apresentados ao ar livre na Espanha e principalmente na Inglaterra, entre os quais os mais famosos eram os de Prince e Jacob Bates, ambos em atividade por volta de 1760. Os espetáculos de Prince – que inclusive foram apresentados em 1767 em Paris – eram vistos por Astley na Inglaterra com assiduidade (THÉTARD, 1978, p. 33).

Mauclair (2003, p. 37) afirma que as primeiras apresentações de Astley em território francês foram em Fontainebleau, no sul de Paris, sob a recomendação de George III, rei da Grã-Bretanha, e em 1774 no espaço de equitação chamado Razade, na antiga Rue de la Vieille-Tuilerie, em Paris. O Anfiteatro inglês foi construído em Paris no Faubourg du Temple, entre os números 18 e 24 e estreou no dia 16 de outubro de 1783, época que seu filho

John68, de 17 anos, se iniciou como cavaleiro. Mesmo tendo comprado o terreno onde se apresentava, pois os circos fixos eram uma realidade imposta pelas condições climáticas europeias, no contexto da Revolução Francesa Astley precisou voltar para a Inglaterra (SILVA, 2002, p. 21).

Desde 1974 a família Grüss69, proprietária do Cirque National Alexis Grüss70 tem realizado em Paris um espetáculo de circo à moda antiga, com cavalos. A ideia inicial era fazer uma homenagem ao bicentenário da chegada de Astley a Paris (1774-1974), mas o sucesso foi tão grande que o formato continua em cartaz até hoje, a cada ano com novo espetáculo obedecendo aos antigos princípios estéticos presentes na origem do circo moderno e retomados através de uma pesquisa em arquivo, estudo de material iconográfico e ajuda da tradição oral. Também vem das confluências presentes nas origens do circo moderno a inspiração para o Théâtre équestre Zingaro e a l’Académie Équestre de Versailles criados por Bartabas em 1984 e 2003, respectivamente, e que até hoje oferecem espetáculos na França e em viagens por outros países do mundo.

68 A dinastia da família Astley acaba com a morte de John (JANDO, 1977, p. 19) diferente da dos Franconi, que

chega à quarta geração, como veremos adiante.

69 Depois da segunda guerra mundial (1939-1945) diversos circos, destacando-se o da família Grüss, se

dedicaram à Rádio-Circo, mas além da união entre circo e rádio aconteceu também a junção entre o circo e a televisão no circo Pander com o programa La Piste aux étoiles. (MAUCLAIR, 2003, p. 46)

70 A lona deste circo fica localizada no Carrefour des Cascades, Pelouse de Saint Cloud, Porte de Passy, no 6º arrondissement de Paris, França. Em 27 de outubro de 2011 vimos ao espetáculo Empreintes com a primeira parte dedicada às exibições equestres e a segunda aos números circenses variados, que juntos nos dão alguma noção da atmosfera dos primeiros espetáculos do circo moderno. O Circo Diana Moreno também faz uma referência em áudio a Philip Astley na abertura do seu espetáculo enquanto alguns cavalos circulam o picadeiro.

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