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3.1 – O Serviço Social diante do contexto atual

Neste capítulo estudaremos o “terceiro setor” enquanto empregador dos assistentes sociais. Quando pensamos em “terceiro setor”, a primeira referência que fazemos é sobre seu crescimento. Muitas vezes, em nome desse crescimento, esse setor é visto com uma panacéia e entre o seu poder de cura está o de fazer face ao desemprego. Na verdade tal setor constitui, sim, um campo de trabalho, e para os assistentes sociais é notável sua importância, porém, devemos ter cautela para que esse pensamento não seja resultado de uma análise superficial, que acredita que o “terceiro setor” constitui uma nova alternativa para as conseqüências do capitalismo na vida social e do afastamento do Estado de suas responsabilidades públicas.

[...] apostar nas ONGs como “saída profissional” é desconhecer os graves riscos do pluriemprego – roda-viva em que profissionais são compelidos a várias inserções empregatícias, num processo em que a fragmentação do mercado de trabalho pode conduzir a um processo de desagregação profissional. (NETTO, 1996, p. 122).

Para compreensão do Serviço Social diante do contexto atual e de seus aspectos relativos aos limites e possibilidades apresentados nesta conjuntura, cuja inserção no campo de trabalho do “terceiro setor” vem com um dos marcos deste contexto, é necessário, de forma breve, situarmos historicamente essa profissão em seu processo de desenvolvimento.

Desde a institucionalização do serviço social enquanto profissão, inserida na divisão sócio - técnica do trabalho até os dias atuais, a categoria profissional foi protagonista de muitas transformações. Ora, sabemos que essa institucionalização se configura no momento em que o Estado amplia sua presença na gestão dos conflitos sociais, trazendo para si tal responsabilidade, devido, de um lado, à pressão feita pelo mercado para que fosse garantida a reprodução da mão-de-obra e, de outro, às demandas impostas pelos trabalhadores.

A partir da década de 1990, encontramo-nos diante de uma conjuntura oposta, na qual o Estado está aparentemente se afastando da vida social e delegando a responsabilidade de atender as necessidades sociais da população à própria sociedade civil. Os direitos, então, passam a ser enfraquecidos pelo atendimento solidário e filantrópico. Além de a classe trabalhadora perder direitos que foram conquistados através de lutas, vemos também o campo de trabalho do assistente social se transformar.

O Serviço Social sempre passou por transformações movidas por fatores conjunturais: pelo movimento da História, impulsionada pela luta entre as classes que resultava em transformações na profissão de ordem técnico-operativa, teórico- metodológica e político-ideológica. O Movimento de Reconceituação, que se inicia na segunda metade dos anos de 1960 e ganha força na passagem das décadas 1970 para 1980, é um marco das transformações vivenciadas pela profissão, cenário em que os assistentes sociais buscam romper com um modelo de prática conservadora, optando por uma autonomia no seu fazer profissional; autonomia que lhes deu a maturidade de se posicionar enquanto profissão que luta pelos direitos da classe trabalhadora. A direção que resulta nesse entendimento é a chamada “intenção de ruptura”.15

A partir desse movimento, a categoria dos assistentes sociais teve um posicionamento muito claro e definido a respeito do significado social dessa profissão na sociedade, superando uma visão endógena predominante até então e voltando seus olhos para o mundo em que está inserido.

Uma marca desse processo foi a revisão do Código de Ética de 1986, considerada insuficiente diante das exigências da realidade, o que acabou resultando no Código de Ética de 1993; este preservou alguns aspectos como a conquista política expressa no código anterior e os valores éticos mais abrangentes como o compromisso com o usuário. Assim, essa profissão tornou-se a única que

15 Segundo Netto (1996), no processo de renovação do Serviço Social houve duas outras direções,

além da que já citamos. A primeira chamada perspectiva modernizadora, procura modernizar os instrumentos de intervenção do Serviço Social adequando-os às exigências do desenvolvimento capitalista, visando atribuir ao Serviço Social o cariz tecnocrático, sob inspiração estrutural- funcionalista. A outra perspectiva, reatualização conservadora, repudia a tradição positivista, porém o que opera na verdade é sua reatualização, pois se beneficia do acúmulo do Serviço Social com base na ajuda psicossocial, se apresentando como de inspiração fenomenológica. É importante, ressaltar que a perspectiva que ganha hegemonia ideológica no Serviço Social é a intenção ruptura; esta é a única que realmente propõe ruptura com o Serviço Social “tradicional”.

traz de forma contundente em seu código ética a “opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação da exploração de classe, etnia e gênero”. Conquista, também, a lei 8.662/93 que dispõe sobre a regulamentação e delimitação do exercício profissional do assistente social, reafirmando os direitos do usuário e assistente social.

Há pouco tempo, o conjunto CFESS/ CRESS reiterou esse compromisso de forma contundente; tal conjunto, enquanto expressão da representatividade da nossa categoria, ainda precisa ter um posicionamento definido de acordo com sua história e com seu projeto ético-político.

O conjunto CFESS/CRESS reunido no XXXIV Encontro Nacional, realizado em Manaus/AM, no período de 04 a 07 de setembro de 2005, publicou uma carta intitulada Carta de Manaus: Por uma política econômica a serviços dos direitos sociais. Manifestou-se veemente contrário à política econômica realizada pelo governo federal de forte orientação neoliberal, que se subordina ao capitalismo financeirizado. Na carta denuncia que esta política favorece o capital em detrimento das demandas do trabalho, provocando a aceleração progressiva dos juros, o que permitiu aos bancos obter lucros de 20.08 bilhões em 2004 (CFESS, 2005), e enfraquece o setor produtivo, gerando baixos índices de emprego e precarização do trabalho.

Sabemos que quem lucra com essa política social e econômica contra a qual nossa categoria se posiciona são as multinacionais, os países que recebem juros da dívida do país e, principalmente, o setor financeiro. Já a classe trabalhadora, com a qual somos comprometidos, é quem paga por esse lucro, de forma direta por meio dos impostos e indireta na precarização dos serviços públicos de que necessita. Desse modo, essa carta também acaba possuindo o papel de colaborar para o entendimento do projeto ético-político do contingente de assistentes sociais, já que diante de tal conjuntura16 ele precisa ser reafirmado por todos os profissionais que formam esta categoria.

16Em outubro de 2002, os brasileiros foram às urnas e elegeram um governo popular e democrático; para o Serviço Social abriam-se perspectivas para a realização do projeto ético-político que defendemos. No ano de 2005, o Brasil passou a vivenciar um período de turbulência política, marcado por acusações, denúncias e CPIs, tempo propício para críticas do atual governo e ideal como palanque para oportunistas.

Sofrer transformações é necessário para o crescimento da profissão e até para sua manutenção no mercado de trabalho. Acompanhar o processo histórico de transformações do mundo do trabalho também não significa plena aceitação das suas implicações, pois tal postura pode levar ao abandono do projeto coletivo do Serviço Social e não teremos senso crítico para reconhecer que esse processo contribuiu para o aumento da miséria, do desemprego e das inúmeras perdas de garantias trabalhistas.

Cabe, então, ao profissional desvendar o significado social dessas transformações, analisando as implicações para o exercício da profissão e, somente com uma postura crítica, poderá dar respostas inovadoras aos dilemas impostos pelo sistema capitalista e as novas conseqüências causadas por esse sistema na vida social. Para tanto, é necessário pensar o serviço social como profissão inserida nas transformações históricas, que sofre com a falta de recursos, com os baixos salários, desemprego, com as exigências feitas pelo mercado de trabalho, já que somos trabalhadores assalariados. Porém, não se pode esquecer do projeto ético e político dessa profissão direcionado a colaborar para uma transformação social, fortalecendo o verdadeiro sentido de democracia entre a classe trabalhadora.

A realidade social traz muitos desafios para trabalharmos, mas também pelo próprio movimento dialético coloca possibilidades que precisamos desenvolver em frentes de trabalho. A partir da década de 1980, a classe trabalhadora pode avançar em suas conquistas, como a Constituição de 1988, com a qual se deu início a um processo de gestão democrática, que mesmo não se efetivando como desejado, criou um espaço de participação popular nas decisões que lhes dizem respeito. Esses espaços são conhecidos como Conselhos de Gestão Democrática e existem em várias áreas na saúde, educação, habitação, alimentação, assistência social, criança e adolescente e idoso. Esses espaços estão se alargando, multiplicando-se e se estendendo a novas áreas, de forma que comportam novos atores sociais, novos fóruns de representação. O assistente social também colabora nesse processo enquanto membro desses conselhos ou divulgando informações que possam garantir maior autonomia da sociedade civil dentro desses espaços.

Os Conselhos de Gestão democrática possuem uma natureza de organização paritária, ou seja, a mesma quantidade de representantes do poder público e da

sociedade civil. Infelizmente, seguindo a velha tradição do poder, os membros do governo quando ocupam esses espaços servem apenas para anular a presença de outras pessoas, formando uma espécie de “peleguismo” nesses conselhos, no qual lutam por arranjos clientelísticos e voltados a interesses particulares, tendo o favor como moeda de troca que anula a perspectiva dos direitos sociais. (RAICHELIS, 2000).

Outra importante conquista que está imbricada na Constituição é a garantia da assistência social como direito e seu estatuto de política pública; mesmo não sendo ainda prioridade do governo e ainda que tão rapidamente o Estado queira isentar-se dela, a assistência social entrou no campo da agenda estatal e da responsabilidade pública.

Entretanto, a sociedade civil organizada alcançou mais avanços, como a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS/93, que começa um processo de regulamentação da assistência enquanto política de direitos. Processo que vem sendo continuado pela Política Nacional de Assistência Social, que demonstrou uma abertura coletiva para o redesenho desta política pública, já que é fruto de uma discussão entre diversos atores da sociedade civil organizada (Fóruns, Associações, Entidades Sociais, Gestores de todos os níveis governamentais, Secretarias de Assistência Social, além de pesquisadores e estudioso de áreas afins). Continuado também na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social, que materializa as diretrizes da LOAS por uma política mais descentralizada e democrática e que reafirma que a assistência social não é clientelismo, caridade, assistencialismo e nem política pontual.

Embora o processo de descentralização das políticas públicas deva ser continuamente acompanhado pela sociedade civil organizada, para que não signifique mais uma estratégia de afastamento do Estado, tornado assim retrocesso o que acreditávamos ser um avanço, a participação da população na decisão sobre a verba pública pode colaborar para otimização da sua utilização, pois ela é quem vive a realidade local. A descentralização, também característica dessa política, permitiu um maior monitoramento e avaliação das políticas públicas; assim, a tecnologia se aliou como estratégia de melhoria para o uso da informação, no que se refere ao controle da assistência social.

3.2 – O Serviço Social enquanto trabalho especializado.

Temos por referencial teórico a compreensão de Iamamoto (2001) que entende o assistente social como trabalhador especializado, o qual vende sua força de trabalho para seu empregador em troca de um salário, fazendo com que o Serviço Social ingresse no universo da mercantilização, no universo do valor.

O Estado recolhe a mais-valia17 por meio dos impostos e a redistribui em forma de políticas sociais; o Serviço Social, por criar e prestar serviços cujos resultados são os atendimentos das necessidades sociais, torna-se um trabalho especializado e necessário socialmente, e por isso tem utilidade social e valor de uso e de troca. Os assistentes sociais participam do processo de produção ou de redistribuição da mais-valia, colaborando para a reprodução da força de trabalho ou na prestação de serviços sociais. Ele não cria a mais-valia de forma direta. O assistente social pode imprimir uma ação de direcionamento de seu trabalho na defesa dos direitos sociais.

o primeiro pressuposto de toda a existência humana, e portanto, de toda a história, é que os homens devem estar em condições de viver para poder ‘fazer história’. Mas para viver é preciso comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a produção de meios que permitam a satisfação dessas necessidades, a produção da própria vida material. (MARX; ENGELS apud IAMAMOTO, 2001, p. 26).

Os homens necessitam trabalhar para sobreviver; ao reproduzirem a vida material, se relacionam entre si, e reproduzem as relações sociais. O produto do trabalho do Serviço Social é a reprodução das relações sociais, numa visão de totalidade que não se restringe à econômica.

17 “O capitalista compra o direito de explorar a força de trabalho durante uma jornada, na qual o

trabalhador não só produz o trabalho necessário para sua subsistência, mas um trabalho excedente ou um valor excedente. Assim, o capitalista que compra a força de trabalho a faz funcionar por mais tempo que o necessário para reproduzir o seu preço; caso contrário só obteria o tempo de trabalho socialmente necessário equivalente ao salário, não se apropriando de qualquer trabalho excedente. Sem trabalho excedente não haveria mais-valia, e a continuidade da produção estaria comprometida, já que esta é seu impulso e finalidade básica.” (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988, p. 49).

Como se pode observar, portanto, o trabalho não transforma apenas a matéria natural, pela ação dos seus sujeitos, numa interação que pode ser caracterizada como o metabolismo entre sociedade e

natureza. O trabalho implica mais que a relação sociedade/natureza:

implica uma interação no marco da própria sociedade, afetando os seus sujeitos e a sua organização. O trabalho, através do qual o sujeito transforma a natureza (e, na medida em que é uma transformação que se realiza materialmente, trata-se de uma transformação prática), transforma também seu sujeito: foi através do trabalho que, de grupos primatas, surgiram os primeiros grupos humanos – numa espécie de salto que fez emergir um novo tipo de ser, distinto do ser natural (orgânico e inorgânico): o ser social. (NETTO; BRAZ, 2006, p. 34).

No trabalho temos a antecipação e projeção dos resultados, isto é, o trabalho humano dispõe de uma dimensão teleológica. É por meio dele que o homem dá respostas prático-conscientes às suas necessidades. Ao satisfazê-las, o homem cria outras necessidades, pois não transforma apenas a natureza, seu objeto, mas transforma a si mesmo, sujeito, pois descobre novas capacidades humanas. A força de trabalho é uma mera capacidade que só se transforma em trabalho dadas as condições necessárias. Para produzir utilizamos nossa consciência, o que significa que o trabalho é norteado por valores, possui uma dimensão ética e moral.

Iamamoto nega a chamada “prática” do Serviço Social; primeiro porque acredita que esta só considera a atividade do assistente social desfragmentada do trabalho social como um todo e, segundo, por dar a esta prática um caráter de centralidade ao Serviço Social, em cujo entorno ficam a dinâmica institucional, as políticas sociais, os movimentos sociais como fatores condicionantes dessa prática de forma externalizada em relação a ela.

“A exigência de analisar o exercício profissional no âmbito de processos e relações de trabalho impõe-se em função da condição de trabalhador “livre”, proprietário de sua força de trabalho qualificada, que envolve uma relação de compra e venda dessa mercadoria. É, portanto, a condição de trabalhador assalariado, como forma social atribuída pelo trabalho, que revela a insuficiência da interpretação corrente de prática profissional, tal qual como interiormente referida, para explicar o exercício profissional no conjunto de seus elementos constitutivos. Aquela interpretação

supõe que a atividade do assistente social depende, fundamentalmente, do profissional, como se ele dispusesse da autonomia necessária para acioná-la e direcioná-la conforme suas próprias e exclusivas exigências, o que se choca com a condição do assalariamento.” (IAMOMOTO, 2001, p. 96).

O objeto de trabalho do assistente social são as múltiplas expressões e manifestações da questão social e para compreendê-las devemos considerar os processos históricos que as produzem e os sujeitos sociais que as vivenciam. É sua existência que demanda o profissional de Serviço Social e cria seu espaço sócio- ocupacional, a fim de atuar no âmbito de suas expressões.

A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre proletariado e burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988, p. 77).

A bagagem teórico-metodológica (conhecimento) que o assistente social possui é o seu principal instrumento de trabalho, é ela que permite que façamos uma interpretação da realidade e, assim, possamos construir nossas estratégias, junto aos sujeitos.

O Serviço Social é regulamentado como profissão liberal, mas predominantemente não atua assim, porque na maioria de seus campos de trabalho necessita de recursos financeiros e humanos para desenvolver seus projetos; esta é uma característica marcante da inserção deste profissional no mercado de trabalho. Porém, o caráter de profissão liberal se dá pela relativa autonomia que temos diante da intervenção com os sujeitos.

O Serviço Social não deixa de ser um trabalho concreto, porque tem uma utilidade social; o trabalho do assistente social tem um efeito direto sobre a classe trabalhadora. É a reprodução da força de trabalho, sua mercadoria, que por sua vez irá produzir a mais-valia.

Esta profissão é necessária por atuar na sobrevivência social e material dos trabalhadores, intervindo na vida dos sujeitos; tem-se uma objetividade social, que nem sempre é material, mas que tem resultados concretos na vida social. É importante que os profissionais criem uma autoconsciência de seu trabalho, já que seu produto reforça a hegemonia ou cria uma contra-hegemonia do capital.

3.3 Características do trabalho: atividades, planejamento, valorização profissional, autonomia, trabalho em equipe e demandas.

A reflexão teórica travada anteriormente sobre a profissionalidade do Serviço Social serviu de base para levantarmos as questões presentes na realidade dos sujeitos entrevistados.

Relembramos que estamos utilizando a metodologia da história oral, o que implica a maior fidelidade às falas dos sujeitos, até mesmo quando houve solecismo, esses foram mantidos. Outro ponto importante referente à metodologia é que, por tratar-se de um roteiro semi-estruturado, contamos com acréscimos no conteúdo das respostas de situações de importância para os sujeitos; assim um tema pode não estar presente na fala de todos os sujeitos, mas não desprezamos essas passagens, porque muitas vezes nos fizeram olhar para outras dimensões de nosso objeto.

A primeira observação é que, ao pensarmos sobre o trabalho de tais profissionais, deve-se ter em mente que se trata de um trabalho institucional.

As instituições sociais são organizações específicas de política social, embora se apresentem como organismos autônomos e estruturados em torno de normas e objetivos manifestos. Elas ocupam um espaço político nos meandros das relações entre o Estado e a sociedade civil. Elas fazem parte da rede, do tecido social lançado pelas classes dominantes para amealhar o conjunto da sociedade. (FALEIROS, 1985, p. 31).

No decorrer da pesquisa veremos a marca que o trabalho institucional imprime à atuação do assistente social.

A primeira entrevista foi realizada em 25 de setembro 2007, na entidade em que trabalha a profissional, a AADA; durou uma hora e vinte e três minutos. Conforme melhor analisado no segundo capítulo, a AADA – Associação de Apoio ao Deficiente Auditivo - desenvolve um programa de atendimento à criança e ao adolescente com deficiência auditiva.

A entrevistada é formada há 25 anos, possui experiência na área pública e privada, mas sua maior experiência é atuando junto ao terceiro setor. Especificamente, em entidades que têm como público-alvo pessoas com deficiência. Trabalhou prestando assessoria técnica para entidades desse segmento. No

momento da entrevista estava se afastando do cargo de gestora da entidade para dedicar-se ao trabalho de assessoria.

(..) enquanto gestora da AADA, eu tenho toda função equivalente à administração e gestão. Na verdade, eu era como assistente social, a partir do momento que eu me formei,

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