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Capítulo II. Revisão da literatura

2.6. O turismo nacional – Realidades e desafios

Segundo os dados de 2014, Portugal está integrado na principal região turística do mundo – Europa (com mais de 50% das chegadas de turistas e 43% das receitas turísticas), representando, assim, na Europa, 2,5% das receitas turísticas internacionais (TP, 2015a).

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Figura 8: Principais regiões turísticas (Chegadas internacionais)

Fonte: TP, 2015ª

O acordo de parceria Portugal 2020 adota os princípios de programação da Estratégia Europa 2020 e consagra a política de desenvolvimento económico, social, ambiental e territorial que estimulará o crescimento e a criação de emprego nos próximos anos em Portugal.

Decorrente do Portugal 2020, a iniciativa Turismo 2020: Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal 2014-2020, tem como objetivos centrais:

 Fornecer um quadro estratégico para o desenvolvimento do turismo do País e das regiões, no âmbito do ciclo de programação comunitária 2014-2020;

 Assegurar um alinhamento entre estratégia e financiamento, nomeadamente entre os instrumentos de política pública para o desenvolvimento do turismo e os programas operacionais do acordo de parceria 2014-2020;

 Contribuir para uma maior seletividade e articulação de investimentos, tendo em vista uma maior eficácia e eficiência na aplicação dos fundos comunitários no desenvolvimento do turismo;

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 Concorrer para um reforço da coordenação setorial e territorial, promovendo um maior nível de concertação estratégica e de coordenação de atuações entre atores setoriais e territoriais;

 Potenciar redes e plataformas colaborativas facilitadoras de sinergias tendentes à valorização económica do turismo.

Portugal quer ser o destino com maior crescimento turístico na Europa, suportado na sustentabilidade e na competitividade de uma oferta turística diversificada, autêntica e inovadora, consolidando o turismo como uma atividade central para o desenvolvimento económico do país e para a coesão territorial (TP, 2015a).

Em 2013, segundo os resultados do Inquérito às Deslocações dos Residentes, cerca de 4 milhões dos residentes em Portugal efetuaram viagens turísticas em que dormiram pelo menos uma noite fora da sua localidade de residência, equivalendo a 37,9% da população residente em 2013 (37,8% em 2012).

Em 2013, realizaram-se cerca de 17,9 milhões de viagens turísticas pelos residentes, das quais 16,4 milhões (91,7%) em Portugal (+5,2%) e os restantes 1,5 milhões para o estrangeiro (-2,6%).

O motivo “Visita a familiares ou amigos” foi o mais expressivo entre os motivos para viajar, concentrando 46,9% do total de deslocações (46,0% em 2012). As deslocações de “Lazer, recreio ou férias” corresponderam a 41,5% das viagens turísticas (42,1% em 2012) e as viagens “Profissionais ou de negócios” reuniram 7,3% do total de viagens (7,2% em 2012).

As viagens realizadas ocasionaram um total de 73,4 milhões de dormidas em 2013 (+5,3% que em 2012). O meio de alojamento preferido nas deslocações turísticas dos residentes em 2013 foi o “Alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos”, que concentrou 52,3% do total de dormidas (38,4 milhões), peso que ascendeu a 84,5% em viagens para “Visita de familiares ou amigos”.

Considerando a globalidade da atividade de alojamento, abrangendo Hotelaria, Turismo no Espaço Rural e Turismo de Habitação e ainda o Alojamento Local, o número de

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estabelecimentos em Portugal ascendeu a 3 345 em 2013 (31 de julho), correspondendo a uma variação de -1,8%, para uma capacidade de 326,2 mil camas (+0,8%). Tendo por base os resultados entre 2011 e 2013, constata-se que os estabelecimentos novos contribuíram, em média nos anos considerados, com 3,0 p.p. para a taxa de variação das dormidas totais.

Segundo dados de 2013 (INE, 2014c), a Hotelaria abrangeu 43,7% do número total de estabelecimentos e 83,4% da capacidade instalada de camas. A procura junto da hotelaria traduziu-se em 87,5% do número total de hóspedes (86,9% em 2012), aos quais corresponderam 90% das dormidas da globalidade do setor de alojamento.

Em 2013, existia uma oferta de 1 462 estabelecimentos de hotelaria (+3%). A capacidade era de 272,1 mil camas, refletindo um acréscimo de 2% face a 2012. Estes resultados excluem o Alojamento Local e Turismo no Espaço Rural.

Em 2013, estavam em atividade 832 estabelecimentos de Turismo no Espaço Rural (TER), incluindo as modalidades Agroturismo, Casas de Campo e Hotéis Rurais e similares, bem como no Turismo de Habitação (TH). Relativamente a Alojamento Local (com 10 ou mais camas) existiam 1 051 estabelecimentos de alojamento. O TER e o TH representavam 24,9% do total dos alojamentos turísticos da atividade de alojamento, enquanto o peso do Alojamento Local ascendeu a 31,4%.

Em termos de capacidade destacou-se o Alojamento Local, com 41,2 mil camas em 2013, tendo evidenciado um peso de 12,6% face à totalidade da atividade de alojamento incluindo hotelaria. O TER e TH pesavam 3,9% no total, com 12,9 mil camas, respetivamente.

Os hóspedes acolhidos em estabelecimentos de Alojamento Local ascenderam a 1,6 milhões em 2013, pesando 10,4% do total da atividade de alojamento incluindo hotelaria. Nos estabelecimentos de TER e de Turismo de Habitação foram acolhidos 324 mil hóspedes em 2013.

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O Alojamento Local registou em 2013 um total de 3,6 milhões de dormidas, traduzindo um peso de 8,3% no conjunto da atividade de alojamento. No TER e TH foram registadas 745 mil dormidas.

Nos parques de campismo a oferta aumentou ligeiramente em 2013 (+1,4% de lugares, disponibilizados por 245 parques), enquanto as dormidas anuais decresceram (-9,8%, correspondendo a 5,6 milhões).

A evolução das colónias de férias foi semelhante: um ligeiro aumento da capacidade disponível (+0,4%), e uma diminuição nas dormidas (-6,8%), que se fixaram em 815,8 mil.

No ano de 2014, a hotelaria registou 46,1 milhões de dormidas (+11,0% face a 2013). Considerando os valores preliminares de 2014, observa-se um crescimento expressivo das dormidas em todas as regiões do Continente, salientando-se o Alentejo e Lisboa (+17,2% e +15,0%). Em 2013 as evoluções tinham sido menos intensas e até de sinal negativo no Alentejo (-2,5%) e Centro (-0,9%) (INE, 2015d).

No período de janeiro a dezembro de 2014 a taxa de ocupação foi 43,9% (+2,7 p.p.), com um acréscimo superior ao de 2013 (+1,7 p.p.) (INE, 2015d).

No conjunto dos meses de 2014 a estada média foi 2,87 noites, ligeiramente inferior à de 2013 (-0,9%), sendo que, no período de janeiro a dezembro os proveitos totais atingiram 2 204,1 milhões de euros e os de aposento 1 555,5 milhões de euros, correspondendo a acréscimos de 12,8% e 13,5%, respetivamente (+5,3% e +6,2% em 2013) (INE, 2015d). Em 2014 o RevPAR foi 33,1 euros, representando um crescimento de 9,5% (+6,0% em 2013) (INE, 2015d).

Relativamente aos parques de campismo, em 2014, acolheram 1,5 milhões de campistas, que originaram 5,6 milhões de dormidas (-3,9% e +0,7%). No ano anterior, o número de campistas tinha-se reduzido 1,2% e as dormidas 9,8% (INE, 2015d).

No conjunto do ano de 2015 (INE, 2016), os estabelecimentos hoteleiros registaram 17,4 milhões de hóspedes e 48,9 milhões de dormidas (+8,6% e +6,7%, respetivamente). As

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dormidas de residentes fixaram-se em 14,5 milhões (+5,3%) e as de não residentes em 34,4 milhões (+7,3%).

O turismo é e será cada vez mais, uma das mais promissoras atividades económicas em todo o mundo. Os mercados turísticos têm vindo a prová-lo através da representatividade que a oferta e a procura têm nos seus recursos, infraestruturas e serviços para satisfazer as necessidades turísticas. Assim, um número cada vez maior de destinos e hotéis a nível nacional e internacional têm investido no turismo, o que tem impulsionado o desenvolvimento socioeconómico em vários produtos, como é exemplo o Turismo de Negócios e a Meetings Industry, temas abordados no próximo capítulo.

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