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CAPÍTULO 5 – MEMÓRIA DESCRITIVA DO PROJECTO

5.1. OBJECTO DO PROJECTO

O Aterro para Resíduos Industriais Banais projectado destina-se exclusivamente à deposição de resíduos definidos de acordo com o Decreto-Lei n.º 239/97 de 9 de Setembro e Anexo II da Portaria n.º 818/97, de 5 de Setembro.

O projecto incorpora todas as normas e exigências que constam do Decreto-lei n.º 152/02 de 23 de Maio, relativo à deposição de resíduos em aterro, nomeadamente no que às medidas de protecção ambiental se refere como, por exemplo, a protecção das águas subterrâneas e superficiais, captação e tratamento de lixiviados e a captação e tratamento do biogás e medidas de controlo de exploração e tipologia dos resíduos a receber.

5.1.1. Tipos de Resíduos Não Perigosos Admissíveis no Aterro

A unidade projectada destina-se à deposição e gestão de Resíduos Industriais Banais, ou seja, resíduos industriais não perigosos, pelo que as suas características intrínsecas deverão corresponder às tipificadas no ordenamento jurídico em vigor.

Os resíduos industriais correspondem aos resíduos gerados por actividades industriais, actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água4.

De acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro, os resíduos perigosos são todos aqueles que apresentem características de perigosidade para a saúde pública ou para o ambiente, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos5, que foi transposta para o Direito Nacional através da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março. Este tipo de resíduos não é admissível no projecto em análise.

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Definido no Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro.

5

Definida de acordo com as Decisões da Comissão 2001/118/CE, de 16 de Janeiro; Decisão 2001/119/CE, de 22 de Janeiro e Decisão 2001/573/CE, de 23 de Julho que alteram a Decisão da Comissão 2000/532/CE de 3 de Maio.

Ainda de acordo com o Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio, os seguintes resíduos não poderão ser alvo de deposição no aterro:

 resíduos líquidos;

 resíduos que, nas condições de aterro, sejam explosivos, corrosivos, oxidantes, muito inflamáveis ou inflamáveis na acepção da Decisão da Comissão n.º 2000/532/CE, de 3 de Maio;

 resíduos provenientes de estabelecimentos que prestem cuidados de saúde a seres humanos ou animais e ou de investigação relacionada, pertencendo aos grupos III e IV, nos termos do disposto no Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares, aprovado pelo Despacho Conjunto n.º 761/99, de 31 de Agosto, dos Ministros da Saúde e do Ambiente, salvo se anteriormente sujeitos a tratamento eficaz que permita a posterior gestão como resíduos urbanos;

 pneus usados, com excepção dos pneus utilizados como elementos de protecção no aterro, pneus de bicicleta e aqueles que tenham um diâmetro exterior superior a 1400 mm;

 quaisquer outros tipos de resíduos que não satisfaçam os critérios de admissão constantes no anexo III do Decreto-Lei.

Tendo como meta implementar as melhores práticas em termos ambientais e económicos, do conjunto dos resíduos industriais recebidos apenas serão enviados para aterro aqueles para os quais não existam soluções de tratamento ou gestão. Em face do exposto, ficam em termos genéricos excluídos de deposição os seguintes resíduos:

 resíduos para recuperação/reutilização, cuja valorização é obrigatória, conforme a legislação em vigor (por exemplo, as lamas biológicas, os bagaços, os engaços, estrume e resíduos da destilação);

 resíduos para valorização energética, provenientes sobretudo da indústria da madeira, mobiliário e do sector do papel e pasta de papel.

De acordo com a experiência adquirida nos sistemas de tratamento de RSU, a quantidade de resíduos recicláveis que chegam aos aterros é bastante elevada. Nesta perspectiva, a implementação da unidade de produção RDF prevista tem como objectivo promover a valorização de uma parte dos resíduos recebidos através da produção de Residual Derived

O RDF resulta do processamento de resíduos à base de papel, plástico, madeira, borracha e têxteis que, depois de separados e triturados para uma determinada granulometria, podem ser vendidos a empresas com caldeiras e ou altos-fornos, cimenteiras e centrais eléctricas que, em vez de utilizarem combustíveis fósseis em exclusivo, podem incorporar uma percentagem de RDF, com apreciáveis mais-valias tanto em termos ambientais como económicos.

5.2. LOCALIZAÇÃO

A selecção do local foi efectuada com recuso à construção de um Modelo de Localização para Unidades de Tratamento e Processamento de RIB, que maximizasse o potencial económico da unidade e minimizasse os riscos ambientais associados e no cumprimento do disposto no Anexo II do Decreto-Lei n.º 152/2002 de 23 de Maio.

O Modelo de Localização supra referido, bem como os seus pressupostos, serão desenvolvidos no Capítulo 6 – Avaliação do Projecto.

O local escolhido para a edificação da unidade industrial situa-se no concelho de Alenquer, freguesia da Ota, a cerca de 3 km da Ota e a 9 km de Alenquer, tendo o mesmo sido definido com base no Modelo de Localização para Unidades de Tratamento e Processamento de RIB.

A área de implantação, localiza-se a Oeste da antiga lixeira da Ota, já selada e da actual Estação de Transferência de Resíduos Sólidos Urbanos da Ota, pertencente ao sistema da Resioeste, e do actual estaleiro da Recolte, sociedade que se dedica à recolha de RSU e limpeza urbana no Município de Alenquer, bem como à gestão de alguns resíduos industriais banais.

O terreno possui aproximadamente 17 hectares correspondendo a uma área de eucaliptal, cujo acesso se faz através de estrada municipal alcatroada (Anexo A - Figura n.º 11 - Localização do projecto).

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