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6.1 – Estruturação da disciplina de dança para formação inicial de licenciados em Educação Física

II. OBJETIVOS 1 Quanto ao conteúdo:

- Oferecer conhecimentos relevantes (históricos e sociais) no que diz respeito às manifestações culturais das danças folclóricas, populares e de salão.

- Oferecer a oportunidade de vivenciar os diferentes conhecimentos da Dança que possam ser utilizados na Educação Física Escolar.

- Discutir e identificar a relevância dessas manifestações na sociedade brasileira. - Superar os conhecimentos advindos do senso comum.

2. Quanto à forma:

- Fundamentar e contextualizar as diferentes danças aplicáveis no meio escolar. - Vivenciar os diversos ritmos presentes em cada uma dessas manifestações de dança.

3. Quanto à aplicação:

- Capacitar os participantes como monitores para auxiliarem os professores e, assim, desenvolverem essa mesma disciplina para os próximos alunos que virão a cursá-la.

III. CONTEÚDOS

- Universo da dança: classificação

- Danças autóctones ou originais: Danças ou vestígios de danças que correspondem ao período anterior à descoberta de América. Ex. Danças do Guarup.

- Danças folclóricas ou populares: danças ligadas à tradicionalidade de determinado local, transmitida oralmente de geração em geração e/ou por meio da observação (catira, jongo, cavalo-marinho, bumba-meu-boi, chula, entre outras). São manifestações de dança que se mantêm dentro do folclore e integram-se à tradição.

- Danças Contemporâneas: danças que se manifestam em diferentes lugares e que, geralmente, não apresentam uma tradição. Em sua maioria, são danças da moda que estão bastante presentes no meio midiático e também na cultura de massa (axé, funk, lambadas,samba- reggae, entre outras).

- Danças de salão brasileiras: danças tradicionalmente realizadas em pares, nas quais a cooperação mútua se faz fundamental; exemplos de ritmos dessas danças: forró; samba de gafieira; samba-rock; soltinho; pagode, entre outras. Vale ressaltar que algumas danças de salão brasileiras também são tidas como contemporâneas.

- Danças de salão internacionais de competição: Bastante comuns na Europa e nos Estados Unidos, consideramos importante que os alunos conheçam tais possibilidades e possam se apropriar do conhecimento dessas danças pouco difundidas no Brasil, tais como o Fox Trote e o Rock and Roll ou, como mais popular, podemos exemplificar a Valsa.

IV. METODOLOGIA

- Aulas expositivas (informação): descrição e contextualização da dança (recursos audiovisuais, debates e textos).

- Resgate das experiências dos alunos que tenham relação com a dança em estudo. - Vivências de movimentos específicos das danças.

- Interpretação das danças.

- Criação e recriação: processo de criação da dança contextualizada na aula.

V. AVALIAÇÃO

A sugestão é de realização das avaliações feitas por meio da apresentação dos trabalhos grupais, em formatos de seminários. As apresentações deverão ter representações práticas e exposição teórica acerca da compreensão dos conhecimentos discutidos nas aulas.

Pauta de Avaliação na apresentação de Trabalhos grupais (alunos divididos em grupos para apresentação dos seminários)

Aspectos formais:

Pontualidade: iniciar na hora prevista e terminar dentro do tempo necessário à boa compreensão do conhecimento ofertado.

Participação eqüitativa e equilibrada: entre os integrantes do grupo durante a apresentação dos trabalhos (teoria e prática). Vale destacar que os dois itens apontados aqui são considerados por nós absolutamente importantes e obrigatórios à condição de aluno. No entanto, acreditamos ser necessário avaliá-los e estabelecê-los em comum acordo prévio com os alunos.

Utilização de material audiovisual para facilitar a compreensão do conhecimento. Manutenção do interesse dos alunos: tanto na parte teórica quanto na parte prática. Do Relatório

Formato: no formato de manual Qualidade da impressão

Qualidade do conteúdo: clareza, simplicidade. Qualidade dos quadros, fotos, desenhos.

Dos expoentes Domínio do tema Clareza na exposição Formalidade acadêmica

VI. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PARA A DISCIPLINA

BARRETO, Débora. Dança... Ensino, Sentidos e Possibilidades na Escola. Campinas/SP: Autores Associados, 2004.

CÔRTES, G. P. Dança, Brasil! Festas e danças populares – Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000.

EHRENBERG, M. C. A dança como conhecimento a ser tratado pela Educação Física: aproximações entre formação e atuação profissional. (Dissertação de Mestrado), Unicamp, 2003, Campinas.

GIFFONI, M. A. C. Danças Folclóricas Brasileiras. Empresa Gráfica Editora Guia Fiscal, 1955, São Paulo.

PÉREZ GALLARDO, J. (org) Educação Física Escolar do berçário ao ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

PÉREZ GALLARDO, J. et al. Didática da Educação Física: a criança em movimento. Jogo, prazer e transformação. Editora FTD, São Paulo, 1998.

PERNA, M. A. Dança de Salão Brasileira - Personagens e Fatos.

ROCHA, N. H. Tango Uma Paixão Porteña no Brasil. Projeto Pronac. Ministério da Cultura.

SANTOS, I. F. Corpo e Ancestralidade: uma proposta pluricultural de danca-arte-educação. Salvador: Edufba, 2002

SBORQUIA, S. P. A dança no contexto da Educação Física: os (des) encontros entre a formação e a atuação profissional. (Dissertação de Mestrado), Unicamp, 2002, Campinas.

SBORQUIA, S. P. e PÉREZ GALLARDO, J.S. A dança no contexto da Educação Física. Editora Uijuí, Ijuí – RS, 2006.

VILELA, L.F. O corpo que dança. Dissertação de Mestrado. Unicamp, Campinas, 1998

Como já abordamos anteriormente, deve existir flexibilidade no trato das disciplinas de forma que correspondam aos anseios do curso em questão. No entanto, acreditamos ser de grande valia que se estabeleça uma identidade comum para trabalharmos a dança nos cursos de formação de professores em Educação Física. Isso porque é necessário reconhecermos claramente o âmbito de atuação desses futuros professores e, portanto, trabalharmos com conhecimentos compatíveis a tal realidade.

Desse modo, nossa pretensão com a proposta sugerida é apontar um caminho possível para intervir nessa complexa realidade que é a área da Dança na formação de professores de Educação Física, de forma que tal complexidade não seja entendida como dificuldade que acabe por refletir num trabalho superficial ou inexistente na realidade do ensino básico.

Acreditamos que, para ambas as disciplinas propostas, a estrutura possa ser semelhante e para tal sugerimos uma divisão modular que contemple os conteúdos e os objetivos apontados anteriormente. Sugerimos que as disciplinas pautem-se em carga horária de 40 horas; no entanto sabemos que nem todas as Instituições oferecem tal carga horária. Desta forma, dependendo do número de encontros da disciplina, ela deverá ser distribuída nos módulos que seguem:

Módulo I – Introdução à disciplina, definição de conceitos, análise e discussão dos Códigos Simbólicos que orientam as manifestações culturais.

Módulo II – Vivências corporais para criar a base de gestos que dialogam com a linguagem corporal presente em todas as danças.

Módulo III – Seminário demonstrativo do professor para que os alunos tenham uma visão real da complexidade que devem ser tratadas as danças.

Módulo IV – Seminários dos alunos.

Módulo V – Apresentação das Composições Coreográficas e Avaliação Formativa.

Acreditamos que a formação crítica e reflexiva de futuros professores venha promover transformações significativas na estrutura de ensino. Se a formação inicial tiver a

preocupação com o ensino básico e, por conseqüência, com os professores que atuarão nesse segmento de ensino, acreditamos que seja possível estabelecer um vínculo direto entre ensino básico e ensino superior que nos renderá bons resultados acerca de uma educação comprometida.

Este estudo pode ser tomado como ponto de partida para novas pesquisas na área, sendo assim, inacabado e sujeito a constantes reformulações.