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S. Martinho de Cedofeita, Porto, (2007), p.27.

I. Obras percursoras

Capela da Colónia Güell, Barcelona, Espanha, Antoni Gaudí [1898-1915]

Antoni Placid Gaudí i Cornet (1852-1926) foi um arquitecto extremamente criativo que desde cedo começou a conceber uma obra muito pessoal, descomprometida de formalismos miméticos. O seu atelier não era “la oficina de un arquitecto común, sino

un lugar en el que las formas y la materia, en un estado de abundancia extraordinaria, se desbordan; el centro mismo del torbellino de la creación, del perpetuum mobile, donde la materia cambia y se transforma infinitamente sin dejar de ser la misma, rica y generosa sin límites”174. Homem crente, a sua obra religiosa foi profundamente marcada pela fé, mas também pela amizade de Juan Bautista Grau, bispo de Astorga, que o introduziu na meditação diária do L’Année Liturgique do beneditino Prosper Guéranger, leitura que Gaudí realizou até morrer. Juan Bautista transmitiu-lhe um grande entusiasmo pela renovação que se operava na liturgia, tendo os dois estudado em conjunto o Cerimonial dos Bispos e o Missal Romano. Não foi por mero acaso, portanto, que a arquitetura religiosa de Gaudí se enquadrou na linha programática que o movimento litúrgico traçava. Apesar da sua construção mais famosa ser o inacabado templo da Sagrada Família, em Barcelona, a obra mais exaltada e reconhecida por colegas e críticos foi a cripta da capela da Colónia Güell, no bairro de Santa Coloma de Cervelló, também em Barcelona, experiência expressionista, que antecedeu os movimentos modernistas do século XX, mas também antecipou em vários anos, as experiências espaciais de Romano Guardini e Rudolf Schwarz no Castelo de Rothenfelds, na Alemanha. O reconhecimento do valor desta obra única e irrepetível aconteceu apenas no começo da segunda metade do século XX. Depois de décadas de esquecimento, foi relembrada e exaltada por todos os que promoviam então a renovação da arquitetura religiosa na Europa. Em Espanha, Oriol Bohigas afirmou em 1957 que “la obra de la Colónia Güell es, no sólo una creación extraordinária del más

extraordinário Gaudí, sino la obra religiosa más sorprendente, quizá más original, realizada en Europa desde el fin del gótico hasta la capilla de Ronchamp”175. No mesmo tom escreveu o estudioso beneditino Frédéric Debuyst, que classificou a cripta da Colónia de Güell como uma obra genial, onde “la somme des recherches formelles

Fig.1.3

174

LAHUERTA, Juan José, El taller de Gaudí en la Sagrada Familia, AV Monografías, nº95, (mai.- jun.2002), p.6.

175

BOHIGAS, Oriol, La arquitectura religiosa en España, Anuario de Arte Sacro, (1957), pp.9-10, citado em ORUSCO, Eduardo Delgado, Entre el suelo y el cielo – Arte y Arquitectura Sacra en España, 1939- 1975, Fundación Institución Educativa Sek, Colección Orbis Tertius, nº2, (2006), pp.19-20.

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entièrement inédites, concentrées dans cet édifice est stupéfiante. Nous tenons là, longtemps avant Ronchamp (et bien plus que dans la Sagrada Familia) la clé de l'architecture organique”176. Como que a reforçar este entendimento, Edwin Heathcote elogiou a capela que “acts like a great organism adjusting its body until it finds the most

comfortable position”177.

Também em Portugal e mais concretamente no seio dos membros do MRAR, a cripta de Gaudí não passou desapercebida, tendo sido largamente apreciada. Luiz Cunha, na sua obra Arquitectura Religiosa Moderna, publicada em 1957, defendeu que “a

igreja da Colónia Güell (.) é com efeito a primeira que pela sua concepção pode ser considerada como moderna” 178. E justificou a sua opinião: “Esta obra, embora influenciada por vários estilos históricos, tem o seu interesse na forte personalidade das suas formas. O emprego predominante das curvas dá origem a um espaço interno muito variado”179. Mostrou comungar da perspetiva dominante - “A construção

desenvolve-se organicamente”180, e a terminar afirmou: “A igreja, no seu duplo

aspecto, Casa de Deus – construção humana, tem aqui um dos seus mais belos exemplares”181. Algum tempo depois, Nuno Portas, num artigo intitulado “Gaudí e a arquitectura actual”, em que avaliou a relevância da obra do catalão para os autores contemporâneos, partilhou da opinião do seu colega, e dos vários projetos de Gaudí que escolheu mencionar, deu o destaque principal à “impressionante cripta de Santa

Colonna primeiro (e talvez máximo) momento da arquitectura religiosa”182.

Igreja de Notre-Dame de Raincy, Paris, França, Auguste Perret [1922-23]

A Auguste Perret (1874-1954) deve a arquitetura religiosa a primeira igreja que, contra críticas e preconceitos, se ergueu totalmente em betão armado e que se tornou por esse motivo no momento de chegada da arquitectura religiosa ao século XX. Chamado por um pároco da periferia de Paris que pretendia construir rapidamente uma igreja, Perret, que nunca tinha desenhado este tipo de edifício, apresentou um projeto não só inovador mas também possuidor de condições económicas e construtivas extremamente vantajosas face a outras propostas elaboradas. Aprovado o projeto, foi possível erguer o edifício em apenas treze meses, unicamente por ser construído em

Fig.1.4

176

DEBUYST, Frédéric, Le renouveau de l’Art sacré de 1920 à 1962, Mame, (1991), p.26.

177

HEATHCOTE, Edwin, The twentieth-century church – the enigma of sacred objectivity, Church Builders, Academy Editions, (1997), p.21.

178

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa Moderna, [Imprensa Portuguesa], Porto, (1957), p.22.

179

Ibidem.

180

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.23.

181

Ibidem.

182

PORTAS, Nuno, Gaudi e a arquitectura actual, Colóquio – revista de Artes e Letras, nº34, F. C. Gulbenkian, Lisboa, (jun.1965), p.31.

O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX 51 betão armado, material até então considerado inadequado para espaços religiosos. O esqueleto estrutural criado pela utilização deste material permitiu libertar das funções de carga as paredes exteriores, que se converteram, então, pela mão do pintor Maurice Denis, em extensos panos luminosos de vidros coloridos, responsáveis pela atmosfera etérea imprimida ao interior da igreja. Este ambiente único, também devido ao espaço unificado que a estrutura de betão armado possibilitou, valeu à igreja de Notre Dame de Raincy o título de “Sainte Chapelle de beton armé”183, como testemunhou João de Almeida durante a sua estadia em Paris nos anos 1949-50. Também Luiz Cunha apreciou esta obra de August Perret, o primeiro arquiteto a ter “a ousadia de construir uma igreja de betão”184, e constatou que “foram ali pela primeira vez expressas muitas das teorias em que se baseia a arquitectura chamada moderna”185. No mesmo ano, mas nas páginas da revista Arquitectura, Nuno Portas classificou a igreja de Raincy como notável e destacou o facto de que “a par do exclusivo emprego do betão à vista é conseguida uma rica qualidade espacial com a iluminação de amplas naves abobadadas pelos conhecidos vitrais de Maurice Denis”186. O impacto desta obra no rumo da arquitetura religiosa foi imenso, tendo marcado um antes e um depois, pelo que foi integrada, com naturalidade, na “Exposição de Arquitectura Religiosa Contemporânea” de 1953 no capítulo dedicado à nova arquitetura religiosa que despontara na Europa central, onde os organizadores mostraram que as novas técnicas aliadas às novas formas de vida e pensamento tornavam incontornável a utilização dos materiais e sistemas construtivos modernos, daí em diante, também na edificação das igrejas.

Igreja de St. Engelbert, Colónia, Alemanha, Dominikus Böhm [1930-32]

Em 1922, Johannes van Acken (1879-1937), padre na Renânia, Alemanha, publicou um livro intitulado Christozentrische Kirchenkunst – Ein Entwurf zum liturgischen Gesamtkunstwerk (A Construção Cristocêntrica de Igrejas – Para uma Obra de Arte Litúrgica Total), onde defendeu o altar como centro físico e espiritual do templo e que os arquitetos deveriam criar novas formas de igrejas que garantissem também a participação comunitária, tal como Pio X pedira na introdução ao Motu proprio Tra le sollecitude de 22 de dezembro de 1903. O livro foi recebido com tal interesse que

esgotou em poucos meses, levando a que no ano seguinte tenha aparecido uma segunda edição aumentada. Inspirado pelas ideias propostas pelo P. Johannes van

183

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.25.

184

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.24.

185

Ibidem.

186

52 O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX Acken, o arquiteto Dominikus Böhm (1880-1955), que se dedicava ao projeto de igrejas desde 1908, elaborou um desenho para uma igreja intitulada Circumstantes (1923), com uma planta elíptica orientada para o altar, que nunca foi construída, mas ganhou o seu lugar na história à semelhança da Sternkirche (1922) de Otto Bartning (1883-1959), que também não saiu do papel. Esta proposta trouxe um novo rumo ao trabalho e pesquisa de Böhm, que o levou a desenvolver uma obra única no seu tempo, tornando-se assim na referência maior em termos de construção de igrejas católicas na Alemanha, do mesmo modo que Otto Bartning o foi para as protestantes.

Böhm, sempre próximo e atento aos avanços do movimento litúrgico, distinguiu-se então da quase totalidade dos restantes projetistas de igrejas do seu tempo, não só pela exploração das técnicas e materiais modernos em novas formas ao serviço de uma nova espiritualidade, mas também por ter aprofundado as questões levantadas por um programa litúrgico em transformação.

Por volta de 1930, a obra de Böhm alternava entre a corrente racional e a expressionista, testemunhando a sua criatividade e polivalência. Se a igreja de Stella Maris (1931), na ilha de Nordeney, no norte da Alemanha, se apresentou como uma das mais destacadas obras do modernismo branco, já a igreja de Sankt Engelbert surgiu como uma enorme escultura que se afirmou como o seu trabalho mais ousado e controverso: “a perfectly circular church; the first modern Catholic church freed from the tyranny of the rectangular plan”187, onde se encontravam referências às estruturas parabólicas da arquitetura fabril contemporânea, exploradas com um sentimento ao mesmo tempo lírico e matemático que lembrava a obra de Gaudí. O projeto resultou de um concurso limitado a cinco arquitetos e vencido por Böhm. Várias autoridades da Igreja opuseram-se à sua proposta, incluindo o Cardeal de Munique, Michael von Faulhaber (1869-1952), que achava aquelas formas mais próximas do espírito oriental que do ocidental. Mas uma brilhante defesa do projeto pelo arquiteto, mostrando como a sua arquitetura estava profundamente associada à nova liturgia, garantiu a construção de uma igreja com uma volumetria nunca antes vista, onde também o interior surpreendeu tanto em termos litúrgicos como artísticos - “Con el modelado de todo el presbiterio a base de aperturas parabólicas en paredes curvas se organiza una escena extraordinaria, digna del mejor expresionismo cinematográfico alemán”188. Em 1974, Hugo Schnell, um dos maiores conhecedores da arquitetura religiosa mundial, não hesitou em exaltar a igreja redonda de St Engelbert, “which today still has no rival and which, from the viewpoint of constructional technique too, underlined

Fig.1.5 Fig.1.6 Fig.1.7 Fig.1.8 187

HEATHCOTE, Edwin, The twentieth-century churchO, p.27.

188

Dominikus Böhm – Iglesia de Sankt Engelbert, Colonia, Alemania, AV Monografías, nº95, (mai.- jun.2002), p.20.

O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX 53 Germany’s leading position in ecclesiastical architecture”189. Mais recentemente, Wolfgang Jean Stock afirmou que “St Engelbert assured him [Böhm] a place in the annals of modern church architecture”190. Algo próximo ao que Luiz Cunha escrevera nos anos 1950, quando defendeu que Dominikus Böhm ocupava já então “um lugar muito especial dentro da evolução do movimento arquitectónico actual”191. E quanto à igreja de St. Engelbert, era aquela que, dentre as várias que o arquiteto alemão projetou, considerava como “a mais interessante pela original composição volumétrica”192. Mas não só. Para Luiz Cunha, era “a mais bela igreja circular que a arquitectura moderna produziu”193.

Igreja de S. Francisco de Assis, Pampulha, Brasil, Óscar Niemeyer [1940-43] A igreja de S. Francisco de Assis faz parte de um conjunto arquitetónico encomendado a Óscar Niemeyer (1907-2012) pelo prefeito de Belo Horizonte e futuro presidente do Brasil, Jucelino Kubitschek (1902-1976), que pretendia desenvolver uma área de lazer para um novo e seleto bairro residencial a norte da cidade, através da construção em torno de um lago artificial de uma igreja, um casino, uma casa de baile, um clube e um hotel (que não chegou a ser edificado). Dentre os quatro edifícios inaugurados em 1943, foi a igreja que mais se destacou, em parte graças à colaboração de vários artistas plásticos, nomeadamente Cândido Portinari (1903-1962), autor da fachada de azulejos em tons de azul evocativos de S. Francisco de Assis, dos painéis no confessionário, batistério, coro, púlpito e nas bancadas laterais, do grande fresco interior e da Via Sacra, Alfredo Cheschiatti (1918-1989), que esculpiu os baixos- relevos em bronze do batistério, e Paulo Werneck (1907-1987), que realizou uma composição de desenho abstrato em pastilha na cobertura. Niemeyer, inspirado pelas montanhas de Minas Gerais, criou uma obra de grande plasticidade e beleza, recorrendo a uma composição de arcos parabólicos que eram ao mesmo tempo estrutura e cobertura, opção distinta da solução laje-pilar habitual no International Style que utilizou nos restantes projetos. Segundo Edwin Heathcote, “it was a powerful

reaction to the rigidity of orthodox modernism and it is a building which prefigures Le Corbusier’s plastic treatment of concrete and canopy at Ronchamp in the next decade”194. O perfil ondulado da igreja tornou-se rapidamente num ícone da arquitetura

Fig.1.9

189

SCHNELL, Hugo, Twentieth Century Church Architecture in Germany, Verlag Schnell & Steiner, (1974), p. 47.

190

STOCK, Wolfgang Jean, European Church Architecture 1900-1950, Prestel Verlag, (2006), p.140.

191

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.33.

192

Ibidem.

193

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.34.

194

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moderna brasileira. “En Pampulha, la cubierta tiene una elegância de Arp y la gracia

del sarape de ‘Los Tres Caballeros’ de Disney, sin los prejuicios o las exhibiciones de ingeniería que vendrán después con Torroja o Candela, y sin la voluntad eclesial de Dieste”195. No entanto, o desenho totalmente novo na história da arquitetura religiosa foi largamente contestado e durante vários anos rejeitado pela Igreja, que só em 1959 aceitou consagrar a igreja.

Os arquitetos portugueses desde meados dos anos 1940 que conheciam e admiravam a moderna arquitetura brasileira, muito graças ao contato com a famosa publicação Brazil Builds – Architecture New and Old 1652-1942196. Na década seguinte, também através do livro L’Architecture Moderne au Brésil de Henrique E. Mindlin197, existente no arquivo do MRAR, puderam os seus membros aprofundar o conhecimento desta obra de Niemeyer. Em 1957, Luiz Cunha classificou-a como “uma das mais representativas da moderna arquitectura brasileira. (.) É a síntese dum tipo de construção que, quando bem compreendido, pode ultrapassar os limites da vulgar arquitectura em capacidade expressiva”198. E detalhou o motivo da sua admiração: “É no sistema construtivo que se encontra todo o seu interesse. Não existe diferenciação entre paredes e tecto, pois a abóbada de betão nasce directamente do solo. (.) O espírito do Evangelho foi traduzido na verdade construtiva e na pureza de linhas199”. Mais recentemente, N. Teotónio Pereira testemunhou que “das numerosas e notáveis obras que Óscar Niemeyer construiu ao longo da sua vida, foi esta igreja que mais profundamente me tocou, talvez pelo simples facto de ter sido a primeira. Foi um choque emocional que não esqueço, passados que foram mais de 60 anos: a ousada curva parabólica, transformando paredes e cobertura numa perfeita forma unitária. E também o enorme e deslumbrante mural azulejado de Portinari, recobrindo por inteiro a fachada de tardoz. Tudo isto em volumes puros, recortados contra o céu”200.

195

Óscar Niemeyer – Iglesia de San Francisco de Asís, Pampulha, Brasil, AV Monografías, nº95, (mai.- jun.2002), p.22.

196

GOODWIN, Philip, Brazil Builds – Architecture New and Old 1652-1942, MOMA, 1943. Também merecem menção as duas exposições de arquitetura brasileira apresentadas em Lisboa, a primeira realizada no Instituto Superior Técnico entre 1948 e 1949, que permaneceu aberta ao público apenas três dias, mas que entusiasmou de um modo especial o arquiteto Sebastião Formosinho Sanchez (ver SANCHEZ, S. Formosinho, Arquitectura Moderna Brasileira, Arquitectura Moderna Portuguesa, Arquitectura, nº29, (fev.-mar.1949), p.17. Neste artigo afirmou: “É evidente e natural que a Exposição de Arquitectura Brasileira venha a ter reflexo nos espíritos dos mais novos e, mais acentuadamente, nos alunos de Arquitectura das duas Escolas do País. Esse reflexo, dizia, é natural e é bom que não se deixe arrefecer o estado de espírito em que todos ficamos de RENOVAR a nossa arquitectura (.) [pois] uma coisa se torna evidente: a actual Arquitectura Portuguesa está muito aquém da Arquitectura Contemporânea Brasileira.”). A segunda exposição aconteceu quatro anos depois, integrada nas actividades do III Congresso da UIA e contou com a presença de Lúcio Costa (1902-1998).

197

MINDLIN, Henrique E., L’Architecture Moderne au Brésil, Colibris Editora, 1956, pp.160-161.

198

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.50.

199

CUNHA, Luiz, Arquitectura Religiosa..., p.51.

200

O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX 55

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