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Observação da Escola Estadual C

No documento Dissertação de Katia Maria Rizzo (páginas 102-105)

4 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DIDÁTICO EM ESCOLAS UCA DE

4.7 Observações nas escolas

4.7.2 Observação da Escola Estadual C

Estivemos na escola em que trabalhava o professor B, no dia 31 de novembro de 2014, no período vespertino Antes de efetuarmos a observação das atividades didáticas, o professor B respondeu à nossa entrevista, conforme mencionado anteriormente. Observamos o trabalho do professor em todas as turmas em que atuou no período vespertino da data referida.

4.7.2.1 Espaço físico

As salas de aulas da EE C (cf. figura 16) possuem armários, local de armazenamento dos laptops, 4 (quatro) ventiladores funcionando, algumas salas são bem iluminadas e outras, por apresentarem luminárias queimadas, não tem iluminação adequada. Contam com quadro branco dominando toda extensão da parede frontal, pontos de energia atrás dos armários para recarregar as baterias dos laptops, roteadores para Internet Wi-Fi, os quais, entretanto, não estavam dando acesso à rede. Apesar das salas de aula possuírem ventiladores de teto, as mesmas se mostraram muito quentes, provocando a inquietação dos educandos.

Figura 16 – Escola C - Sala de aula do 7º ano

Outro espaço disponibilizado como ambiente educativo na escola é a sala de tecnologia educacional, com 20 computadores provenientes do Proinfo/MEC, com acesso à Internet, que nem sempre funciona. O uso da sala de tecnologia, a exemplo das outras escolas observadas, precisa ser agendado. Na ocasião da observação, a escola estava em reforma com a construção de uma nova sala de tecnologia, pois a atual não comportava o número de alunos, e uma biblioteca.

4.7.3 Análise da observação da prática pedagógica do professor B

O professor B, após a entrevista, nos convidou a entrar na sala de tecnologia. No laboratório, nos disponibilizou atividades que já havia trabalhado com seus alunos, em que utilizou uma sequencia de slides, utilizando o Power Point, com o tema Água, com os quais explicou o conteúdo a ser trabalhado, apresentando os estados físicos da água. Na sequencia solicitou aos alunos que exemplificassem cada estado físico da água por meio de um pequeno texto e de desenhos.

Como não presenciamos o professor ministrando a aula, e sim as atividades já concluídas pelos alunos, não pudemos averiguar os procedimentos do professor no decorrer da atividade e a forma como foi desenvolvida com os educandos. Conclui-se, pelo relado do professor e pela observação, que a atividade consistiu em um repasse de informações, apoiada em recurso visual e utilizando-se apenas da oralidade. O que a diferenciou da aula tradicional foi a forma de apresentação do conteúdo, pois se utilizou do Power Point, ao invés do manual didático e do quadro negro. Deve-se considerar que, mesmo inserindo novas tecnologias, o professor repetiu velhas práticas com o uso de novos instrumentos.

Ao chegar à sala de aula da turma do 6º ano, nos deparamos com um total de 20 alunos dispostos em carteiras enfileiradas. Porém, ao adentrar a sala, o professor solicitou aos alunos que se organizassem em forma de círculo, sendo que, somente após essa reorganização deu inicio às suas atividades. Cabe ressaltar que o tempo previsto de cada aula na escola de 50 minutos, e que era um dia de prova.

Em todas as suas turmas, cada uma com seu tema específico, foi aplicada mesma metodologia. A prova foi dividida em duas etapas: Na primeira etapa, que valia 5 (cinco) pontos, o professor B retirava uma fita por vez, de uma caixa cheia de tiras com palavras e imagens, e os questionava individualmente. O aluno selecionado pelo professor deveria responder à questão, ou analisar a imagem, e, caso não soubesse, passava para o grupo, como

mostra a figura 17. Se, ainda assim, o grupo não soubesse, o professor respondia e explicava com detalhes a questão em que tiveram dificuldades.

Figura 17 - Escola C - Disposição dos alunos na sala de aula

Fonte: Imagem produzida pela autora

A segunda etapa da avaliação era uma prova escrita, com 5 (cinco) questões, valendo 5 (cinco) pontos. A prova apresentou perguntas objetivas com respostas de múltipla escolha. Mesmo a prova sendo objetiva e com as mesmas questões apresentadas na primeira etapa, observou-se que os alunos sentiram dificuldades em respondê-las. Em tal contexto, a organização didática do professor demonstrou a simplificação do trabalho e a redução do conteúdo ao mínimo, atendendo apenas às exigências da prova.

Durante as intervenções que fazia junto aos alunos, foi observado que o professor em nenhum momento se prendeu a algum recurso tecnológico, como o manual didático, ou qualquer outro tipo de recurso técnico para sua explanação. Mesmo não utilizando a nova tecnologia, o laptop, por ser um dia de prova, o professor nos mostrou fotos em que os alunos desenvolveram atividades com o equipamento, fora da sala de aula.

Em seu depoimento, o professor B mencionou que os alunos utilizaram o laptop, para tirar fotos a fim de coletar dados sobre o espaço físico da escola, como demonstra a figura 18. Pela análise da imagem e pelas informações fornecidas pelo professor B, a atividade beneficiou a prática pedagógica e oportunizou aos alunos melhores condições de aprendizagem. Dessa maneira, evidenciou-se a utilização do laptop como recurso didático, que permitiu ao professor inovar sua prática pedagógica, integrando os conteúdos previstos no referencial curricular.

Segundo o professor B, o laptop proporcionou ao aluno a possibilidade de trabalhar cada um ao seu tempo. Nesse contexto, o laptop funcionou como um agente facilitador no processo de ensino e de aprendizagem.

Figura 18 - Escola C - Atividade com laptop com os alunos do 7º ano

Fonte: Imagens fornecidas pelo professor B à autora.

Conclui-se, das observações nas aulas do professor, que mesmo com tecnologias disponíveis na escola e com o projeto UCA inserido na unidade escolar, o professor pouco explora os recursos em sua prática de forma a dinamizarem seu fazer pedagógico, nas situações observadas revela-se preso a uma organização do trabalho didático centrada na exposição oral e em provas objetivas.

Isso contradiz a fala do mesmo, que na entrevista considerou que utilizar a tecnologia na educação renova e estimula a aprendizagem do educando. Quanto à relação professor/aluno, observou-se que, no decorrer da atividade, o professor se direcionava ao coletivo, sem atender às dificuldades diferenciadas dos alunos.

No documento Dissertação de Katia Maria Rizzo (páginas 102-105)