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3. CAMINHOS DE UMA CONQUISTA

3.7 Observações Realizadas pela Pesquisadora

As observações realizadas pela pesquisadora nas Escolas pesquisadas não seguiram um padrão pré-elaborado, visaram a análise conforme os registros encontrados nas homepages das Escolas, no endereço eletrônico da SEED/PR, e também o que se visualizou durante visita a estas instituições. A inserção deste instrumento de coleta de dados fez-se necessário tendo em vista que os dados obtidos pelos questionados não apresentaram clareza o suficiente quanto aos objetivos e problemática da pesquisa. Por essa razão, sentiu-se a necessidade de se apontar algumas observações percebidas no decorrer da pesquisa de campo, nas mesmas escolas em que se realizou a pesquisa. A fim de apresentar maior legitimidade, farão parte dessa pesquisa algumas imagens e folders, fornecidos pelas escolas.

As referidas escolas demonstram uma maior aproximação com o previsto no documento das Diretrizes Curriculares da Educação do Campo para o Estado do Paraná. Essa conclusão se obteve através de visita informal nestas escolas e pelos dados divulgados pela SEED/PR no endereço eletrônico da escola, presente no referencial desta dissertação.

Portanto, percebeu-se que dentre as 29 pesquisadas, um número relativamente baixo, através de suas atividades desenvolvem práticas que proporcionem o desenvolvimento previsto nas Diretrizes Curriculares da Educação do Campo.

Porém, a maioria delas desenvolve atividades contextualizadas, de forma a relacionar com necessidades da comunidade, tais como: estudo sobre o mosquito da dengue, atividades relacionadas a cultura da comunidade, envolvimento de práticas

com a colaboração de Colégio Agrícola, produção de livro de receitas e exposição desses alimentos produzidos na roça, dentre outros que se caracterizam relevantes e proporcionam aproximação as orientações das Diretrizes.

É importante destacar em uma das escolas pesquisadas, uma de suas particularidades marcantes - a formação da comunidade, cuja origem se deu a partir da colonização de descendentes de ucranianos. Tanto a comunidade, quanto a escola procura manter os costumes e tradições do Rito Ucraniano.

Corroborando com a especificidade apresentada por esta escola, é relevante apresentar o pensamento de Arroyo, evidenciando a importância da formação de professores para que ações como a da Escola Colônia Paraíso sejam efetivadas,

(...) partindo do pressuposto de formação do todo profissional, em que os saberes do trabalho, da terra, das experiências e das ações coletivas sociais e legitimar esses saberes como componentes teóricos dos currículos. Reconhecer e incorporar essa riqueza de aprendizados que entram nos cursos de Pedagogia da Terra, de formação de professores do campo e de professores indígenas e quilombolas exige mudar as identidades dos cursos de formação como meros capacita dores para o exercício do magistério e reconhece-los como o lugar aberto aos saberes, valores e práticas educativas que se dão na dinâmica social, política e cultural (ARROYO apud CALDAR, 2012, p. 361).

Com o objetivo de atender as especificidades da comunidade, a escola desenvolveu projetos relacionados à cultura ucraniana. É importante ressaltar que, uma informação recebida informalmente, revelou que a partir do próximo ano, essa escola será fechada, e os alunos matriculados serão transferidos para outras escolas da região.

O fechamento de escola e transferência de alunos para escolas da cidade tem característica histórica, já mencionada nessa dissertação, quando o processo de descentralização ocorrido em detrimento da LDB nº 5692/71. No entanto, espera-se que as comunidades escolares, em consonância com os órgãos responsáveis, não permitam que se fechem escolas, pois elas existem a partir das lutas de movimentos sociais e demais defensores da educação do campo.

Percebeu-se que em uma das escolas procura-se desenvolver atividades que permitem a relação entre conteúdo curricular às questões socioambientais. Dentre as atividades, encontra-se a participação dos alunos na IV Conferência Nacional Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente, desenvolvido no mês de setembro de 2013. O trabalho intitulado “Preservação de Nascentes (Água) ”, foi contemplado em nível de NRE/Pato Branco para ser representado em nível Estadual.

Através destas práticas pedagógicas provocam-se a reflexão, o aprendizado e a conscientização dos alunos e, consequentemente, através dos relatos, suas famílias. O texto das Diretrizes da Educação do Campo enfatiza que se devem eleger temas centrais para as práticas pedagógicas, este pode ser um caminho para articular os conhecimentos específicos das áreas. Por exemplo: Meio Ambiente, Trabalho na Terra, Alimentação, Saúde podem ser temas de projetos escolares, porém, a essência do trabalho estará na articulação a ser realizada entre as áreas do conhecimento (SEED/PR, 2006). Dessa forma, o texto enfatiza que:

De acordo com as Diretrizes Curriculares, os rios ou o mar, as associações comunitárias etc. são lugares educativos que, às vezes, justamente por causa do contato diário, passam despercebidos, esquecidos no momento da elaboração dos planejamentos de ensino. Esses lugares educativos podem ser usados nas mais diferentes disciplinas e não apenas nas aulas de Ciências, como usualmente acontece. Assim, é necessário, que cada uma delas, a partir do seu conhecimento próprio, consiga identificar como os diversos ambientes podem se fazer presentes nas suas práticas pedagógicas (SEED/PR, 2006, p. 49).

De acordo com o elencado no texto supracitado, a atividade realizada pela Escola, promovida pelo NRE/Pato Branco, contempla as orientações previstas nas Diretrizes.

Um dos aspectos que chama atenção para essa pesquisa tem relação ao registro no PPP de uma das Escolas, o qual aponta que o ensino deve possibilitar a compreensão dos sujeitos do campo e sua relação ao contexto em que estão inseridos, quanto ao movimento histórico, suas contradições e relação campo-cidade, em que faz referência ao processo de desenvolvimento, de globalização, de lutas sociais (SEED/PR, PPP, 2010).

Em pesquisa para essa dissertação, observou-se que uma das escolas desenvolve atividades coerentes com os encaminhamentos pedagógicos oferecidos pelas Diretrizes Curriculares da Educação do Campo. Com isso, é possível se realizar uma leitura favorável à construção de um ensino voltado aos interesses dos povos do campo. Nesta escola, os alunos realizaram atividades em parceria com o Colégio Estadual de Educação Profissional Assis Brasil (Colégio Agrícola), visando dar continuidade aos saberes e experiências construídas em suas famílias. Nessa atividade, os alunos do curso de Agropecuária auxiliam na organização da horta, ensinaram os alunos a fazer a compostagem, o minhocário e a organização dos

canteiros. A partir das ações desenvolvidas pelos alunos, Pezarico (2014) corrobora enfatizando a importância da tecnologia no processo de construção de saberes, em que na construção e transformação destes saberes a educação tecnológica pode assumir cada vez mais relevância como um espaço para a mediação entre as relações baseadas na educação, tecnologia e trabalho, como princípio educativo.

Para a Escola do Campo é preciso dedicação e esforço para que se colham “frutos” do trabalho realizado. Por isso, o Programa “Horta Escolar” da SEED/PR, vem mostrando esses frutos na escola (SEED/PR, 2014).

Um dos objetivos nesta Escola, cujo texto do Projeto Político Pedagógico da escola elenca, é sobre a importância de integrar Escola, Família e Comunidade, proporcionando um amplo conhecimento cultural, social e econômico, visando à formação básica do cidadão (SEED/PR, PPP, 2010).

O objetivo da escola tem relação direta às Diretrizes Curriculares da Educação do Campo, por isso, acredita-se que sua fundamentação é desenvolvida através das práticas pedagógicas que acontecem em sala de aula:

O que caracteriza os povos do campo é o jeito peculiar de se relacionar com a natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas, mediante mão- de-obra dos membros da família, cultura e valores que enfatizam as relações familiares e de vizinhança, que valorizam as festas comunitárias e de celebração da colheita, o vínculo com uma rotina de trabalho que nem sempre segue o relógio mecânico (SEED/PR, 2006, p. 24).

Entende-se o campo como um estilo de vida, peculiaridades em que visam a autoafirmação, a identidade da comunidade, valorizada pelo trabalho, histórias, jeito de ser e relação mantida com a natureza. A Educação do Campo, enquanto prática social constitui-se em processo de construção histórica, para Caldart, apresenta características que podem ser destacadas para identificar, sua consciência de mudança, dentre elas:

Constitui-se como luta social pelo acesso dos trabalhadores do campo à educação, feitas por eles mesmo e não apenas em seu nome. A Educação do Campo não é para nem apenas com, mas sim, dos camponeses, expressão legítima de uma pedagogia do oprimido.

Assume a dimensão de pressão coletiva por políticas públicas (...). Suas práticas reconhecem e buscam trabalhar com a riqueza social e humana da diversidade de seus sujeitos: formas de trabalho, raízes e produções culturais, forma

de lutas, de resistência, de organização, de compreensão política, de modo de vida. (CALDART, 2012, p. 261 – 262).

As características elencadas por Caldart definem o que é e o que pode ser a Educação do Campo, enquanto prática social que não se compreende em si mesma e nem apenas a partir das questões da educação, confrontando as contradições sociais que a produzem (CALDART, 2012).

É preciso considerar, diante do exposto, a relação estabelecida por Arroyo ao discorrer que é preciso organizar as escolas, os currículos, os agrupamentos de forma a respeitar a especificidade dos educandos em seus tempos humanos de formação, a fim de superar essa organização solitária, segmentada do trabalho e avançar para formar mais coletivas e mais concentradas em coletivos de educandos e educadores por tempos de formação (ARROYO apud CALDART, 2012).

No que se refere às práticas pedagógicas, para Caldart (2012), um dos desafios das escolas do campo está em estabelecer em suas ações de sala de aula o contexto do campo, enquanto sujeitos, humanos, sociais, coletivos, com a vida real e por inteiro, trazendo as contradições sociais, as potencialidades e os conflitos humanos para dentro do processo pedagógico.

Além disso, para Caldart, acontecem hoje no âmbito da Educação do Campo experimentos pedagógicos importantes na direção de uma escola mais próxima dos desafios de construção da sociedade dos trabalhadores (CALDART, 2012).

Constata-se através da pesquisa, que os conteúdos a serem trabalhados em uma das escolas, são intencionalmente selecionados, visando o conhecimento produzido historicamente, de forma que possa cumprir com o propósito de emancipação. Nesse sentido, o Projeto Político Pedagógico entende que:

Nossa escola pretende, do ponto de vista político pedagógico ser um espaço para que aconteça o conhecimento emancipador. Pretende-se, democraticamente, superar os obstáculos para um processo educativo de sucesso e configura-se como constante inovadora da prática social de educar; não pela inovação em si mesma, mas pela sua importância na atuação intencional (SEED/PR, PPP, 2010, p. 47).

A escola oferece o Programa PIBID Diversidade da UTFPR, campus de Dois Vizinhos, com o qual proporciona várias ações em favor da proposta da Educação do Campo. Para a escola, em consonância às Diretrizes Curriculares da Educação do Campo:

A escola deve realizar uma interpretação da realidade que considere as relações mediadas pelo trabalho no campo, como produção material e cultural da existência humana. A partir dessa perspectiva, deve construir conhecimentos que promovam novas relações de trabalho e de vida para os povos no e do campo (SEED/PR, 2006, p. 32).

Diante disso, a escola definiu algumas metas para entender melhor o campo a que se refere as orientações das Diretrizes, a fim de perceber o que de fato pode significar a Educação do Campo. Sendo assim, com a colaboração dos alunos, identificou-se quais comunidades compõe a escola e suas características. O trabalho também prevê visitas em algumas famílias e realização de eventos, com o propósito de aproximar escola e família. Nessas visitas realizadas pelos alunos PIBID24 e alunos

da escola, percebeu-se que há famílias com áreas produtivas e bem estruturadas, e outras são assalariadas no campo e em indústrias da região.

Outro fator identificado, conforme o folder apresentado nas figuras 36-37 (APÊNDICE A) desta dissertação, consiste nos relatos de pais de alunos, os quais dizem estimular os filhos a estudar reconhecendo a importância do estudo. Alguns com o incentivo para melhorar sua formação e dar continuidade à vida no campo, já outros, têm por opção, desejar que seus filhos exerçam suas profissões fora do meio rural.

É oportuno ressaltar a importância das atividades desenvolvidas na escola para a comunidade local, em que permite aos docentes em suas práticas pedagógicas relacionar conteúdo teórico com as vivências estabelecidas na comunidade, da mesma forma que contribui para momentos de troca de saberes, vivências e socialização entre escola e comunidade.

O encontro final desse projeto de ação aconteceu no mês de outubro de 2014, neste mês realizaram diferentes atividades, as quais foram apresentadas no decorrer do trabalho. Estas atividades vieram ao encontro das características e necessidades locais. Dentre as atividades desenvolvidas, após destacam-se: oficinas ofertadas pela UTFPR, Campus Dois Vizinhos e Comunidade Escolar: cisterna e silo secador, pomadas caseiras/medicinais, arte indígena e filtro dos sonhos, compostagem ecológica e conservação do solo, sabão de álcool/óleo caseiro, decoupage; entrega e

24 PIBID O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID é um programa de

incentivo e valorização do magistério e de aprimoramento do processo de formação de docentes para a educação básica, vinculado a Diretoria de Educação Básica Presencial – DEB – da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Fonte:

exposição de sementes crioulas; levantamento de propostas de reflexão para 2015; palestra – Perspectivas do ensino para a juventude do campo; atividades envolvendo os discentes da escola: o que eu sei do campo.

Diante das referidas observações, Silva contribui:

A Concepção de Educação do Campo que temos trabalhado refere-se a uma multiplicidade de experiências educativas desenvolvidas por diferentes instituições, que colocaram como referência para suas propostas pedagógicas uma nova concepção de campo, de educação e do papel da escola (SILVA, 2006, p. 61).

A autora acima mencionada corrobora com as observações realizadas através da pesquisa, em que deixa transparecer que para a ressignificação do campo, com vistas ao contexto da comunidade, é preciso fundamentar propostas, elencar e efetivar objetivos, de forma a aprimorar os conhecimentos e orientar práticas e técnicas educativas proporcionando o intercâmbio entre a escola e ao seu entorno.

Nesse sentido, entende-se que uma das funções da escola está em favor da melhoria no aprendizado dos alunos em todas as áreas do conhecimento, correspondendo com seus interesses e realidades.

Outra atividade observada envolve quatro escolas do campo, pertencentes a um mesmo município. As escolas desenvolvem Mostra Cultural de Educação do Campo, objetivando apresentar à comunidade os trabalhos realizados nas escolas.

Dentre os projetos, destaca-se: projeto água, construção de vulcão nas aulas de Ciências, dinâmica de relacionamento pessoal, literatura infanto-juvenil, trabalhando a prevenção contra a dengue, atividade multidisciplinar, estudo da hidropônica como alternativa na horticultura familiar, visitas às propriedades vizinhas, alfabeto fenício, jardim suspenso, autorretratos, jogos, esgrima, entre outros.

Além das ações já mencionadas, observou-se outra atividade que merece reconhecimento. Esta envolve a construção de um livro de receitas, cujo trabalho é realizado a partir de um projeto interdisciplinar, pensado em 2013, em um curso de Formação em Ação (Formação Continuada Oferecida pela SEED/PR), e desenvolvido neste ano de 2014. Nesse Projeto envolveram-se cinco escolas do campo.

Mediante o exposto, fica evidente, a preocupação da escola em valorizar os saberes da comunidade. Para Mendes (2009), as escolas do campo têm a função de incentivar a permanência dos alunos no campo e para isso procura valorizar a identidade, a cultura e a importância do trabalho no campo, provocando a permanência dos alunos em suas comunidades.

Como se pode perceber, as práticas pedagógicas possibilitam manter diálogo entre saberes culturais e saberes científicos, a fim de promover espaços partilhados e referências na relação com as atividades de seu grupo de convivência.

Diante das evidências apresentadas neste texto, acredita-se que independente da escola possuir poucos alunos, ou um número relativamente alto, é possível desenvolver práticas pedagógicas coerentes à realidade do campo, condizentes aos encaminhamentos proporcionados pelo texto das Diretrizes Curriculares do Campo.

Dessa forma, partindo da premissa de Mendes (2009), observou-se em uma escola Indígena de Educação Infantil e Ensino Fundamental, o desenvolvimento de práticas pedagógicas envolvendo os saberes, a cultura da comunidade escolar. Algumas atividades foram evidenciadas, a fim de atribuir relevância ao contexto cultural da comunidade. Dentre as observadas, destaca-se o bolo na cinza, o qual é um alimento típico da cultura indígena, é produzido de farinha de mandioca e assado enrolado em folhas de bananeiras, na brasa.

Os alunos da escola, na sua maioria, pertencem a uma aldeia indígena, os quais apresentam especificidades culturais, sociais, econômicas e históricas, como a prática de contação de histórias, lendas, artesanatos e apresentações das músicas tradicionais. As características diferenciam-se das demais pesquisadas, pelo fato de valorizar os costumes indígenas.

Outro fator de relevância observada nessa escola está no fato de a comunidade ter participação ativa no processo escolar; dentre as ações da família, a participação em sala de aula torna a aprendizagem com maior direcionamento às questões locais. Os familiares contribuem na transmissão da cultura local, na valorização dos saberes da comunidade e vínculo entre escola, família e sociedade.

Acredita-se que é possível construir identidades individuais e coletivas, articulando currículo e vivências em sociedade, considerando as necessidades da comunidade, assumindo que os tempos e espaços escolares podem ser sempre ressignificados. Desse modo, a escola não pode ser apenas um local físico, definidos pelos limites burocráticos, deve ser um espaço de convivência social, cuja prática se amplia para além dos seus muros.

O tempo de aprendizagem também não pode ser pensado apenas como o tempo em sala de aula. Dessa forma, dependendo de como a escola se articula com a família, com a comunidade, o processo de construção do conhecimento também se amplia. Nesse sentido, o texto das Diretrizes Curriculares ressalta:

Os nós do campo são desvelados na pesquisa como fundamento da prática pedagógica. Os nós do campo podem ser desvelados na gestão democrática da escola e da educação pública. Os nós da escola pública podem ser compreendidos mediante a atitude coletiva de indagação sobre a trajetória da institucionalização dos tempos escolares e da escola como lugar de aquisição de conhecimentos (SEED/PR, 2006, p. 49-50).

Os nós mencionados pelas Diretrizes se referem, às práticas coletivas, que de forma coletiva se leve em consideração as especificidades da comunidade em que a escola pertence e, essas particularidades sejam parte para a aquisição de conhecimentos tanto de alunos, como de todos os envolvidos.

Para além de todas as práticas pedagógicas lançadas no contexto do campo, é preciso desenvolver a ideia de que a educação do campo tem sentido quando pensada a sua relação com a questão da terra, e, sobretudo, sua condição para a formação cidadã.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS: A CONQUISTA EM SUA REALIDADE

Ao iniciar esta pesquisa e vivenciar uma trajetória percorrida, enquanto profissional da área de educação, professora de escola urbana e não haver atuado em uma escola rural, um aspecto se aproxima para um olhar aproximado de nossa história, das experiências vivenciadas, dos costumes e do meio no qual somos partícipes, pois sendo filha de agricultor, estudante em escola de interior, traz-se na origem o sonho de uma conquista, da crença nos direitos partilhados, de justiça e igualdade social. Tendo em vista ser mestranda do Programa de Pós-Graduação Desenvolvimento Regional foi possível a aproximação com o tema no desenvolvimento dessa pesquisa, o que corroborou para o crescimento acadêmico e pessoal, enquanto docente e pesquisadora.

Esta dissertação apresenta os resultados da pesquisa realizada com o objetivo de analisar o processo de implementação da Educação do Campo, no âmbito das escolas rurais do NRE – Núcleo Regional de Educação de Pato Branco. É importante ressaltar que as considerações apresentadas até este momento não representam a conclusão de um estudo, mas um processo possível de continuação.

O caminho percorrido, conforme a problemática de pesquisa, permitiu entender hipóteses iniciais, no entanto, algumas parcialmente confirmadas e outras não

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