• Nenhum resultado encontrado

alcances do responsável; ainda os créditos oriundos de obrigações em moeda estrangeira, de contratos, ou operações de financiamento, ou sub-rogações de garantia, hipoteca, fiança ou aval, que sejam impagos à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou suas Agências Financeiras. (ex vi do art. 201 do CTN, c/c o art. 39, § 2º da Lei nº 4.320/64, com a redação introduzida pelo art. 1º do DL nº 1.735/79).

JAMES MARINS51, ao lecionar sobre a instituição da dívida ativa, gênese do título executivo extrajudicial, afirma:

A autotutela da administração tributária encerra-se com a formação do título executivo extrajudicial, que se procede através da inscrição do crédito tributário definitivamente lançado e não pago, corporificando a denominada Certidão da Dívida Ativa, CDA, que aparelhará a execução fiscal. A execução forçada dos bens do devedor dá-se, no Brasil, através da ação própria (disciplinada pela Lei 6.830/80), que deve ser proposta pela Fazenda Pública, perante o Poder Judiciário.

Dos requisitos da Certidão da Dívida Ativa: A CDA é extraída dos registros – livro próprio ou arquivo virtual – e é o documento que formata o título executivo e lhe dá caráter de executoriedade. A inscrição da dívida ativa é a atividade da administração que, obedecidos os requisitos legais, criará o título de crédito fiscal, fundamento da execução fiscal, a ser promovida pela Fazenda Pública, e perante o juízo competente, como está disciplinado no art. 578, que dispõe: “A execução fiscal (art. 585, VI) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência ou no lugar onde for encontrado.”

Ainda mais, a regra acima ditada estende a competência do juízo da fazenda, para processar a execução fiscal, dispondo o seu Parágrafo Único, ressalvada a disposição do art. 5º da L.E.F, como transcrito:

a) Na execução fiscal a Fazenda Pública poderá escolher o foro de qualquer um dos devedores, quando houver mais de um ou o foro de qualquer um dos

70

domicílios do réu; a ação poderá ainda ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida embora nele não resida o réu, ou, ainda, no foro da situação dos bens, quando a dívida dele se originar.

b) Art. 5º da LEF - A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário.

Nas disposições que fixam a competência jurisdicional para o julgamento da ação executiva fiscal, proposta pela Fazenda Pública, dá-se ênfase ao domicílio do devedor a ser executado, sendo certo afirmar que a Fazenda Pública não tem foro privilegiado, verificando-se a instituição de varas especializadas, nas capitais dos Estados, segundo as normas da Lei nº 6.830/80 e de Organização Judiciária.

Nesse sentido, têm decidido os tribunais, vindo a afirmar o STJ.52, verbis:

Ainda que o devedor venha a falecer, a cair em falência, em insolvência ou liquidação, continuará a Fazenda com o privilégio de executar a sua Dívida Ativa no foro da execução fiscal, e sob o procedimento da Lei n. 6.830, sem nenhuma sujeição ao juízo universal eventualmente instaurado. Dessarte, a existência de procedimento administrativo de liquidação extrajudicial não impede a instauração de execução fiscal nem acarreta a suspensão da qual já estiver em curso contra a empresa insolvente.

Quanto aos requisitos da Certidão da Dívida Ativa: primeiramente a Certidão da Dívida Ativa deverá está autenticada pela autoridade administrativa competente. É o que diz o art. 202 do CTN, elencando os requisitos indispensáveis à instituição da inscrição da dívida ativa:

O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará, obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

52 STJ., 1ª T., REsp. 191.104.SC, Rel. Min. Garcia Vieira, ac. de 14.12.1998, DJU, 29 de mar. 1999, p.

71

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a origem e a natureza do crédito, mencionada especialmente a disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita; e,

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se origina o crédito.

Parágrafo Único: A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.

De realce, as disposições dos arts. 203 e 204, que dizem das causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança decorrente de erros ou omissões verificadas no ato da inscrição e omissões de quaisquer daqueles requisitos enumerados. A dívida, devidamente inscrita, goza da presunção de liquidez e certeza, e tem efeito de prova pré-constituída. Registre-se, ainda, que a alegada nulidade pode ser sanada, no decurso do processo, até a decisão da 1ª instância, mediante a substituição da certidão nula (art. 2º, § 8º da LEF). Em relação à presunção de liquidez e certeza, ela pode ser elidida, posto que a presunção é relativa, argüível pelo sujeito passivo ou terceiro a que aproveite, substituída a presunção jure et de jure pela presunção jure tantum.

Também, os requisitos da inscrição da dívida ativa estão alinhados no art. 2º, §§ 5º e 6º da Lei de Execução Fiscal (nº 6.830/80) que, apenas, reproduz aqueles referidos no CTN e antes citados, observando-se que o § 5º da Lei especial das Execuções Fiscais exclui, indevidamente, os requisitos do termo de inscrição da dívida ativa, em referência à indicação do livro e da folha em que figura a inscrição. Tal omissão, se não seguir o art. 202 do CTN, anula a inscrição e o processo, uma vez que são os requisitos legais que tornam o título líquido e certo. E, ainda mais, por presunção legal, como disciplinado na disposição de lei, reza o art. 204 do CTN: “A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré- constituída.”

72