• Nenhum resultado encontrado

C OMPARAÇÃO DE RESULTADOS ENTRE A RESPOSTA DA ESTRUTURA EM SERVIÇO E EM FASE

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

5.4. C OMPARAÇÃO DE RESULTADOS ENTRE A RESPOSTA DA ESTRUTURA EM SERVIÇO E EM FASE

5.4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Analisados os resultados, claro ficou a enorme vantagem da utilização em fase construtiva do sistema OPS em relação ao sistema construtivo convencional. Os resultados obtidos dos esforços de flexão, tensões e deslocamentos no tabuleiro com o sistema OPS registam uma redução significativa em rela- ção ao sistema convencional. O sistema OPS mostra-se eficaz, durante o faseamento construtivo, re- duzindo não só os esforços no tabuleiro como a tensão nos tirantes. No entanto, tornou-se necessário quantificar os esforços com a ponte em fase de serviço submetida à sobrecarga rodoviária, para em termos comparativos verificar as potencialidades da utilização do sistema OPS, qual a mais-valia para a utilização deste sistema durante o faseamento construtivo.

Vejamos, o sistema OPS reduz significativamente os deslocamentos, tensões e os esforços no tabulei- ro, isto tem um efeito significativo no dimensionamento do tabuleiro, permitindo uma secção mais esbelta. No entanto, se com a sobrecarga de serviço os esforços obtidos não se situarem dentro de um intervalo aceitável, não há conveniente em utilizar o sistema OPS para reduzir os esforços no tabuleiro durante o faseamento construtivo. O tabuleiro é dimensionado para a situação mais desfavorável, se os esforços em serviço forem aproximados dos esforços com o sistema convencional, a opção pela cons- trução com recurso ao sistema OPS apenas serve para uma maior segurança durante a construção, a aduela a construir está apoiada. No caso dos esforços em serviço aproximarem-se dos esforços obtidos com o sistema OPS, a redução de esforço é significativa, desta forma o tabuleiro é dimensionado para a situação mais desfavorável, próxima dos valores obtidos com o sistema OPS. A redução de esforços durante o faseamento construtivo traduz-se em economia de material, como aço de tirantes, betão e armaduras, possibilitando uma secção do tabuleiro mais esbelta.

5.4.2. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A RESPOSTA DA ESTRUTURA EM SERVIÇO E EM FASE CONSTRUTIVA Neste subcapítulo apenas são apresentados os esforços de flexão no tabuleiro, assim como os esforços e tensões nos tirantes, representativos dos esforços condicionantes.

Os resultados obtidos para o esforço de flexão no tabuleiro, com os sistemas construtivos, convencio- nal e OPS e com a sobrecarga rodoviária, demonstram pela análise das envolventes de esforços que os momentos negativos registados com a sobrecarga rodoviária são superiores aos obtidos com o sistema OPS, mas são bastante inferiores aos obtidos com o sistema convencional.

Na zona das torres com o sistema OPS e com a ponte em fase de serviço, com a sobrecarga rodoviária, é onde se registam os maiores momentos negativos, mas estas primeiras aduelas não recorrem a ne- nhum dos sistemas construtivos utilizados, são construídas com cimbre geral.

Os valores máximos dos momentos negativos, com a estrutura em serviço com a sobrecarga rodoviá- ria, é obtido na aduela A.19.12.L, 6674.51kN.m, este valor embora superior ao obtido com o sistema OPS, 2844.55kN.m, obtido nas aduelas A.19.04.L e A.19.04.C durante a construção das aduelas A.19.06.L e A.19.06.C, é bastante inferior ao valor obtido com o sistema convencional, 15599.72kN.m, obtido nas aduelas A.19.10.L e A.19.10.C durante a construção das aduelas A.19.14:L e A.19.14.C (Figura 5.72).

O valor máximo dos momentos positivos, produz-se com a sobrecarga rodoviária, verifica-se os valo- res mais elevados nas aduelas A.19.011.L, A.19.012.L, A.19.013.L, A.19.011.C, A.19.012.C e A.19.013.C, com o valor máximo na aduela A.19.12.L de 16126.69kN.m, reduzindo significativamen- te em direção das torres (Figura 5.72).

O valor condicionante e importante para o dimensionamento do tabuleiro neste estudo é o valor do momento negativo, o momento positivo tem de ser sempre dimensionado para a sobrecarga de serviço, este é condicionante. O fator comparativo deste estudo são os elevados momentos negativos produzi- dos durante o faseamento construtivo com os dois sistemas construtivos e em fase de serviço com a sobrecarga rodoviária.

As envolventes de momentos fletores em fase construtiva, com o sistema convencional e com o siste- ma OPS, consideram todas as ações definidas para estas fases, produziu-se tendo em conta as ações decorrentes da construção de todos as aduelas. A Figura 5.72 representa as envolventes finais de mo- mentos fletores do faseamento construtivo com os dois sistemas e em fase de serviço com a ação da sobrecarga rodoviária.

Figura 5.72 – Envolvente de momentos fletores no tabuleiro, gráfico comparativo

-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000 kN.m m

Momentos fletores no tabuleiro

Na Figura 5.73 está representada a força máxima a que foi submetido cada tirante durante o faseamento construtivo, com o sistema construtivo convencional (Sem OPS) e com o sistema OPS e em fase de serviço com a sobrecarga rodoviária. A força máxima obteve-se sempre com o sistema convencional, enquanto a força mínima obteve-se com o sistema OPS. A força nos tirantes em fase de serviço com a ação da sobrecarga rodoviária manteve-se num valor intermédio entre os dois sistemas construtivos.

Figura 5.73 – Força instalada nos tirantes, gráfico comparativo.

A tensão instalada em todos os tirantes, com o sistema OPS, em relação ao sistema construtivo con- vencional e com a sobrecarga rodoviária, regista sempre o valor mais baixo. O valor mais elevado da tensão nos tirantes verifica-se com o sistema convencional para todos os tirantes (Figura 5.74).

A tensão média registada nos tirantes, relativa ao valor máximo registado em todas as fases, apresenta variações significativas. Com sistema convencional obteve-se uma tensão média 783.87MPa, em fase de serviço com a sobrecarga rodoviária a tensão média obtida foi de 712.22MPa, com o sistema Ops registou-se um valor bastante inferior, 540.37MPa. A tensão com a sobrecarga rodoviária tem o valor mais baixo no vão lateral, vão de compensação, local onde são obtidos os maiores esforços.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 kN

Força instalada nos tirantes

Figura 5.74 – Tensão instalada nos tirantes, gráfico comparativo

A análise dos resultados obtidos leva a concluir que o dimensionamento dos elementos estruturais da ponte, tabuleiro e tirantes, são condicionados pelo sistema construtivo convencional. Os resultados dos esforços obtidos com o sistema convencional são mais elevados em relação ao sistema construtivo OPS e á ponte em serviço submetida à ação da sobrecarga rodoviária.